Se o espaço ocupado neste jornal é colocado à disposição do público com o objetivo de informar a respeito de assuntos, políticos, financeiros e tantos outros, orientando e esclarecendo sobre temas sociais e humanitários, a nós é dado esse espaço para temas de espiritualidade. Agradecemos e pedimos bênçãos e luzes divinas.
São temas e assuntos do interesse de todas as camadas sociais, e quem esteja por detrás dessa verdadeira máquina de informações tem a responsabilidade de sempre bem informar. Tem o compromisso delicado de formar a consciência dos leitores, talvez, convencê-los de uma realidade nada agradável, necessária e urgente.
Sabemos ser comum o comodismo, tanto intelectual quanto social e religioso. Contentam-se com aquilo que aparece nas redes sociais. Não sentem atração para uma leitura mais profunda e mais crítica. Querem longe os pensadores e os pensamentos.
Essa realidade leva para a Bíblia Sagrada. Cada página é uma lição. Cada livro, um ensinamento. Cada livro, algo para refletir, analisar e acolher o Mestre dos mestres com suas propostas de vida e seus consequentes desafios. Não deseja admiradores. Quer profetas. Esses são muitos. Quer mártires que se disponham a doar a vida até a morte e a morte na cruz.
No Evangelho escrito por Lucas (Lc. 44,1-4), encontramos a narrativa de um fato um tanto curioso. O Mestre, após um atendimento estafante, curas e pregações, chama junto a si Pedro, Tiago e João. Com eles, sobe uma alta montanha para uma oração. Não chamou o povo. Devia estar bastante cansado.
Enquanto o Mestre rezava, eles dormiam. Ao acordarem, ficaram encantados com a cena que se desenrolava em sua frente. Pensaram no mais cômodo. Isto é, arrumar conforto para os personagens, enquanto eles permaneceriam em contemplação.
Mas Deus tinha outra tarefa, outra atitude a se efetuar. Deveriam descer a montanha, pois o povo continuava esperando doente e faminto. Era hora de sair do comodismo. Era hora de desapegar-se dos bens, tanto materiais quanto afetivos, e lançar-se na luta contra os males do mundo que atormentavam as boas intenções.
Essa ação estava muito difícil. O Demônio estava vivo mais do que nunca. Estava lançando contra o Mestre todas as artimanhas enganadoras. Não queria perder a batalha. E tinha que ser derrotado.
Hoje a luta continua. Somos nós os tentados pela maldade desse mundo. Temos em oferta a tentação do enriquecimento ilícito, a tentação do poder com seus tentáculos enganadores e a tentação do prazer fácil.
Aparentemente, dão a sensação de serem fáceis de superar e vencer. No entanto, teremos a necessária prudência e bem elaborada astúcia. Precisamos de uma arma que nos defenda de toda e qualquer cilada.
A arma será a oração, o jejum e a caridade. A oração para sentir a força de Deus. O jejum para se libertar do comodismo. A caridade como um jeito de socorrer com desprendimento como Jesus fez no alto do calvário.
Assim como ele, também somos chamados a entregar a vida nos braços da cruz, para abraçar a humanidade e ressuscitar gloriosos para a eternidade.