Artigos e Opinião

OPINIÃO

Wilson Victorio Rodrigues: "Mato Grosso do Sul dá sinais de adeus à velha política"

Advogado e psesidente do Instituto Panthéon Jurídico

Redação

08/06/2017 - 01h00
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Em 16 de maio de 2016, neste mesmo periódico, escrevi, na véspera da posse do empresário Pedro Chaves dos Santos Filho como senador da República, um artigo intitulado “Pedro Chaves e o princípio da eficiência”.  Nele, analisei o perfil do novo senador e o quão interessante poderia ser a sua experiência empresarial na vida política.

Acredito no potencial de empresários bem-sucedidos na vida pública, pois, salvo raras exceções, são indivíduos que não dependem do cargo público para atingir a glória material. Não precisam treinar suas capacidades administrativas, pois, geralmente, estas já foram testadas e exercitadas ao longo de suas vidas. Demais disso, são, na maioria das vezes, personalidades carismáticas, uma vez que o mercado exige esse predicado de seus agentes.

O raciocínio não é dos mais complexos: no mercado, se o operador não dá resultados, a instituição vai à falência. No Estado, se o ente público é ineficiente, é a população que paga a conta. Cristalino, portanto, que a vida em mercado dá ao indivíduo habilidades que muito dificilmente seriam alcançadas por aqueles que sempre estiveram pendurados nos galhos do Estado. 

Assim, há motivos sobrantes para regozijar-me da análise que teci em 16 de maio de 2016, pois, conforme se verá a seguir, houve, em 1 ano de vida pública, uma profusão de bons feitos alcançados pelo parlamentar Pedro Chaves: a relatoria da Reforma do Ensino Médio (instrumento capaz de conferir um futuro mais risonho para os jovens brasileiros); a reforma do Código Aeronáutico Nacional (que  se encontrava defasado desde o ano de 1986); o atendimento colaborativo aos municípios do estado; o combate ao foro privilegiado;  e, dentre vários outros feitos, a obtenção, com o apoio do ministro da Fazenda Henrique Meirelles, e do Banco Interamericano de Desenvolvimento, do extraordinário montante de 56 milhões de dólares para a revitalização da região central de Campo Grande. 

É imperioso repetir que a quantia é mesmo extraordinária (aproximadamente 180 milhões de reais), haja vista que o Produto Interno Bruto de Campo Grande está no patamar de 20 bilhões de reais. A cidade não estava acostumada com cifras tão vultosas. Agora, no entanto, a realidade parece mudar, pois, tal como asseverado no início do presente artigo, há no firmamento político brasileiro o nascimento de uma nova safra de homens públicos que possuem compromisso com a eficiência administrativa, exigida pela Carta da República. 

Na verdade, nota-se, de modo geral, que o Brasil inicia um novo capítulo de sua história política, no qual os brasileiros (motivados pelo providencial trabalho da Operação Lava-Jato) estão pretendendo varrer do mapa a facção de políticos que não se apresentam como servidores públicos, comportando-se de maneira ineficaz e, em alguns casos, até criminosa. O retrato perfeito dessa nova consciência do eleitor brasileiro é João Dória Jr., que, também em pouco tempo de mandato, tem promovido uma verdadeira revolução no modos operandi de se gerir uma cidade.

São Paulo já está sendo destinatária de investimentos de fundos do mundo inteiro, e essa atração econômica é, em parte, reflexo da inteligente atuação política de seu atual prefeito. João Dória Jr., tal como Pedro Chaves, é um indivíduo que edificou sua exitosa biografia na iniciativa privada, e, ao que tudo indica, sabe a maneira de conferir eficiência aos projetos que desenvolve.

Essa é a nova política. Esse é o novo Brasil. Muito embora o saudoso Roberto Campos tenha afirmado que em terras tupiniquins a burrice tem um futuro promissor, é bem possível que estejamos vivendo um período de superavit civilizatório, capaz de inaugurar horizontes alvissareiros para o ambiente político brasileiro. 

 

EDITORIAL

2026: o ano do cerco ao crime organizado

Que 2026 seja, de fato, o ano em que o Estado brasileiro avance além do discurso eleitoral e entregue à sociedade ações concretas, eficazes e permanentes

22/12/2025 07h15

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O ano de 2026 desponta no horizonte como um marco decisivo para o enfrentamento ao crime organizado no Brasil. Não por acaso, trata-se de um ano eleitoral, quando a segurança pública volta a ocupar o centro do debate político e social.

Mas seria um erro reduzir o endurecimento do discurso e das ações apenas ao calendário das urnas. A realidade impõe, por si só, uma resposta mais firme, coordenada e inteligente do Estado frente ao avanço das facções criminosas e à sofisticação de suas engrenagens financeiras e operacionais.

É verdade que, em anos eleitorais, governos tendem a intensificar operações e anúncios na área da segurança. A sociedade, cansada da violência cotidiana, cobra respostas.

Ainda assim, pouco importa a motivação inicial, desde que as ações sejam efetivas, estratégicas e produzam resultados duradouros. Combater o crime organizado não pode ser sinônimo de operações midiáticas ou ações pontuais. É preciso ir ao coração do problema: o dinheiro.

Descapitalizar e desmobilizar quadrilhas deve ser o objetivo central. Facções sobrevivem e se expandem porque movimentam cifras milionárias, lavadas por meio de empresas de fachada, contratos simulados, criptomoedas e uma infinidade de artifícios cada vez mais sofisticados.

Sem atacar a lavagem de dinheiro, qualquer combate ao crime será superficial e ineficaz. O mesmo vale para os golpes cibernéticos, que se multiplicam em velocidade alarmante, atingindo cidadãos comuns, empresas e o próprio poder público.

A criminalidade de rua também precisa ser enfrentada com seriedade. Roubos e furtos, especialmente de telefones celulares, tornaram-se uma epidemia urbana.

Para muitas famílias de baixa renda, o celular é o principal – e às vezes o único – patrimônio, além de ferramenta essencial de trabalho, comunicação e acesso a serviços básicos. Proteger esse bem é, também, proteger a dignidade de milhões de brasileiros.

No contexto regional, o alerta é ainda mais grave. Combater o crime organizado é também impedir que grandes facções ampliem seu domínio territorial.

Mato Grosso do Sul já convive com a presença do PCC e do Comando Vermelho, organizações conhecidas por sua capacidade de infiltração, violência e articulação interestadual.

Agora, conforme mostramos nesta edição, o Terceiro Comando Puro (TCP) também chegou ao Estado. Trata-se de mais uma engrenagem criminosa a disputar espaço, rotas, mercados ilegais e poder.

Esse cenário exige das forças de segurança muito mais do que retórica. É necessário levar esse combate a sério, com integração entre polícias, Ministério Público, Judiciário e órgãos de inteligência financeira. Investigações técnicas, compartilhamento de informações, uso de tecnologia e foco na asfixia financeira das facções precisam ser prioridades absolutas.

O crime organizado não se combate apenas com viaturas nas ruas, mas com inteligência, planejamento e coragem institucional.

Que 2026 seja, de fato, o ano em que o Estado brasileiro avance além do discurso eleitoral e entregue à sociedade ações concretas, eficazes e permanentes. A população já esperou demais.

ARTIGOS

Câncer na juventude: inesperado e devastador

Costuma ser associada a idosos, porém isso é um engano fatal, porque desde que nascemos, estamos sujeitos a ela

20/12/2025 07h45

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O diagnóstico de câncer não é algo simples, pois muitas vezes requer diversos exames. Mas, desde o momento em que se cogita a possibilidade, o reflexo desta simples suposição começa a impactar a vida do paciente e de todos à sua volta.

Esta doença costuma ser associada a idosos, porém isso é um engano fatal, porque desde que nascemos, estamos sujeitos a ela. São tipos e riscos diferentes, mas tanto um bebê quanto um idoso podem sofrer de câncer.

Um idoso entende a doença como consequência da sua longevidade, e um bebê não compreende o que está acontecendo. Porém, um jovem, que muitas vezes se acha imortal, com tantos anos de vida pela frente, sofre um abalo devastador, não apenas financeiro, mas também emocional.

Um jovem acha que pode superar qualquer obstáculo, e, de repente, a vida lhe coloca diante de uma doença que pode abreviar sua longa história, transformando o que seria um livro num simples artigo de uma página. 

Nada passa a ser racional. Alguns são mais receptivos, outros mais agressivos. O fato é que toda ajuda será necessária, e agora aquele jovem independente e invencível precisará entender que, sozinho, não vai a lugar nenhum.

Um jovem morrendo não é algo fácil para seus pais, família e amigos aceitarem. A doença se entranha na estrutura familiar e abala seus alicerces. 

A vida social é deixada de lado para enfrentar um tratamento no qual o paciente não sabe se sairá vivo ao final. Sua vida está por um fio, e ele precisa acreditar que vai dar certo, ter esperança. Por isso, o suporte emocional é um forte aliado no sucesso do tratamento.

Existem entidades privadas e governamentais que trabalham para reduzir o sofrimento criando bancos de sangue e órgãos, profissionais que dão apoio, organizações que apoiam financeiramente o tratamento, voluntários que se propõem a ajudar no dia a dia. 

Nessa busca por suporte, apesar do importante papel das entidades, é nas histórias contadas por meio de livros, filmes e outras famílias que o paciente encontra um colo para deitar, um ombro amigo. São experiências que foram vividas por outras pessoas, mas que servem de referência sobre as batalhas que estão por vir, as mudanças de hábitos, sequelas e dores.

São histórias de vida e de superação que transmitem acolhimento, trazem esperança e dão forças para seguir em frente na busca da cura de uma doença implacável que não tem idade.

Essas histórias criam conexões que afastam a solidão, trazem o conhecimento de quem passou pela mesma dor e ajudam a criar pontes para superar os maus momentos.

É importante que o jovem perceba que não está enfrentando essa batalha sozinho, que ele se sinta acolhido, que acredite no tratamento. Como toda doença, identificar cedo é importante e a melhor chance de cura. Vamos estar alertas porque ninguém está livre do câncer.

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