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Vários são os aspectos essenciais que apoiam os jovens para o futuro

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As mudanças tecnológicas, sociais e econômicas estão demandando cada vez mais um novo modelo educacional capaz de preparar os indivíduos para um mundo em constante transformação. Isso porque competências digitais, pensamento crítico e adaptável e visão empreendedora têm sido cada vez mais solicitados.

Diante desse cenário, a educação, dentro e fora de casa, deve ir além da simples transmissão de conhecimento, priorizando a formação integral e o desenvolvimento de habilidades socioemocionais, a fim de preparar os jovens para os desafios futuros.

Competências indispensáveis aos jovens. A automação, a digitalização e a economia compartilhada transformaram o mercado de trabalho, exigindo profissionais flexíveis e aptos a lidar com novas tecnologias. De acordo com um estudo realizado pela Deloitte em 2024, 8 em cada 10 profissionais (83%) em início de carreira já chegam ao mercado familiarizados com as ferramentas de inteligência artificial. No entanto, apenas 68% dos trabalhadores efetivos sabem lidar com essas novidades.

Além disso, a globalização e as mudanças sociais tornam ainda mais essencial o desenvolvimento de habilidades interpessoais, como comunicação eficaz e trabalho em equipe. As competências essenciais para o futuro incluem ainda pensamento crítico, resolução de problemas, criatividade, boa comunicação, colaboração, alfabetização digital e inteligência emocional.

Como preparar os estudantes para esse futuro? Mais que compartilhar conhecimento teórico, faz-se necessária a adaptação dos jovens a essas novas realidades. Isso é possível por meio de metodologias ativas de aprendizagem, eficazes no desenvolvimento dessas competências.

Entre elas, destacam-se a educação baseada em projetos, que estimula a resolução de problemas reais; a aprendizagem personalizada, que permite que cada estudante avance no seu próprio ritmo, respeitando suas dificuldades e potencialidades; e o ensino híbrido, que combina ferramentas digitais com as aulas presenciais, oferecendo maior flexibilidade e interdisciplinaridade, conectando diferentes áreas do conhecimento e tornando a aprendizagem mais contextualizada e significativa.

Família e escola devem se unir para enfrentar os desafios. Obstáculos como a defasagem curricular, a resistência à inovação, a desigualdade de acesso à tecnologia e a necessidade de reformular o papel dos educadores no preparo dos estudantes para um mercado de trabalho incerto são reais e exigem uma abordagem educacional que valorize não apenas o conhecimento acadêmico, mas também o desenvolvimento pessoal e emocional.

Nesse contexto, os pais desempenham um papel fundamental na educação dos filhos, ao fortalecer as abordagens vivenciadas por eles nas instituições de ensino. Para tanto, é possível incentivar o pensamento crítico e a leitura, promover a autonomia e estimular a aprendizagem fora do ambiente escolar em atividades extracurriculares, por exemplo.

Não menos importante, habilidades socioemocionais, como empatia, resiliência, colaboração e autogestão, são outros aspectos indissociáveis para o sucesso pessoal e profissional. Trabalhá-las dentro e fora de casa contribui para uma educação mais humanizada, auxiliando os jovens a lidarem melhor com desafios, tomarem decisões assertivas e construírem relações saudáveis.

Em suma, o verdadeiro compromisso das escolas com valores humanos essenciais, como generosidade, compaixão, cooperação e respeito ao próximo, é o que está por trás da formação sólida de jovens críticos, criativos e preparados para um mundo em constante mudança.

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EDITORIAL

É preciso passar um pente-fino na Cosip

O que a sociedade exige e com razão é transparência permanente sobre a aplicação da Cosip. Trata-se de uma contribuição pesada no bolso do contribuinte

20/12/2025 07h15

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A deflagração da Operação Apagar das Luzes, nesta sexta-feira, pelo Grupo Especializado de Combate à Corrupção (Gecoc) do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), é mais um daqueles episódios que deixam claro que a iluminação pública de Campo Grande guarda muito mais sombras do que se imaginava.

E, ao que tudo indica, ainda há muito a ser revelado sobre contratos, cifras e responsabilidades envolvendo um serviço essencial para a cidade.

Campo Grande figura entre os municípios que mais arrecadam no Brasil com a Contribuição para o Custeio do Serviço de Iluminação Pública (Cosip). Trata-se de uma arrecadação robusta, bilionária ao longo dos anos, paga mensalmente pelo cidadão na conta de energia elétrica.

Ainda assim, a realidade vista nas ruas é contraditória: bairros inteiros convivem com postes apagados, avenidas mal iluminadas e áreas que se tornam vulneráveis à criminalidade justamente pela ausência de luz.

A investigação que apura fraudes estimadas em R$ 62 milhões lança uma pergunta inevitável: como é possível faltar iluminação em um município que arrecada tanto?

Reportagem publicada pelo Correio do Estado no ano passado mostrou que a Cosip de Campo Grande superava, à época, a arrecadação de Curitiba – cidade com mais que o dobro da população. Mesmo assim, a capital sul-mato-grossense convive com um serviço precário e reclamações recorrentes da população.

O mais preocupante é que essas suspeitas de irregularidades surgem em meio a um discurso constante de crise financeira propagado pela administração municipal.

Se confirmadas, as fraudes não estariam ocorrendo em um cenário de escassez, mas sim em um verdadeiro manancial de recursos. Isso agrava ainda mais o quadro, pois revela que o problema pode não ser falta de dinheiro, mas falhas graves de gestão, fiscalização e zelo com o dinheiro público.

É legítimo esperar explicações detalhadas sobre os contratos firmados, os critérios de pagamento e a execução dos serviços. Mas isso, por si só, não basta. O que a sociedade exige – e com razão – é transparência permanente sobre a aplicação da Cosip. Trata-se de uma contribuição pesada no bolso do contribuinte, que deveria retornar em forma de ruas iluminadas, mais segurança e melhor qualidade de vida.

Nesse contexto, o trabalho do Gecoc merece reconhecimento. Mais uma vez, o MPMS cumpre seu papel institucional de investigar, cobrar respostas e iluminar áreas em que a administração pública falhou.

Combater a corrupção não é apenas punir culpados, mas também criar condições para que os serviços públicos funcionem melhor e com mais eficiência.

Iluminação pública não é luxo. É segurança, mobilidade e dignidade urbana. Se há dinheiro sobrando e luz faltando, algo está profundamente errado – e precisa ser corrigido com urgência, transparência e responsabilidade.

ARTIGOS

Redes sociais: o "estacionamento" da reputação corporativa

Qual é o limite entre a liberdade de expressão do trabalhador e a proteção da honra e da imagem empresarial

19/12/2025 07h45

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No ambiente corporativo contemporâneo, a fronteira entre opinião pessoal e responsabilidade profissional se tornou quase invisível. Com a hiperconectividade, qualquer manifestação nas redes sociais tem potencial para alcançar ampla visibilidade. Um único comentário ofensivo de um funcionário é capaz de comprometer a confiança interna, afetar a reputação da marca e desencadear litígios.

Quando as manifestações de funcionários ultrapassam o limite da crítica construtiva e se convertem em acusações ou declarações com potencial de impactar negativamente a imagem e a credibilidade da organização, abre-se espaço a um debate essencial: qual é o limite entre a liberdade de expressão do trabalhador e a proteção da honra e da imagem empresarial?

A repercussão, em casos como esse, costuma ser imediata. Colegas, clientes, fornecedores e demais parceiros têm acesso ao conteúdo, potencializando seus efeitos e ampliando o risco reputacional.

Qualquer que seja o caminho de resposta, a análise jurídica deve ser cuidadosa. A Consolidação das Leis do Trabalho (art. 482, alíneas j e k) prevê a possibilidade de dispensa por justa causa quando o empregado pratica ato lesivo à honra ou à boa fama de qualquer pessoa “no serviço”, especialmente quando dirigido ao empregador ou superiores hierárquicos.

A jurisprudência tem entendido que publicações em redes sociais podem produzir efeitos equivalentes aos de condutas praticadas no ambiente físico de trabalho, legitimando a aplicação da penalidade.

A Constituição Federal (art. 5º, incisos IV, V e X) assegura a liberdade de expressão, mas estabelece limites claros quando essa manifestação viola direitos relacionados à honra, à imagem e à dignidade. Já o Marco Civil da Internet reforça mecanismos de responsabilização de plataformas mediante notificação, permitindo respostas mais ágeis a conteúdos ilícitos.

Com a evolução da sociedade, a linha que separa opinião de ofensa se tornou cada vez mais tênue. A liberdade de expressão é garantida, mas não é absoluta: quando a crítica se transforma em injúria ou difamação, há quebra de confiança, podendo configurar justa causa, inclusive quando a conduta ocorre fora do expediente.

O desafio, agora, reside na interpretação. A definição do que constitui “crítica legítima” ou “falta grave” ainda é variável entre diferentes julgadores, o que aumenta o risco de reversão de penalidades, pedidos de indenização e danos à reputação corporativa.

Em um ambiente empresarial cada vez mais exposto ao escrutínio público, sobretudo nas redes sociais, torna-se imprescindível que as organizações adotem políticas claras, protocolos seguros de apuração e documentação robusta para fundamentar suas decisões e que as decisões e a gestão de tópicos sensíveis considerem estratégia, cautela e respaldo técnico.

Condutas inadequadas de colaboradores podem gerar impactos relevantes, mas a resposta empresarial deve estar alinhada à legislação e às melhores práticas de governança.

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