Artigos e Opinião

ARTIGO

Carlos Lopes dos Santos: "Em defesa dos bons guardas e bons policiais"

Advogado

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Não é nada agradável a gente ver uma Instituição com tão pouco tempo de existência, como a Guarda Civil Municipal de Campo Grande ter o nome envolvido em escândalos tão nefastos e depreciativos, causados por elementos marginais que se aproveitam de qualquer brecha ou descuido nos seus processos de seleção para se incorporarem nas suas fileiras.  É evidente que em algum momento das diversas etapas que se fazem para a escolha dos melhores candidatos, alguma coisa falhou e a consequência disso vem depois com tantos escândalos que se sucedem, manchando, obviamente, o nome da Corporação que tem pouco mais de uma dezena de anos de vida. Será que é possível que alguém entre para a Guarda Municipal cheio de boas intenções, honesto e decente e depois lá dentro se torne um bandido? Quase improvável. Quando a pessoa possui tendências malignas, quando não se mostra inteiramente apto e disposto a seguir regras e sujeição às normas que se impõe a determinado cargo, quando demonstra qualquer mínimo sinal de desvio ou indiferença a uma situação que seja proposta, visando auferir o que pensa, como age, é obrigação dos profissionais responsáveis tentar detectar essas tendências. Claro que existem exceções. Nenhum psicólogo ou outro profissional da área responsável pela seleção, investigação, etc., é adivinho, mas em muitos casos, poderia ter sido evitada a contratação de marginais se houvesse um rigor mais excessivo nos diversos tipos de testes que são aplicados aos candidatos. Existem casos em outras instituições policiais pelo país de pessoas que conseguiram serem nomeados para o cargo, mesmo depois de todas as investigações ao seu respeito e depois se constatou que não passavam de bandidos das piores espécies, que se aproveitou de documentos falsos ou descuido de alguém, para fazer parte da instituição policial apenas para servir ao crime. Acontece.

Aqui não se pretende acusar ninguém da Guarda Civil, da PM ou da Civil, de negligência ou irresponsabilidade, até porque, a presença de maus servidores com instintos para o crime não é privilégio da GCM. A nossa gloriosa Polícia Militar, a briosa Polícia Civil de MS, infelizmente, também tem em suas histórias, casos tristes de maus elementos que mancharam e desonraram suas fardas e distintivos. Apenas para relembrar, membros da PM de MS sequestraram e mataram o Ludinho, filho do falecido pecuarista e político Ludio Coelho em 1976. Outros, mais recentes, foram presos por contrabando de cigarros. Na Policia Civil existem também diversos casos de policiais envolvidos com o crime, como contrabando, tráfico de drogas, assassinatos, etc. São muitos crimes nesses anos todos de gente da PM, da Civil, que quase não dá para enumerar. Vale o registro, que não são a PM, a Polícia Civil e nem a GCM que cometem crimes. As instituições sofrem o desgaste desses bandidos que se disfarçam de policiais e guardas. Mais do que nunca é preciso preservá-las e aos seus bons integrantes, pois a sociedade precisa de seus relevantes serviços. Quando marginais se infiltram em nossas polícias, crimes dos mais terríveis ocorrem, e até mesmo assassinatos de juízes, promotores, entre tantas outras barbaridades ocorrem. O crime não é privilégio de policiais bandidos, mas quando é cometido por eles, toda a sociedade, de maneira geral, corre um grande perigo, pois esses malditos marginais entram em nossas casas a hora que querem, muitas vezes protegidos por ordem judicial.

Todo cuidado ainda será pouco quando se fizerem as investigações a respeito do sujeito que pretende ser Policial ou Guarda Municipal. É preciso que se vá a fundo à sua vida pregressa, até em sua juventude, se for possível. O psicotécnico então, nem se fala. Esse exame é muito importante e não pode, jamais, ser descartado qualquer tipo, por mínimo que seja, de desvio de conduta do candidato e o Judiciário precisa apoiar nessa questão. Mesmo assim, é claro, não estaremos livres dos bandidos de farda, mas, certamente, se o serviço for muito mais rigoroso, mais cairão já na seleção Tudo isso e tudo que for preciso fazer servirão para valorizar e respeitar os bons homens e mulheres honestos da Guarda Civil, das Polícias Civil e Militar, Instituições que apesar de todos esses tristes casos, prestam um grande serviço à sociedade de Mato Grosso do Sul.

EDITORIAL

2026: o ano do cerco ao crime organizado

Que 2026 seja, de fato, o ano em que o Estado brasileiro avance além do discurso eleitoral e entregue à sociedade ações concretas, eficazes e permanentes

22/12/2025 07h15

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O ano de 2026 desponta no horizonte como um marco decisivo para o enfrentamento ao crime organizado no Brasil. Não por acaso, trata-se de um ano eleitoral, quando a segurança pública volta a ocupar o centro do debate político e social.

Mas seria um erro reduzir o endurecimento do discurso e das ações apenas ao calendário das urnas. A realidade impõe, por si só, uma resposta mais firme, coordenada e inteligente do Estado frente ao avanço das facções criminosas e à sofisticação de suas engrenagens financeiras e operacionais.

É verdade que, em anos eleitorais, governos tendem a intensificar operações e anúncios na área da segurança. A sociedade, cansada da violência cotidiana, cobra respostas.

Ainda assim, pouco importa a motivação inicial, desde que as ações sejam efetivas, estratégicas e produzam resultados duradouros. Combater o crime organizado não pode ser sinônimo de operações midiáticas ou ações pontuais. É preciso ir ao coração do problema: o dinheiro.

Descapitalizar e desmobilizar quadrilhas deve ser o objetivo central. Facções sobrevivem e se expandem porque movimentam cifras milionárias, lavadas por meio de empresas de fachada, contratos simulados, criptomoedas e uma infinidade de artifícios cada vez mais sofisticados.

Sem atacar a lavagem de dinheiro, qualquer combate ao crime será superficial e ineficaz. O mesmo vale para os golpes cibernéticos, que se multiplicam em velocidade alarmante, atingindo cidadãos comuns, empresas e o próprio poder público.

A criminalidade de rua também precisa ser enfrentada com seriedade. Roubos e furtos, especialmente de telefones celulares, tornaram-se uma epidemia urbana.

Para muitas famílias de baixa renda, o celular é o principal – e às vezes o único – patrimônio, além de ferramenta essencial de trabalho, comunicação e acesso a serviços básicos. Proteger esse bem é, também, proteger a dignidade de milhões de brasileiros.

No contexto regional, o alerta é ainda mais grave. Combater o crime organizado é também impedir que grandes facções ampliem seu domínio territorial.

Mato Grosso do Sul já convive com a presença do PCC e do Comando Vermelho, organizações conhecidas por sua capacidade de infiltração, violência e articulação interestadual.

Agora, conforme mostramos nesta edição, o Terceiro Comando Puro (TCP) também chegou ao Estado. Trata-se de mais uma engrenagem criminosa a disputar espaço, rotas, mercados ilegais e poder.

Esse cenário exige das forças de segurança muito mais do que retórica. É necessário levar esse combate a sério, com integração entre polícias, Ministério Público, Judiciário e órgãos de inteligência financeira. Investigações técnicas, compartilhamento de informações, uso de tecnologia e foco na asfixia financeira das facções precisam ser prioridades absolutas.

O crime organizado não se combate apenas com viaturas nas ruas, mas com inteligência, planejamento e coragem institucional.

Que 2026 seja, de fato, o ano em que o Estado brasileiro avance além do discurso eleitoral e entregue à sociedade ações concretas, eficazes e permanentes. A população já esperou demais.

ARTIGOS

Câncer na juventude: inesperado e devastador

Costuma ser associada a idosos, porém isso é um engano fatal, porque desde que nascemos, estamos sujeitos a ela

20/12/2025 07h45

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O diagnóstico de câncer não é algo simples, pois muitas vezes requer diversos exames. Mas, desde o momento em que se cogita a possibilidade, o reflexo desta simples suposição começa a impactar a vida do paciente e de todos à sua volta.

Esta doença costuma ser associada a idosos, porém isso é um engano fatal, porque desde que nascemos, estamos sujeitos a ela. São tipos e riscos diferentes, mas tanto um bebê quanto um idoso podem sofrer de câncer.

Um idoso entende a doença como consequência da sua longevidade, e um bebê não compreende o que está acontecendo. Porém, um jovem, que muitas vezes se acha imortal, com tantos anos de vida pela frente, sofre um abalo devastador, não apenas financeiro, mas também emocional.

Um jovem acha que pode superar qualquer obstáculo, e, de repente, a vida lhe coloca diante de uma doença que pode abreviar sua longa história, transformando o que seria um livro num simples artigo de uma página. 

Nada passa a ser racional. Alguns são mais receptivos, outros mais agressivos. O fato é que toda ajuda será necessária, e agora aquele jovem independente e invencível precisará entender que, sozinho, não vai a lugar nenhum.

Um jovem morrendo não é algo fácil para seus pais, família e amigos aceitarem. A doença se entranha na estrutura familiar e abala seus alicerces. 

A vida social é deixada de lado para enfrentar um tratamento no qual o paciente não sabe se sairá vivo ao final. Sua vida está por um fio, e ele precisa acreditar que vai dar certo, ter esperança. Por isso, o suporte emocional é um forte aliado no sucesso do tratamento.

Existem entidades privadas e governamentais que trabalham para reduzir o sofrimento criando bancos de sangue e órgãos, profissionais que dão apoio, organizações que apoiam financeiramente o tratamento, voluntários que se propõem a ajudar no dia a dia. 

Nessa busca por suporte, apesar do importante papel das entidades, é nas histórias contadas por meio de livros, filmes e outras famílias que o paciente encontra um colo para deitar, um ombro amigo. São experiências que foram vividas por outras pessoas, mas que servem de referência sobre as batalhas que estão por vir, as mudanças de hábitos, sequelas e dores.

São histórias de vida e de superação que transmitem acolhimento, trazem esperança e dão forças para seguir em frente na busca da cura de uma doença implacável que não tem idade.

Essas histórias criam conexões que afastam a solidão, trazem o conhecimento de quem passou pela mesma dor e ajudam a criar pontes para superar os maus momentos.

É importante que o jovem perceba que não está enfrentando essa batalha sozinho, que ele se sinta acolhido, que acredite no tratamento. Como toda doença, identificar cedo é importante e a melhor chance de cura. Vamos estar alertas porque ninguém está livre do câncer.

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