Artigos e Opinião

ARTIGO

Venildo Trevisan: "O martírio"

Frei

Continue lendo...

A história de muitos povos se baseia comumente na força e no poder das armas. Seus heróis são homens e mulheres considerados fortes, corajosos e valentes. Não se contam quantos morrem nas batalhas, nem quantos sofrem mutilações. Contam-se os troféus, os heróis e os vencedores.

A história do cristianismo é muito diferente e se desenvolve mediante testemunhos e serviços heroicos em favor dos menos favorecidos pela sorte, em favor dos marginalizados e dos que não têm pátria nem nome. Suas identidades são desconhecidas, seus valores desprezados e sua honra simplesmente marginalizada.

São seres que se encontram permanentemente em busca de um lenitivo para suas dores, uma luz para suas esperanças, um conforto para sua solidão e um consolo para seus sofrimentos. São seres iguais a tantos outros necessitados de gestos simples que purifiquem suas mentes, lavem os seus pés e garantam solidariedade e paz.

São homens e mulheres, não portadores de armas e fardas, mas de amor e de misericórdia. Não têm medo das armas, pois também as possuem. Não armas que destroem, mas armas que consolam e defendem da maldade e da violência.

Esses homens e mulheres são os mártires que corajosamente decidem colocar-se junto aos pobres e marginalizados. São homens e mulheres enfrentando os poderosos desse mundo pagão e doando generosamente suas vidas em defesa da fé e do amor ao próximo.

São os mártires de todos os tempos e de todos os lugares. São os mártires do início do cristianismo e são os mártires de nossos dias. Não é na glória humana que reside sua decisão em defender e promover o espírito de solidariedade. O que leva esses homens e mulheres a tomarem essas decisões é o amor a Jesus Cristo, é a dedicação e a confiança à missão abraçada. 

Esses mártires não doam seus nomes para monumentos e nem para ruas e praças. Seus nomes permanecem desconhecidos da história das guerras. Mas permanecerão vivos nos corações de todos aqueles e aquelas que cultivam seus sentimentos iluminados pela fé e são alimentados pelo amor cristão.

Esses mártires têm nome, mesmo que o mundo os desconheça. São pais e mães que levam a sério o juramento de amor e fidelidade e se empenham em educar e conduzir santamente suas famílias. Mesmo suportando a pesada cruz das dificuldades na convivência, não desistem de sua sagrada missão.

Esses mártires são os seres humanos que, mesmo amargando alguma doença incurável, não desistem de sua fé em Deus e sua esperança de dias melhores.

Esses mártires são aqueles e aquelas que organizam grupos de evangelização e se infiltram nos meios de comunicação social, nas redes sociais e até nos ambientes hostis aos princípios religiosos. Nesses ambientes, semeiam o testemunho corajoso da justiça e da fé.

São ambientes viciados pelo paganismo, pelo ateísmo e pela indiferença religiosa. São ambientes que desafiam o testemunho de fidelidade aos princípios cristãos. É bom saber que ainda existem esses profetas e mártires da fé. Corajosamente enfrentam ameaças, mas não desistem de sua missão.

EDITORIAL

2026: o ano do cerco ao crime organizado

Que 2026 seja, de fato, o ano em que o Estado brasileiro avance além do discurso eleitoral e entregue à sociedade ações concretas, eficazes e permanentes

22/12/2025 07h15

Continue Lendo...

O ano de 2026 desponta no horizonte como um marco decisivo para o enfrentamento ao crime organizado no Brasil. Não por acaso, trata-se de um ano eleitoral, quando a segurança pública volta a ocupar o centro do debate político e social.

Mas seria um erro reduzir o endurecimento do discurso e das ações apenas ao calendário das urnas. A realidade impõe, por si só, uma resposta mais firme, coordenada e inteligente do Estado frente ao avanço das facções criminosas e à sofisticação de suas engrenagens financeiras e operacionais.

É verdade que, em anos eleitorais, governos tendem a intensificar operações e anúncios na área da segurança. A sociedade, cansada da violência cotidiana, cobra respostas.

Ainda assim, pouco importa a motivação inicial, desde que as ações sejam efetivas, estratégicas e produzam resultados duradouros. Combater o crime organizado não pode ser sinônimo de operações midiáticas ou ações pontuais. É preciso ir ao coração do problema: o dinheiro.

Descapitalizar e desmobilizar quadrilhas deve ser o objetivo central. Facções sobrevivem e se expandem porque movimentam cifras milionárias, lavadas por meio de empresas de fachada, contratos simulados, criptomoedas e uma infinidade de artifícios cada vez mais sofisticados.

Sem atacar a lavagem de dinheiro, qualquer combate ao crime será superficial e ineficaz. O mesmo vale para os golpes cibernéticos, que se multiplicam em velocidade alarmante, atingindo cidadãos comuns, empresas e o próprio poder público.

A criminalidade de rua também precisa ser enfrentada com seriedade. Roubos e furtos, especialmente de telefones celulares, tornaram-se uma epidemia urbana.

Para muitas famílias de baixa renda, o celular é o principal – e às vezes o único – patrimônio, além de ferramenta essencial de trabalho, comunicação e acesso a serviços básicos. Proteger esse bem é, também, proteger a dignidade de milhões de brasileiros.

No contexto regional, o alerta é ainda mais grave. Combater o crime organizado é também impedir que grandes facções ampliem seu domínio territorial.

Mato Grosso do Sul já convive com a presença do PCC e do Comando Vermelho, organizações conhecidas por sua capacidade de infiltração, violência e articulação interestadual.

Agora, conforme mostramos nesta edição, o Terceiro Comando Puro (TCP) também chegou ao Estado. Trata-se de mais uma engrenagem criminosa a disputar espaço, rotas, mercados ilegais e poder.

Esse cenário exige das forças de segurança muito mais do que retórica. É necessário levar esse combate a sério, com integração entre polícias, Ministério Público, Judiciário e órgãos de inteligência financeira. Investigações técnicas, compartilhamento de informações, uso de tecnologia e foco na asfixia financeira das facções precisam ser prioridades absolutas.

O crime organizado não se combate apenas com viaturas nas ruas, mas com inteligência, planejamento e coragem institucional.

Que 2026 seja, de fato, o ano em que o Estado brasileiro avance além do discurso eleitoral e entregue à sociedade ações concretas, eficazes e permanentes. A população já esperou demais.

ARTIGOS

Câncer na juventude: inesperado e devastador

Costuma ser associada a idosos, porém isso é um engano fatal, porque desde que nascemos, estamos sujeitos a ela

20/12/2025 07h45

Continue Lendo...

O diagnóstico de câncer não é algo simples, pois muitas vezes requer diversos exames. Mas, desde o momento em que se cogita a possibilidade, o reflexo desta simples suposição começa a impactar a vida do paciente e de todos à sua volta.

Esta doença costuma ser associada a idosos, porém isso é um engano fatal, porque desde que nascemos, estamos sujeitos a ela. São tipos e riscos diferentes, mas tanto um bebê quanto um idoso podem sofrer de câncer.

Um idoso entende a doença como consequência da sua longevidade, e um bebê não compreende o que está acontecendo. Porém, um jovem, que muitas vezes se acha imortal, com tantos anos de vida pela frente, sofre um abalo devastador, não apenas financeiro, mas também emocional.

Um jovem acha que pode superar qualquer obstáculo, e, de repente, a vida lhe coloca diante de uma doença que pode abreviar sua longa história, transformando o que seria um livro num simples artigo de uma página. 

Nada passa a ser racional. Alguns são mais receptivos, outros mais agressivos. O fato é que toda ajuda será necessária, e agora aquele jovem independente e invencível precisará entender que, sozinho, não vai a lugar nenhum.

Um jovem morrendo não é algo fácil para seus pais, família e amigos aceitarem. A doença se entranha na estrutura familiar e abala seus alicerces. 

A vida social é deixada de lado para enfrentar um tratamento no qual o paciente não sabe se sairá vivo ao final. Sua vida está por um fio, e ele precisa acreditar que vai dar certo, ter esperança. Por isso, o suporte emocional é um forte aliado no sucesso do tratamento.

Existem entidades privadas e governamentais que trabalham para reduzir o sofrimento criando bancos de sangue e órgãos, profissionais que dão apoio, organizações que apoiam financeiramente o tratamento, voluntários que se propõem a ajudar no dia a dia. 

Nessa busca por suporte, apesar do importante papel das entidades, é nas histórias contadas por meio de livros, filmes e outras famílias que o paciente encontra um colo para deitar, um ombro amigo. São experiências que foram vividas por outras pessoas, mas que servem de referência sobre as batalhas que estão por vir, as mudanças de hábitos, sequelas e dores.

São histórias de vida e de superação que transmitem acolhimento, trazem esperança e dão forças para seguir em frente na busca da cura de uma doença implacável que não tem idade.

Essas histórias criam conexões que afastam a solidão, trazem o conhecimento de quem passou pela mesma dor e ajudam a criar pontes para superar os maus momentos.

É importante que o jovem perceba que não está enfrentando essa batalha sozinho, que ele se sinta acolhido, que acredite no tratamento. Como toda doença, identificar cedo é importante e a melhor chance de cura. Vamos estar alertas porque ninguém está livre do câncer.

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).