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Pessoas precisam de pessoas

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Já parou para pensar que, independentemente do seu sonho, você precisa de pessoas para realizá-lo? Se o seu sonho é se casar e ter filhos, precisa de um homem ou de uma mulher para isso. Se é montar uma empresa, de colaboradores para tocar o negócio com você. Se é construir uma carreira em uma multinacional, de um líder para contratá-lo e de uma equipe para trabalhar em conjunto. Enfim, seja o que desejar, no lugar em que for do planeta Terra, você necessitará de pessoas.

Ainda assim, há duas escolhas a fazer. 

Uma delas é entender isso e viver com essa mentalidade, sabendo que nada conseguirá sozinho. E a outra é ficar orgulhoso, achando que não precisa de ninguém para conquistar as suas realizações. Se optar pela segunda alternativa, as chances de alcançar grandes conquistas sozinho são reduzidas. Isso porque, mais dia ou menos dia, você vai necessitar de pessoas e deverá aprender a lidar com elas.

Foi uma pessoa que o gerou no início de sua vida (a mãe), uma pessoa o tirou de dentro dela (o médico), uma pessoa o instruiu na época de escola (professor), uma pessoa vai se casar com você, uma pessoa vai ser o seu filho ou a sua filha e uma pessoa vai vesti-lo depois que você não tiver mais fôlego de vida, arrumando-o para as despedidas finais de sua missão na Terra. Ou seja, do seu primeiro minuto, ainda no ventre materno, ao último instante de sua existência, você precisará de alguém.

Então, de uma vez por todas, entenda isso e saiba valorizar cada ser humano – cada um deles com suas habilidades, suas melhores ou piores características, seu histórico, seus traumas, seus medos… Não ache que todo mundo tem que ser do jeito que você acredita ser o certo.

E é exatamente aí que entra o mandamento de Jesus, como uma direção tão clara: “Amem uns aos outros como eu os amei”. Sei que amar como Jesus é algo muito forte, porque ele entregou a vida dele por nós. O pedido de amar ao próximo dessa forma parece quase impossível de ser realizado. Porém, devemos nos esforçar para viver uma mentalidade de amor pelas pessoas no nosso dia a dia.

Vou dar um exemplo pessoal. Cresci em um ambiente em que meu pai e minha mãe tinham papéis muito diferentes dentro de casa. Meu pai sempre foi o líder, tomando as iniciativas, era mais firme conosco, filhos, e a última palavra era sempre dele. Já a minha mãe era totalmente o contrário: muito dócil, calma, mansa, e muitas vezes renunciava as próprias vontades para fazer a nossa família feliz.

A partir daí, posso ter dois jeitos de olhar para essas duas pessoas: vendo o lado bom ou o lado ruim delas. Ou falo que meu pai é muito bravo e impaciente ou que ele é corajoso, ousado e protetor. E posso dizer que a minha mãe muitas vezes não teve “pulso firme” comigo e meus irmãos em certas ocasiões ou então enxergar que ela sempre foi como uma coluna da nossa família, edificando o nosso lar por meio de sua sabedoria e paciência.

Portanto, o ponto aqui é aprendermos que cada um tem um conjunto de características que pode ser uma bênção. Depende do que prefiro enxergar e valorizar. O importante é lembrar que todos os seres humanos são imperfeitos. Por isso, para você lidar com as pessoas, tem que saber que todo mundo vai errar – inclusive você. É nessa hora que amar como Jesus deve estar acima de tudo isso, acima das personalidades e dos equívocos.

Ao praticarmos esse direcionamento de Cristo, vamos conquistar uma vida plena na Terra, porque aprenderemos a valorizar o traço de cada pessoa, amando-as como elas são. E finalmente, compreendendo que sozinhos não conseguiremos realizar os nossos sonhos. Ninguém é feliz sozinho. Não fomos criados para viver sozinhos. Pessoas precisam de pessoas. Conscientize-se disso e viva plenitude em todas as áreas de sua vida.

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Cinco anos depois: a educação no pós-pandemia

20/03/2025 07h15

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A pandemia de Covid-19 transformou radicalmente a sociedade, e a educação foi um dos setores mais impactados. O primeiro caso de coronavírus no Brasil foi registrado em fevereiro de 2020, desencadeando uma série de medidas emergenciais que afetaram diretamente o ensino em todos os níveis. O fechamento de escolas e universidades forçou uma transição abrupta para o ensino remoto, evidenciando desafios estruturais e sociais do sistema educacional brasileiro.

Agora, cinco anos após o início da pandemia, é fundamental refletirmos sobre seu legado e o que aprendemos com ela. No auge da Covid, escolas e universidades enfrentaram a necessidade de adaptar suas metodologias de ensino para a virtualidade. Essa transição trouxe desafios tecnológicos, metodológicos e psicológicos tanto para professores quanto para estudantes. Houve resistência de todos os lados, porém, ao mesmo tempo, escolas e instituições de ensino melhores preparadas tecnologicamente saíram na frente. A falta de capacitação para o ensino remoto, para a utilização das ferramentas tecnológicas, e a sobrecarga emocional dos envolvidos foram alguns dos desafios enfrentados.

Nesse contexto, realizei uma pesquisa com um grupo de pesquisadores de quatro países da América Latina. Esse estudo aborda especificamente o cenário de incertezas, erros e acertos das regulações no ensino superior nos países estudados, destacando que nem mesmo as autoridades educacionais tinham certeza de quais medidas adotar. A ausência de diretrizes claras e as mudanças constantes nas políticas contribuíram para um ambiente de extrema volatilidade e insegurança no Ensino Superior.

A crise sanitária expôs e aprofundou as desigualdades educacionais preexistentes. Dados demonstram que muitos estudantes não tinham acesso adequado à internet e a dispositivos eletrônicos para acompanhar as aulas remotas. Segundo um levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 4,3 milhões de estudantes brasileiros não tinham acesso à internet em 2020. Além disso, a evasão escolar no Ensino Médio chegou a 10,1% em algumas regiões, um aumento alarmante em relação aos anos anteriores.

No Ensino Superior, a taxa de evasão também cresceu significativamente, atingindo seu maior patamar (20,8%) nas instituições públicas em 2020 e nas instituições particulares (38,8%), de acordo com um estudo publicado pelo Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras (Crub). A qualidade da Educação Básica foi duramente afetada, resultado em quedas do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) e em dificuldades de aprendizado que até hoje impactam o desempenho dos alunos.

A pandemia impulsionou o crescimento da educação a distância (EaD), consolidando esse modelo como uma alternativa viável e acessível. Dados do Censo da Educação Superior mostram que, em 2021, o número de matrículas em cursos EaD superou pela primeira vez as do ensino presencial. Já o último censo, de 2023, revela que 66,4% – ou seja, mais de 3 milhões dos ingressantes – foram nessa modalidade. Esse crescimento reflete uma mudança na percepção sobre o aprendizado digital e resulta na adoção de metodologias mais flexíveis e acessíveis.

O conceito de aprendizado contínuo (lifelong learning) também ganhou força, tanto pela exigência do mercado de trabalho quanto pela popularização das plataformas digitais, de diversas edtechs e dos cursos on-line, que ampliaram sobremaneira o acesso ao conhecimento, impulsionando novas formas de aprendizado.
Com o retorno às atividades presenciais, buscou-se conciliar o melhor do presencial e do remoto, com muitas tendências indicando um modelo híbrido como alternativa. 

A transformação digital forçada pela pandemia acelerou o mercado das tecnologias educacionais, e a inteligência artificial e as metodologias ativas estão protagonizando o cenário, oferecendo novas possibilidades para a personalização do aprendizado.

A pandemia de Covid-19 deixou marcas profundas na educação, mas também acelerou transformações importantes. O desafio agora é consolidar os aprendizados e garantir que o futuro da educação seja mais significativo, inclusivo, acessível e inovador. O tão falado novo normal chegou, e talvez já esteja passando, deixando a lição de se as mudanças são parte permanente da evolução educacional.

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Vovós: novos tempos, novas regras

15/03/2025 07h45

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A imagem da avó dedicada integralmente aos netos, um arquétipo arraigado no imaginário popular, está sendo drasticamente reformulada. Um estudo da SeniorLab Mercado e Consumo 60+, com base em dados de 18.604 homens e mulheres 60+ de todo o Brasil cadastrados na Maturi, revela que “cuidar dos netos” ocupa apenas a 18ª posição na lista de hobbies preferidos das mulheres dessa faixa etária. Essa descoberta não apenas desafia estereótipos, mas também sinaliza uma mudança crucial no comportamento do consumidor sênior, com implicações significativas para o mercado. O mito da avó totalmente dedicada à família obscureceu por muito tempo a individualidade e os desejos das mulheres 60+. A pesquisa evidencia uma mudança de paradigma: essa persona está se transformando em um consumidor com novas demandas, aspirações, foco no seu cuidado e limites.

A longevidade crescente e a melhoria da qualidade de vida criaram um novo segmento de consumo: mulheres 60+ que buscam autonomia e realização pessoal. A aposentadoria, antes vista como um declínio, agora é percebida como uma oportunidade para investir em experiências e atividades que proporcionem bem-estar e prazer. A atividade física lidera o ranking de hobbies, seguida por viagens, culinária e atividades sociais. Esse perfil de consumo busca produtos e serviços que promovam saúde, bem-estar e experiências enriquecedoras, em que a tecnologia desempenha um papel fundamental na vida das mulheres 60+, conectando-as ao mundo e abrindo novas oportunidades de consumo. A internet e as redes sociais são canais essenciais para alcançar esse público, oferecendo informações, produtos e serviços personalizados.

A mudança de prioridades das avós exige uma revisão das estratégias de marketing quando o ponto de interesse é a família. O foco não deve ser apenas nos produtos e serviços para netos, mas também nas necessidades e desejos das avós como consumidoras independentes. O mercado de produtos e serviços para o envelhecimento ativo e saudável está em franca expansão. As mulheres 60+ são um público-alvo promissor para empresas que oferecem soluções para saúde, bem-estar, lazer e educação. Os novos luxos da consumidora 60+ são o autocuidado e o bem-estar. As empresas que oferecem produtos e serviços que promovam a autoestima, a saúde mental e a beleza têm um grande potencial de crescimento nesse mercado.

As marcas que desejam se conectar com o público 60+ precisam quebrar estereótipos e adotar uma nova narrativa, que valorize a autonomia, a individualidade e a diversidade das mulheres nessa faixa etária. A maturidade feminina é diversa e multifacetada. As empresas precisam adotar estratégias de marketing personalizadas, que primeiramente entendam e depois atendam às necessidades e desejos específicos de cada segmento. A mídia e o marketing têm um papel fundamental na reafirmação e na consolidação de novas narrativas sobre a maturidade feminina. É preciso dar voz às mulheres 60+, mostrando suas histórias, seus desafios e suas conquistas.

As empresas que desejam se destacar no mercado 60+ precisam adotar uma postura de responsabilidade social e inclusão, oferecendo produtos e serviços acessíveis e adaptados às necessidades desse público. O futuro do mercado 60+ é gigante e trilionário, com um grande potencial de inovação e oportunidades. As empresas que forem bem orientadas e aprenderem a compreender as necessidades e desejos desse público estarão à frente da concorrência. Ao adotar práticas inclusivas e valorizar a diversidade, as empresas contribuem para a construção de uma sociedade mais justa e equitativa.    

O conceito de “aging in market” emerge como um pilar fundamental neste momento de redefinição estratégica para o mercado 60+. À medida que a sociedade evolui e os estereótipos tradicionais se desfazem, torna-se imperativo ajustar bússolas, narrativas e mensagens para refletir a realidade multifacetada desse público. Não se trata apenas de reconhecer o envelhecimento populacional como um fato, mas de compreender as nuances desse processo e como ele molda o comportamento do consumidor sênior e o quanto a indústria criativa ainda se baseia em preconceitos disfarçados de percepções. Ao adotar uma abordagem centrada no marketing 60+, as empresas podem se aperfeiçoar, criar produtos, serviços e campanhas de marketing que ressoem autenticamente com o público 60+, construindo relacionamentos duradouros e impulsionando o crescimento.

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