Deparo-me no Google com um inusitado clipe, a mostrar criancinhas italianas cantando entusiasticamente em bom português, a Canção do Expedicionário. Detenho-me incrédulo por ver e ouvir a ternura daquelas crianças ao enaltecerem o soldado brasileiro, em comovente homenagem aos combatentes da FEB - FORÇA EXPEDICIONÁRIA BRASILEIRA, a 1ª Divisão de Infantaria do Exército Brasileiro em ação na Europa, na 2ª Guerra Mundial, que venceu a neve inclemente na cordilheira dos Apeninos, e a fuzilaria ferrenha dos vigorosos inimigos.
Segundo historiadores especializados europeus e americanos, mormente os anais de guerra dos Estados Unidos, aquele bravo punhado de brasileiros escreveu páginas épicas no explosivo solo italiano, elevando bem alto a dignidade do Brasil, e do povo brasileiro, e libertou as cidades italianas de Monte Castelo e Montese, quando ocorreu o fim da guerra na Itália, tendo a FEB feito prisioneiros 16.000 alemães e 7.000 italianos, num total de 23.000 soldados inimigos aprisionados, e mais uma colossal quantidade de armamento pesado – uma façanha digna dos grandes exércitos!
Ainda, em conformidade com aquelas fontes fidedignas, os soldados brasileiros praticaram atos pessoais de bravura, inclusive em ajuda humanitária às populações civis, acuadas pela crueldade de seus próprios compatriotas fascistas, que agiam em conluio com os nazistas alemães. Consta que três soldados brasileiros do 11º RI, que estavam em serviço de patrulha na região de Montese, foram inopinadamente cercados por um batalhão alemão, e assim estavam em condição numérica bem inferior, mas não se intimidaram. Lutaram até acabar a munição de que dispunham.
Sem munição, colocaram a baioneta na boca do fuzil, e continuaram a lutar com arma branca, com assustadora coragem diante do inimigo numericamente maior e melhor armado, até caírem mortos diante dos alemães. O comandante alemão, diante da bravura dos brasileiros caídos no campo da honra, prestou continência aos três heróis, e mandou fazer um sepultamento cristão, prestando solene homenagem à dignidade dos valentes. Eis seus nomes: Geraldo Rodrigues de Souza, de 26 anos; Arlindo Lúcio da Silva, de 25 anos; e Geraldo Baeta da Cruz, de 28 anos. Reze por eles!
As crianças mostradas no clipe são residentes em Montese, situada próxima a Monte Castelo, cidades italianas libertadas pelas tropas brasileiras, onde ocorreram os últimos combates da 2ª Guerra Mundial na Itália, ficando assim aquele país livre de uma vez por todas do jugo nazi-fascista, graças à intrepidez dos valorosos soldados do Brasil, que lutaram em desagravo dos milhares de civis indefesos brasileiros, assassinados no mar à traição por submarinos alemães e italianos, pois Hitler suspeitava que o Brasil mandava matéria prima para os Estados Unidos, inclusive borracha.
Vendo o entusiasmo daquelas crianças, em agradecimento aos libertadores da região onde moravam seus ancestrais oprimidos pela guerra, não posso entender porque razão nenhuma autoridade civil ou militar brasileira se interessou em mostrar ao povo brasileiro tão sublime demonstração de gratidão e respeito por um punhado de heróis brasileiros. Não deveria o povo brasileiro ficar alheio a um fato inusitado como este, que nos torna dignos diante de todas as crianças do mundo.
Agora mesmo, o Oriente Médio se convulsiona em uma guerra destruidora, que vem sacrificando milhares de crianças sírias e africanas, mostradas ao mundo pela televisão – uma tristeza de sangrar o coração! Entre a grande alegria das crianças italianas mostrada no clipe, e as imagens cruentas das criancinhas massacradas no Oriente Médio e na África, elevo aqui meu agradecimento a Deus pelo arrojo dos soldados brasileiros, que tiveram participação efetiva na pacificação da Europa, e mais recentemente, livraram o Brasil das garras do comunismo.


