Cidades

HABITAÇÃO

Burocracia deixa oportunidades de crescimento para trás

Processos burocráticos estão sufocando o mercado imobiliário de Campo Grande

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A Campo Grande que o setor da construção civil e habitação deseja também é objetiva e mais simples, conforme sugerido por especialistas de outras áreas ao Correio do Estado. O excesso de burocracia e de processos que poderiam ser simples, mas são tornados complexos, têm travado o crescimento da cidade dentro do previsto no Plano Diretor e, pior, causado um aumento de habitações irregulares, um movimento invisível na cidade.

A constatação é do presidente do Sindicato da Habitação de Mato Grosso do Sul (Secovi-MS), Geraldo Paiva, que percebe uma desordem na execução do regramento urbano da cidade e a perda de oportunidades na área de incorporação, sobretudo de habitações populares, em função de processos burocráticos que confundem preciosismo com rigor.

Isso faz a cidade perder investimentos importantes, até mesmo de programas para os segmentos de baixa e média renda, como o Minha Casa, Minha Vida.

Em meio a essa situação, Paiva faz um alerta importantíssimo: a cidade não está produzindo habitação para um crescimento sustentável. O presidente do Secovi-MS põe o dedo na ferida, ao afirmar que esta questão resulta em várias consequências, como a redução de habitações privadas quitadas e o aumento de imóveis locados.

“A realidade nos mostra que não estamos conseguindo produzir habitação própria e estamos entregando os imóveis para locação”, afirmou Paiva.

A explicação para esse fenômeno, que pode resultar futuramente em grandes problemas habitacionais, está na dificuldade de financiamento bancário e também na lentidão do poder público para liberar projetos e habitações.

O ritmo de produção dos habite-se, os documentos que demonstram que uma residência ou edifício está apto para ser habitado, é menor do que outrora.

“Quando se vai buscar um financiamento, limitam a parcela em 30% da renda do tomador, o que inviabiliza a aquisição de um imóvel próprio”, queixou-se o presidente do Secovi-MS. Já no mercado de aluguel, muitas vezes o valor pago mensalmente pelo locatário ultrapassa metade de sua renda, chegando a 54%, segundo Geraldo Paiva.

Para o presidente do Secovi-MS, a produção em Campo Grande é dificultada pela lentidão do poder público em aprovar projetos.

“Lamentavelmente, falta comunicação entre as secretarias. Uma pede uma coisa, outra pede outra”, reclamou. “Uma secretaria não respeita um documento de uma Guia de Diretriz Urbana [GDU]. Há projetos com cinco listas de pendências, e na quinta lista o servidor está pedindo a mudança de cor da linha do projeto. Para fazer isso, ou é maldade ou é incompetência”.

A burocracia também contribui para o índice de favelamento na cidade. Campo Grande, contudo, há 20 anos havia praticamente extinguido suas favelas, mas a queda no financiamento de habitações populares e a dificuldade de expansão do mercado imobiliário (que não acompanhou a expansão da cidade) contribuíram para trazer o fenômeno de volta.

“Empreendedores do Minha Casa, Minha Vida estão reclamando dos processos. Não conseguem concluir um projeto. Sabe por quê? Porque tem o problema de uma árvore. Gente! Tem banco atrelado nesse projeto, governos mudam, a política habitacional federal muda. Um projeto desses leva quatro anos para ser aprovado”, relatou o presidente do Secovi-MS.

Corretores

O presidente do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis de Mato Grosso do Sul (Creci-MS), Eli Rodrigues, também deseja uma Campo Grande sem burocracia para o setor.

“Quando a pessoa começa a enfrentar a burocracia para investir nesse setor, ela pensa em desistir. Quem for aportar seu dinheiro, precisa que a resolução seja rápida”, explicou.

“Sofremos, por exemplo, quando tratamos das questões de venda. Lamentavelmente, no mercado imobiliário, não se tem mais a paixão que muitos têm para comprar um carro. Um dos motivos é a burocracia e o alto custo associado a ela. Precisamos de facilidade para resolver essas questões, sem depender de favores políticos”, ressaltou.

Apuração

MP investiga danos ambientais e turvamento de água em Bonito

Investigação foi aberta pela 2ª Promotoria de Justiça após fiscalização do Imasul

21/12/2025 11h45

Município é conhecido por áreas verdes e pelo ecoturismo

Município é conhecido por áreas verdes e pelo ecoturismo Foto: Arquivo / Correio do Estado

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O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) instaurou um inquérito civil para apurar possíveis irregularidades ambientais em uma área rural no município de Bonito, interior do Estado. A investigação foi aberta pela 2ª Promotoria de Justiça após fiscalização do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) constatar uma série de problemas ambientais no local, sobretudo o turvamento dos rios da região, conhecida pelo ecoturismo.

De acordo com o laudo técnico do Imasul, as Áreas de Preservação Permanente (APPs) ao longo de cursos d'água não possuem cercamento, o que permite o acesso de gado. Também foram identificados trechos sem vegetação arbórea, passagens de animais e veículos diretamente dentro dos córregos, situação que provoca o turvamento da água,  além do armazenamento inadequado de tanques de combustíveis próximo à sede da propriedade, sem a devida licença ambiental. Apesar das irregularidades, não foi constatada contaminação do solo.

A fiscalização resultou em auto de infração e em determinações claras para a regularização da área. Entre as medidas exigidas estão o cercamento integral das APPs para impedir a entrada de animais, a recuperação das áreas degradadas com recomposição da vegetação nativa por meio de um Projeto de Recuperação de Área Degradada ou Alterada (Prada), a adequação das travessias para que gado e veículos não cruzem mais os cursos d'água, e a impermeabilização, com sistema de contenção, da área destinada ao armazenamento e abastecimento de combustíveis. Também foi solicitada a comprovação da existência de plano de manejo e conservação do solo e da água.

Além disso, o proprietário deverá apresentar relatório técnico conclusivo sobre o corte de árvores nativas isoladas, vinculado à autorização ambiental correspondente, bem como enviar registros fotográficos das adequações realizadas. Os prazos estabelecidos variam entre 30 e 60 dias, conforme cada exigência.

Para ampliar o controle e a transparência do procedimento, o Centro de Apoio Operacional do Meio Ambiente (Caoma) encaminhou o caso ao Núcleo de Geoprocessamento e Sensoriamento Remoto (Nugeo), fatores que originaram o inquérito. 

A Promotoria de Justiça publicou edital, notificou o responsável pela área para apresentar defesa no prazo de dez dias e solicitou ao cartório de registro de imóveis a matrícula atualizada da propriedade. 

Do ponto de vista jurídico, o Ministério Público destacou que, além das responsabilidades administrativa e civil, as condutas apuradas podem, em tese, caracterizar crime ambiental, a depender da análise detalhada dos documentos e das circunstâncias verificadas ao longo do inquérito. Paralelamente, o MPMS abriu a possibilidade de solução consensual por meio de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), priorizando a recuperação ambiental e a regularização da área. Caso não haja acordo ou cumprimento das exigências, o órgão poderá ajuizar ação civil pública ou promover o arquivamento, conforme o resultado das diligências.

Saiba*

Medidas como cercamento das APPs, travessias adequadas e recomposição da vegetação nativa são consideradas simples e eficazes para evitar erosão, assoreamento e turvamento das águas. Da mesma forma, o armazenamento correto de combustíveis, com piso impermeabilizado e sistema de contenção, é essencial para prevenir vazamentos e possíveis danos ambientais.

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Previsão do tempo

Semana será de calor e pancadas de chuva em MS

Festividades natalinas serão marcadas por clima típico de verão, com alternância entre períodos de sol, calor intenso e pancadas de chuva

21/12/2025 10h15

Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

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A semana de festividades natalinas será marcada por clima típico de verão, com alternância entre períodos de sol, calor intenso e pancadas de chuva acompanhadas de trovoadas em diversas regiões de Mato Grosso do Sul, é o que indicam as projeções do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). 

As condições se destacam em virtude da instabilidade climática que atinge o Estado, fatores que causarão oscilações de temperatura, onde a chuva deve ser marcante já no início da semana, enquanto o calor ganha força nos dias seguintes.

A segunda-feira (22) começa com céu carregado e chuva em várias cidades, sobretudo em Campo Grande com possibilidade de chuva intensa, rajadas de vento e descargas elétricas. Os volumes podem ser significativos em pontos isolados não só da Capital, mas em municípios adjacentes como Bandeirantes e Jaraguari. Nessa região, as temperaturas permanecem elevadas, com máximas em torno dos 32°C mínimas próximas dos 22°C. 

Na terça-feira (23), o cenário pouco muda, e a instabilidade segue presente, especialmente à tarde e à noite, quando são esperadas novas pancadas de chuva e trovoadas, mantendo o tempo abafado.

A partir da quarta-feira (24), véspera de natal, a tendência é de redução das chuvas e aumento da presença do sol. O tempo fica mais firme, com variação de nebulosidade, e as temperaturas sobem, podendo alcançar a faixa dos 33°C e 34°C em diversos municípios como Sonora e Cassilândia. 

No feriado de quinta-feira (25), o calor se intensifica ainda mais, com predomínio de sol e poucas nuvens, característica comum do verão sul-mato-grossense, e noites quentes em todo o estado.

Já na sexta-feira e no sábado, o sol aparece com mais frequência, mas o calor e a umidade favorecem a formação de pancadas isoladas de chuva, principalmente no período da tarde. As máximas seguem elevadas, variando entre 32°C e 34°C, enquanto as mínimas ficam acima dos 23°C, mantendo a sensação de tempo abafado.

Em Dourados e Ponta Porã, porção sul do estado, os termômetros devem marcar  médias entre 24 °C e 31 °C, calor típico de verão com possibilidade de pancadas de chuva isoladas.

Em Três Lagoas e Corumbá, o clima deve se estabelecer entre 23°C e 32°C com variação de sol e chuva e picos de alta temperatura que podem atingir a casa dos 35°C.

Coxim, Naviraí e Nova Andradina, as estimativas médias ficam entre 23 °C e 31 °C.

Saiba*

Ao longo da semana, a recomendação é de atenção redobrada aos avisos meteorológicos, sobretudo nos dias de maior instabilidade, além de cuidados com o calor intenso, como hidratação constante e proteção contra o sol. 

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