Artigos e Opinião

ARTIGO

Luiz Fernando Mirault Pinto: "As cinzas mais escuras"

Físico e Administrador

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Na atividade agropecuária não sustentável de baixa produtividade devido ao baixo custo é pratica comum a queimada dita controlada na “preparação” do solo. No caso do cerrado, os incêndios podem ocorrer de causas naturais agindo nesse tipo de vegetação cuja característica é de enfrentamento ao fogo e de recuperação imediata, assujeitadas às intempéries assim como as temperaturas altas, baixa umidade relativa, tempo seco, combustão espontânea, descargas elétricas e outros fenômenos resultantes de atritos.  

Na vegetação amazônica ou floresta húmida os incêndios não ocorrem naturalmente, mas pela intervenção humana, onde se iniciam após a derrubada de árvores e desmatamentos, levando a destruição lenta, persistente, e de recuperação demorada, finalizando com a morte pela queimada inicialmente das árvores de casca fina até atingir seu cerne, diferentemente das que compõem a diversidade do bioma do cerrado das cascas grosas, resistentes à ação do fogo, aliando a quebra das sementes.

Todavia para desviar a atenção da gravidade das queimadas ilegais e, portanto criminosas, uma vez que grandes árvores armazenam quantidades de carbono e na queima as liberam para atmosfera acelerando as mudanças climáticas (imaginemos áreas correspondente a 16 campos de futebol), as autoridades, colaboradores, sabichões e aduladores se arvoraram em afirmar que tais incêndios, seriam comuns, normais e naturais na região amazônica, ao justificar o desmonte das políticas ambientais até então bem sucedidas e ao permitir ações “liberalizantes e desregulamentatórias” sob a égide do desenvolvimento econômico da região, e a falsa afirmativa de uma soberania ufanista. 

Onde há fumaça há fogo! As cinzas nocivas resultante dos fenômenos físico-químicos desde o aumento da temperatura, os gases expelidos, a alteração da matéria à formação de outras substancias e a irreversibilidade ao estado inicial, respectivamente, são uma constante na história em busca do progresso e de uma economia não sustentável, atualmente preocupantes quanto ao futuro do planeta, talvez insignificantes frente à barbárie civilizatória, das guerras, do terrorismo, da fome, dos deslocamentos migratórios, das ofensas, discriminação, intolerância religiosa, que marcam os momentos atuais da radicalização.

Essas são as cinzas mais escuras que entre nós se caracterizam à semelhança do mundo materialmente desenvolvido embora eticamente comprometido com inúmeras causas sociais, traduzidas pela polarização ideológica, exercício hegemônico, privilegiando ofensas, enaltecendo ideários fascistas, revisitando o próprio “Elogio a Loucura” (E. Rotterdam) com a visão distorcida da ciência a partir dos “filósofos terraplanistas” (?), e com cenas do “Teatro do Absurdo” (M. Esslim), sobre um drama existencialista que se refere a solidão e a incomunicabilidade do homem apesar do advento dos avanços das relações sociais na web que no fundo distingue a individualidade.

Nosso cenário governamental pantomímico é o pano de fundo para toda sorte de disparates, que caracterizam as cinzas mais escuras, como a negação da ciência sobre o evidente que aquecimento global e a afirmação que questões ambientais dizem respeito apenas aos “veganos” ou que o nazismo era de esquerda (delírios); ao se falar inadequada e jocosamente sobre “cocô de índios” capazes de impedir licenciamentos governamentais ou solucionar problemas de poluição sugerindo frequências e intermitência de evacuação diária da população, dizeres que demonstram fases de regressão infantil como forma de enfrentar situações conflituosas para chamar atenção (desatinos); confundir Dinamarca com Noruega ao negar dados oficiais sobre desmatamento e se justificar apresentando índices produzidos nos governos anteriores ou enaltecer a todo o momento figuras desprezíveis de torturadores (asnices); indicação despreparada para representação do país no exterior ou emitir opiniões sobre estudantes qualificando-os como idiotas úteis (tagarelices); ofender dignatários de países dos quais dependemos das relações econômicas e estratégicas se contrapondo a política da boa vizinhança reconhecida ou ameaçar a imprensa colocando em risco a liberdade de expressão (arrogância).

As queimadas morais éticas (as cinzas mais escuras) são mais graves que as físicas por não sabermos até quando estaremos sujeitos ao rescaldo das loucuras latentes!

EDITORIAL

2026: o ano do cerco ao crime organizado

Que 2026 seja, de fato, o ano em que o Estado brasileiro avance além do discurso eleitoral e entregue à sociedade ações concretas, eficazes e permanentes

22/12/2025 07h15

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O ano de 2026 desponta no horizonte como um marco decisivo para o enfrentamento ao crime organizado no Brasil. Não por acaso, trata-se de um ano eleitoral, quando a segurança pública volta a ocupar o centro do debate político e social.

Mas seria um erro reduzir o endurecimento do discurso e das ações apenas ao calendário das urnas. A realidade impõe, por si só, uma resposta mais firme, coordenada e inteligente do Estado frente ao avanço das facções criminosas e à sofisticação de suas engrenagens financeiras e operacionais.

É verdade que, em anos eleitorais, governos tendem a intensificar operações e anúncios na área da segurança. A sociedade, cansada da violência cotidiana, cobra respostas.

Ainda assim, pouco importa a motivação inicial, desde que as ações sejam efetivas, estratégicas e produzam resultados duradouros. Combater o crime organizado não pode ser sinônimo de operações midiáticas ou ações pontuais. É preciso ir ao coração do problema: o dinheiro.

Descapitalizar e desmobilizar quadrilhas deve ser o objetivo central. Facções sobrevivem e se expandem porque movimentam cifras milionárias, lavadas por meio de empresas de fachada, contratos simulados, criptomoedas e uma infinidade de artifícios cada vez mais sofisticados.

Sem atacar a lavagem de dinheiro, qualquer combate ao crime será superficial e ineficaz. O mesmo vale para os golpes cibernéticos, que se multiplicam em velocidade alarmante, atingindo cidadãos comuns, empresas e o próprio poder público.

A criminalidade de rua também precisa ser enfrentada com seriedade. Roubos e furtos, especialmente de telefones celulares, tornaram-se uma epidemia urbana.

Para muitas famílias de baixa renda, o celular é o principal – e às vezes o único – patrimônio, além de ferramenta essencial de trabalho, comunicação e acesso a serviços básicos. Proteger esse bem é, também, proteger a dignidade de milhões de brasileiros.

No contexto regional, o alerta é ainda mais grave. Combater o crime organizado é também impedir que grandes facções ampliem seu domínio territorial.

Mato Grosso do Sul já convive com a presença do PCC e do Comando Vermelho, organizações conhecidas por sua capacidade de infiltração, violência e articulação interestadual.

Agora, conforme mostramos nesta edição, o Terceiro Comando Puro (TCP) também chegou ao Estado. Trata-se de mais uma engrenagem criminosa a disputar espaço, rotas, mercados ilegais e poder.

Esse cenário exige das forças de segurança muito mais do que retórica. É necessário levar esse combate a sério, com integração entre polícias, Ministério Público, Judiciário e órgãos de inteligência financeira. Investigações técnicas, compartilhamento de informações, uso de tecnologia e foco na asfixia financeira das facções precisam ser prioridades absolutas.

O crime organizado não se combate apenas com viaturas nas ruas, mas com inteligência, planejamento e coragem institucional.

Que 2026 seja, de fato, o ano em que o Estado brasileiro avance além do discurso eleitoral e entregue à sociedade ações concretas, eficazes e permanentes. A população já esperou demais.

ARTIGOS

Câncer na juventude: inesperado e devastador

Costuma ser associada a idosos, porém isso é um engano fatal, porque desde que nascemos, estamos sujeitos a ela

20/12/2025 07h45

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O diagnóstico de câncer não é algo simples, pois muitas vezes requer diversos exames. Mas, desde o momento em que se cogita a possibilidade, o reflexo desta simples suposição começa a impactar a vida do paciente e de todos à sua volta.

Esta doença costuma ser associada a idosos, porém isso é um engano fatal, porque desde que nascemos, estamos sujeitos a ela. São tipos e riscos diferentes, mas tanto um bebê quanto um idoso podem sofrer de câncer.

Um idoso entende a doença como consequência da sua longevidade, e um bebê não compreende o que está acontecendo. Porém, um jovem, que muitas vezes se acha imortal, com tantos anos de vida pela frente, sofre um abalo devastador, não apenas financeiro, mas também emocional.

Um jovem acha que pode superar qualquer obstáculo, e, de repente, a vida lhe coloca diante de uma doença que pode abreviar sua longa história, transformando o que seria um livro num simples artigo de uma página. 

Nada passa a ser racional. Alguns são mais receptivos, outros mais agressivos. O fato é que toda ajuda será necessária, e agora aquele jovem independente e invencível precisará entender que, sozinho, não vai a lugar nenhum.

Um jovem morrendo não é algo fácil para seus pais, família e amigos aceitarem. A doença se entranha na estrutura familiar e abala seus alicerces. 

A vida social é deixada de lado para enfrentar um tratamento no qual o paciente não sabe se sairá vivo ao final. Sua vida está por um fio, e ele precisa acreditar que vai dar certo, ter esperança. Por isso, o suporte emocional é um forte aliado no sucesso do tratamento.

Existem entidades privadas e governamentais que trabalham para reduzir o sofrimento criando bancos de sangue e órgãos, profissionais que dão apoio, organizações que apoiam financeiramente o tratamento, voluntários que se propõem a ajudar no dia a dia. 

Nessa busca por suporte, apesar do importante papel das entidades, é nas histórias contadas por meio de livros, filmes e outras famílias que o paciente encontra um colo para deitar, um ombro amigo. São experiências que foram vividas por outras pessoas, mas que servem de referência sobre as batalhas que estão por vir, as mudanças de hábitos, sequelas e dores.

São histórias de vida e de superação que transmitem acolhimento, trazem esperança e dão forças para seguir em frente na busca da cura de uma doença implacável que não tem idade.

Essas histórias criam conexões que afastam a solidão, trazem o conhecimento de quem passou pela mesma dor e ajudam a criar pontes para superar os maus momentos.

É importante que o jovem perceba que não está enfrentando essa batalha sozinho, que ele se sinta acolhido, que acredite no tratamento. Como toda doença, identificar cedo é importante e a melhor chance de cura. Vamos estar alertas porque ninguém está livre do câncer.

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