Artigos e Opinião

OPINIÃO

Mário Amaral Rodrigues: "Veja a lição de Jericó"

Professor aposentado da UFMS

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Há algum tempo circulou uma revista chamada Escândalo, cujo estilo era expor o que se apurasse de comprometedor em alguém famoso(a). A cantora Dolores Duran (falecida em 1959, aos 29 anos), mais lembrada pela canção “Noite de Meu Bem” (hoje eu quero a rosa mais que houver... e a primeira estrela que vier...); Maysa (cantora não menos famosa) que eu admirava. Foram alguns dos alvos daquela revista, órgão da chamada “imprensa marrom”, fechada, por decisão da Justiça, por explorar faltas e qualquer atos desabonadores de gente famosa. 

O famoso escritor português, Gregório de Matos, ficou conhecido como o “Boca do Inferno”, tal a agressividade de seu linguajar literário. Veja bem, nem a revista fofoqueira mencionada, tampouco o famoso Boca do Inferno, “fuçaram” a vida de ascendentes de “vítimas” suas, longínquos ou não, para atingir quaisquer outros. A busca de ascendentes da Senhora Bolsonaro, evidentemente com o propósito de atingir o Chefe de Estado e de fustigar o governo, como arma política  inescrupulosa ao extremo, doeu na nossa digna, brilhante e elegante PRIMEIRA DAMA, no nosso Chefe de Estado, doeu em mim e, creio, em qualquer um que se veja ser humano. O povo brasileiro, Senhora Bolsonaro, “quer a rosa mais linda que houver” para, em reverência de estilo e de amor, passar às suas mãos. 

A covarde ação dos detratores, constitui volta da imprensa marrom (agora vermelha) sobre a qual há jurisprudência, decretando fechamento. Veja que a então oportuna e justa medida não está tão longe de nossos dias e guarda similaridade com a agressão cruel que ora se registra. O autor deste, adolescente ao tempo da aludida medida jurídica, aos 85 anos, se depara com ato ainda mais vil do que embasou o fechamento do “órgão saprófito” dos anos 50 e ousa alertar: Não veja essa COISA NOJENTA como simples e facilmente superável. O povo tem, no coração, o alto brado da linguagem em gestos graciosos da Senhora Bolsonaro. Está solidário na dor. Sem que se veja, a dor pode transformar em pedras de fogo, as que foram lançadas, com velado, mas evidente, objetivo de desestabilizar o Governo e desafiar o Estado. Veja a trincheira de onde partem as pedras. Ela é composta, igualmente, por pessoas (embora nada humanas) que vivem na mesma sociedade e, portanto, “alvos potenciais” se não já atingidos, como muitos de nós outros (o autor deste foi) pela presença da droga ilícita em pessoa amada. 

Veja você, que brada covardemente entrincheirado atrás de uma placa: É a imprensa (em cor explicativa de seu propósito), sua trincheira pode não ser uma fortaleza que resista a um sapateado disciplinado, se fazendo terremoto, de um povo ferido, mas ungido, como ocorreu em Jericó.

EDITORIAL

Santa Casa refém da própria má gestão

A Santa Casa precisa de mais do que socorros emergenciais: precisa de coragem para mudar, responsabilidade na gestão e respeito por quem sustenta sua missão

23/12/2025 07h15

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A situação vivida pela Santa Casa de Campo Grande ao fim de mais um ano é, infelizmente, a repetição de um roteiro conhecido – e previsível.

Há, pelo menos, uma década, o maior hospital filantrópico do Estado é vítima não apenas de um sistema público de saúde subfinanciado, mas, sobretudo, de escolhas administrativas equivocadas, da falta de planejamento e de uma gestão que parece incapaz de romper com seus erros históricos.

Neste fim de ano, o cenário chega a um ponto simbólico e constrangedor: a instituição depende, literalmente, de um milagre para pagar o 13º salário de seus funcionários.

Profissionais que sustentam o atendimento diário de milhares de pacientes, que enfrentam plantões exaustivos, superlotação, escassez de insumos e pressão constante, agora convivem com a angústia de não saber se receberão um direito básico. Isso não honra o nome “Santa Casa”.

Não há justiça social, não há moralidade administrativa e tampouco humanidade em deixar esses trabalhadores à mercê da incerteza.

É evidente que o problema não se resume à gestão interna. O subfinanciamento do Sistema Único de Saúde (SUS) é uma realidade nacional, e a Santa Casa, como tantas outras instituições filantrópicas, sofre com valores defasados, repasses insuficientes e atrasos frequentes.

O poder público tem, sim, parcela relevante de responsabilidade nesse quadro. Ignorar isso seria desonesto. No entanto, usar essa realidade como justificativa permanente para a ineficiência interna é igualmente inaceitável.

O que salta aos olhos é a aparente falta de disposição da administração do hospital em buscar eficiência, especialmente no campo financeiro.

Os números mostram que apenas o serviço da dívida – os juros e encargos pagos anualmente aos bancos – seria suficiente para quitar não apenas o 13º salário e evitar o acúmulo de outras obrigações em atraso, mas também de quitar quase toda a folha anual. Isso revela um modelo de gestão que prioriza a manutenção de passivos bancários em detrimento do compromisso com seus trabalhadores.

Mais uma vez, a saída apontada parece ser recorrer a novos empréstimos ou aguardar aportes emergenciais do poder público. Trata-se de um ciclo perverso. Endividar-se para cobrir despesas correntes, como folha de pagamento, não é uma estratégia de sustentabilidade; é um atalho para o colapso.

Empréstimos deveriam servir para investimentos, modernização, ganho de eficiência e redução de custos futuros – não para tapar buracos mensais de um caixa cronicamente desequilibrado.

O resultado é uma dívida cada vez menos saudável, maior dependência externa e nenhuma solução estrutural. Enquanto isso, a transparência sobre gastos, contratos e decisões estratégicas segue insuficiente, o que apenas aprofunda a desconfiança da sociedade e dos funcionários.

É lamentável que um hospital com tamanha importância social, histórica e simbólica chegue a esse ponto ano após ano. A Santa Casa precisa de mais do que socorros emergenciais: precisa de coragem para mudar, de responsabilidade na gestão e de respeito por quem sustenta a sua missão.

Sem isso, continuará sobrevivendo de milagres – e milagres, como se sabe, não fazem planejamento financeiro.

ARTIGOS

Terrorismo e religiosidade

Fundamentalismo dos terroristas de todos os matizes é antissemita, anticristão e anti-hislamista, porque se vale da inimizade aos valores religiosos para disseminar o ódio

22/12/2025 07h45

Arquivo

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A propósito do recente e trágico ataque ocorrido na Austrália, que vitimou diversas pessoas – algumas delas fatalmente – durante a pacífica celebração do Hanukkah, a festa das luzes da comunidade judaica, impõem-se algumas reflexões sobre os motivos e as consequências de tal ato.

À falta de definição mais apropriada, e sem entenderem bem o que teria motivado os ataques, aparentemente praticados por pessoas isoladas, os analistas chamaram a atenção para a facilidade com que se adquirem armamentos hoje em dia, fenômeno que ocorre também em nosso País.

É simbólico que a festa das luzes seja muito próxima dos festejos de Natal. Também no Tempo do Advento as luzes da coroa vão sendo acesas em crescente até que a Luz do Mundo venha a nascer na noite tão esperada pelos cristãos.

Jesus Cristo não selecionava ninguém. Qualquer pessoa seria bem acolhida por Ele, bastando que professasse o único mandamento propriamente cristão: ama o próximo como a ti mesmo. Aliás, o Cristo ia além e dizia: amai vossos inimigos, o que revela, igualmente, o modelo mais aberto de compreensão da pessoa do próximo.

Na verdade, o fundamentalismo dos terroristas – de todos os matizes – é antissemita, anticristão e anti-hislamista, porque se vale da inimizade aos valores religiosos para disseminar o ódio, a cultura de morte a que já se referia São João Paulo II.

Trata-se, portanto, do mesmo tipo de fundamentalismo que outros grupos de terroristas praticam para excluir as minorias de todo o tipo, mesmo as que não professem nenhuma crença.

É simbólico que tenha sido Ahmed, o sírio, a desarmar um dos terroristas, o que lhe custou dois ferimentos.

Esses terroristas disparam, inclusive pelos meios de comunicação virtual, contra todos aqueles que não pensam como eles. Eis quem são, em certo sentido, os verdadeiros fundamentalistas do ódio. Por que teriam escolhido a reunião do Hanukkah, tão plena de simbolismos?

Não nos prendamos a esse vetor. Basta atentar para os recentes ataques a uma mesquita e a uma feira natalina para que se ponha foco na essência do que está em jogo.

A enorme confusão ideológica e doutrinal do terrorismo revela, antes de tudo, mentes perturbadas, incapazes de discernir entre o bem e o mal. Ou, se quisermos embaralhar ainda mais as cartas, incapazes de discernir a esquerda da direita.

A confusão ideológica, aliás, não é apenas um sintoma de desordem mental, mas a estratégia consciente de aniquilar a pluralidade inerente à condição humana.

O extremismo, ao se apropriar de símbolos sagrados e transformá-los em bandeiras de exclusão, trai a própria essência de qualquer fé que pregue a transcendência e o amor ao Criador, pois desumaniza a criatura feita à sua imagem.

Desta forma, o verdadeiro combate ao terrorismo não se limita à repressão policial ou militar, mas passa necessariamente pela defesa intransigente da educação e do diálogo inter-religioso.

É a luz da razão e da tolerância que deve ser acesa para dissipar a escuridão do fanatismo, provando que a diferença de crença jamais pode ser motivo para a guerra, mas sim o motor para um enriquecimento mútuo da civilização.

Urge que os homens de boa vontade se ergam, em uníssono, em favor de uma cultura de paz e de liberdade religiosa, e que todas as luzes se acendam em alerta contra toda e qualquer manifestação terrorista.

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