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Biscoito é vilão da merenda não saudável na escola, mostra estudo

Em 2019, mais de 60% dos municípios gastavam mais do que o limite da verba da merenda com alimentos não saudáveis

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Biscoitos são os vilões da alimentação não saudável nas escolas do Brasil. Um estudo inédito mostra que esse tipo de alimento ultraprocessado é o quinto mais comprado para estudantes de escolas públicas no país —ele fica atrás apenas de carne bovina, frango, leite em pó e de banana.

Em 2020, uma resolução do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), que fornece recursos a estados e municípios para a compra de alimentação escolar, determinou que a maioria dos alimentos oferecidos aos estudantes devem ser naturais (in natura) ou minimamente processados (arroz e feijão, por exemplo, que passam por algum processo industrial, como limpeza, mas sem adição de produtos químicos).

Foi estabelecido um limite máximo de 20% dos gastos para alimentos processados (industrializados com adição de sal, açúcar ou de outro ingrediente que torne o alimento mais durável, como legumes em conserva) e ultraprocessados (totalmente industrializado, com aditivos químicos, como biscoitos, salsichas, refrigerantes etc.)

O estudo sobre as compras para as escolas brasileiras, divulgado na segunda-feira (9), é resultado de uma parceria entre pesquisadores do Núcleo de Pesquisas Epidemiológics em Nutrição e Saúde (Nupens), da USP, do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Alimentação (Nepa), da Unicamp, e do Observatório de Alimentação Escolar. A equipe analisou a prestação de contas que estados e municípios fazem anualmente da compra de alimentos para escolas com verba federal.

Os pesquisadores optaram por avaliar como estava a alimentação nas escolas brasileiras antes da publicação da resolução que restringiu a compra de processados e ultraprocessados. Foram analisadas as prestações de conta de 2015, 2017 e 2019. Em uma segunda etapa, a equipe analisará as prestações posteriores à resolução e também à pandemia (as de 2021 e 2022), a fim de avaliar o impacto das restrições.

O estudo mostrou que, em 2019, mais de 60% dos municípios brasileiros gastavam mais do que o limite da verba destinada à merenda com alimentos não saudáveis. A parte "meio cheia" desse copo é que houve melhora ao longo dos anos. Em 2015 eram cerca de 70% os municípios fora da meta de alimentação saudável nas escolas e, em 2017, o número havia caído para aproximadamente 63%.

A melhor situação é a da região Sudeste, na qual, em 2019, 62,5% dos municípios estavam dentro da meta de alimentação saudável para as escolas. O pior resultado foi o do Nordeste, com apenas 22,5%. No Sul, foram 30,3%, e, no Centro Oeste, 48,6%. A porcentagem de verba gasta com alimentos processados e ultraprocessados também foi reduzida nos últimos anos. Em 2015, era de 27,2%; em 2019, 24,3%.

"É importante ressaltar que, antes mesmo da publicação da resolução, 40% dos municípios brasileiros já conseguiam cumprir a meta de alimentação saudável", pontua Ana Clara Duran, pesquisadora da Unicamp que coordena a pesquisa. "Isso mostra que a resolução não é utópica, e sim completamente factível", afirma.

Ela disse que, em geral, municípios com mais recursos para a alimentação escolar e mais estrutura nas escolas compram menos alimentos não saudáveis. Mas isso não é uma regra. "A gente encontrou cidades ricas com alimentação não saudável nas escolas e cidades pobres com alimentação escolar mais saudável. Há outros fatores, como o interesse político, que influenciam na qualidade dessa compra de alimentos."

No ranking dos alimentos mais comprados para as escolas brasileiras, em 2019, a carne bovina representou 14% e o frango, quase 8%. Em terceiro lugar veio o leite em pó (minimamente processado), com 6%, a banana, com 4,4% e o biscoito, com 4,3%.

Um outro dado preocupante é que as escolas oferecem mais comida ultraprocessada do que processada –ou seja, há maior quantidade de alimentos com mais aditivos químicos. Em 2019, foram gastos 15,2% da verba com ultraprocessados e 9,1% com processados nas escolas brasileiras. A região Sul é a recordista de ultraprocessados, utilizando, com esses alimentos, 18,1% dos recursos destina à merenda.

Essa verba faz parte do Programa Nacional de Alimentação Escolar, o PNAE, que repassa recursos federais para a alimentação na educação básica. Depois de permanecer sem reajuste por cinco anos, desde 2017, os valores diários por estudante subiram até 40% neste ano –esta havia sido uma promessa de campanha de Lula (PT).

Ainda assim, os valores são baixos. Atualmente, o repasse é de R$ 1,37 para matriculados em creches e no ensino integral, R$ 0,72 para alunos do fundamental e do ensino médio regular e R$ 0,86 para os de escolas quilombolas e indígenas.

TEMPO

Saiba em que regiões do Brasil deve chover acima da média no verão

Inmet divulgou previsão para a estação, que começa hoje (21)

21/12/2025 20h00

Saiba em que regiões do Brasil deve chover acima da média no verão

Saiba em que regiões do Brasil deve chover acima da média no verão Paulo Pinto/Agência Brasil

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O verão do Hemisfério Sul começa neste domingo (21), e o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) prevê condições que podem causar chuvas acima da média em grande parte da regiões Norte e Sul do Brasil, além de poucas áreas do Nordeste e do Centro-Oeste.

No Norte, a maior parte dos estados deve ter mais precipitações e temperaturas mais elevadas. As exceções são o sudeste do Pará e o estado do Tocantins, que podem ter volumes de chuva abaixo da média histórica.

“A temperatura média do ar prevista indica valores acima da média climatológica no Amazonas, no centro-sul do Pará, no Acre e em Rondônia, com valores podendo chegar a 0,5 grau Celsius (°C) ou mais acima da média histórica do período (Tocantins). Nos estados mais ao norte da região, Amapá, Roraima e norte do Pará, são previstas temperaturas próximas à média histórica”, estima o Inmet.

Sul

Na Região Sul, a previsão indica condições favoráveis a chuvas acima da média histórica em todos os estados, com os maiores volumes previstos para as mesorregiões do sudeste e sudoeste do Rio Grande do Sul, com acumulados até 50 mm acima da média histórica do trimestre.

“Para a temperatura, as previsões indicam valores predominantemente acima da média durante os meses do verão, principalmente no oeste do Rio Grande do Sul, chegando até 1°C acima da climatologia”. 

Nordeste

Para a Região Nordeste, há indicação de chuva abaixo da média climatológica em praticamente toda a região, principalmente na Bahia, centro-sul do Piauí, e maior parte dos estados de Sergipe, Alagoas e Pernambuco. Os volumes previstos são de até 100 mm abaixo da média histórica do trimestre.

Por outro lado, são previstos volumes de chuva próximos ou acima da média no centro-norte do Maranhão, norte do Piauí e noroeste do Ceará.

Centro-Oeste

Na Região Centro-Oeste, os volumes de chuva devem ficar acima da média histórica somente no setor oeste do Mato Grosso. Já no estado de Goiás, predominam volumes abaixo da média climatológica do período.

Para o restante da região, são previstos volumes próximos à média histórica. “As temperaturas previstas devem ter predomínio de valores acima da média climatológica nos próximos meses, com desvios de até 1°C acima da climatologia na faixa central da região”, diz o InMet.

Sudeste

Com predomínio de chuvas abaixo da média climatológica, a Região Sudeste deve registar volumes até 100 mm abaixo da média histórica do trimestre.

Deve chover menos nas mesorregiões de Minas Gerais (centro do estado, Zona da Mata, Vale do Rio Doce e Região Metropolitana de Belo Horizonte). A temperatura deve ter valores acima da média em até 1°C, segundo os especialistas do InMet.

Verão

A estação prossegue até o dia 20 de março de 2026. Além do aumento da temperatura, o período favorece mudanças rápidas nas condições do tempo, com a ocorrência de chuvas intensas, queda de granizo, vento com intensidade variando de moderada à forte e descargas elétricas.

Caracterizado pela elevação da temperatura em todo país com a maior exposição do Hemisfério Sul ao Sol, o verão tem dias mais longos que as noites.

Segundo o InMet, nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, as chuvas neste período são ocasionadas principalmente pela atuação da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), enquanto no norte das regiões Nordeste e Norte, a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) é o principal sistema responsável pela ocorrência de chuvas.

Em média, os maiores volumes de precipitação devem ser observados sobre as regiões Norte e Centro-Oeste, com totais na faixa entre 700 e 1100 milimetros. As duas são as regiões mais extensas do país e abrigam os biomas Amazônia e Pantanal, que vivenciam épocas de chuva no período.

TEMPO

Solstício faz deste domingo o dia mais longo do ano

O solstício de verão acontece quando um dos hemisférios está inclinado de forma a receber a maior incidência possível de luz solar direta

21/12/2025 19h00

Solstício faz deste domingo o dia mais longo do ano

Solstício faz deste domingo o dia mais longo do ano Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

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O verão começou oficialmente às 12h03 (horário de Brasília) deste domingo, 21. A data marca o solstício de verão no Hemisfério Sul, fenômeno astronômico que faz deste o dia com o maior número de horas de luz ao longo de todo o ano.

As diferentes estações ocorrem devido à inclinação do eixo de rotação da Terra em relação ao seu plano de órbita e ao movimento de translação do planeta em torno do Sol. O solstício de verão acontece quando um dos hemisférios está inclinado de forma a receber a maior incidência possível de luz solar direta

No mesmo momento, ocorre o solstício de inverno no Hemisfério Norte, quando se registra a noite mais longa do ano. Em junho, a situação se inverte: o Hemisfério Sul entra no inverno, enquanto o norte passa a viver o verão.

Além dos solstícios, há os equinócios, que acontecem na primavera e no outono. Eles marcam o instante em que os dois hemisférios recebem a mesma quantidade de luz solar, fazendo com que dia e noite tenham duração semelhante.

O que acontece no verão?

Segundo Josina Nascimento, astrônoma do Observatório Nacional (ON), instituição vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), o verão é a estação mais quente do ano justamente por causa da inclinação de cerca de 23 graus do eixo da Terra em relação ao seu plano de órbita. Esse ângulo faz com que os raios solares atinjam mais diretamente um hemisfério de cada vez.

Quando é verão no Hemisfério Sul, os raios solares incidem de forma mais intensa sobre essa região do planeta, o que resulta em dias mais longos e temperaturas mais elevadas.

Os efeitos das estações do ano são maiores nos locais distantes do equador terrestre. "Nas regiões próximas ao equador, a duração dos dias varia pouco ao longo do ano. Essa diferença aumenta progressivamente em direção aos polos, onde os contrastes são máximos", explica Nascimento.

Previsão do tempo para os próximos dias

Com a chegada do verão neste domingo, São Paulo deve ter dias quentes nas próximas semanas e pode bater o recorde de temperatura do ano na véspera do Natal. De acordo com o Climatempo, os próximos dias também devem ser com menos chuvas e tempo seco na capital paulista.

O que esperar do verão de 2025/2026 no Brasil

Dados do Instituto Nacional de Meteorologia indicam que a maior temperatura registrada em São Paulo em 2025 foi de 35,1°C, em 6 de outubro. A expectativa para o dia 24 de dezembro é de que a temperatura se aproxime de 35°C, o que pode igualar ou até superar o recorde do ano.

O calor deve ser uma constante em grande parte do Brasil. Nesta semana, o Rio de Janeiro pode registrar até 38°C e Belo Horizonte e Vitória devem alcançar máximas entre 32°C e 34°C, com pouca chuva. O tempo quente também deve chegar à região Sul e ao interior do Nordeste, com máximas próximas dos 35°C. No Norte, as máximas se aproximam de 32°C.

O verão se estende até às 11h45 do dia 21 de março de 2026 e será marcado pela Alta Subtropical do Atlântico Sul (ASAS), sistema de alta pressão atmosférica que atua sobre o oceano Atlântico Sul e inibe a formação de nuvens. O fenômeno climático deve atuar como um bloqueio atmosférico, afastando algumas frentes frias que passam pelo Brasil.

A Climatempo prevê que a chuva do verão 2025 e 2026 fique um pouco abaixo da média para estação em quase todo o País. A maior deficiência deve ser na costa norte do Brasil, entre o litoral do Pará e do Ceará, e em áreas do interior do Maranhão e do Piauí.

Já o fenômeno La Niña não deve ser o principal fator climático neste verão, devido à sua fraca intensidade e curta duração. A atuação do fenômeno está prevista para se estender até meados de janeiro de 2026 e sua influência sobre as condições climáticas desta estação tende a ser limitada.

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