Artigos e Opinião

CORREIO DO ESTADO

Confira o editorial desta terça-feira: "Abertos às sugestões"

Confira o editorial desta terça-feira: "Abertos às sugestões"

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A construção de um sistema de transporte coletivo mais integrado, eficiente, justo e confortável passa por toda a população, e não somente pelas pessoas diretamente envolvidas.

É saudável para a sociedade civil que os cidadãos tenham visões diferentes sobre a forma de organizar a vida em comum. Alguns têm uma postura mais conservadora, voltada à austeridade e ao rígido funcionamento das leis e das regras. Outros, mais flexíveis e liberais, também são adeptos do respeito às leis, mas são mais flexíveis para mudá-las. É da busca pelo consenso, por meio do diálogo e da transigência entre os envolvidos, que nascem soluções que beneficiam a todos.

Em qualquer ambiente onde há a concentração de muitas pessoas – um condomínio, uma grande indústria ou uma cidade – são necessárias regras para levar organização ao meio e, ao mesmo tempo, ideias para melhorar a convivência e o relacionamento entre os presentes, além da elaboração de estratégias para tornar o cotidiano dos envolvidos mais leve.

E quando se fala em melhorar o dia a dia de um grupo, também é preciso que um ou outro tenha de ceder; afinal, em um contexto urbano, onde o espaço é compartilhado, prioridades devem ser estabelecidas. É importante elogiar a disposição em dialogar por parte de todos os envolvidos no sistema de transporte coletivo de Campo Grande. Ontem, a Câmara Municipal foi sede de importante debate entre os responsáveis pelo serviço que transporta milhares de moradores da cidade todos os dias: as autoridades municipais da área de regulação e trânsito, o Consórcio Guaicurus (concessionário do serviço público) e representantes dos usuários e da sociedade civil.

Apesar de divergirem em vários aspectos, todos os envolvidos no debate convergem em um ponto: eles defendem a implantação, de forma urgente, de um corredor exclusivo para os ônibus nas vias públicas do centro de Campo Grande, além de melhores condições dos pavimentos das ruas. As duas medidas poderiam trazer – poucos dias após a implantação – mais rapidez e conforto ao serviço prestado, sem contar com uma maior economia de combustível nos veículos que poderia impactar em várias medidas: por exemplo, aliviando os custos fixos que servem de base à tarifa e também liberando o consórcio para tornar a frota mais nova. Foi justamente o descumprimento das cláusulas contratuais que tratam sobre o limite de uso dos veículos pelo consórcio que gerou a abertura do debate.

Chegou o momento de soluções inteligentes e de planejamento para o transporte coletivo. Faixas exclusivas na Avenida Afonso Pena? Transferência de parte das linhas para vias alternativas, como 7 de Setembro, Maracaju, Rui Barbosa e Calógeras? Boas ideias serão bem-vindas neste processo para tornar a frota de Campo Grande mais eficiente, pontual e confortável.

EDITORIAL

2026: o ano do cerco ao crime organizado

Que 2026 seja, de fato, o ano em que o Estado brasileiro avance além do discurso eleitoral e entregue à sociedade ações concretas, eficazes e permanentes

22/12/2025 07h15

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O ano de 2026 desponta no horizonte como um marco decisivo para o enfrentamento ao crime organizado no Brasil. Não por acaso, trata-se de um ano eleitoral, quando a segurança pública volta a ocupar o centro do debate político e social.

Mas seria um erro reduzir o endurecimento do discurso e das ações apenas ao calendário das urnas. A realidade impõe, por si só, uma resposta mais firme, coordenada e inteligente do Estado frente ao avanço das facções criminosas e à sofisticação de suas engrenagens financeiras e operacionais.

É verdade que, em anos eleitorais, governos tendem a intensificar operações e anúncios na área da segurança. A sociedade, cansada da violência cotidiana, cobra respostas.

Ainda assim, pouco importa a motivação inicial, desde que as ações sejam efetivas, estratégicas e produzam resultados duradouros. Combater o crime organizado não pode ser sinônimo de operações midiáticas ou ações pontuais. É preciso ir ao coração do problema: o dinheiro.

Descapitalizar e desmobilizar quadrilhas deve ser o objetivo central. Facções sobrevivem e se expandem porque movimentam cifras milionárias, lavadas por meio de empresas de fachada, contratos simulados, criptomoedas e uma infinidade de artifícios cada vez mais sofisticados.

Sem atacar a lavagem de dinheiro, qualquer combate ao crime será superficial e ineficaz. O mesmo vale para os golpes cibernéticos, que se multiplicam em velocidade alarmante, atingindo cidadãos comuns, empresas e o próprio poder público.

A criminalidade de rua também precisa ser enfrentada com seriedade. Roubos e furtos, especialmente de telefones celulares, tornaram-se uma epidemia urbana.

Para muitas famílias de baixa renda, o celular é o principal – e às vezes o único – patrimônio, além de ferramenta essencial de trabalho, comunicação e acesso a serviços básicos. Proteger esse bem é, também, proteger a dignidade de milhões de brasileiros.

No contexto regional, o alerta é ainda mais grave. Combater o crime organizado é também impedir que grandes facções ampliem seu domínio territorial.

Mato Grosso do Sul já convive com a presença do PCC e do Comando Vermelho, organizações conhecidas por sua capacidade de infiltração, violência e articulação interestadual.

Agora, conforme mostramos nesta edição, o Terceiro Comando Puro (TCP) também chegou ao Estado. Trata-se de mais uma engrenagem criminosa a disputar espaço, rotas, mercados ilegais e poder.

Esse cenário exige das forças de segurança muito mais do que retórica. É necessário levar esse combate a sério, com integração entre polícias, Ministério Público, Judiciário e órgãos de inteligência financeira. Investigações técnicas, compartilhamento de informações, uso de tecnologia e foco na asfixia financeira das facções precisam ser prioridades absolutas.

O crime organizado não se combate apenas com viaturas nas ruas, mas com inteligência, planejamento e coragem institucional.

Que 2026 seja, de fato, o ano em que o Estado brasileiro avance além do discurso eleitoral e entregue à sociedade ações concretas, eficazes e permanentes. A população já esperou demais.

ARTIGOS

Câncer na juventude: inesperado e devastador

Costuma ser associada a idosos, porém isso é um engano fatal, porque desde que nascemos, estamos sujeitos a ela

20/12/2025 07h45

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O diagnóstico de câncer não é algo simples, pois muitas vezes requer diversos exames. Mas, desde o momento em que se cogita a possibilidade, o reflexo desta simples suposição começa a impactar a vida do paciente e de todos à sua volta.

Esta doença costuma ser associada a idosos, porém isso é um engano fatal, porque desde que nascemos, estamos sujeitos a ela. São tipos e riscos diferentes, mas tanto um bebê quanto um idoso podem sofrer de câncer.

Um idoso entende a doença como consequência da sua longevidade, e um bebê não compreende o que está acontecendo. Porém, um jovem, que muitas vezes se acha imortal, com tantos anos de vida pela frente, sofre um abalo devastador, não apenas financeiro, mas também emocional.

Um jovem acha que pode superar qualquer obstáculo, e, de repente, a vida lhe coloca diante de uma doença que pode abreviar sua longa história, transformando o que seria um livro num simples artigo de uma página. 

Nada passa a ser racional. Alguns são mais receptivos, outros mais agressivos. O fato é que toda ajuda será necessária, e agora aquele jovem independente e invencível precisará entender que, sozinho, não vai a lugar nenhum.

Um jovem morrendo não é algo fácil para seus pais, família e amigos aceitarem. A doença se entranha na estrutura familiar e abala seus alicerces. 

A vida social é deixada de lado para enfrentar um tratamento no qual o paciente não sabe se sairá vivo ao final. Sua vida está por um fio, e ele precisa acreditar que vai dar certo, ter esperança. Por isso, o suporte emocional é um forte aliado no sucesso do tratamento.

Existem entidades privadas e governamentais que trabalham para reduzir o sofrimento criando bancos de sangue e órgãos, profissionais que dão apoio, organizações que apoiam financeiramente o tratamento, voluntários que se propõem a ajudar no dia a dia. 

Nessa busca por suporte, apesar do importante papel das entidades, é nas histórias contadas por meio de livros, filmes e outras famílias que o paciente encontra um colo para deitar, um ombro amigo. São experiências que foram vividas por outras pessoas, mas que servem de referência sobre as batalhas que estão por vir, as mudanças de hábitos, sequelas e dores.

São histórias de vida e de superação que transmitem acolhimento, trazem esperança e dão forças para seguir em frente na busca da cura de uma doença implacável que não tem idade.

Essas histórias criam conexões que afastam a solidão, trazem o conhecimento de quem passou pela mesma dor e ajudam a criar pontes para superar os maus momentos.

É importante que o jovem perceba que não está enfrentando essa batalha sozinho, que ele se sinta acolhido, que acredite no tratamento. Como toda doença, identificar cedo é importante e a melhor chance de cura. Vamos estar alertas porque ninguém está livre do câncer.

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