Supostamente vivemos em uma República Federal Presidencialista de regime Democrático Representativo. Qualquer vocabulário ainda que limitado sabe que Democracia Representativa é a escolha de alguém para representar os interesses do povo. Mas quais interesses?
A imposição do voto obrigatório é uma arma contra o cidadão. Pois caso se abstenha de votar sofre suas penalidades. O voto, manifestação da preferência do eleitor, quando obrigatório é incompatível com uma sociedade dita democrática. Devido principalmente à irrepresentabilidade dos candidatos aos cargos. Somos obrigados a escolher entre os “menos piores”. Depois beber o veneno com um pouco de gelo e festa porque candidato xis (menos pior) ganhou “democraticamente”. Sem entrar em detalhes nas legendas partidárias que elegem candidatos com um número de votos bem menos expressivos, deixando dúvidas novamente quanto ao “voto democrático”.
Nesta Ditadura Democrática a simples observância das reclamações do povo, do silêncio, do medo e do sentimento de impotência cidadã nos mostra quão longe estamos do governo que dizemos que sustentamos. Nada proporcionado do governo satisfaz nossas expectativas enquanto cidadãos.
Há dois anos, grande parte dos brasileiros saíram às ruas protestar pelos mais variados desejos de mudanças. Qual começou simbolicamente por R$ 0,20 centavos e apropriou-se do País com o grito de basta à corrupção observada passiva e diariamente nos noticiários. Adentrou-se nas exigências de saúde, educação, cultura, segurança e tantos outros pedidos que iam até à marcha para a legalidade da maconha. Mas os pedidos foram tantos que o Brasil ficou dividido, e as pessoas confusas sem saber o que primeiro querer. Os protestos alcançaram até as cidades mínimas, que ainda assim deixavam sua parcela de inconformidade. As queixas infindáveis, os cartazes, as reclamações de todas as cidades serviram para acentuar nossa insatisfação política. Todos foram incendiados em acreditar que as mudanças poderiam sim acontecer. Mas foram tantas as causas, que nossos pedidos acabaram fragmentados. Mas serviu para nos mostrar que ainda há chances...
A população quer saber: onde está a Democracia Representativa em tudo isso? Não escolhemos parlamentares para que votassem em seus salários ultra-abusivos cada vez mais altos. Há tempos isso é considerado um assalto para o contribuinte, arcar com essa remuneração exacerbada que aumenta cada vez mais como se houvesse necessidade.
E insistem em dizer que foram escolhidos pelo povo, mas se esquecem de que fomos obrigados a optar pelos “menos piores” salvo uma partícula mínima que se salva disso.
Nunca pudemos nos posicionar sobre as divisões e tantos ministérios. Nunca nos perguntaram sobre o número de deputados estaduais, federais, de vereadores e de todos os cargos comissionados que ELES fizeram por direito existir. (E que a população nunca quis).
E daqueles “menos piores” que elegemos transbordam as falácias, a falta de dignidade e ética em cumprir as promessas proferidas em campanha. Que democracia é essa onde as coisas para funcionarem têm que ser privatizadas? Nada contra essas instituições que fazem as coisas acontecer, muito pelo contrário, ainda bem que existem. Mas se pago tantos impostos, deveria ter uma devolução mínima em bem-estar e serviços satisfatórios.
Mas isso não acontece, pois se quisermos uma escola melhor, andar em uma estrada sem buracos, qualidade e pronto atendimento na saúde, segurança residencial ou automotiva temos que adquirir tudo de iniciativas privadas. Sem mencionar a insegurança das ruas de onde não podemos nos proteger. Isso é apenas o que o governo que se diz que nos representa não nos proporciona. Para que então temos governo?
Por que temos que pagar tanto e não temos retorno algum?
Esses motivos e tantos outros são os que nos levam a pensar que estamos em uma “Ditadura Democrática” onde serão banidos e defenestrados os que se levantarem contra o governo, e ficarão paralisados e impedidos das mais diversas formas aqueles que descumprirem o pagamento de alguma taxa.
Todavia o aumento de impostos nestes dias nos faz lembrar as grandes narrações épicas monárquicas, onde os reis gastavam tudo para obter tudo do bom e do melhor, e de repente se davam conta de que não tinham mais riquezas. O reinado então mandava aumentar os impostos e cobrar cada vez mais dos plebeus que tinham que desdobrar-se para pagá-los, enquanto os patrícios se deleitavam às custas deles, sem se importar se haveria ou não formas de pagar esses impostos que já eram abusivos. Alguma semelhança? Bem, se não os escolhemos para isso e somos obrigados, forçados a cumprir o que eles bem entendem de economia alguma coisa está errada.
Mas o que cada um poderia fazer para mudar isso? Proponho com este artigo um abaixo-assinado, qual tem por intenção que (presidente, ministros, senadores, deputados federais, governadores, deputados estaduais, prefeitos, vereadores e todos os cargos comissionados) diminuam em 70% (setenta por cento) seus salários. E diminuam a quantidade de ministérios, assessores, deputados federais e estaduais e vereadores em 50% (cinquenta por cento) E que retirem o aumento dos impostos que entendemos que já são extremamente abusivos e que estes sejam revistos em sua aplicabilidade, pois entendemos que a população não usufrui daquilo que é obrigado ditatorialmente a contribuir.
E pergunto novamente: em que sistema político realmente vivemos?


