Tanto uma palavra ou a outra, de origens incertas ou desconhecidas são empregadas na cultura popular para designar atitudes e comportamentos de pessoas caracterizadas pelas praticas de ações que fogem das virtudes morais (ética) cultuadas pela sociedade como atributos positivos para seu humano.
Folcloricamente o termo pilantra se associa a desonestidade de propósito ou seja, a intenção de se auferir benefícios ou vantagens indevidas resultante de ações relativas à praticas desonestas, trapaças, sendo afeito a pessoa que se vale da forma incorreta de agir, aparentando diferentemente do que são ao ludibriar o próximo.
Já a palavra malandro, se refere popularmente ao individuo esperto, que se encontra sempre atento para aproveitar oportunidades de lucrar à custa de outrem. Aquele que se aproveita da situação do momento dentro da naturalidade e ardilosamente por meio de artimanhas obtém sucesso no seu intento.
Talvez a diferença entre os dois tipos assemelhados de distinguem pelo comportamento característico da forma de agir, do objeto e da finalidade: O pilantra é maldoso, se aproveita diretamente das pessoas, independente da fraqueza ou fragilidade que ela demonstra. É considerado após seu feito como um mau caráter, crápula, um ser desprezível, abjeto.
O malandro diferentemente se beneficia da situação, procurando angariar confiança entre os atores ao exercer sua capacidade de manobra, de artimanha, por vezes se utilizando da ganância ou esperteza alheia, mas sempre empregando expedientes jocosos ou irreverentes de modo a dissimular suas intenções. Após suas realizações, o malandro muitas vezes é enaltecido ou invejado, e quase sempre perdoado por suas atitudes levianamente reprováveis.
No cenário político atual, embora com raras exceções, podemos dividir com algumas reservas e considerações, os atores em malandros e pilantras e os fatos assim descritos: não é de hoje que os recursos extra-caixa de empresas privadas operadoras de obras estatais assim como subsídios de empresas públicas vinculadas a elas, são garantidos por apadrinhados políticos e se destinam as candidaturas eleitorais, a ponto da confissão de integrante da mais alta corte ao externar seu espanto não estava nessa constatação e sim na surpresa da ingenuidade do povo, como se disso não soubessem até o momento.
Ações policialescas, conduções coercitivas cinematográficas juntamente com uma mídia cooptada que divulga noticiários diários dirigindo e confundindo a opinião pública misturando desvios, propinas, roubos, e as mais diversas operações de busca e apreensão envolvendo empresários, ex-ministros, contrabandistas, doleiros e contraventores de toda ordem, com a crise econômica, a má gestão pública dos estados, ataques as minorias, seqüestros, assaltos e demais violências, intolerâncias e preconceitos, como se tudo resultasse de uma ação governamental.
Um pseudo-governo que convoca um “parlamento de interesses” para aprovação de medidas que tratarão do futuro na população e o desmonte da administração pública sem que esta o tenha referendado, ou se utiliza de um grupo de manifestantes “batedores de panelas” ingenuamente manobrados para a derrocada final da entrega do patrimônio ao mercado e ao capital especulativo.
Arma-se um ardil objetivando o impedimento da presidência com base em fajutas afirmações, desmitificadas juridicamente, mas apoiadas por parlamentares inescrupulosos, alvos de investigações, com a intenção de barrar as ações da justiça, comprovadamente confessada em “grampos telefônicos” por autoridades governamentais e modificar o cenário político por meio de um golpe declarado por confirmação de líder do governo provisório- definitivo ao declarar em plenário com a maior empáfia de que entendem do assunto, que os objetivos reais do afastamento são outros e não especificamente algum crime de responsabilidade, onde tal afirmativa se fez verdadeira após confirmação de um membro do TCU, mudando sua convicção anterior.
Acontecimentos incríveis como esses e tantos outros indescritíveis nos levam a concluir que a exceção de alguns de nós, os otários, o resto é formado por Malandros & Pilantras, que agem com interesses próprios, indiscerníveis, isto é de má fé, como os pilantras ou de esperteza como os malandros.


