Artigos e Opinião

OPINIÃO

J.Bandeira: "Infundadas são as acusações contra Moro"

Economista e Bacharel em Direito

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Licenciando, no período de 15 a 19 de julho, por despacho presidencial, para tratar de assuntos particulares (DOU-08.07.19), o Ministro Sérgio Moro, já retornou as atividades.

Sob a minha ótica, no comando da Lava-Jato, Moro demonstrou singular brilhantismo na apuração dos delitos, formando um conjunto de forças com a Polícia Federal, Ministério Público, o STJ e o STF, que vêm mantendo em pé as instituições brasileiras.

Assim, a Operação Lava-Jato, fundamentada nas normas sobre lavagem de dinheiro, consubstanciadas na Lei n° 9613/98, oriunda da adesão do Brasil à Convenção de Viena, em 1988, que trata do combate às transações ilícitas, resultantes de corrupção, da sonegação fiscal e do tráfico de drogas e, assim, a Lava-Jato, apoiada nesses fundamentos jurídicos e, sobretudo, ouvindo o clamor das ruas e, também, o humor do STF, dos militares, o Juiz Sérgio Moro, instrumentalizado nas normas que norteiam a Operação Lava-Jato, ganhou perante a opinião pública, o mais elevado grau de musculatura.

A grande verdade, é que Sérgio Moro, já é uma celebridade nacional, por meio de suas sentenças, mudou o Brasil. Assumindo postura enérgica, no papel de protagonista, levou à cadeia dois presidentes da república (Lula e Michel Temer) e, ainda, processou outros dois (Dilma Rousseff e Fernando Collor).

Sem dúvida, o trabalho dos integrantes da Lava-Jato, com Moro no comando, resgatou o orgulho nacional. Entre corruptos e corruptores, o Juiz puniu mais de 140 pessoas, com penas que somam mais de 2000 anos. Moro disse, ainda, que das 45 sentenças que proferiu, o Ministério Público Federal recorreu em 44 delas, lembrando, ainda, que das condenações pedidas, pela força-tarefa, absolveu 63 acusados, ou seja, 21% do total, e dos 298 pedidos de prisão preventiva, e temporária, feitas pela força-tarefa, 91 foram negados. É o cumprimento do dever cívico-social, com ausência total de conluios.

Moro, é líder mundial e nacional. No mês de maio/19, Moro foi escolhido 13° maior líder mundial pela revista Fortune, numa lista de 50 nomes, nela, incluindo o Papa Francisco e Angela Merkel. No Brasil, nada menos do que 270 juízes federais, apresentaram ao presidente da Associação dos Juízes Federais (AJUFE), moção de apoio a Sérgio Moro. Reportando-se às mensagens divulgadas pelo site The Intercept, os 270 juízes afirmaram: “Mesmo que as conversas sejam autênticas, não ofendem o princípio da imparcialidade que rege a conduta de um magistrado”.

Sobre as denúncias do site The Intercept Brasil, envolvendo diálogo de uma suposta interferência de Moro, quando exercia suas funções investigativas na Lava-Jato, o referido site, teria divulgado mensagens que sugerem Moro orientando a atuação de integrantes da Lava-Jato, em supostas conversas com o Procurador Deltan Dallagnol.

E daí, qual é o problema? São acusações, suspeitas de causar risos ou escárnio, contra Sérgio Moro, vocifera a Juíza Denise Frossard: “Eu conversava com os promotores? Claro que sim”.

“Juristas, estão lembrando que, de acordo com o Código Penal, um mesmo juiz pode controlar investigações, como é o caso de Sérgio Moro na operação Lava-Jato e julgar os processos, dando sentença final. É dessa maneira que funciona qualquer força-tarefa no Brasil. Por isso Moro disse, sobre conversas com Deltan Dallagnol, que apenas combinou com os procuradores as etapas das operações que tinham de ser autorizadas por ele, ou seja, de acordo com o Código Penal” (Correio do Estado, 17/06/19).

Substanciando as minhas assertivas, relato o repúdio do vice-presidente do Brasil, Hamilton Mourão, sobre referida conversa vazada: “No exército, a gente tem uma linguagem muito clara: Se eu tiver de ir para uma guerra, levo o Sérgio Moro e Deltan Dallagnol”.

EDITORIAL

Santa Casa refém da própria má gestão

A Santa Casa precisa de mais do que socorros emergenciais: precisa de coragem para mudar, responsabilidade na gestão e respeito por quem sustenta sua missão

23/12/2025 07h15

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A situação vivida pela Santa Casa de Campo Grande ao fim de mais um ano é, infelizmente, a repetição de um roteiro conhecido – e previsível.

Há, pelo menos, uma década, o maior hospital filantrópico do Estado é vítima não apenas de um sistema público de saúde subfinanciado, mas, sobretudo, de escolhas administrativas equivocadas, da falta de planejamento e de uma gestão que parece incapaz de romper com seus erros históricos.

Neste fim de ano, o cenário chega a um ponto simbólico e constrangedor: a instituição depende, literalmente, de um milagre para pagar o 13º salário de seus funcionários.

Profissionais que sustentam o atendimento diário de milhares de pacientes, que enfrentam plantões exaustivos, superlotação, escassez de insumos e pressão constante, agora convivem com a angústia de não saber se receberão um direito básico. Isso não honra o nome “Santa Casa”.

Não há justiça social, não há moralidade administrativa e tampouco humanidade em deixar esses trabalhadores à mercê da incerteza.

É evidente que o problema não se resume à gestão interna. O subfinanciamento do Sistema Único de Saúde (SUS) é uma realidade nacional, e a Santa Casa, como tantas outras instituições filantrópicas, sofre com valores defasados, repasses insuficientes e atrasos frequentes.

O poder público tem, sim, parcela relevante de responsabilidade nesse quadro. Ignorar isso seria desonesto. No entanto, usar essa realidade como justificativa permanente para a ineficiência interna é igualmente inaceitável.

O que salta aos olhos é a aparente falta de disposição da administração do hospital em buscar eficiência, especialmente no campo financeiro.

Os números mostram que apenas o serviço da dívida – os juros e encargos pagos anualmente aos bancos – seria suficiente para quitar não apenas o 13º salário e evitar o acúmulo de outras obrigações em atraso, mas também de quitar quase toda a folha anual. Isso revela um modelo de gestão que prioriza a manutenção de passivos bancários em detrimento do compromisso com seus trabalhadores.

Mais uma vez, a saída apontada parece ser recorrer a novos empréstimos ou aguardar aportes emergenciais do poder público. Trata-se de um ciclo perverso. Endividar-se para cobrir despesas correntes, como folha de pagamento, não é uma estratégia de sustentabilidade; é um atalho para o colapso.

Empréstimos deveriam servir para investimentos, modernização, ganho de eficiência e redução de custos futuros – não para tapar buracos mensais de um caixa cronicamente desequilibrado.

O resultado é uma dívida cada vez menos saudável, maior dependência externa e nenhuma solução estrutural. Enquanto isso, a transparência sobre gastos, contratos e decisões estratégicas segue insuficiente, o que apenas aprofunda a desconfiança da sociedade e dos funcionários.

É lamentável que um hospital com tamanha importância social, histórica e simbólica chegue a esse ponto ano após ano. A Santa Casa precisa de mais do que socorros emergenciais: precisa de coragem para mudar, de responsabilidade na gestão e de respeito por quem sustenta a sua missão.

Sem isso, continuará sobrevivendo de milagres – e milagres, como se sabe, não fazem planejamento financeiro.

ARTIGOS

Terrorismo e religiosidade

Fundamentalismo dos terroristas de todos os matizes é antissemita, anticristão e anti-hislamista, porque se vale da inimizade aos valores religiosos para disseminar o ódio

22/12/2025 07h45

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A propósito do recente e trágico ataque ocorrido na Austrália, que vitimou diversas pessoas – algumas delas fatalmente – durante a pacífica celebração do Hanukkah, a festa das luzes da comunidade judaica, impõem-se algumas reflexões sobre os motivos e as consequências de tal ato.

À falta de definição mais apropriada, e sem entenderem bem o que teria motivado os ataques, aparentemente praticados por pessoas isoladas, os analistas chamaram a atenção para a facilidade com que se adquirem armamentos hoje em dia, fenômeno que ocorre também em nosso País.

É simbólico que a festa das luzes seja muito próxima dos festejos de Natal. Também no Tempo do Advento as luzes da coroa vão sendo acesas em crescente até que a Luz do Mundo venha a nascer na noite tão esperada pelos cristãos.

Jesus Cristo não selecionava ninguém. Qualquer pessoa seria bem acolhida por Ele, bastando que professasse o único mandamento propriamente cristão: ama o próximo como a ti mesmo. Aliás, o Cristo ia além e dizia: amai vossos inimigos, o que revela, igualmente, o modelo mais aberto de compreensão da pessoa do próximo.

Na verdade, o fundamentalismo dos terroristas – de todos os matizes – é antissemita, anticristão e anti-hislamista, porque se vale da inimizade aos valores religiosos para disseminar o ódio, a cultura de morte a que já se referia São João Paulo II.

Trata-se, portanto, do mesmo tipo de fundamentalismo que outros grupos de terroristas praticam para excluir as minorias de todo o tipo, mesmo as que não professem nenhuma crença.

É simbólico que tenha sido Ahmed, o sírio, a desarmar um dos terroristas, o que lhe custou dois ferimentos.

Esses terroristas disparam, inclusive pelos meios de comunicação virtual, contra todos aqueles que não pensam como eles. Eis quem são, em certo sentido, os verdadeiros fundamentalistas do ódio. Por que teriam escolhido a reunião do Hanukkah, tão plena de simbolismos?

Não nos prendamos a esse vetor. Basta atentar para os recentes ataques a uma mesquita e a uma feira natalina para que se ponha foco na essência do que está em jogo.

A enorme confusão ideológica e doutrinal do terrorismo revela, antes de tudo, mentes perturbadas, incapazes de discernir entre o bem e o mal. Ou, se quisermos embaralhar ainda mais as cartas, incapazes de discernir a esquerda da direita.

A confusão ideológica, aliás, não é apenas um sintoma de desordem mental, mas a estratégia consciente de aniquilar a pluralidade inerente à condição humana.

O extremismo, ao se apropriar de símbolos sagrados e transformá-los em bandeiras de exclusão, trai a própria essência de qualquer fé que pregue a transcendência e o amor ao Criador, pois desumaniza a criatura feita à sua imagem.

Desta forma, o verdadeiro combate ao terrorismo não se limita à repressão policial ou militar, mas passa necessariamente pela defesa intransigente da educação e do diálogo inter-religioso.

É a luz da razão e da tolerância que deve ser acesa para dissipar a escuridão do fanatismo, provando que a diferença de crença jamais pode ser motivo para a guerra, mas sim o motor para um enriquecimento mútuo da civilização.

Urge que os homens de boa vontade se ergam, em uníssono, em favor de uma cultura de paz e de liberdade religiosa, e que todas as luzes se acendam em alerta contra toda e qualquer manifestação terrorista.

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