Artigos e Opinião

ARTIGO

''Como anda a turistificação do Brasil?''

Maria Luceli Faria Batistote - Doutora em Linguística e Língua Portuguesa

Redação

14/05/2015 - 00h00
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O Brasil, mesmo com uma enormidade de belezas naturais, aparece apenas como o 59º destino turístico mais atrativo do mundo em pesquisa inédita divulgada pelo Fórum Econômico Mundial. Diante disso, cabem reflexões, oportunas, sobre como anda a turistificação do Brasil. 

Para corroborar, citamos o artigo Turistificando o Brasil, publicado na Revista VEJA, em 19 de janeiro de 2000, que faz parte de uma coletânea de artigos jornalísticos da obra Ponto de Vista, de Stephen Kanitz (Editora Senac, São Paulo, 2000), em que  o autor, consultor de empresas e conferencista brasileiro, aborda questões relacionadas ao modo como o setor turístico no Brasil se apresenta e evidencia a falta de preparo em face da realidade pela qual esse setor é tratado por aqui. 

Apesar de cada cidade ter sua história e seus atrativos turísticos, muitas vezes, sua singularidade é desprezada, por não terem algo como um Corcovado, uma torre Eifell ou uma linda cachoeira como o Véu da Noiva. Apresenta a política americana como base, a fim de tecer comentários sobre como nos esquecemos de criar museus, de colocar placas de sinalização em espanhol e inglês, de criar panfletos turísticos de qualidade internacional e, inclusive, de divulgar pelas redes sociais os atrativos turísticos que temos. 

É preciso perceber que “turistificar” uma cidade não é complicado, mas para isso, provavelmente, seja necessário o engajamento de pessoas especializadas, livres das pressões políticas da cidade e que tenham como foco os desejos de um turista. Assim, concentrar-se no turismo receptivo surge como uma estratégia, pois toda nação bem-sucedida do mundo volta-se para essa modalidade de turismo. Há fortes evidências de existir uma concentração no turismo expulsivo, quando nosso dinheiro é levado para a Disney, deixando muitos empresários insatisfeitos diante desse quadro.  
Claro fica que muitas cidades brasileiras, ainda, não se “turistificaram”. Isso porque não atrai o turista fora da temporada e não é atrativo para o grande empreendedor. Essas cidades, muitas vezes, sequer possuem um site - que funcione - para mostrar ao promitente visitante ou empreendedor seus potenciais.

Após mais de uma década do surgimento do neologismo turistificando, criado por Kanitz, importa, ainda, lançar luzes sobre essa problemática, principalmente, em nível local. Turistificar o Mato Grosso do Sul envolve um avanço em busca de alternativas, como fazer um marketing estratégico e bem direcionado, detectar a vocação de cada município com suas particularidades, bem como explorar a história e a cultura de cada localidade. Isso, somente, para exemplificar.
E, como o caminhar se faz caminhando, há muitos passos a serem dados...

EDITORIAL

2026: o ano do cerco ao crime organizado

Que 2026 seja, de fato, o ano em que o Estado brasileiro avance além do discurso eleitoral e entregue à sociedade ações concretas, eficazes e permanentes

22/12/2025 07h15

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O ano de 2026 desponta no horizonte como um marco decisivo para o enfrentamento ao crime organizado no Brasil. Não por acaso, trata-se de um ano eleitoral, quando a segurança pública volta a ocupar o centro do debate político e social.

Mas seria um erro reduzir o endurecimento do discurso e das ações apenas ao calendário das urnas. A realidade impõe, por si só, uma resposta mais firme, coordenada e inteligente do Estado frente ao avanço das facções criminosas e à sofisticação de suas engrenagens financeiras e operacionais.

É verdade que, em anos eleitorais, governos tendem a intensificar operações e anúncios na área da segurança. A sociedade, cansada da violência cotidiana, cobra respostas.

Ainda assim, pouco importa a motivação inicial, desde que as ações sejam efetivas, estratégicas e produzam resultados duradouros. Combater o crime organizado não pode ser sinônimo de operações midiáticas ou ações pontuais. É preciso ir ao coração do problema: o dinheiro.

Descapitalizar e desmobilizar quadrilhas deve ser o objetivo central. Facções sobrevivem e se expandem porque movimentam cifras milionárias, lavadas por meio de empresas de fachada, contratos simulados, criptomoedas e uma infinidade de artifícios cada vez mais sofisticados.

Sem atacar a lavagem de dinheiro, qualquer combate ao crime será superficial e ineficaz. O mesmo vale para os golpes cibernéticos, que se multiplicam em velocidade alarmante, atingindo cidadãos comuns, empresas e o próprio poder público.

A criminalidade de rua também precisa ser enfrentada com seriedade. Roubos e furtos, especialmente de telefones celulares, tornaram-se uma epidemia urbana.

Para muitas famílias de baixa renda, o celular é o principal – e às vezes o único – patrimônio, além de ferramenta essencial de trabalho, comunicação e acesso a serviços básicos. Proteger esse bem é, também, proteger a dignidade de milhões de brasileiros.

No contexto regional, o alerta é ainda mais grave. Combater o crime organizado é também impedir que grandes facções ampliem seu domínio territorial.

Mato Grosso do Sul já convive com a presença do PCC e do Comando Vermelho, organizações conhecidas por sua capacidade de infiltração, violência e articulação interestadual.

Agora, conforme mostramos nesta edição, o Terceiro Comando Puro (TCP) também chegou ao Estado. Trata-se de mais uma engrenagem criminosa a disputar espaço, rotas, mercados ilegais e poder.

Esse cenário exige das forças de segurança muito mais do que retórica. É necessário levar esse combate a sério, com integração entre polícias, Ministério Público, Judiciário e órgãos de inteligência financeira. Investigações técnicas, compartilhamento de informações, uso de tecnologia e foco na asfixia financeira das facções precisam ser prioridades absolutas.

O crime organizado não se combate apenas com viaturas nas ruas, mas com inteligência, planejamento e coragem institucional.

Que 2026 seja, de fato, o ano em que o Estado brasileiro avance além do discurso eleitoral e entregue à sociedade ações concretas, eficazes e permanentes. A população já esperou demais.

ARTIGOS

Câncer na juventude: inesperado e devastador

Costuma ser associada a idosos, porém isso é um engano fatal, porque desde que nascemos, estamos sujeitos a ela

20/12/2025 07h45

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O diagnóstico de câncer não é algo simples, pois muitas vezes requer diversos exames. Mas, desde o momento em que se cogita a possibilidade, o reflexo desta simples suposição começa a impactar a vida do paciente e de todos à sua volta.

Esta doença costuma ser associada a idosos, porém isso é um engano fatal, porque desde que nascemos, estamos sujeitos a ela. São tipos e riscos diferentes, mas tanto um bebê quanto um idoso podem sofrer de câncer.

Um idoso entende a doença como consequência da sua longevidade, e um bebê não compreende o que está acontecendo. Porém, um jovem, que muitas vezes se acha imortal, com tantos anos de vida pela frente, sofre um abalo devastador, não apenas financeiro, mas também emocional.

Um jovem acha que pode superar qualquer obstáculo, e, de repente, a vida lhe coloca diante de uma doença que pode abreviar sua longa história, transformando o que seria um livro num simples artigo de uma página. 

Nada passa a ser racional. Alguns são mais receptivos, outros mais agressivos. O fato é que toda ajuda será necessária, e agora aquele jovem independente e invencível precisará entender que, sozinho, não vai a lugar nenhum.

Um jovem morrendo não é algo fácil para seus pais, família e amigos aceitarem. A doença se entranha na estrutura familiar e abala seus alicerces. 

A vida social é deixada de lado para enfrentar um tratamento no qual o paciente não sabe se sairá vivo ao final. Sua vida está por um fio, e ele precisa acreditar que vai dar certo, ter esperança. Por isso, o suporte emocional é um forte aliado no sucesso do tratamento.

Existem entidades privadas e governamentais que trabalham para reduzir o sofrimento criando bancos de sangue e órgãos, profissionais que dão apoio, organizações que apoiam financeiramente o tratamento, voluntários que se propõem a ajudar no dia a dia. 

Nessa busca por suporte, apesar do importante papel das entidades, é nas histórias contadas por meio de livros, filmes e outras famílias que o paciente encontra um colo para deitar, um ombro amigo. São experiências que foram vividas por outras pessoas, mas que servem de referência sobre as batalhas que estão por vir, as mudanças de hábitos, sequelas e dores.

São histórias de vida e de superação que transmitem acolhimento, trazem esperança e dão forças para seguir em frente na busca da cura de uma doença implacável que não tem idade.

Essas histórias criam conexões que afastam a solidão, trazem o conhecimento de quem passou pela mesma dor e ajudam a criar pontes para superar os maus momentos.

É importante que o jovem perceba que não está enfrentando essa batalha sozinho, que ele se sinta acolhido, que acredite no tratamento. Como toda doença, identificar cedo é importante e a melhor chance de cura. Vamos estar alertas porque ninguém está livre do câncer.

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