Artigos e Opinião

OPINIÃO

Sharon Rogoski: "A Ditadura Democrática"

Professora, escritora, artista plástica, cantora e mãe com esperanças de um País melhor

Redação

15/02/2015 - 00h00
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Supostamente vivemos em uma República Federal Presidencialista de regime Democrático Representativo. Qualquer vocabulário ainda que limitado sabe que Democracia Representativa é a escolha de alguém para representar os interesses do povo. Mas quais interesses?

A imposição do voto obrigatório é uma arma contra o cidadão. Pois caso se abstenha de votar sofre suas penalidades. O voto, manifestação da preferência do eleitor, quando obrigatório é incompatível com uma sociedade dita democrática. Devido principalmente à irrepresentabilidade dos candidatos aos cargos. Somos obrigados a escolher entre os  “menos piores”. Depois beber o veneno com um pouco de gelo e festa porque candidato xis (menos pior) ganhou “democraticamente”. Sem entrar em detalhes nas legendas partidárias que elegem candidatos com um número de votos bem menos expressivos, deixando dúvidas novamente quanto ao “voto democrático”.

Nesta Ditadura Democrática a simples observância das reclamações do povo, do silêncio, do medo e do sentimento de impotência cidadã nos mostra quão longe estamos do governo que dizemos que sustentamos. Nada proporcionado do governo satisfaz nossas expectativas enquanto cidadãos.

Há dois anos, grande parte dos brasileiros saíram às ruas protestar pelos mais variados desejos de mudanças. Qual começou simbolicamente por R$ 0,20 centavos e apropriou-se do País com o grito de basta à corrupção observada passiva e diariamente nos noticiários. Adentrou-se nas exigências de saúde, educação, cultura, segurança e tantos outros pedidos que iam até à marcha para a legalidade da maconha. Mas os pedidos foram tantos que o Brasil ficou dividido, e as pessoas confusas sem saber o que primeiro querer. Os protestos alcançaram até as cidades mínimas, que ainda assim deixavam sua parcela de inconformidade. As queixas infindáveis, os cartazes, as reclamações de todas as cidades serviram para acentuar nossa insatisfação política. Todos foram incendiados em acreditar que as mudanças poderiam sim acontecer. Mas foram tantas as causas, que nossos pedidos acabaram fragmentados. Mas serviu para nos mostrar que ainda há chances...

A população quer saber: onde está a Democracia Representativa em tudo isso? Não escolhemos parlamentares para que votassem em seus salários ultra-abusivos cada vez mais altos. Há tempos isso é considerado um assalto para o contribuinte, arcar com essa remuneração exacerbada que aumenta cada vez mais como se houvesse necessidade.

E insistem em dizer que foram escolhidos pelo povo, mas se esquecem de que fomos obrigados a optar pelos “menos piores” salvo uma partícula mínima que se salva disso.

Nunca pudemos nos posicionar sobre as divisões e tantos ministérios.  Nunca nos perguntaram sobre o número de deputados estaduais, federais, de vereadores e de todos os cargos comissionados que ELES fizeram por direito existir. (E que a população nunca quis).

E daqueles “menos piores” que elegemos transbordam as falácias, a falta de dignidade e ética em cumprir as promessas proferidas em campanha. Que democracia é essa onde as coisas para funcionarem têm que ser privatizadas? Nada contra essas instituições que fazem as coisas acontecer, muito pelo contrário, ainda bem que existem. Mas se pago tantos impostos, deveria ter uma devolução mínima em bem-estar e serviços satisfatórios.

Mas isso não acontece, pois se quisermos uma escola melhor, andar em uma estrada sem buracos, qualidade e pronto atendimento na saúde, segurança residencial ou automotiva temos que adquirir tudo de iniciativas privadas. Sem mencionar a insegurança das ruas de onde não podemos nos proteger. Isso é apenas o que o governo que se diz que nos representa não nos proporciona. Para que então temos governo?

Por que temos que pagar tanto e não temos retorno algum?

Esses motivos e tantos outros são os que nos levam a pensar que estamos em uma “Ditadura Democrática” onde serão banidos e defenestrados os que se levantarem contra o governo, e ficarão paralisados e impedidos das mais diversas formas aqueles que descumprirem o pagamento de alguma taxa.

Todavia o aumento de impostos nestes dias nos faz lembrar as grandes narrações épicas monárquicas, onde os reis gastavam tudo para obter tudo do bom e do melhor, e de repente se davam conta de que não tinham mais riquezas. O reinado então mandava aumentar os impostos e cobrar cada vez mais dos plebeus que tinham que desdobrar-se para pagá-los, enquanto os patrícios se deleitavam às custas deles, sem se  importar se haveria ou não formas de pagar esses impostos que já eram abusivos. Alguma semelhança? Bem, se não os escolhemos para isso e somos obrigados, forçados a cumprir o que eles bem entendem de economia alguma coisa está errada.

Mas o que cada um poderia fazer para mudar isso? Proponho com este artigo um abaixo-assinado, qual tem por intenção que (presidente, ministros, senadores, deputados federais, governadores, deputados estaduais, prefeitos, vereadores e todos os cargos comissionados) diminuam em 70% (setenta por cento) seus salários. E diminuam a quantidade de ministérios, assessores, deputados federais e estaduais e vereadores em 50% (cinquenta por cento) E que retirem o aumento dos impostos que entendemos que já são extremamente abusivos e que estes sejam revistos em sua aplicabilidade, pois entendemos que a população não usufrui daquilo que é obrigado ditatorialmente a contribuir.

E pergunto novamente: em que sistema político realmente vivemos?

EDITORIAL

2026: o ano do cerco ao crime organizado

Que 2026 seja, de fato, o ano em que o Estado brasileiro avance além do discurso eleitoral e entregue à sociedade ações concretas, eficazes e permanentes

22/12/2025 07h15

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O ano de 2026 desponta no horizonte como um marco decisivo para o enfrentamento ao crime organizado no Brasil. Não por acaso, trata-se de um ano eleitoral, quando a segurança pública volta a ocupar o centro do debate político e social.

Mas seria um erro reduzir o endurecimento do discurso e das ações apenas ao calendário das urnas. A realidade impõe, por si só, uma resposta mais firme, coordenada e inteligente do Estado frente ao avanço das facções criminosas e à sofisticação de suas engrenagens financeiras e operacionais.

É verdade que, em anos eleitorais, governos tendem a intensificar operações e anúncios na área da segurança. A sociedade, cansada da violência cotidiana, cobra respostas.

Ainda assim, pouco importa a motivação inicial, desde que as ações sejam efetivas, estratégicas e produzam resultados duradouros. Combater o crime organizado não pode ser sinônimo de operações midiáticas ou ações pontuais. É preciso ir ao coração do problema: o dinheiro.

Descapitalizar e desmobilizar quadrilhas deve ser o objetivo central. Facções sobrevivem e se expandem porque movimentam cifras milionárias, lavadas por meio de empresas de fachada, contratos simulados, criptomoedas e uma infinidade de artifícios cada vez mais sofisticados.

Sem atacar a lavagem de dinheiro, qualquer combate ao crime será superficial e ineficaz. O mesmo vale para os golpes cibernéticos, que se multiplicam em velocidade alarmante, atingindo cidadãos comuns, empresas e o próprio poder público.

A criminalidade de rua também precisa ser enfrentada com seriedade. Roubos e furtos, especialmente de telefones celulares, tornaram-se uma epidemia urbana.

Para muitas famílias de baixa renda, o celular é o principal – e às vezes o único – patrimônio, além de ferramenta essencial de trabalho, comunicação e acesso a serviços básicos. Proteger esse bem é, também, proteger a dignidade de milhões de brasileiros.

No contexto regional, o alerta é ainda mais grave. Combater o crime organizado é também impedir que grandes facções ampliem seu domínio territorial.

Mato Grosso do Sul já convive com a presença do PCC e do Comando Vermelho, organizações conhecidas por sua capacidade de infiltração, violência e articulação interestadual.

Agora, conforme mostramos nesta edição, o Terceiro Comando Puro (TCP) também chegou ao Estado. Trata-se de mais uma engrenagem criminosa a disputar espaço, rotas, mercados ilegais e poder.

Esse cenário exige das forças de segurança muito mais do que retórica. É necessário levar esse combate a sério, com integração entre polícias, Ministério Público, Judiciário e órgãos de inteligência financeira. Investigações técnicas, compartilhamento de informações, uso de tecnologia e foco na asfixia financeira das facções precisam ser prioridades absolutas.

O crime organizado não se combate apenas com viaturas nas ruas, mas com inteligência, planejamento e coragem institucional.

Que 2026 seja, de fato, o ano em que o Estado brasileiro avance além do discurso eleitoral e entregue à sociedade ações concretas, eficazes e permanentes. A população já esperou demais.

ARTIGOS

Câncer na juventude: inesperado e devastador

Costuma ser associada a idosos, porém isso é um engano fatal, porque desde que nascemos, estamos sujeitos a ela

20/12/2025 07h45

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O diagnóstico de câncer não é algo simples, pois muitas vezes requer diversos exames. Mas, desde o momento em que se cogita a possibilidade, o reflexo desta simples suposição começa a impactar a vida do paciente e de todos à sua volta.

Esta doença costuma ser associada a idosos, porém isso é um engano fatal, porque desde que nascemos, estamos sujeitos a ela. São tipos e riscos diferentes, mas tanto um bebê quanto um idoso podem sofrer de câncer.

Um idoso entende a doença como consequência da sua longevidade, e um bebê não compreende o que está acontecendo. Porém, um jovem, que muitas vezes se acha imortal, com tantos anos de vida pela frente, sofre um abalo devastador, não apenas financeiro, mas também emocional.

Um jovem acha que pode superar qualquer obstáculo, e, de repente, a vida lhe coloca diante de uma doença que pode abreviar sua longa história, transformando o que seria um livro num simples artigo de uma página. 

Nada passa a ser racional. Alguns são mais receptivos, outros mais agressivos. O fato é que toda ajuda será necessária, e agora aquele jovem independente e invencível precisará entender que, sozinho, não vai a lugar nenhum.

Um jovem morrendo não é algo fácil para seus pais, família e amigos aceitarem. A doença se entranha na estrutura familiar e abala seus alicerces. 

A vida social é deixada de lado para enfrentar um tratamento no qual o paciente não sabe se sairá vivo ao final. Sua vida está por um fio, e ele precisa acreditar que vai dar certo, ter esperança. Por isso, o suporte emocional é um forte aliado no sucesso do tratamento.

Existem entidades privadas e governamentais que trabalham para reduzir o sofrimento criando bancos de sangue e órgãos, profissionais que dão apoio, organizações que apoiam financeiramente o tratamento, voluntários que se propõem a ajudar no dia a dia. 

Nessa busca por suporte, apesar do importante papel das entidades, é nas histórias contadas por meio de livros, filmes e outras famílias que o paciente encontra um colo para deitar, um ombro amigo. São experiências que foram vividas por outras pessoas, mas que servem de referência sobre as batalhas que estão por vir, as mudanças de hábitos, sequelas e dores.

São histórias de vida e de superação que transmitem acolhimento, trazem esperança e dão forças para seguir em frente na busca da cura de uma doença implacável que não tem idade.

Essas histórias criam conexões que afastam a solidão, trazem o conhecimento de quem passou pela mesma dor e ajudam a criar pontes para superar os maus momentos.

É importante que o jovem perceba que não está enfrentando essa batalha sozinho, que ele se sinta acolhido, que acredite no tratamento. Como toda doença, identificar cedo é importante e a melhor chance de cura. Vamos estar alertas porque ninguém está livre do câncer.

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