Artigos e Opinião

CORREIO DO ESTADO

Confira o editorial deste sábado/domingo: "Desequilíbrio na regulação"

Confira o editorial deste sábado/domingo: "Desequilíbrio na regulação"

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As agências reguladoras devem ser o ponto de equilíbrio entre usuários de serviços e donos das concessões. Fatos recentes, porém, mostram um desequilíbrio, favorável aos concessionários.

O ano de 2019 tem sido divisor de águas em muitos aspectos ligados à economia e à gestão pública. Não é somente a recém-aprovada reforma da Previdência, além das outras reformas que serão enviadas ao Congresso Nacional, que está por mudar a forma como o Estado se organiza e as pessoas, o poder público e as empresas se relacionam. O cotidiano está muito mais transformador do que se pode imaginar, e há ainda muito para mudar no País, para que o nosso dia a dia seja mais tranquilo e a segurança jurídica maior e a previsibilidade nas relações e nos negócios muito maior do que pensamos. 

As alterações nos planos para o cidadão se aposentar, as quedas frequentes nos juros, puxadas pelo Banco Central, e a chegada de legislações que simplificam os negócios, como a Lei da Liberdade Econômica, deixarão o Brasil muito mais dinâmico em 2020 do que foi em 2019 e nos anos anteriores. Todos esses avanços que estão em fase de concretização não seriam possíveis se não houvesse uma grande força popular para catalisar as mudanças. 

A má notícia é que as forças contrárias a um mundo mais moderno, sustentável e prático estão agindo. Um dos focos de forte atuação dessas forças está nas agências reguladoras. Na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), por exemplo, alguns meses depois de a lei que simplifica a abertura de negócios ter sido sancionada e de uma série de protestos em todo o mundo cobrando sustentabilidade, uma consulta pública foi aberta para tributar a geração de energia solar, de forma a tornar inviável qualquer investimento privado neste tipo de energia limpa e constantemente renovável. 

Nesta edição, trazemos reportagens sobre a atuação dos órgãos de regulação. A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) parece ter escolhido seu lado em algumas decisões. Há mais de dois meses, o corpo técnico deste organismo da administração pública federal estabeleceu uma redução de praticamente metade do preço cobrado pela concessionária CCR MSVia na BR-163. Até agora, os técnicos não foram ouvidos. 

As agências reguladoras devem ser o ponto de equilíbrio entre os usuários de serviços públicos e os donos das concessões. Nesses dois exemplos citados, o que fica aparente é um grande desequilíbrio em favor dos concessionários.

O alento é que, em um ano de várias rupturas com conceitos antigos, parece se aproximar o tempo em que o trabalho das agências reguladoras seja passado a limpo. A população se dispõe a investir e pagar por serviços, desde que as tarifas e as condições estabelecidas sejam justas.

EDITORIAL

2026: o ano do cerco ao crime organizado

Que 2026 seja, de fato, o ano em que o Estado brasileiro avance além do discurso eleitoral e entregue à sociedade ações concretas, eficazes e permanentes

22/12/2025 07h15

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O ano de 2026 desponta no horizonte como um marco decisivo para o enfrentamento ao crime organizado no Brasil. Não por acaso, trata-se de um ano eleitoral, quando a segurança pública volta a ocupar o centro do debate político e social.

Mas seria um erro reduzir o endurecimento do discurso e das ações apenas ao calendário das urnas. A realidade impõe, por si só, uma resposta mais firme, coordenada e inteligente do Estado frente ao avanço das facções criminosas e à sofisticação de suas engrenagens financeiras e operacionais.

É verdade que, em anos eleitorais, governos tendem a intensificar operações e anúncios na área da segurança. A sociedade, cansada da violência cotidiana, cobra respostas.

Ainda assim, pouco importa a motivação inicial, desde que as ações sejam efetivas, estratégicas e produzam resultados duradouros. Combater o crime organizado não pode ser sinônimo de operações midiáticas ou ações pontuais. É preciso ir ao coração do problema: o dinheiro.

Descapitalizar e desmobilizar quadrilhas deve ser o objetivo central. Facções sobrevivem e se expandem porque movimentam cifras milionárias, lavadas por meio de empresas de fachada, contratos simulados, criptomoedas e uma infinidade de artifícios cada vez mais sofisticados.

Sem atacar a lavagem de dinheiro, qualquer combate ao crime será superficial e ineficaz. O mesmo vale para os golpes cibernéticos, que se multiplicam em velocidade alarmante, atingindo cidadãos comuns, empresas e o próprio poder público.

A criminalidade de rua também precisa ser enfrentada com seriedade. Roubos e furtos, especialmente de telefones celulares, tornaram-se uma epidemia urbana.

Para muitas famílias de baixa renda, o celular é o principal – e às vezes o único – patrimônio, além de ferramenta essencial de trabalho, comunicação e acesso a serviços básicos. Proteger esse bem é, também, proteger a dignidade de milhões de brasileiros.

No contexto regional, o alerta é ainda mais grave. Combater o crime organizado é também impedir que grandes facções ampliem seu domínio territorial.

Mato Grosso do Sul já convive com a presença do PCC e do Comando Vermelho, organizações conhecidas por sua capacidade de infiltração, violência e articulação interestadual.

Agora, conforme mostramos nesta edição, o Terceiro Comando Puro (TCP) também chegou ao Estado. Trata-se de mais uma engrenagem criminosa a disputar espaço, rotas, mercados ilegais e poder.

Esse cenário exige das forças de segurança muito mais do que retórica. É necessário levar esse combate a sério, com integração entre polícias, Ministério Público, Judiciário e órgãos de inteligência financeira. Investigações técnicas, compartilhamento de informações, uso de tecnologia e foco na asfixia financeira das facções precisam ser prioridades absolutas.

O crime organizado não se combate apenas com viaturas nas ruas, mas com inteligência, planejamento e coragem institucional.

Que 2026 seja, de fato, o ano em que o Estado brasileiro avance além do discurso eleitoral e entregue à sociedade ações concretas, eficazes e permanentes. A população já esperou demais.

ARTIGOS

Câncer na juventude: inesperado e devastador

Costuma ser associada a idosos, porém isso é um engano fatal, porque desde que nascemos, estamos sujeitos a ela

20/12/2025 07h45

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O diagnóstico de câncer não é algo simples, pois muitas vezes requer diversos exames. Mas, desde o momento em que se cogita a possibilidade, o reflexo desta simples suposição começa a impactar a vida do paciente e de todos à sua volta.

Esta doença costuma ser associada a idosos, porém isso é um engano fatal, porque desde que nascemos, estamos sujeitos a ela. São tipos e riscos diferentes, mas tanto um bebê quanto um idoso podem sofrer de câncer.

Um idoso entende a doença como consequência da sua longevidade, e um bebê não compreende o que está acontecendo. Porém, um jovem, que muitas vezes se acha imortal, com tantos anos de vida pela frente, sofre um abalo devastador, não apenas financeiro, mas também emocional.

Um jovem acha que pode superar qualquer obstáculo, e, de repente, a vida lhe coloca diante de uma doença que pode abreviar sua longa história, transformando o que seria um livro num simples artigo de uma página. 

Nada passa a ser racional. Alguns são mais receptivos, outros mais agressivos. O fato é que toda ajuda será necessária, e agora aquele jovem independente e invencível precisará entender que, sozinho, não vai a lugar nenhum.

Um jovem morrendo não é algo fácil para seus pais, família e amigos aceitarem. A doença se entranha na estrutura familiar e abala seus alicerces. 

A vida social é deixada de lado para enfrentar um tratamento no qual o paciente não sabe se sairá vivo ao final. Sua vida está por um fio, e ele precisa acreditar que vai dar certo, ter esperança. Por isso, o suporte emocional é um forte aliado no sucesso do tratamento.

Existem entidades privadas e governamentais que trabalham para reduzir o sofrimento criando bancos de sangue e órgãos, profissionais que dão apoio, organizações que apoiam financeiramente o tratamento, voluntários que se propõem a ajudar no dia a dia. 

Nessa busca por suporte, apesar do importante papel das entidades, é nas histórias contadas por meio de livros, filmes e outras famílias que o paciente encontra um colo para deitar, um ombro amigo. São experiências que foram vividas por outras pessoas, mas que servem de referência sobre as batalhas que estão por vir, as mudanças de hábitos, sequelas e dores.

São histórias de vida e de superação que transmitem acolhimento, trazem esperança e dão forças para seguir em frente na busca da cura de uma doença implacável que não tem idade.

Essas histórias criam conexões que afastam a solidão, trazem o conhecimento de quem passou pela mesma dor e ajudam a criar pontes para superar os maus momentos.

É importante que o jovem perceba que não está enfrentando essa batalha sozinho, que ele se sinta acolhido, que acredite no tratamento. Como toda doença, identificar cedo é importante e a melhor chance de cura. Vamos estar alertas porque ninguém está livre do câncer.

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