Artigos e Opinião

CORREIO DO ESTADO

Confira nosso editorial desta segunda: "Antes tarde do que nunca"

Confira nosso editorial desta segunda: "Antes tarde do que nunca"

Redação

14/10/2019 - 03h00
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Foi necessária uma crise, com dificuldades que persistem há quatro anos, para que políticos tivessem a iniciativa de rever o pacto federativo 

São nos momentos de crise que tudo é reformulado. É neste período que as pessoas cortam gastos considerados desnecessários do orçamento e alteram o seu cotidiano. O mesmo se aplica às empresas, desde sempre. Ainda que por duras penas, o ano de 2019 caminha para ter um mérito: o poder público acordou para a necessidade de se reestruturar. Da forma como vinham sendo conduzidos a gestão dos gastos e o modo de arrecadar recursos para bancá-los, os entes federativos – sobretudo os estados – estavam caminhando rumo à falência. 
 
Neste ano, porém, os políticos acordaram para uma realidade dura, que vem se repetindo desde 2015: a das dificuldades financeiras das Unidades da Federação. Entre todos os que tiveram dificuldade, Mato Grosso do Sul é um dos que foram menos atingidos pelos dias difíceis da crise. Estados sempre posicionados entre os mais ricos da nação, como São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, nos últimos anos, não conseguiram investir, tampouco pagar seus servidores em dia. 
E foram dificuldades como estas que os levaram a algumas mudanças significativas que parecem estar começando neste ano. Elas ainda não ocorreram na prática, mas só o fato de governadores – independentemente do partido que integram – e senadores estarem preocupados em refazer o pacto federativo e também trabalharem por uma reforma tributária é um sinal positivo de que algo poderá, enfim, mudar. Da forma como está – isso já é praticamente consenso não somente entre os gestores, mas entre quase toda a população – não pode continuar. 
 
Se todas estas medidas já citadas neste texto ocorrerem no médio prazo, somadas à já prevista retomada do crescimento econômico e às mudanças na Previdência, bem como as que preveem a Lei da Liberdade Econômica, o cenário desenhado para os estados na próxima década é de muito otimismo para os estados. 
 
Certamente, as Unidades da Federação ficarão mais independentes e haverá mais sobra de recursos para se investir em serviços que fazem a diferença de fato na vida do cidadão, como os de infraestrutura, saúde e educação. 
 
Nesta edição, trazemos mais uma mudança que proporcionará alívio aos governos estaduais: a prorrogação do prazo de pagamento de precatórios para 2028. Uma notícia boa para os governantes e, em um primeiro momento, não tão boa para quem depende do pagamento desta dívida do poder público. O alento é que, com estas transformações que estão ocorrendo, o governo de Mato Grosso do Sul poderá ter recursos suficientes para antecipar esses pagamentos.

EDITORIAL

2026: o ano do cerco ao crime organizado

Que 2026 seja, de fato, o ano em que o Estado brasileiro avance além do discurso eleitoral e entregue à sociedade ações concretas, eficazes e permanentes

22/12/2025 07h15

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O ano de 2026 desponta no horizonte como um marco decisivo para o enfrentamento ao crime organizado no Brasil. Não por acaso, trata-se de um ano eleitoral, quando a segurança pública volta a ocupar o centro do debate político e social.

Mas seria um erro reduzir o endurecimento do discurso e das ações apenas ao calendário das urnas. A realidade impõe, por si só, uma resposta mais firme, coordenada e inteligente do Estado frente ao avanço das facções criminosas e à sofisticação de suas engrenagens financeiras e operacionais.

É verdade que, em anos eleitorais, governos tendem a intensificar operações e anúncios na área da segurança. A sociedade, cansada da violência cotidiana, cobra respostas.

Ainda assim, pouco importa a motivação inicial, desde que as ações sejam efetivas, estratégicas e produzam resultados duradouros. Combater o crime organizado não pode ser sinônimo de operações midiáticas ou ações pontuais. É preciso ir ao coração do problema: o dinheiro.

Descapitalizar e desmobilizar quadrilhas deve ser o objetivo central. Facções sobrevivem e se expandem porque movimentam cifras milionárias, lavadas por meio de empresas de fachada, contratos simulados, criptomoedas e uma infinidade de artifícios cada vez mais sofisticados.

Sem atacar a lavagem de dinheiro, qualquer combate ao crime será superficial e ineficaz. O mesmo vale para os golpes cibernéticos, que se multiplicam em velocidade alarmante, atingindo cidadãos comuns, empresas e o próprio poder público.

A criminalidade de rua também precisa ser enfrentada com seriedade. Roubos e furtos, especialmente de telefones celulares, tornaram-se uma epidemia urbana.

Para muitas famílias de baixa renda, o celular é o principal – e às vezes o único – patrimônio, além de ferramenta essencial de trabalho, comunicação e acesso a serviços básicos. Proteger esse bem é, também, proteger a dignidade de milhões de brasileiros.

No contexto regional, o alerta é ainda mais grave. Combater o crime organizado é também impedir que grandes facções ampliem seu domínio territorial.

Mato Grosso do Sul já convive com a presença do PCC e do Comando Vermelho, organizações conhecidas por sua capacidade de infiltração, violência e articulação interestadual.

Agora, conforme mostramos nesta edição, o Terceiro Comando Puro (TCP) também chegou ao Estado. Trata-se de mais uma engrenagem criminosa a disputar espaço, rotas, mercados ilegais e poder.

Esse cenário exige das forças de segurança muito mais do que retórica. É necessário levar esse combate a sério, com integração entre polícias, Ministério Público, Judiciário e órgãos de inteligência financeira. Investigações técnicas, compartilhamento de informações, uso de tecnologia e foco na asfixia financeira das facções precisam ser prioridades absolutas.

O crime organizado não se combate apenas com viaturas nas ruas, mas com inteligência, planejamento e coragem institucional.

Que 2026 seja, de fato, o ano em que o Estado brasileiro avance além do discurso eleitoral e entregue à sociedade ações concretas, eficazes e permanentes. A população já esperou demais.

ARTIGOS

Câncer na juventude: inesperado e devastador

Costuma ser associada a idosos, porém isso é um engano fatal, porque desde que nascemos, estamos sujeitos a ela

20/12/2025 07h45

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O diagnóstico de câncer não é algo simples, pois muitas vezes requer diversos exames. Mas, desde o momento em que se cogita a possibilidade, o reflexo desta simples suposição começa a impactar a vida do paciente e de todos à sua volta.

Esta doença costuma ser associada a idosos, porém isso é um engano fatal, porque desde que nascemos, estamos sujeitos a ela. São tipos e riscos diferentes, mas tanto um bebê quanto um idoso podem sofrer de câncer.

Um idoso entende a doença como consequência da sua longevidade, e um bebê não compreende o que está acontecendo. Porém, um jovem, que muitas vezes se acha imortal, com tantos anos de vida pela frente, sofre um abalo devastador, não apenas financeiro, mas também emocional.

Um jovem acha que pode superar qualquer obstáculo, e, de repente, a vida lhe coloca diante de uma doença que pode abreviar sua longa história, transformando o que seria um livro num simples artigo de uma página. 

Nada passa a ser racional. Alguns são mais receptivos, outros mais agressivos. O fato é que toda ajuda será necessária, e agora aquele jovem independente e invencível precisará entender que, sozinho, não vai a lugar nenhum.

Um jovem morrendo não é algo fácil para seus pais, família e amigos aceitarem. A doença se entranha na estrutura familiar e abala seus alicerces. 

A vida social é deixada de lado para enfrentar um tratamento no qual o paciente não sabe se sairá vivo ao final. Sua vida está por um fio, e ele precisa acreditar que vai dar certo, ter esperança. Por isso, o suporte emocional é um forte aliado no sucesso do tratamento.

Existem entidades privadas e governamentais que trabalham para reduzir o sofrimento criando bancos de sangue e órgãos, profissionais que dão apoio, organizações que apoiam financeiramente o tratamento, voluntários que se propõem a ajudar no dia a dia. 

Nessa busca por suporte, apesar do importante papel das entidades, é nas histórias contadas por meio de livros, filmes e outras famílias que o paciente encontra um colo para deitar, um ombro amigo. São experiências que foram vividas por outras pessoas, mas que servem de referência sobre as batalhas que estão por vir, as mudanças de hábitos, sequelas e dores.

São histórias de vida e de superação que transmitem acolhimento, trazem esperança e dão forças para seguir em frente na busca da cura de uma doença implacável que não tem idade.

Essas histórias criam conexões que afastam a solidão, trazem o conhecimento de quem passou pela mesma dor e ajudam a criar pontes para superar os maus momentos.

É importante que o jovem perceba que não está enfrentando essa batalha sozinho, que ele se sinta acolhido, que acredite no tratamento. Como toda doença, identificar cedo é importante e a melhor chance de cura. Vamos estar alertas porque ninguém está livre do câncer.

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