Este ano ficará marcado em Mato Grosso do Sul como um período de intensa atividade de fiscalização e enfrentamento à corrupção. Em poucos meses, já se somam mais de uma dezena de operações do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), órgão vinculado ao Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), e responsável por investigações de grande alcance. Essas ações não apenas revelam o quanto ainda persiste o problema da má gestão e de desvio de recursos públicos, mas também demonstram a capacidade e a disposição das instituições em reagir com firmeza.
O trabalho do Gaeco merece ser aplaudido. Combater irregularidades em licitações, esquemas de propina e a apropriação indevida do dinheiro público é defender a sociedade. Não se trata apenas de um movimento policial ou jurídico. É, acima de tudo, uma resposta necessária àqueles que ainda acreditam que a política pode ser utilizada como um atalho para enriquecer. A cada operação, reafirma-se um recado claro: não há mais espaço para a impunidade que durante décadas corroeu a confiança da população nas administrações municipais.
Nesse contexto, cabe reforçar um ponto essencial. Prefeitos e gestores não podem se limitar ao discurso de que são honestos. O cargo público exige mais do que palavras: exige provas concretas de conduta ética, zelo administrativo e respeito inegociável ao patrimônio coletivo. O municipalismo não se resume a inaugurar obras, cortar fitas ou erguer placas de concreto. Ele deve significar, antes de tudo, a boa administração das finanças locais, a transparência nos contratos e a atenção ao cidadão como contribuinte e eleitor.
É por isso que o papel do Gaeco vai além da repressão. Sua atuação também tem caráter pedagógico. Quando um esquema de corrupção é desbaratado, a lição não é dirigida apenas aos investigados, mas a todos os que pensam em trilhar o mesmo caminho. A força das operações inibe, desestimula e, em muitos casos, faz com que prefeitos e vereadores redobrem cuidados. Assim, o MPMS atua não só na punição, mas também na prevenção.
A imprensa, por sua vez, cumpre sua função ao dar publicidade a esses casos. A sociedade precisa saber quem são os políticos que tratam a coisa pública com o rigor necessário e quem são os que a utilizam como moeda de troca. Essa transparência fortalece a democracia e permite ao eleitor decidir com mais clareza quem merece confiança e quem não pode mais receber o voto.
Portanto, o que se vê em Mato Grosso do Sul, este ano, é um movimento positivo de vigilância e de responsabilização. O combate à corrupção não é simples, tampouco rápido, mas é indispensável. A atuação firme do Gaeco deve servir de exemplo e estímulo, para que cada cidadão e cada instituição continue atento. Afinal, zelar pelo patrimônio público é zelar pelo futuro de todos.


