Artigos e Opinião

Artigo

Antônio Siufi Hindo: "A recomendação sensata de Reinaldo Azambuja"

Antônio é promotor de Justiça aposentado

Redação

07/09/2015 - 00h00
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A questão da terra sempre foi angustiante para os povos, para as nações e para os governos em todos os períodos da história da humanidade. Na contemporaneidade dos nossos dias ela não é diferente. Os nossos vizinhos paraguaios que perderam uma quantidade enorme de terra no conflito da Tríplice Aliança até hoje não esquecem que foram surrupiados em seus territórios. Essa mágoa do ser humano  é simples de ser interpretada: quando os governos não oferecem justiça para os seus direitos, instrução para os seus filhos, assistência para os seus doentes e a segurança, que resulta imprescindível para uma vida digna, o povo até suporta. Mas, quando avançam em suas propriedades com ações que desrespeitam a propriedade o homem se animaliza. 

Isso não é diferente com os índios. Eles também possuem esse direito inalienável de preservar seus usos, costumes, língua e tradições dentro do limite de suas terras desde que chancelada pela Justiça. Quando o Estado que tem o poder para a aplicação desta importante política pública mostra-se fraco e despreparado, para o enfrentamento de tão delicada questão então o caos fica instalado com amplas possibilidades de um confronto armado entre os  produtores rurais e os índios. É isso que estamos assistindo estarrecidos na próspera cidade de Antonio João. Em outras regiões do nosso estado, a situação não  é diferente. 

Mas o que torna ainda mais angustiante o problema é que em nosso Estado não existem terras devolutas. Os primeiros títulos originários que tem o próprio Estado como o seu transmitente ocorreram no final da Guerra do Paraguai quando o então Imperador D.Pedro II iniciou a importante política de ocupação da nossa área de fronteira para preservar a nossa integridade física e a própria soberania do Império. 

Outras políticas públicas nesse mesmo sentido, um pouco mais à frente chancelou esse mesmo propósito. Essa ação de governo a constatamos com Getúlio Vargas que outorgou títulos de domínios de importantes áreas de terras no sul do nosso Estado, para homens e mulheres que manifestassem o desejo de romper o desafio de desbravar um sertão inóspito e plantar com a força da sua coragem e o arrojo da sua intrepidez, ricos e importantes polos de desenvolvimento regionais.

São como podemos observar terras tituladas com famílias ocupando os seus quinhões há mais de um século sem nunca terem sido molestadas em seus domínios territoriais. 
Agora, não pode ser crível que por falta de uma ação efetiva do Estado essas famílias sejam obrigadas pela força a desocupar suas propriedades com a humilhação e o constrangimento, que as ações violentas produzem sem a contrapartida da indenização. Índios e produtores rurais não podem mais se engalfinharem em lutas sangrentas pela ocupação de áreas importantes para ambas as partes, sem a garantia de uma lei  que assegure uma  composição justa para esse conflito de interesse. 

Penso que nessa área conflituosa a razão está com o nosso governador. Ele já apontou em entrevista concedida à nossa imprensa  como o estado brasileiro precisa agir e rapidamente  para evitar um confronto de proporções sem limites. A intervenção do Exército é essencial na fala do governador. A desocupação das propriedades rurais invadidas  é a forma mais  lógica e racional de se entender o desenlace da questão até que a solução definitiva seja concretizada. De conversa fiada e ainda daquelas de cunho eminentemente político a classe produtora já está cansada. Os índios, mais ainda. 

O derramamento de sangue se acontecer tem um único culpado - o Ministro da Justiça que resulta em um grande  falastrão e a presidenta da República que não tem força política necessária nem credibilidade para executar tão importante política  que  pacifique o campo evitando um confronto sangrento. O nosso Estado que produz alimentos para o mundo inteiro  não merece ser objeto de notícias horrorosas que faz afugentar os nossos turistas, fragiliza a nossa economia,  e compromete a nossa história de altruísmo e de grandeza.

EDITORIAL

2026: o ano do cerco ao crime organizado

Que 2026 seja, de fato, o ano em que o Estado brasileiro avance além do discurso eleitoral e entregue à sociedade ações concretas, eficazes e permanentes

22/12/2025 07h15

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O ano de 2026 desponta no horizonte como um marco decisivo para o enfrentamento ao crime organizado no Brasil. Não por acaso, trata-se de um ano eleitoral, quando a segurança pública volta a ocupar o centro do debate político e social.

Mas seria um erro reduzir o endurecimento do discurso e das ações apenas ao calendário das urnas. A realidade impõe, por si só, uma resposta mais firme, coordenada e inteligente do Estado frente ao avanço das facções criminosas e à sofisticação de suas engrenagens financeiras e operacionais.

É verdade que, em anos eleitorais, governos tendem a intensificar operações e anúncios na área da segurança. A sociedade, cansada da violência cotidiana, cobra respostas.

Ainda assim, pouco importa a motivação inicial, desde que as ações sejam efetivas, estratégicas e produzam resultados duradouros. Combater o crime organizado não pode ser sinônimo de operações midiáticas ou ações pontuais. É preciso ir ao coração do problema: o dinheiro.

Descapitalizar e desmobilizar quadrilhas deve ser o objetivo central. Facções sobrevivem e se expandem porque movimentam cifras milionárias, lavadas por meio de empresas de fachada, contratos simulados, criptomoedas e uma infinidade de artifícios cada vez mais sofisticados.

Sem atacar a lavagem de dinheiro, qualquer combate ao crime será superficial e ineficaz. O mesmo vale para os golpes cibernéticos, que se multiplicam em velocidade alarmante, atingindo cidadãos comuns, empresas e o próprio poder público.

A criminalidade de rua também precisa ser enfrentada com seriedade. Roubos e furtos, especialmente de telefones celulares, tornaram-se uma epidemia urbana.

Para muitas famílias de baixa renda, o celular é o principal – e às vezes o único – patrimônio, além de ferramenta essencial de trabalho, comunicação e acesso a serviços básicos. Proteger esse bem é, também, proteger a dignidade de milhões de brasileiros.

No contexto regional, o alerta é ainda mais grave. Combater o crime organizado é também impedir que grandes facções ampliem seu domínio territorial.

Mato Grosso do Sul já convive com a presença do PCC e do Comando Vermelho, organizações conhecidas por sua capacidade de infiltração, violência e articulação interestadual.

Agora, conforme mostramos nesta edição, o Terceiro Comando Puro (TCP) também chegou ao Estado. Trata-se de mais uma engrenagem criminosa a disputar espaço, rotas, mercados ilegais e poder.

Esse cenário exige das forças de segurança muito mais do que retórica. É necessário levar esse combate a sério, com integração entre polícias, Ministério Público, Judiciário e órgãos de inteligência financeira. Investigações técnicas, compartilhamento de informações, uso de tecnologia e foco na asfixia financeira das facções precisam ser prioridades absolutas.

O crime organizado não se combate apenas com viaturas nas ruas, mas com inteligência, planejamento e coragem institucional.

Que 2026 seja, de fato, o ano em que o Estado brasileiro avance além do discurso eleitoral e entregue à sociedade ações concretas, eficazes e permanentes. A população já esperou demais.

ARTIGOS

Câncer na juventude: inesperado e devastador

Costuma ser associada a idosos, porém isso é um engano fatal, porque desde que nascemos, estamos sujeitos a ela

20/12/2025 07h45

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O diagnóstico de câncer não é algo simples, pois muitas vezes requer diversos exames. Mas, desde o momento em que se cogita a possibilidade, o reflexo desta simples suposição começa a impactar a vida do paciente e de todos à sua volta.

Esta doença costuma ser associada a idosos, porém isso é um engano fatal, porque desde que nascemos, estamos sujeitos a ela. São tipos e riscos diferentes, mas tanto um bebê quanto um idoso podem sofrer de câncer.

Um idoso entende a doença como consequência da sua longevidade, e um bebê não compreende o que está acontecendo. Porém, um jovem, que muitas vezes se acha imortal, com tantos anos de vida pela frente, sofre um abalo devastador, não apenas financeiro, mas também emocional.

Um jovem acha que pode superar qualquer obstáculo, e, de repente, a vida lhe coloca diante de uma doença que pode abreviar sua longa história, transformando o que seria um livro num simples artigo de uma página. 

Nada passa a ser racional. Alguns são mais receptivos, outros mais agressivos. O fato é que toda ajuda será necessária, e agora aquele jovem independente e invencível precisará entender que, sozinho, não vai a lugar nenhum.

Um jovem morrendo não é algo fácil para seus pais, família e amigos aceitarem. A doença se entranha na estrutura familiar e abala seus alicerces. 

A vida social é deixada de lado para enfrentar um tratamento no qual o paciente não sabe se sairá vivo ao final. Sua vida está por um fio, e ele precisa acreditar que vai dar certo, ter esperança. Por isso, o suporte emocional é um forte aliado no sucesso do tratamento.

Existem entidades privadas e governamentais que trabalham para reduzir o sofrimento criando bancos de sangue e órgãos, profissionais que dão apoio, organizações que apoiam financeiramente o tratamento, voluntários que se propõem a ajudar no dia a dia. 

Nessa busca por suporte, apesar do importante papel das entidades, é nas histórias contadas por meio de livros, filmes e outras famílias que o paciente encontra um colo para deitar, um ombro amigo. São experiências que foram vividas por outras pessoas, mas que servem de referência sobre as batalhas que estão por vir, as mudanças de hábitos, sequelas e dores.

São histórias de vida e de superação que transmitem acolhimento, trazem esperança e dão forças para seguir em frente na busca da cura de uma doença implacável que não tem idade.

Essas histórias criam conexões que afastam a solidão, trazem o conhecimento de quem passou pela mesma dor e ajudam a criar pontes para superar os maus momentos.

É importante que o jovem perceba que não está enfrentando essa batalha sozinho, que ele se sinta acolhido, que acredite no tratamento. Como toda doença, identificar cedo é importante e a melhor chance de cura. Vamos estar alertas porque ninguém está livre do câncer.

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