Parte do grupo de indígenas que ocupa o antigo Museu do Índio, no Maracanã, na Zona Norte do Rio, deixou o prédio por volta das 7h30min desta sexta-feira (22). De acordo com o representante do movimento, Afonso Apurinã, dez pessoas saíram e aceitaram o acordo proposto pelo governo. No entanto, segundo o líder, 50 indígenas ainda resistem a deixar o imóvel. A PM cerca o local desde as 3h.
Mais de 50 policiais, além de vários carros e motos da corporação, cercam o prédio um dia após o governo dar o ultimato aos índios. No local será construído o Museu Olímpico.
Detidos
Pouco antes das 7h, funcionários do governo chegaram ao museu para tentar negociar a desocupação. Os índios, muitos deles encapuzados, resistem a sair do imóvel. Estudantes e simpatizantes do movimento fazem uma manifestação com cartazes, pendindo a permanência dos índios.
Durante a madrugada, três pessoas que participavam do ato foram detidas. Para dispersar o tumulto, a PM usou spray de pimenta e gás lacrimogênio.
O grupo de indígenas que ocupa o local, que se autodenomina Aldeia Maracanã, está no imóvel desde 2006. A 8ª Vara Federal Cível do Rio concedeu imissão de posse em favor do governo estadual e os índios foram notificados em 15 de março.
A Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos ofereceu, além do Hotel Santana, três opções de moradia provisória, até que o Centro de Referência Indígena seja construído na Quinta da Boa Vista, também na Zona Norte, além do Hotel Santanna, no Centro.
Segundo o Secretário estadual de Assistência Social, Zaqueu Teixeira, os indígenas terão que se deslocar para o hotel, onde terão alimentação e um andar exclusivo. Os índios que não quiserem ficar no local, poderão aceitar ficar provisoriamente em três áreas sugeridas pelo governo: um terreno em Jacarepaguá, próximo ao Hotel Curupati; o abrigo Cristo Redentor; ou ao lado do barracão da Odebretch, na Rua Visconde de Niterói.
Zaqueu Teixeira deu um prazo de um ano e meio para a construção do Centro de Referência Indígena. Até lá, os índios poderão escolher um dos locais sugeridos pelo governo, caso aceitem a proposta. Se recusarem, a Justiça poderá obrigar a saída.
Crédito: Gerson Oliveira / Correio do Estado


