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Formosa

Bispo e cinco padres viram réus em ação por desvio de dízimo; juiz mantém grupo preso

Bispo e cinco padres viram réus em ação por desvio de dízimo; juiz mantém grupo preso

Metrópoles

23/03/2018 - 13h40
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O juiz Fernando Oliveira Samuel acolheu a denúncia do Ministério Público de Goiás (MP-GO) e decidiu manter presos o bispo Dom José Ronaldo e outros cinco padres. Eles são acusados de desvio superior a R$ 2 milhões de dízimos e doações. Os dois empresários apontados como laranjas do esquema também são alvos da decisão. O prazo para prisão do grupo era temporário (válido por cinco dias) e venceria nesta sexta.

O grupo está no presídio de Formosa desde segunda-feira (19), após o Ministério Público deflagrar a Operação Caifás e apontar que os detidos teriam comprado uma fazenda e uma casa lotérica com os recursos.

O MP-GO não denunciou o secretário da Cúria, Guilherme Frederico Magalhães. O G1 tentou contato por telefone com o promotor responsável pelo caso, Douglas Chegury, mas não recebeu retorno até a publicação desta reportagem. O juiz determinou que Guilherme seja liberado do presídio.

De acordo com a Nunciatura Apostólica (que atua como embaixada da Santa Sé), o Papa Francisco havia determinado que as contas da Diocese de Formosa fossem investigadas no início do mês, antes mesmo das prisões. O arcebispo de Uberaba (MG), Dom Paulo Mendes Peixoto, foi nomeado administrador apostólico, espécie de "interventor".

“No dia que Dom Paulo estava indo até a Formosa fazer essa visita [ordenada pelo Papa], o Bispo, Dom José Ronaldo Ribeiro, foi preso. E preso também os demais religiosos. Logo não fazia sentido Dom Paulo ir até Formosa para esta visita, uma vez que a Diocese estava sem representante, ele não teria com quem conversar”, explicou a assessoria do “interventor”.

Em entrevista à TV Anhanguera, Dom Paulo afirmou que estará à disposição da comunidade e dos religiosos detidos. Ele volta para Uberaba (MG) no sábado, onde fica por tempo indeterminado, já que segue administrador lá também.

"A questão que aconteceu, a Justiça é que tem que dar a sua palavra. A gente não [pode] ficar preocupado com isso não,[vamos ficar] preocupados com o povo que precisa de uma segurança, os padres, que também precisam de uma segurança. Vou estar ali com eles, [serei] mais um para somar”, afirmou.

Investigações

As investigações começaram no ano passado, após denúncias de fiéis. Eles afirmaram que as despesas da casa episcopal subiram de R$ 5 mil para R$ 35 mil desde a chegada do bispo Dom José Ronaldo. Na ocasião, o clérigo negou haver irregularidades nas contas da Diocese de Formosa.

Segundo a investigação, o grupo se apropriava de dinheiro oriundo de dízimos, doações, arrecadações de festas realizadas por fiéis e taxas de eventos como batismos e casamentos. O bispo Dom José Ronaldo sempre negou as acusações.

Escutas telefônicas autorizadas pela Justiça apontam que o grupo comprou uma fazenda de criação de gado e uma casa lotérica com dinheiro desviado de dízimos e doações. Na decisão que determinou as prisões temporárias, o juiz disse haver indícios de que o dinheiro era usado para despesas pessoais e que carros da Diocese de Formosa eram usados com fins particulares.

Os presos estão em celas isoladas no presídio de Formosa, com direito a até duas horas por dia de banho de sol e chuveiro sem eletricidade. O G1 não localizou a defesa dos presos para comentarem o caso.

Depoimentos dos padres

Nesta quinta-feira (22), os promotores encerram a fase de oitivas. Eles colheram os depoimentos do bispo, do monsenhor e juiz eclesiástico. O órgão disse que, por enquanto, não vai divulgar o teor dos relatos por pedido da defesa dos detidos.

Anteriormente, outros padres tinham dito que eram coagidos pelo bispo a compactuar com as irregularidades. O promotor Douglas Chegury já havia dito que os depoimentos eram "contraditórios" e cheios de justificativas "absurdas".

‘Juramento de fidelidade’

Convocado após denúncias de desvios de dízimos e doações na Diocese de Formosa, o juiz eclesiástico Thiago Wenceslau forjou um relatório das contas questionadas anunciando que “auditoria rigorosa” apontou não haver nenhuma irregularidade, de acordo com o MP-GO.

“[O juiz eclesiástico] Veio [de São Paulo] com um objetivo: intimidar de forma definitiva os padres e fazer com que eles fizessem, como de fato muitos fizessem, um juramento de fidelidade ao bispo [Dom José Ronaldo, apontado como líder do esquema]”, explicou o promotor Douglas Chegury.

“Chamados nominalmente, [os padres] deveriam responder se estavam com o bispo ou contra o bispo, não era com a igreja ou contra igreja. Isso aconteceu em uma reunião a portas fechadas”, completou.

De acordo com o MP-GO, havia “clima de terror e opressão” e ameaças de retaliação, transferências e até perda de ministério aos clérigos que não se calassem ou não demonstrassem apoio ao bispo.

'Mesada' por paróquias mais rentáveis

A investigação aponta ainda que padres de Formosa, Posse e Planaltina pagavam ao bispo de Formosa, Dom José Ronaldo, para que fossem mantidos em paróquias mais lucrativas. O valor mensal da "mesada" variava entre R$ 7 mil e R$ 10 mil.

"As informações que nós obtivemos é que, para permanecer nas paróquias que davam mais dinheiro, os padres pagavam uma mesada, em dinheiro, ao bispo. Um pároco, que contribuiu com as investigações, inclusive, chegou a ver esse repasse", disse o promotor Douglas Chegyry ao G1.

Dinheiro escondido em guarda-roupa

Foram apreendidos cordões de ouro, relógios e caminhonetes da cúria em nomes de terceiros, além de uma grande quantia de dinheiro em espécie, com valor ainda não foi divulgado. Havia moedas estrangeiras, incluindo dólares americanos, dólares australianos, pesos argentinos, pesos chilenos e euros.

Na casa do vigário-geral, segundo na linha de sucesso da Diocese, foi apreendida grande quantidade de dinheiro no fundo falso de um guarda-roupa. Segundo a TV Anhanguera apurou, o montante contabilizou R$ 70 mil. A quantia estava em sacos plásticos.

Vídeo mostra quando os policias entram na casa e vão até um armário, guiados pelo vigário-geral. Eles abrem o móvel e encontram três caixas de celulares e um notebook. Um dos policiais civis começa a tirar os objetos das prateleiras enquanto o religioso diz: “Esse dinheiro é da Paróquia, não é meu não. Isso é para pagar as despesas da Paróquia”.

Prisões

O MP-GO fez à Justiça pedido de 13 mandados de prisão temporária e 10 de busca e apreensão em residências, igrejas e um mosteiro. O juiz Fernando Oliveira Samuel concluiu, no primeiro momento, haver necessidade de prisão em nove casos:

José Ronaldo Ribeiro, bispo de Formosa
Monsenhor Epitácio Cardozo Pereira, vigário-geral da Diocese de Formosa
Padre Moacyr Santana, pároco da Catedral Nossa Senhora Imaculada Conceição, Formosa
Padre Mário Vieira de Brito, pároco da Paróquia São José Operário, Formosa
Padre Thiago Wenceslau, juiz eclesiástico
Padre Waldoson José de Melo, pároco da Paróquia Sagrada Família, Posse (GO)
Guilherme Frederico Magalhães, secretário da Cúria de Formosa
Antônio Rubens Ferreira, empresário suspeito de ser laranja da quadrilha
Pedro Henrique Costa Augusto, empresário, suspeito de ser laranja da quadrilha

O nome da operação foi escolhido considerando que Caifás era o sumo sacerdote quando Jesus foi condenado a morrer na cruz, explicou o MP-GO.

saúde

MS registra mais 9 casos da gripe K e número chega a 12

9 novos casos encontram-se em investigação epidemiológica, afirmou a SES-MS

23/12/2025 10h40

Átomo H3N2

Átomo H3N2

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Dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MS) apontam que 9 novos casos da Gripe K foram registrados em Mato Grosso do Sul.

Na semana passada, 3 casos foram confirmados. Com isso, o número chega a 12.

Os casos foram confirmados em Campo Grande, Costa Rica, Nioaque, Ponta Porã e Três Lagoas. Os infectados possuem 3 meses, 5 meses, 1 ano, 3 anos, 5 anos, 6 anos, 11 anos, 20 anos, 73 anos, 77 anos, 82 anos e 87 anos.

De acordo com a SES-MS, todos os nove novos casos confirmados do subclado K da Influenza A (H3N2) encontram-se em investigação epidemiológica. Para subsidiar a análise, foram solicitadas informações complementares aos respectivos municípios de residência dos pacientes.

Após a confirmação dos casos, a SES-MS emitiu alerta epidemiológico direcionado aos serviços e profissionais de saúde dos 79 municípios do Estado.

GRIPE K

Gripe K é uma variação genética da Influenza A (H3N2) e não se trata de um vírus novo.

As vacinas disponibilizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) protegem contra formas graves de gripe, inclusive as causadas pelo subclado K.

De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), o subclado K tem apresentado crescimento acelerado na Europa e Ásia.

Os sintomas são os mesmos de uma gripe comum:

  • febre
  • dor no corpo
  • dor de cabeça
  • dor de garganta
  • tosse
  • cansaço
  • falta de ar

As principais formas de evitar a doença são:

  • vacinação
  • ventilação de ambientes
  • uso de álcool gel
  • higienização das mãos
  • uso de máscara para pessoas infectadas

Até o momento, não há indícios de gravidade ou alarmismo para a doença.

TEMPO

Capital tem o dezembro mais chuvoso dos últimos seis anos

Acumulado até ontem era de 212,4 milímetros, o que já é superior à média climatológica do mês no Município; volume fica abaixo apenas do registrado em 2019

23/12/2025 09h00

Marcelo Victor/Correio do Estado

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Após anos de seca, Campo Grande viu a chuva voltar com força este ano. Só nos primeiros 22 dias de dezembro, o acumulado já chegou a 212,4 milímetros, o maior volume dos últimos seis anos na cidade.

De acordo com dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o acumulado até ontem na Capital já é superior à normal climatológica, ou seja, a média para o mês no Município (considerando o período de 1981 a 2010), que é de 206,0 mm.

A última vez que choveu maior volume em Campo Grande foi em dezembro de 2019, quando foram registrados 249 mm, porém, o valor considera o mês inteiro, o que significa que ainda há possibilidade de este volume ser superado neste ano.

Além de ser o dezembro mais chuvoso dos últimos seis anos, este é o mês mais chuvoso deste ano, superando abril, quando foram registrados 204,8 mm.

Este ano também registrou alguns recordes, por exemplo, abril foi o mais chuvoso da história de Campo Grande, enquanto novembro teve o maior acumulado de chuva em 10 anos, conforme matérias do Correio do Estado.

Ao todo, o acumulado deste ano estava em 1.170,8 mm até ontem, conforme dados do Inmet. O volume é quase o dobro do registrado em todo o ano passado, quando foram apenas 780,6 mm, que foi o período com o menor acúmulo de chuvas da história em Campo Grande, de acordo com dados anuais da estação meteorológica do Inmet desde 1981.

ESTRAGOS

A chuva deste ano veio acompanhada de estragos nas ruas da cidade. Em abril, a situação mais crítica foi registrada na região da Chácara dos Poderes, onde a Estrada SE-1 precisou ser interditada em função da abertura de uma cratera na via de terra.

Já em novembro o acumulado de vários dias de chuva forte resultou em carros arrastados pela enxurrada na Praça Itanhangá e asfalto arrancado na rotatória das Avenidas Rachid Neder e Ernesto Geisel, além de dezenas de árvores que caíram sobre fiação de energia elétrica.

PREVISÃO

Para esta semana, segundo o Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de Mato Grosso do Sul (Cemtec-MS), há possibilidade de chuva no Estado.

Hoje o sol deve ficar entre nuvens em todo MS. Em Campo Grande, há possibilidade de pancadas de chuva, principalmente durante a tarde e à noite. Também pode chover nas regiões, sul, norte e oeste do Estado. Já no leste o sol brilha entre nuvens.

Ontem Campo Grande teve períodos de nebulosidade e de sol forte durante toda a manhã e à tarde - Foto: Marcelo Victor/Correio do Estado

A temperatura deve variar de 23°C a 31°C na Capital e chega à máxima de 36°C em Três Lagoas e Paranaíba.

Na quarta-feira, o dia na Capital deve ser ensolarado, com máxima de 32°C. Há possibilidade de chuva no sul, norte e oeste do Estado.

O dia de Natal deve ser quente em Campo Grande, com máxima de 33°C e sol entre nuvens.

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