Artigos e Opinião

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De acordo com a legislação eleitoral, o segundo turno das eleições municipais deve ocorrer em todas as cidades com mais de 200 mil eleitores quando nenhum dos candidatos tenha alcançado, no primeiro turno, a maioria absoluta dos votos válidos.

Por esse motivo, neste domingo, os eleitores de 51 municípios brasileiros retornarão às urnas para escolher, de forma definitiva, os nomes que vão comandar as respectivas prefeituras nos próximos quatro anos. Serão considerados eleitos aqueles candidatos que alcançarem a maior porcentagem de votos válidos.

Embora seja relativamente pequeno o número de cidades envolvidas no segundo turno, a importância do pleito deste domingo fica evidente ao avaliarmos a relevância política e econômica dessas localidades. Para se ter uma ideia, 15 capitais brasileiras estão na lista de municípios que decidirão a eleição em duas etapas de votação.

No total, 33,9 milhões de pessoas poderão votar no segundo turno. Grande parte é de moradores do estado de São Paulo, sendo 9,3 milhões desse total os eleitores que estão na capital paulista e maior metrópole brasileira.

Além disso, dados divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) indicam que seis capitais com votação em segundo turno têm mais de 1 milhão de eleitores – Belo Horizonte (1.992.984), Fortaleza (1.769.681), Manaus (1.446.122), Curitiba (1.423.722), Belém (1.056.251) e Goiânia (1.030.274).

As eleições vão ocorrer de forma simultânea em todo o País, das 8h às 17h, no horário de Brasília (DF). Por esse motivo, em Campo Grande, Cuiabá (MT), Manaus (AM) e Porto Velho (RO), as seções vão funcionar das 7h às 16h, em razão das diferenças de fuso.

Para que as eleições ocorram de forma tranquila, a exemplo do que ocorreu no primeiro turno, a Justiça Eleitoral vai fazer funcionar 97,3 mil seções eleitorais com suas respectivas urnas eletrônicas. Além disso, cerca de 358 mil mesários devem trabalhar neste domingo, sendo 68% constituído de voluntários.

A expectativa é de que em poucas horas após o encerramento da votação já sejam divulgados os resultados da apuração e os nomes dos 102 prefeitos e vice-prefeitos eleitos.

Seja qual for o resultado nos 51 municípios, devemos lembrar que as eleições são um momento importante para o fortalecimento da democracia no Brasil. Ela e a soberania popular devem ser sempre as maiores vitoriosas.

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A solução para a exaustão da vida moderna

21/10/2024 07h45

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O que significa brincar? Para muitos, essa pergunta parece simples, mas sua resposta ecoa por toda a nossa existência. Brincar não é apenas uma atividade infantil, mas uma experiência vital, uma manifestação intrínseca da nossa condição humana.

Em meio a um mundo acelerado e pressionado, somos levados a acreditar que o brincar é algo a ser deixado para trás, abandonado na infância, como se fosse uma frivolidade que não tem lugar na vida adulta. Porém, quero provocar aqui uma reflexão: e se o brincar fosse justamente o que nos falta? E se o brincar fosse o antídoto para a exaustão e a sobrecarga emocional da vida moderna?

As pesquisas mais recentes, assim como os pensadores clássicos da psicologia contemporânea, como o psiquiatra Stuart Brown e o psicólogo Mihaly Csikszentmihalyi, indicam que o brincar vai muito além do simples entretenimento. É um mecanismo de construção de identidade, uma forma de nos conectarmos profundamente com o mundo e com os outros.

Como bem argumentou Brown, “brincar é uma força primordial que molda o cérebro, abre a imaginação e revitaliza a alma”. No entanto, por algum motivo, à medida que envelhecemos vamos nos afastando dessa força tão essencial à nossa natureza.

Nosso afastamento do brincar é uma tragédia silenciosa que poucos reconhecem, mas cujos efeitos são visíveis em nossa sociedade exaurida. Vivemos em tempos de burnout, de cansaço crônico, de desilusão e desconexão.

A sociedade contemporânea nos impõe uma agenda rígida em que a produtividade reina absoluta e que qualquer atividade que não vá gerar um retorno tangível ou financeiro é vista como perda de tempo. A pergunta que paira no ar é: onde está o espaço para o prazer, para a espontaneidade, para o brincar?

A cultura nos vende a ideia de que, ao envelhecer, precisamos abandonar certas “infantilidades”. Brincar se torna algo restrito aos pequenos, um “luxo” que não cabe em agendas de adultos responsáveis. Mas será mesmo?

Se pararmos para pensar, veremos que o que chamamos de “seriedade” adulta nada mais é que uma armadilha construída por expectativas externas, uma máscara que nos distancia da nossa autenticidade.

Perdemos o contato com a nossa criança interior e, com isso, perdemos também a capacidade de nos maravilharmos, de improvisar, de descobrir novos significados para o mundo.

A provocação aqui é direta: em que momento acreditamos que o amadurecer significava abrir mão do prazer, da leveza e do brincar? Mais do que nunca, precisamos desafiar essa noção limitada de amadurecimento. A brincadeira não é o oposto da seriedade, mas é, na verdade, a ponte que nos permite encarar a vida de forma mais leve, criativa e flexível.

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Nossos mortos, nossos eternos esquecidos

21/10/2024 07h30

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O segundo turno das eleições municipais em algumas cidades brasileiras marcham célere para o novo encontro do eleitor com as urnas. Nesse contexto, acompanhamos em algumas capitais e em outros grandes municípios do País os debates entre os candidatos aos cargos majoritários – e nenhum deles elencam em suas plataformas de governo o cuidado da sua gestão com os nossos mortos que dormem o seu sono eterno.

Nos debates os nossos jornalistas, nem sequer fazem alusão a esse tema em suas perguntas aos aspirantes.

Os nossos campos santos cuidados pelo poder público são o retrato do abandono e do descaso.

O mato sempre mostrando a sua cara e cobrindo as sepulturas que resultam violadas, os cadáveres vilipendiados, seus bens roubados e os objetos religiosos sobre a sepultura arrancados com a violência própria dos vândalos.

Daqueles que não têm medo da lei, das autoridades e da própria Justiça. Sabem que não serão importunados. Agem dessa forma porque não existe em nossos cemitérios públicos, com raríssimas exceções, uma administração eficaz e proba que cuida desses interesses.

Um desrespeito, uma afronta, um desamor sem fim, para com aqueles que ajudaram a construir durante as suas existências a nossa grandeza material e espiritual. Não era para ser assim. As famílias que têm o privilégio de sepultar os seus entes queridos nos cemitérios particulares ficam livres desses transtornos, desse pesadelo.

Logo mais à frente, vamos ter um novo confronto: o dia 2 de novembro, data e que reverenciamos os nossos mortos. Nesse período, as limpezas dos cemitérios mostram o tom da nossa repulsa e a confirmação da nossa assertiva. 

Essa limpeza tem que ser diária e sempre acompanhada da razoável competência. Os nossos entes queridos que estão sepultados nesses sítios geográficos serão sempre para todos nós os nossos pais, filhos/filhas, irmãos/irmãs, tios/tias, sobrinhos/sobrinhas, cunhados/cunhadas, netos/netas, bem como os nossos amigos e as nossas amigas com quem formamos uma grande e fiel aliança de respeito e fidelidade aos princípios morais, culturais, sociais, políticos, éticos e também cristãos.

Não queremos nada luxuoso em nossos cemitérios. Queremos algo limpo e decente para prestarmos no curso do ano civil as nossas homenagens – e não apenas no dia 2 de novembro. Nos países civilizados, os cemitérios públicos são referencias para os turistas que visitam as cidades.

Os nossos aspirantes aos cargos majoritários deveriam em seus planos de governo explanarem o que pretendem fazer por aqueles que já partiram dessa vida terrena.

Fazendo por eles, fazem com absoluta certeza e convicção por todos os seus entes queridos que seguem a sua caminhada existencial e que são detentores dos votos que tanto necessitam.

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