Cidades

SOLIDARIEDADE

Bruna vai comemorar o aniversário de um jeito diferente: ajudando quem precisa

Todo recurso gerado pelo evento será destinado a instituição Cotolengo-MS

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O dia de assoprar as velinhas é o dia mais importante de uma pessoa que vai completar mais um ano de vida. Geralmente é comemorado com a família e os amigos a cada ano que passa, mas há quem escolhe fazer de um dia tão importante, um gesto de carinho e amor ao próximo. E foi isso que aconteceu com a nutricionista Bruna Martins, de 26 anos, que vai fazer aniversário no dia 23 de outubro. Pela primeira vez, a programação da sua festa vai ser de um jeito diferente do tradicional. 

Com ajuda da família e amigos, esse ano ela  preparou uma festa beneficente e todo recurso adquirido na festa será em prol de uma instituição que atende crianças e adolescentes com deficiência neurológica em Campo Grande, a instituição Cotolengo Sul-Mato-Grossense. 

Instituição Cotolengo tem sede em Campo Grande- Mato Grosso do Sul

 

Fundada em 20 de Julho de 1996 em Campo Grande, o Cotolengo atende crianças com paralisia cerebral grave e sequelas neurológicas, vindas de famílias carentes. Atualmente, pouco mais de 150 crianças,  jovens e adultos recebem atendimentos específicos de aproximadamente 35 voluntários, entre esses com especialidades em fisioterapia, nutrição, fonoaudiologia, pedagogia, terapia ocupacional, psicologia, enfermagem, assistente social entre outros voltados para proporcionar conforto e qualidade de vida as crianças. 

Dados da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) apontam que até o mês de setembro,  a secretária já atendeu cerca de 4.390 pessoas com deficiência neurológica em Campo Grande. Segundo a Sesau, os números são baseados nos atendimentos feitos pela rede, ou seja, em algum momento as pessoas foram atendidas em uma das unidades de saúde da Capital, mas não necessariamente são estão fazendo tratamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

A nutricionista que entrou de cara nesse projeto, disse em entrevista ao Correio do Estado que desde o ano passado tinha a ideia e só faltava colocar em ação. “Sempre que posso ajudo as pessoas que precisam, mas é a primeira vez que faço um aniversário desse tipo. Eu acredito que acima de tudo meu propósito é de ajudar as pessoas independente de quem sejam. Eu amo fazer aniversários, amo comemorar e estar reunida com amigos e familiares. Então surgiu no meu coração de juntar as duas coisas e poder ajudar pessoas que tanto precisam, que muitas vezes precisam muito mais que nós”, disse. 

Sobre a relação com a instituição que por enquanto é a única que Bruna ajuda, ela conta que quando conheceu pessoalmente se encantou com o trabalho feito com as crianças. “Eu conheci o Cotolengo pelos vários eventos que eles realizam para arrecadação de recursos, cada evento é voltado para uma necessidade que enfrentam”, contou a voluntária. 

Instituição tem ao todo 35 voluntários e está aberta para receber mais interessados. 

Mesmo com a vontade de ajudar quem precisa, a nutricionista disse para montar o evento que será um almoço no sábado dia 19 de outubro foi um grande desafio por conta dos detalhes, mas está confiante do resultado. “Tive a parceria também de meus amigos Gabriel Mendes e Felipe Ormond que fizeram um vídeo lindo para divulgação, além de amigos que ajudaram em doações de alimentos e em dinheiro e outros patrocinadores. A cantora Jacqueline Costa vai animar a festa”, explicou. 

Segundo o coordenador de comunicação do Cotolengo, Willian Oliveira Silva, os recursos provenientes do aniversário vão ajudar na compra de produtos de limpeza e higiene, alimentação específica para as crianças e em novo projeto de habitação - Casa Lar- para crianças com deficiência sem tutela. “Graças a Deus existem pessoas que ajudam, um evento como esse que a Bruna está fazendo é muito raro, é o segundo no ano,  a gente fica muito feliz e contente que isso só tem a somar e melhorar a qualidade de atendimentos às nossas crianças e adolescentes”, contou o coordenador.

Ao todo 190 crianças são atendidas pela instituição.

Para a voluntária a maior recompensa é o sentimento de gratidão em poder ajudar a pessoas que precisam, crianças, jovens e adultos e suas famílias que muitas vezes tem menos condições. “Me sinto honrada e muito feliz em poder realizar esse aniversário com esse propósito e espero que possa influenciar sim as outras pessoas, a se importarem mais com o próximo. Muitas vezes somos tomados por egoísmo e só pensamos em nossas próprias realizações e necessidades e esquecemos que há um mundo que precisa do nossa ajuda e do nosso amor. Essa idéia não surgiu para me aparecer ou mostrar que sou melhor do que ninguém, mas para influenciar as pessoas a terem mais empatia e abrir os olhos para a necessidade do outro”, frisou Bruna.

E ela não pensa em parar por aqui e vai trabalhar em outros projetos para ajudar cada vez mais quem precisa. E para ela, esse não será apenas mais um aniversário normal e sim a oportunidade de ajudar muitas crianças que precisam, não só financeiramente, mas principalmente em algo que todo mundo poderia contribuir: o amor e respeito com a pessoa ao lado. 

EVENTO
A festa será realizada no dia 19 de outubro às 12h30 no Residencial Salvador Dalí, localizado na Rua 15 de novembro 2782. Os interessados podem contribuir na compra do convite no valor de R$ 30. Os convites estão à venda na Princess CG, Loja Chic CG e na Pizarria Receita 00.

A INSTITUIÇÃO
Quem tiver interesse em fazer uma visita ou até mesmo ser voluntário poderá ir até a instituição Cotolengo localizada na rua Jamil Basmage, 996, bairro Mata do Jacinto. 

 

INCERTEZAS

Gigante da celulose recua e engaveta projeto de R$ 15 bilhões em MS

No fim de novembro a Eldorado informou que ampliaria o plantio de eucaliptos em 2026 de olho da duplicação da fábrica. Agora, porém, diz que esse aumento não sairá do papel

20/12/2025 16h50

A Eldorado, dos irmãos Batista, funciona em Três Lagoas desde 2012 e existe a previsão de que sua capacidade aumente em 100%

A Eldorado, dos irmãos Batista, funciona em Três Lagoas desde 2012 e existe a previsão de que sua capacidade aumente em 100%

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Depois de anunciar, no final de novembro, que a partir do próximo ano pretendia ampliar de 25 mil para até 50 mil hectares o plantio anual de eculiptos na região de leste de Mato Grosso do Sul, a indústria de celulose Eldorado deixou claro nesta semana que engavetou, pelo menos por enquanto, o projeto de expansão. 

Com o recuou, a empresa, que produz em torno de 1,8 milhão de toneladas de celulose por ano, deixa claro que está adiando a prometida duplicação de capacidade de produção da Eldorado, o que demandaria investimentos da ordem de R$ 15 bilhões US$ 3 bilhões), conforme anunciado em abril do ano passado pelos irmãos Joesley e Wessley Batista, donos da empresa. 

Em entrevista ao site AGFeed, especiliazado em agronegócio, o diretor florestal da Eldorado, Germano Vieira, afirmou que a empresa tem atualmente 305 mil hectares de pantações de eucaliptos na região, mas precisa de apenas dois terços disso para abastecer a fábrica. 

Ou seja, a empresa tem em torno de 100 mil hectares de eucaliptos sobrando e este excedente está sendo vendido ou permutado com a Bracell e a Suzano, que opera duas fábricas do setor na região, em Três Lagoas e Ribas do Rio Pardo. 

Então, caso o comando da Eldorado decida desengavetar repentinamente o projeto da duplicação,  já existe um excedente que seria capaz de abastecer a segunda unidade no período inicial, mesmo que não ocorra o início do plantio extra a partir de 2026, explicou Germano Vieira.

Atualmente são colhidos em torno de 25 mil hectares por ano para abastecer a indústria e o mesmo tanto é replantado, fazendo um giro para que sempre haja florestas "maduras".

São necessários, em média, sete anos para que a planta chegue ao estágio de corte e por conta disso havia a programação de começar o plantio agora (2026) para que houvesse matéria-prima suficiente quando a ampliação da fábrica estivesse concluída. Em três anos é possível fazer a ampliação da indústria, acredita Germando Vieira.  

Uma das explicações para o recuo, segundo a reportagem do AGFeed, é que a Eldorado ainda têm uma série de ajustes financeiros a serem feitos depois que os irmãos Batista conseguiram, em maio deste ano, fechar um acordo e colocar fim a batalha judicial com a Paper Excellence.

Para retomarem o controle total da Eldorado, que funciona em Três Lagoas desde 2012 e havia sido vendida parcialmente em 2017, eles se comprometeram a pagar US$ 2,640 bilhões à canadense Paper, que detinha pouco mais de 49% das ações do complexo industrial.  

Para duplicar a produção, segundo Germando Vieira, serão necessários 450 mil hecteres de florestas. Para chegar a esse montante, a empresa teria que arrendar mais 150 mil hecteres, o que demandaria um investimento da ordem de R$ 180 milhões anuais, já que o arrendamento custa em torno de R$ 1,2 mil por ano por hectare. 

Além disso, somente para o plantio de 25 mil hectares anuais a mais, conforme chegou a ser anunciado, seriam necessários em torno de R$ 220 milhões extras no setor florestal por ano, uma vez que o custo do plantio está na casa dos R$ 8,7 mil por hectare. E isso sem contabilizar os custos com o combate a pragas e combate a incêndios, entre outros. 

No final de novembro, Carlos Justo, gerente-geral florestal da Eldorado, chegou a informar ao site The AgriBiz que 15 mil hectares já haviam sido arrendados para dar início à ampliação do plantiu a partir do próximo ano. 

Preços da celulose

Embora Germano Vieira diga que a demanda mundial por celulose cresça em torno de um milhão de toneladas por ano e por conta disso a Eldorado mantem viva a promessa da duplicação, a empresa pisou no freio em meio à queda nos preços mundiais e ao aumento da oferta. 

Neste ano, o faturamento das três fábricas de Mato Grosso do Sul literalmente despencou. Por conta da ativação da unidade de Ribas do Rio Pardo, que tem capacidade de até 2,55 milhões de toneladas por ano, as exportações de Mato Grosso do Sul aumentaram em 57% nos dez primeiros meses de 2025, passando de 3,71 milhões de toneladas para 5,84 milhões de toneladas. 

Porém, o faturamento cresceu apenas 25,6%, subindo de U$ 2,121 bilhões para U$ 2,665 bilhões. No ano passado, quando a cotação da celulose já não estava nos melhores patamares, o valor médio da tonelada rendeu 570 dólares aos cofres das três indústrias. Neste ano, porém, elas tiveram rendimento médio de apenas 456 dólares, o que representa queda de 20%. 

Em decorrência desta queda nos preços, as indústrias deixaram de faturar em torno de 666 milhões de dólares, ou algo em torno de R$ 3,6 bilhões na moeda local, nos dez primeiros meses deste ano. 

Por conta disso, a Suzano, concorrente da Eldorado, chegou a emitir um alerta no começo de novembro dizendo que os preços internacionais estavam "completamete insustentáveis" e por isso estava reduzindo sua produção em cerca de 3,5%. 

O alerta da Suzano foi feito durante a prestação de contas relativa aos resultados do terceiro trimestre da empresa. E, segundo Leonardo Grimaldi, diretor do negócio de celulose da Suzano, a situação é crítica e “o setor está sangrando há meses”. 

Mas, apresar deste cenário de apreensão, investimentos da ordem de R$ 25 bilhões estão a todo vapor em Inocência, onde a chilena Arauco está instalando uma fábrica que terá capacidade para colocar 3,5 milhões de toneladas de celulose por ano a partir do final de 2027. 

Outra empresa, a Bracell, pretende começar, em fevereiro do próximo ano, em Batagussu, as obras de uma fábrica que terá capacidade para 1,8 milhão de toneladas por ano. Os investimentos previstos são da ordem de R$ 16 bilhões. 


 

MATO GROSSO DO SUL

Em pleno período de chuvas, Hidrelétrica Porto Primavera reduz vazão

Com a barragem mais extensa do País (10,2km), redução segue determinação emitida pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e havia sido anunciadano último dia 12, como medida para garantir a "segurança energética" brasileira

20/12/2025 14h14

Usina Hidrelétrica Engenheiro Sérgio Motta, também conhecida como Porto Primavera

Usina Hidrelétrica Engenheiro Sérgio Motta, também conhecida como Porto Primavera Reprodução/Cesp

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Usina Hidrelétrica Engenheiro Sérgio Motta, também conhecida como Porto Primavera, a unidade começou nesta sexta-feira (19) através da Companhia Energética de São Paulo (Cesp) a redução da vazão, para preservar os estoques de água dos reservatórios da bacia do Rio Paraná. 

Com a barragem mais extensa do País (10,2 km), essa redução segue determinação emitida pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e havia sido anunciada pela Cesp no último dia 12, prevista para começar ainda em 15 de dezembro, como medida para garantir a "segurança energética" brasileira. 

"O patamar mínimo defluente será reduzido de forma gradual e controlada, passando dos atuais 4.600 metros cúbicos por segundo para 3.900 m³/s, seguindo diretrizes operacionais do ONS", cita a Cesp em nota. 

Além disso, a Companhia frisa que, durante o processo, será mantido o plano de conservação da biodiversidade que havia sido aprovado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama), e teve início em maio deste ano, para monitoramento do Rio Paraná justamente nos trechos da jusante - parte rio abaixo - da Porto Primavera até a foz do Ivinhema. 

Ou seja, entre outros pontos, equipes embarcadas formadas por biólogos e demais profissionais especializados, devem trabalhar como os responsáveis por acompanhar a qualidade da água, bem como a conservação e comportamento dos peixes locais enquanto durar a flexibilização da vazão. 

Importante frisar a redução adotada também ao final de novembro (24/11) e mantida até 1° de dezembro, a partir de quando houve a retomada gradativa aos patamares originais. 

Problemas com a vazão

Em épocas passadas, como bem acompanha o Correio do Estado, o controle da vazão em Porto Primavera já trouxe prejuízo e revolta de produtores que chegaram a culpar a ONS pelas fazendas alagadas por mais de quatro meses em Batayporã no ano de 2023, por exemplo. 

Nessa ocasião, o problema começou com a abertura das comportas de Porto Primavera no dia 18 de janeiro de 2023, com a usina avisando a Defesa Civil de Batayporã da liberação de até 14,7 mil metros cúbicos de água por segundo. 

Sendo a maior vazão desde o começo do período chuvoso, as águas se somaram ainda à liberação dos cerca de 3 mil metros cúbicos por segundo do Rio Paranapanema, juntando em torno de 18 mil metros cúbicos por segundo. 

Na linha cronológica em 2023, o problema dos alagamentos começou no final de janeiro, indo até o mês de abril diante do fechamento das comportas em 31 de março. 

Quando a água já havia recuado, saindo de boa parte dos nove mil hectares alagados, as comportas foram reabertas na terceira semana de abril, com vazão máxima de dez mil metros cúbicos.

Depois, o aumento da vazão para até 13 mil metros cúbicos chegou a alcançar 14,7 mil m³, sendo que antes disso o volume anterior já havia sido responsável por invadir casas de moradores locais pela terceira vez no ano. 

Estimativas da Defesa Civil de Batayporã à época apontaram que pelo menos sete mil animais tiveram de ser remanejados na região por causa do mesmo problema. E, mesmo depois que a água baixar, são necessários de dois a três meses para que o pasto cresça e esteja em condições para alimentar os rebanhos. 

 

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