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Opinião

Gilson Cavalcanti Ricci: "Vandalismo nas escolas"

Gilson é advogado

DA REDAÇÃO

11/07/2016 - 00h00
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A cada dia que passa mais cresce o vandalismo nas escolas públicas, sem que a autoridade competente imponha exemplar punição aos responsáveis por este grave ultraje à educação brasileira. A audácia dos vândalos chegou ao cúmulo de patrocinar invasões de prédios escolares por hordas desvairadas de estudantes, que se alojam no interior das escolas invadidas por vários dias. E assim, além dos transtornos ao funcionamento normal do estabelecimento, a  baderna incontida impede os alunos neutros de entrarem nas salas de aula, o que constitui uma real ameaça de perda do ano letivo. O tumulto explode quando a polícia chega para garantir o cumprimento da liminar de reintegração de posse, ocasião em que os amotinados se irritam, chegando à temeridade de agredirem os policiais, e estes, impedidos de reagirem energicamente, tornam-se inúteis para conter a anarquia dos adolescentes. Este é o quadro dantesco, que passou a ser visto na televisão brasileira de uns tempos para cá. 

No Mato Grosso do Sul, não raramente acontecem ocorrências chocantes, altamente danosas ao ensino nas escolas públicas estaduais e municipais. Agressões de alunos a professores e vice-versa, chegando já a acontecer o assassinato de um professor por um aluno, no interior da  escola. Brigas fatais entre alunos já fizeram duas mortes de adolescentes, também no âmbito da escola. A falta de respeito para com o mestre em sala de aula tornou-se uma banalidade no cotidiano escolar. E muitos outros inconvenientes desse naipe ameaçam nossas escolas públicas. Todavia, ninguém se arrisca à tomada de medidas necessárias a banir o terror de nossas escolas. Basta alguém tentar reagir energicamente contra tal situação fática, para, de imediato, ver-se diante de ferrenha oposição embasada na Constituição e no Estatuto da Criança e do Adolescente.

O vandalismo vai longe. Alunos mal-educados depredam as instalações materiais da escola, picham as paredes com frases imorais, danificam banheiros, quebram espelhos e aparelhos sanitários, provocam entupimento de vasos sanitários com papel higiênico, etc. Para coibir tais agressões ao bem comum, a Lei Municipal nº 5603/2015 pune o aluno infrator com medidas de caráter educativo, oferecendo ao educador meios legais de obrigar o aluno a respeitar a coisa pública, o que merece o aplauso de toda a população campo-grandense. Inspirado neste dispositivo municipal, o Projeto de Lei nº 00219/2015, de autoria do deputado Lídio Lopes, do PEN, em trâmite perante a Assembleia Legislativa, tem por objetivo o mesmo caráter educativo de impor ao infrator a reparação dos danos causados no ambiente escolar. Foi o quanto bastou para que a oposição, encabeçada pelos hipócritas do PT, ficasse irada contra a matéria, invocando a Constituição e o ECA!

O Conselho Regional de Psicologia do MS, coloca-se radicalmente contrário ao referido Projeto de Lei, razão pela qual emite longa exposição de motivos fundada no ECA e na CF/88. E a Lei da Palmada, que recentemente entrou em vigor no Brasil? Ora, a Psicologia, como ciência humana, não prevê castigo físico moderado como uma ameaça real à formação psicológica do menor. Se assim fosse não teríamos em vigor a referida “Lei da Palmada” (Lei nº 13.010/2015), que autoriza expressamente a aplicação de castigo ao menor infrator. Creio que a oposição dos hereges da esquerda comunista comandada pelo PT não é sincera. Por outro lado, a oposição manifestada pelo CRP-14/MS certamente não é unânime perante a comunidade científica. Estariam os conselheiros signatários daquele documento fazendo jurisprudência minoritária de matéria já consolidada em lei? Não acredito. Entrementes, o respeitável entendimento dos mestres pantaneiros da Psicologia merece respeito e consideração.

EDITORIAL

2026: o ano do cerco ao crime organizado

Que 2026 seja, de fato, o ano em que o Estado brasileiro avance além do discurso eleitoral e entregue à sociedade ações concretas, eficazes e permanentes

22/12/2025 07h15

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O ano de 2026 desponta no horizonte como um marco decisivo para o enfrentamento ao crime organizado no Brasil. Não por acaso, trata-se de um ano eleitoral, quando a segurança pública volta a ocupar o centro do debate político e social.

Mas seria um erro reduzir o endurecimento do discurso e das ações apenas ao calendário das urnas. A realidade impõe, por si só, uma resposta mais firme, coordenada e inteligente do Estado frente ao avanço das facções criminosas e à sofisticação de suas engrenagens financeiras e operacionais.

É verdade que, em anos eleitorais, governos tendem a intensificar operações e anúncios na área da segurança. A sociedade, cansada da violência cotidiana, cobra respostas.

Ainda assim, pouco importa a motivação inicial, desde que as ações sejam efetivas, estratégicas e produzam resultados duradouros. Combater o crime organizado não pode ser sinônimo de operações midiáticas ou ações pontuais. É preciso ir ao coração do problema: o dinheiro.

Descapitalizar e desmobilizar quadrilhas deve ser o objetivo central. Facções sobrevivem e se expandem porque movimentam cifras milionárias, lavadas por meio de empresas de fachada, contratos simulados, criptomoedas e uma infinidade de artifícios cada vez mais sofisticados.

Sem atacar a lavagem de dinheiro, qualquer combate ao crime será superficial e ineficaz. O mesmo vale para os golpes cibernéticos, que se multiplicam em velocidade alarmante, atingindo cidadãos comuns, empresas e o próprio poder público.

A criminalidade de rua também precisa ser enfrentada com seriedade. Roubos e furtos, especialmente de telefones celulares, tornaram-se uma epidemia urbana.

Para muitas famílias de baixa renda, o celular é o principal – e às vezes o único – patrimônio, além de ferramenta essencial de trabalho, comunicação e acesso a serviços básicos. Proteger esse bem é, também, proteger a dignidade de milhões de brasileiros.

No contexto regional, o alerta é ainda mais grave. Combater o crime organizado é também impedir que grandes facções ampliem seu domínio territorial.

Mato Grosso do Sul já convive com a presença do PCC e do Comando Vermelho, organizações conhecidas por sua capacidade de infiltração, violência e articulação interestadual.

Agora, conforme mostramos nesta edição, o Terceiro Comando Puro (TCP) também chegou ao Estado. Trata-se de mais uma engrenagem criminosa a disputar espaço, rotas, mercados ilegais e poder.

Esse cenário exige das forças de segurança muito mais do que retórica. É necessário levar esse combate a sério, com integração entre polícias, Ministério Público, Judiciário e órgãos de inteligência financeira. Investigações técnicas, compartilhamento de informações, uso de tecnologia e foco na asfixia financeira das facções precisam ser prioridades absolutas.

O crime organizado não se combate apenas com viaturas nas ruas, mas com inteligência, planejamento e coragem institucional.

Que 2026 seja, de fato, o ano em que o Estado brasileiro avance além do discurso eleitoral e entregue à sociedade ações concretas, eficazes e permanentes. A população já esperou demais.

ARTIGOS

Câncer na juventude: inesperado e devastador

Costuma ser associada a idosos, porém isso é um engano fatal, porque desde que nascemos, estamos sujeitos a ela

20/12/2025 07h45

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O diagnóstico de câncer não é algo simples, pois muitas vezes requer diversos exames. Mas, desde o momento em que se cogita a possibilidade, o reflexo desta simples suposição começa a impactar a vida do paciente e de todos à sua volta.

Esta doença costuma ser associada a idosos, porém isso é um engano fatal, porque desde que nascemos, estamos sujeitos a ela. São tipos e riscos diferentes, mas tanto um bebê quanto um idoso podem sofrer de câncer.

Um idoso entende a doença como consequência da sua longevidade, e um bebê não compreende o que está acontecendo. Porém, um jovem, que muitas vezes se acha imortal, com tantos anos de vida pela frente, sofre um abalo devastador, não apenas financeiro, mas também emocional.

Um jovem acha que pode superar qualquer obstáculo, e, de repente, a vida lhe coloca diante de uma doença que pode abreviar sua longa história, transformando o que seria um livro num simples artigo de uma página. 

Nada passa a ser racional. Alguns são mais receptivos, outros mais agressivos. O fato é que toda ajuda será necessária, e agora aquele jovem independente e invencível precisará entender que, sozinho, não vai a lugar nenhum.

Um jovem morrendo não é algo fácil para seus pais, família e amigos aceitarem. A doença se entranha na estrutura familiar e abala seus alicerces. 

A vida social é deixada de lado para enfrentar um tratamento no qual o paciente não sabe se sairá vivo ao final. Sua vida está por um fio, e ele precisa acreditar que vai dar certo, ter esperança. Por isso, o suporte emocional é um forte aliado no sucesso do tratamento.

Existem entidades privadas e governamentais que trabalham para reduzir o sofrimento criando bancos de sangue e órgãos, profissionais que dão apoio, organizações que apoiam financeiramente o tratamento, voluntários que se propõem a ajudar no dia a dia. 

Nessa busca por suporte, apesar do importante papel das entidades, é nas histórias contadas por meio de livros, filmes e outras famílias que o paciente encontra um colo para deitar, um ombro amigo. São experiências que foram vividas por outras pessoas, mas que servem de referência sobre as batalhas que estão por vir, as mudanças de hábitos, sequelas e dores.

São histórias de vida e de superação que transmitem acolhimento, trazem esperança e dão forças para seguir em frente na busca da cura de uma doença implacável que não tem idade.

Essas histórias criam conexões que afastam a solidão, trazem o conhecimento de quem passou pela mesma dor e ajudam a criar pontes para superar os maus momentos.

É importante que o jovem perceba que não está enfrentando essa batalha sozinho, que ele se sinta acolhido, que acredite no tratamento. Como toda doença, identificar cedo é importante e a melhor chance de cura. Vamos estar alertas porque ninguém está livre do câncer.

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