Artigos e Opinião

OPINIÃO

José Roberto Securato: "Você é a solução para sua carreira, use o tempo a seu favor"

José Roberto Securato Junior é vice-presidente do IBEVAR (Instituto Brasileiro de Executivos de varejo e mercado de Consumo)

Redação

23/12/2016 - 01h00
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Um estudo recente da Revista Science Advances, constatou que, em média, nós brasileiros vamos para a cama por volta de 23h40. Levando-se em consideração que a maioria encerra o expediente às 18h00, estamos falando de praticamente seis horas livres por dia. Em um ano, são mais de duas mil horas, ou melhor, 91 dias. Por isso, uma pergunta importante: O que você faz nessas horas vagas? Espero que a resposta não seja trânsito, seguido de jantar em frente à TV, novela/Netflix e cama. Pelo menos não todos os dias. 

Já que gastamos boa parte do dia com o trabalho, é importante estar contente e satisfeito com sua carreira. Se você não está contente, não está evoluindo tão rápido quanto gostaria, não está no emprego dos sonhos ou não está recebendo as oportunidades que acha que merece, talvez seja melhor começar a utilizar essas seis horas livres por dia para investir em VOCÊ.

Pensando nisso, a primeira coisa que me vem à mente é saúde. Saia do sofá! Para sua mente estar saudável, o resto do corpo também deve estar. Revigore corpo, mente e aumente a autoestima. Prefira se possível, reservar a manhã para as atividades físicas, pois o horário pós-trabalho pode e deve ser utilizado para outras coisas. Porém se você preferir inverta, a ordem dos fatores não altera o resultado, faça o que funcionar melhor para você. 

Estude, alias estude muito. Conhecimento é um processo contínuo. O processo de aperfeiçoamento não tem fim e fica ainda mais gostoso quando começamos a compartilhar nosso conhecimento com os outros, pois fica mais intenso quando o ensinamos a alguém. É incrível! Com base nisso, vamos para outro ponto importante, a leitura.

Leia mais, audiobook também vale.  A leitura pode ser sobre qualquer coisa. Aliás, melhor ainda que seja diversificada. Os últimos livros que eu ouvi (sim, sou fã de audiobooks) foram sobre a China, a bomba atômica, romance, a crise de 1929, uma pequena história de todas as coisas, e assim vai...

Coloque a mão na massa.  O mundo está lotado de ideias boas, algumas ótimas. Dê o primeiro passo, por mais tolo e simples que seja. Tenha discernimento, às vezes é importante parar, pensar e decidir, mas em outras vezes é importante pensar menos, arregaçar as magas e se arriscar. Também acho relevante promover o compartilhamento de ideias, projetos, grupos de discussão, escrever artigos e comentários inteligentes que agreguem valor nas redes sociais, além de participar de associações importantes do segmento atuante.

Para finalizar e comprovar que o equilibro é a base de tudo, aprenda também a relaxar. É fundamental saber se desligar após um dia cansativo do mundo depois de um dia cansativo, talvez estressante de trabalho. Não sejamos radicais, você pode reservar uma boa parte daquelas 6 horas diárias para não fazer nada. Mas cada hora que você não gastar no sofá vai se acumular ao longo do tempo, e te fará mais forte, mais preparado, e com uma rede de relacionamento melhor.

O resultado será visível e pode mudar a sua vida. Você é a solução para sua carreira, use o tempo a seu favor.

 

EDITORIAL

É preciso passar um pente-fino na Cosip

O que a sociedade exige e com razão é transparência permanente sobre a aplicação da Cosip. Trata-se de uma contribuição pesada no bolso do contribuinte

20/12/2025 07h15

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A deflagração da Operação Apagar das Luzes, nesta sexta-feira, pelo Grupo Especializado de Combate à Corrupção (Gecoc) do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), é mais um daqueles episódios que deixam claro que a iluminação pública de Campo Grande guarda muito mais sombras do que se imaginava.

E, ao que tudo indica, ainda há muito a ser revelado sobre contratos, cifras e responsabilidades envolvendo um serviço essencial para a cidade.

Campo Grande figura entre os municípios que mais arrecadam no Brasil com a Contribuição para o Custeio do Serviço de Iluminação Pública (Cosip). Trata-se de uma arrecadação robusta, bilionária ao longo dos anos, paga mensalmente pelo cidadão na conta de energia elétrica.

Ainda assim, a realidade vista nas ruas é contraditória: bairros inteiros convivem com postes apagados, avenidas mal iluminadas e áreas que se tornam vulneráveis à criminalidade justamente pela ausência de luz.

A investigação que apura fraudes estimadas em R$ 62 milhões lança uma pergunta inevitável: como é possível faltar iluminação em um município que arrecada tanto?

Reportagem publicada pelo Correio do Estado no ano passado mostrou que a Cosip de Campo Grande superava, à época, a arrecadação de Curitiba – cidade com mais que o dobro da população. Mesmo assim, a capital sul-mato-grossense convive com um serviço precário e reclamações recorrentes da população.

O mais preocupante é que essas suspeitas de irregularidades surgem em meio a um discurso constante de crise financeira propagado pela administração municipal.

Se confirmadas, as fraudes não estariam ocorrendo em um cenário de escassez, mas sim em um verdadeiro manancial de recursos. Isso agrava ainda mais o quadro, pois revela que o problema pode não ser falta de dinheiro, mas falhas graves de gestão, fiscalização e zelo com o dinheiro público.

É legítimo esperar explicações detalhadas sobre os contratos firmados, os critérios de pagamento e a execução dos serviços. Mas isso, por si só, não basta. O que a sociedade exige – e com razão – é transparência permanente sobre a aplicação da Cosip. Trata-se de uma contribuição pesada no bolso do contribuinte, que deveria retornar em forma de ruas iluminadas, mais segurança e melhor qualidade de vida.

Nesse contexto, o trabalho do Gecoc merece reconhecimento. Mais uma vez, o MPMS cumpre seu papel institucional de investigar, cobrar respostas e iluminar áreas em que a administração pública falhou.

Combater a corrupção não é apenas punir culpados, mas também criar condições para que os serviços públicos funcionem melhor e com mais eficiência.

Iluminação pública não é luxo. É segurança, mobilidade e dignidade urbana. Se há dinheiro sobrando e luz faltando, algo está profundamente errado – e precisa ser corrigido com urgência, transparência e responsabilidade.

ARTIGOS

Redes sociais: o "estacionamento" da reputação corporativa

Qual é o limite entre a liberdade de expressão do trabalhador e a proteção da honra e da imagem empresarial

19/12/2025 07h45

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No ambiente corporativo contemporâneo, a fronteira entre opinião pessoal e responsabilidade profissional se tornou quase invisível. Com a hiperconectividade, qualquer manifestação nas redes sociais tem potencial para alcançar ampla visibilidade. Um único comentário ofensivo de um funcionário é capaz de comprometer a confiança interna, afetar a reputação da marca e desencadear litígios.

Quando as manifestações de funcionários ultrapassam o limite da crítica construtiva e se convertem em acusações ou declarações com potencial de impactar negativamente a imagem e a credibilidade da organização, abre-se espaço a um debate essencial: qual é o limite entre a liberdade de expressão do trabalhador e a proteção da honra e da imagem empresarial?

A repercussão, em casos como esse, costuma ser imediata. Colegas, clientes, fornecedores e demais parceiros têm acesso ao conteúdo, potencializando seus efeitos e ampliando o risco reputacional.

Qualquer que seja o caminho de resposta, a análise jurídica deve ser cuidadosa. A Consolidação das Leis do Trabalho (art. 482, alíneas j e k) prevê a possibilidade de dispensa por justa causa quando o empregado pratica ato lesivo à honra ou à boa fama de qualquer pessoa “no serviço”, especialmente quando dirigido ao empregador ou superiores hierárquicos.

A jurisprudência tem entendido que publicações em redes sociais podem produzir efeitos equivalentes aos de condutas praticadas no ambiente físico de trabalho, legitimando a aplicação da penalidade.

A Constituição Federal (art. 5º, incisos IV, V e X) assegura a liberdade de expressão, mas estabelece limites claros quando essa manifestação viola direitos relacionados à honra, à imagem e à dignidade. Já o Marco Civil da Internet reforça mecanismos de responsabilização de plataformas mediante notificação, permitindo respostas mais ágeis a conteúdos ilícitos.

Com a evolução da sociedade, a linha que separa opinião de ofensa se tornou cada vez mais tênue. A liberdade de expressão é garantida, mas não é absoluta: quando a crítica se transforma em injúria ou difamação, há quebra de confiança, podendo configurar justa causa, inclusive quando a conduta ocorre fora do expediente.

O desafio, agora, reside na interpretação. A definição do que constitui “crítica legítima” ou “falta grave” ainda é variável entre diferentes julgadores, o que aumenta o risco de reversão de penalidades, pedidos de indenização e danos à reputação corporativa.

Em um ambiente empresarial cada vez mais exposto ao escrutínio público, sobretudo nas redes sociais, torna-se imprescindível que as organizações adotem políticas claras, protocolos seguros de apuração e documentação robusta para fundamentar suas decisões e que as decisões e a gestão de tópicos sensíveis considerem estratégia, cautela e respaldo técnico.

Condutas inadequadas de colaboradores podem gerar impactos relevantes, mas a resposta empresarial deve estar alinhada à legislação e às melhores práticas de governança.

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