Noto, embora jovem, que a ânsia do tal “país do futuro” é algo que, há décadas, faz-se presente no imaginário do povo brasileiro. Creio que esse sentimento de esperança deve-se ao otimismo tupiniquim, o qual, infelizmente, parece ser induzido não pelo realismo crítico, mas sim, pelo idealismo romântico. A prova disso é que, até hoje, debate-se os prós e contras do socialismo e capitalismo (discussão, ao meu ver, absolutamente fora de moda). O mundo desenvolvido, ao contrário de grande parte da América Latina, já entendeu que o mercado é a única solução para o saneamento das mazelas sociais, e assim o fez ao adotar o modelo neoliberalista, promovendo, dentre outras diretrizes políticas, o investimento em infraestrutura, educação e, sobretudo, facilitando o empreendedorismo.
Tomarei por exemplo um país que, por conta de seus escassos recursos naturais, teria de tudo para dirigir-se ao fracasso. Refiro-me à pequena Coreia do Sul. Lá, caros leitores, os coreanos, no início da década de 1960, possuíam um PIB per capita de 900 dólares. No mesmo período, em terras tupiniquins, o PIB per capita era o dobro. Pois bem. Hoje, o da Coreia é de 32 mil dólares e no Brasil apenas de 11 mil. Onde reside o erro? Eis que, até os dias atuais, indaga-se, no Brasil, se devemos depositar nossas esperanças no Estado ou no mercado. A Coreia (do Sul, é claro), encontrou rapidamente a resposta e , após sepultar esse debate, passou a investir nas potencialidades do povo sul-coreano. Já há alguns anos, deparamo-nos com produtos industrializados sul-coreanos espalhados pelo mundo inteiro: Samsung, Hyundai, Kia, LG etc. O Brasil, no entanto, mesmo sendo 80 vezes maior do que a Coreia em extensão territorial, contenta-se com seu 24º lugar no ranking de exportadores (o qual, cumpre salientar, conquistou-se através de commodities e não de tecnologia).
Já no campo da educação, 18% dos jovens brasileiros encontram lugar nas universidades. Na Coreia, no entanto, somente 18% não estão nelas. Vergonhoso, não?!
Pois bem. Eis que, navegando em mares revoltos, o Brasil continuou buscando a sonhada Terra Prometida, e, após o Partido dos Trabalhadores terem anunciado ao mundo que finalmente o Brasil havia se tornado um país de sucesso, surge a avassaladora crise econômica. A ilusão, promovida pelo PT, se sustentou por pouco tempo. Solução? É simples: paremos de acreditar no Estado e passemos a investir no mercado.”


