Artigos e Opinião

CORREIO DO ESTADO

Editorial desta segunda-feira: "Avaliação e reflexão"

Editorial desta segunda-feira: "Avaliação e reflexão"

Redação

05/10/2015 - 00h00
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O resultado da avaliação do governador é oportunidade de se rever condutas e questionar os motivos da mudança do pensamento do eleitor sul-mato-grossense.

Há nove meses, Reinaldo Azambuja assumiu o governo em Mato Grosso do Sul. Para muitos, o perfil de gestão ainda é incógnita, o que pode explicar a queda no índice de aprovação da administração tucana no Estado, segundo pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisas de Mato Grosso do Sul (Ipems). O estilo discreto e comedido pode estar o prejudicando, além de ações polêmicas e que mexem no bolso da população. O resultado da avaliação do governador é oportunidade de se rever condutas e questionar os motivos da mudança do pensamento do eleitor sul-mato-grossense.

A edição de hoje do Correio do Estado mostra a oscilação do desempenho de Azambuja, segundo a população ouvida em Campo Grande. A expectativa inicial, em dezembro de 2014, era de que o governo tucano seria ótimo ou bom para 67,48% dos entrevistados, na primeira pesquisa feita pelo Ipems. O índice não se concretizou depois da posse. 

A aprovação despencou em apenas dois meses, chegando a 35,69% em fevereiro de 2015. A recuperação veio em maio e julho, com percentuais de 48,75% e 46%, respectivamente. Em agosto, nova queda, 34,25% e, agora, uma leve melhora - 39,5% - mas que não chega nem perto do patamar inicial, baseado no que esperavam  os eleitores da nova gestão. 

O ano de 2015, infelizmente, está sendo marcado mais pelos escândalos desencadeados com as operações Lama Asfáltica e Coffee Break, do que pelas ações positivas da nova gestão. Embora haja feitos  louváveis, como a Caravana da Saúde, com números expressivos de atendimentos à população pelo interior de Mato Grosso do Sul, ainda há muitas dúvidas nos rumos que a administração está tomando.

A própria caravana, modelo copiado dos estados de Goiás, São Paulo e Paraná, custa R$ 18 milhões aos cofres públicos, recursos que são repassados ao Instituto Fábio Vieira, responsável pelas cirurgias de catarata, o carro chefe do projeto. Está sendo projeto eficaz na solução em curto prazo de problemas pontuais e,  por mais que deixe  na cidade equipamentos e aporte de recursos, no geral, a estrutura continua praticamente a mesma, sem mudanças significativas no modus operandi via SUS.

A “terceirização” de serviços, aliás, é assunto polêmico e que ainda será tema de acalorados debates com Assembleia Legislativa. A pretensão de fazer parceira público-privada de R$ 1,7 bilhão na Sanesul já tem opositor entre os deputados: Barbosinha (PSB), que foi presidente da Sanesul até dezembro do ano passado. Justificando eficiência é que este e outras propostas semelhantes estão em andamento, como a locação de viaturas e a regulamentação das Organizações Sociais de Saúde para gestão hospitalar.

Porém, o que está ganhando no quesito de impopularidade é o pacote de tarifas preparado pelo Executivo. A ampliação da cobrança do IPVA foi aprovada, mas o aumento das taxas de produtos considerados supérfluos e do ITCD (Imposto sobre a Transmissão Causa Mortis e Doação) ainda estão rendendo debates e críticas de parlamentares. Aumentar impostos nunca é considerada melhor opção pela população; caso não mostrem a eficiência desejada para desenvolvimento do Estado, é certo que irão contribuir negativamente para o desempenho de Azambuja nos próximos meses. 

EDITORIAL

2026: o ano do cerco ao crime organizado

Que 2026 seja, de fato, o ano em que o Estado brasileiro avance além do discurso eleitoral e entregue à sociedade ações concretas, eficazes e permanentes

22/12/2025 07h15

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O ano de 2026 desponta no horizonte como um marco decisivo para o enfrentamento ao crime organizado no Brasil. Não por acaso, trata-se de um ano eleitoral, quando a segurança pública volta a ocupar o centro do debate político e social.

Mas seria um erro reduzir o endurecimento do discurso e das ações apenas ao calendário das urnas. A realidade impõe, por si só, uma resposta mais firme, coordenada e inteligente do Estado frente ao avanço das facções criminosas e à sofisticação de suas engrenagens financeiras e operacionais.

É verdade que, em anos eleitorais, governos tendem a intensificar operações e anúncios na área da segurança. A sociedade, cansada da violência cotidiana, cobra respostas.

Ainda assim, pouco importa a motivação inicial, desde que as ações sejam efetivas, estratégicas e produzam resultados duradouros. Combater o crime organizado não pode ser sinônimo de operações midiáticas ou ações pontuais. É preciso ir ao coração do problema: o dinheiro.

Descapitalizar e desmobilizar quadrilhas deve ser o objetivo central. Facções sobrevivem e se expandem porque movimentam cifras milionárias, lavadas por meio de empresas de fachada, contratos simulados, criptomoedas e uma infinidade de artifícios cada vez mais sofisticados.

Sem atacar a lavagem de dinheiro, qualquer combate ao crime será superficial e ineficaz. O mesmo vale para os golpes cibernéticos, que se multiplicam em velocidade alarmante, atingindo cidadãos comuns, empresas e o próprio poder público.

A criminalidade de rua também precisa ser enfrentada com seriedade. Roubos e furtos, especialmente de telefones celulares, tornaram-se uma epidemia urbana.

Para muitas famílias de baixa renda, o celular é o principal – e às vezes o único – patrimônio, além de ferramenta essencial de trabalho, comunicação e acesso a serviços básicos. Proteger esse bem é, também, proteger a dignidade de milhões de brasileiros.

No contexto regional, o alerta é ainda mais grave. Combater o crime organizado é também impedir que grandes facções ampliem seu domínio territorial.

Mato Grosso do Sul já convive com a presença do PCC e do Comando Vermelho, organizações conhecidas por sua capacidade de infiltração, violência e articulação interestadual.

Agora, conforme mostramos nesta edição, o Terceiro Comando Puro (TCP) também chegou ao Estado. Trata-se de mais uma engrenagem criminosa a disputar espaço, rotas, mercados ilegais e poder.

Esse cenário exige das forças de segurança muito mais do que retórica. É necessário levar esse combate a sério, com integração entre polícias, Ministério Público, Judiciário e órgãos de inteligência financeira. Investigações técnicas, compartilhamento de informações, uso de tecnologia e foco na asfixia financeira das facções precisam ser prioridades absolutas.

O crime organizado não se combate apenas com viaturas nas ruas, mas com inteligência, planejamento e coragem institucional.

Que 2026 seja, de fato, o ano em que o Estado brasileiro avance além do discurso eleitoral e entregue à sociedade ações concretas, eficazes e permanentes. A população já esperou demais.

ARTIGOS

Câncer na juventude: inesperado e devastador

Costuma ser associada a idosos, porém isso é um engano fatal, porque desde que nascemos, estamos sujeitos a ela

20/12/2025 07h45

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O diagnóstico de câncer não é algo simples, pois muitas vezes requer diversos exames. Mas, desde o momento em que se cogita a possibilidade, o reflexo desta simples suposição começa a impactar a vida do paciente e de todos à sua volta.

Esta doença costuma ser associada a idosos, porém isso é um engano fatal, porque desde que nascemos, estamos sujeitos a ela. São tipos e riscos diferentes, mas tanto um bebê quanto um idoso podem sofrer de câncer.

Um idoso entende a doença como consequência da sua longevidade, e um bebê não compreende o que está acontecendo. Porém, um jovem, que muitas vezes se acha imortal, com tantos anos de vida pela frente, sofre um abalo devastador, não apenas financeiro, mas também emocional.

Um jovem acha que pode superar qualquer obstáculo, e, de repente, a vida lhe coloca diante de uma doença que pode abreviar sua longa história, transformando o que seria um livro num simples artigo de uma página. 

Nada passa a ser racional. Alguns são mais receptivos, outros mais agressivos. O fato é que toda ajuda será necessária, e agora aquele jovem independente e invencível precisará entender que, sozinho, não vai a lugar nenhum.

Um jovem morrendo não é algo fácil para seus pais, família e amigos aceitarem. A doença se entranha na estrutura familiar e abala seus alicerces. 

A vida social é deixada de lado para enfrentar um tratamento no qual o paciente não sabe se sairá vivo ao final. Sua vida está por um fio, e ele precisa acreditar que vai dar certo, ter esperança. Por isso, o suporte emocional é um forte aliado no sucesso do tratamento.

Existem entidades privadas e governamentais que trabalham para reduzir o sofrimento criando bancos de sangue e órgãos, profissionais que dão apoio, organizações que apoiam financeiramente o tratamento, voluntários que se propõem a ajudar no dia a dia. 

Nessa busca por suporte, apesar do importante papel das entidades, é nas histórias contadas por meio de livros, filmes e outras famílias que o paciente encontra um colo para deitar, um ombro amigo. São experiências que foram vividas por outras pessoas, mas que servem de referência sobre as batalhas que estão por vir, as mudanças de hábitos, sequelas e dores.

São histórias de vida e de superação que transmitem acolhimento, trazem esperança e dão forças para seguir em frente na busca da cura de uma doença implacável que não tem idade.

Essas histórias criam conexões que afastam a solidão, trazem o conhecimento de quem passou pela mesma dor e ajudam a criar pontes para superar os maus momentos.

É importante que o jovem perceba que não está enfrentando essa batalha sozinho, que ele se sinta acolhido, que acredite no tratamento. Como toda doença, identificar cedo é importante e a melhor chance de cura. Vamos estar alertas porque ninguém está livre do câncer.

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