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Campo Grande amanhece encoberta por fumaça e com calor de 30ºC

Índice de Qualidade do Ar (IQAr) está em 156, considerado 'muito ruim', na Capital

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Campo Grande amanheceu encoberta pela fumaça nesta terça-feira (8). A ‘pluma’ de fuligem atingiu a Capital na noite desta segunda-feira (7) e o horizonte amanheceu cinzento mais uma vez.

Dados da Estação de Monitoramento da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (EMQAr – UFMS) apontam que o Índice de Qualidade do Ar (IQAr) está em 156, considerado ‘muito ruim’, nesta terça-feira (8), em Campo Grande. Isto significa que há 156 microgramas de poluição por metro cúbico no ar.

O tempo parece nublado, mas, na verdade se trata de fumaça e fuligem dispersas no ar, deixando o horizonte cinza e com baixa visibilidade.

Em Campo Grande, o sol está avermelhado por conta da fuligem dispersa no ar. É tanta fumaça que o sol nem sequer faz mais sombra.

Não é preciso muito esforço para perceber a fumaça: basta olhar para o horizonte (rua), não sendo mais necessário olhar para cima (céu).

De acordo com o doutor em Geofísica Espacial e integrante do Laboratório de Ciências Atmosféricas da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Widinei Alves Fernandes, o IQAr ideal é 10.
Conforme a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), há cinco classificações possíveis para apontar a qualidade do ar:

  • 0 a 40: Boa
  • 41 a 80: Moderada
  • 81 a 120: Ruim
  • 121 a 200: Muito ruim
  • Acima de 200: Péssima

Ao Correio do Estado, Widinei Alves afirmou que a pluma de fumaça irá embora nesta quarta-feira (9), com a chegada de uma frente fria.

Chuva, que deve atingir Mato Grosso do Sul nesta quarta (9) e quinta-feira (10), promete aliviar calor, aumentar a umidade relativa do ar, melhorar a qualidade de respiração e limpar a atmosfera. Com isso, as temperaturas irão cair de 39ºC para 30ºC em Campo Grande. 

CALOR

A não bastar a fuligem, Campo Grande também enfrenta altas temperaturas logo no início da manhã.

De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), os termômetros marcavam 27ºC às 6h, 29ºC às 7h e 30ºC às 7h25min. A temperatura máxima deve ser de 39ºC, nesta terça-feira (8), na Capital.

Mato Grosso do Sul registrou, ontem (7), a maior máxima do ano e o dia mais quente do século.

Segundo dados do Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de Mato Grosso do Sul (Cemtec-MS), o município de Aquidauana bateu o recorde deste ano, registrando 43,7ºC na tarde de ontem, sendo esta a maior temperatura máxima atingida no Estado.

Em todo Mato Grosso do Sul, a média de temperatura máxima desta segunda-feira foi a maior do século: 39,3ºC. Em 34 municípios do Estado, as temperaturas máximas ultrapassaram 40ºC.

Ao Correio do Estado, o meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Heráclio Alves de Araújo informou que o motivo de tanto calor no Estado no início deste mês se deve ao acúmulo de massas de ar quente, que é comum na primavera.

“Essas massas de ar quente e seco bloqueiam a formação de nuvens e, com poucas nuvens no céu, a temperatura se eleva. Esta condição do tempo esteve presente em setembro e se mantém neste início de outubro”, explicou.

FUMAÇA

Mato Grosso do Sul esteve com céu encoberto por fumaça há vários dias consecutivos. A qualidade do ar melhorou por cerca de 10 dias, entre 27 de setembro e 7 de outubro, mas, a poluição voltou com tudo nesta terça-feira (8).

A fuligem é oriunda dos incêndios do Pantanal, Amazônia, São Paulo, Goiás, Bolívia, Mato Grosso e outros estados brasileiros que literalmente estão “pegando fogo”.

O tempo parece nublado, mas, na verdade se trata de fumaça e fuligem dispersas no ar, deixando o horizonte cinzento e com baixa visibilidade.

Em Campo Grande, o sol está avermelhado por conta da fuligem dispersa no ar.

Fumaça é a suspensão na atmosfera de produtos resultantes de uma combustão. Pode ser tóxica quando aspirada. Resulta de queimadas, fogueiras, brasas, motores de gasolina e gasóleo.

Névoa seca é formada quando há a condensação de vapor d'água em combinação com poeira, fumaça e outros poluentes, o que dá um aspecto acinzentado ao ar.

O meteorologista Natálio Abrahão afirmou que o fenômeno responsável por deslocar a fumaça, para longas distâncias, é o vento.

“São fluxos de ventas que se originam lá da região amazônica, e esse fluxo de vento vai agregando esses fatores aí. Se ventar uma manhã inteira, os ventos podem levar a fumaça de 100 a 150 quilômetros de distância em apenas uma manhã”, explicou Abrahão ao Correio do Estado.

PRIMAVERA

Primavera começou às 8h44min de 22 de setembro e terminará às 5h20min de 21 de dezembro de 2024 em Mato Grosso do Sul.

A estação é caraterizada pela

  • Floração de plantas
  • Aumento da umidade
  • Retorno das chuvas
  • Dias mais longos/noites mais curtas
  • Transição entre inverno (seca) e verão (chuvoso)

De acordo com prognóstico divulgado pelo meteorologista Natálio Abrahão, a estação será extremamente quente, abafada e calorenta, com temperaturas altíssimas. Segundo o meteorologista, outubro será o mês mais quente do ano.

Portanto, o calor será intenso, nesta estação de primavera, em Mato Grosso do Sul.

Temperaturas máximas poderão variar entre 37ºC e 44ºC, em função da forte radiação solar e da incidência vertical dos raios solares, atingindo os maiores termômetros da história de MS. A radiação ultravioleta atingirá níveis máximos durante a primavera.

INTERIOR

Alojamentos da fábrica da Arauco consomem 300% mais energia que toda Inocência

Diretor-presidente da Energisa considera "um crescimento muito grande num tempo muito pequeno", mas afirma que consumo não deve afetar o fornecimento ao município

09/04/2025 11h59

Fábrica está prevista para entrar em operação ao fim de 2027

Fábrica está prevista para entrar em operação ao fim de 2027 Reprodução

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Durante evento para lançamento da pedra fundamental da fábrica de celulose da empresa Arauco, que acontece hoje (09) longe cerca de 337 km de Campo Grande, o diretor-presidente da Energisa revelou que somente os alojamentos locais já consomem mais energia que todo o município de Inocência. 

Conforme revelado por Paulo Roberto dos Santos, diretor-presidente da Energisa MS, ainda que a fábrica esteja prevista para entrar em operação ao fim de 2027, os alojamentos em Inocência já consomem 300% mais energia que todo o município. 

"Inocência hoje, consome 2.5 megawatts de energia. Só os alojamentos já estão consumindo cerca de 10 megawatts", afirmou Paulo Roberto. 

Parte do projeto Sucuriú, que empregará cerca de 6 mil pessoas nas unidades florestal, fábrica e operações de logística, a expectativa antes disso é a capacitação e geração de mais de 14 mil oportunidades de trabalho durante as obras. 

Porém, apesar de indicar que comportar esse grande crescimento em um curto espaço de tempo é o maior dos desafios, ele é claro em destacar que o consumo não deve necessariamente refletir no fornecimento de energia para Inocência. 

Segundo o diretor-presidente da Energisa, a previsão repassada pela fábrica é uma estimativa de consumo que deve chegar a 140 mil durante o período de construção, o que Paulo considera "um crescimento muito grande num tempo muito pequeno". 

"Eu acho que o grande desafio é a dor do crescimento, é suportar tudo isso com muito investimento, com muita força, com muito engajamento. A gente triplicou praticamente o número de equipes que estão trabalhando aqui", disse Paulo dos Santos. 

A fábrica

Com capacidade de produção prevista em torno de 3,5 milhões de toneladas de fibra curta de celulose ao ano, cerca de 400 mil hectares de eucaliptos já foram ou serão plantados no entorno da fábrica. 

Às margens do rio Sucuriú, é prevista ainda uma produção de eletricidade em larga escala e em um ciclo fecdoihado (completo), com capacidade de geração superior a 400 megawatts (MW) e aproximadamente 200 MW destinados à demanda de consumo interno.

"Iremos gerar 400 megawatts de energia limpa dos quais pouco mais de 200 MW serão comercializados no país nacional, contribuindo com a descarbonização da matriz energética do país brasileiro", expôs o  Chief Executive Officer (CEO ou diretor-executivo, na tradução livre) da Arauco Brasil. 

Atualmente Mato Grosso do Sul abriga três fábricas de celulose em atividade: a primeira, da Suzano, opera desde 2009 em Três Lagoas. Na mesma cidade, a Eldorado, do grupo J&F, funciona desde 2012, enquanto a terceira pertence à Suzano e fica em Ribas do Rio Pardo. 

E, além do projeto da Arauco em Inocência, existem estudos para instalação de uma quinta unidade, desta vez em Água Clara, que deve ser erguida pela Bracell, o que apesar do acordo de confidencialidade, foi também confirmada hoje (09) pelo diretor da Energisa. 

"A próxima da lista aqui é a Bracell, que deve acontecer lá em Bataguassu. Estamos conversando há um ano e meio", complementa.  

Chilena, a Arauco atua no Brasil desde 2022, nos segmentos Florestal e de Madeiras, com cinco unidades industriais brasileiras, sendo a de Inocência a primeira fábrica de celulose branqueada a sair do papel.
**(Colaborou Glaucea Vaccari) 

 

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quarteirização?

Empresário preso em MT firma outro contrato milionário em MS

Depois de Água Clara e Ivinhema, nesta quarta-feira o diário oficial revelou que a empresa cuiabana vai faturar mais de R$ 7,8 milhões em Anaurilândia

09/04/2025 11h40

Lolcalizada na divisa com São Paulo, a pequena cidade vai destinar quase 10% de sua receita para manutenção da frota municipal

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Publicação do diário oficial desta quarta-feira revela que já são pelo menos três as prefeituras de Mato Grosso do Sul que firmaram contratos milionários com a empresa cuiabana Centro América Comércio, Serviço, Gestão, Tecnologia Ltda, cujo proprietário, Jânio Correa da Silva, foi preso em novembro do ano passado em uma operação do Ministério Público de Mato Grosso. 

Além de Água Clara e Ivinhema, agora veio a público a informação de que Anaurilândia contratou a “empresa especializada para a gestão informatizada da frota municipal, por meio de sistema via web, abrangendo os serviços de manutenção de veículos e maquinários, fornecimento de peças e aquisição de combustíveis, com utilização de rede credenciada e sistema de controle informatizado, integrado e em tempo real”. 

A empresa tem sede em Cuiabá e se diz especializada em serviços de informática. Em 7 de novembro do ano passado seu proprietário foi preso por conta de suspeitas de fraude em contratos com mais de cem câmaras e prefeituras de Mato Grosso. 

Jânio e mais cinco familiares tinham contratos da ordem de R$ 1,8 bilhão no estado vizinho e por conta de suspeitas de fraude, todos ficaram detidos dirante ao menos cinco dias. Jânio foi libertado dia 12, mas um tio dele, que seria o “cabeça” do esquema, continuou detido.  

Anaurilândia, cidade localizada a 380 de Campo Grande, na divisa com São Paulo, tem população de 7,6 mil pessoas e prevê gasto de R$ 7.840.042,02 ao longo de um ano com a CAT, como é conhecida a empresa. Esse valor representa mais de mil reais per capita somente com este contrato. 

No dia primeiro de fevereiro, em seu discurso de abertura do ano legislativo na Câmara de Vereadores, o prefeito Rafael Hamamoto, que foi reeleito pelo PP, fez questão de lamentar a situação financeira difícil da prefeitura, que tem orçamento anual da ordem de R$ 90 milhões e acumulava dívidas de quase R$ 18 milhões de reais. Isso, segundo ele, limita a capacidade de investimento em melhorias. 

Mas, o contrato com a empresa cuiabana já estava engatilhado. Prova disso é que falou sobre a  situação crítica da frota municipal. Na ocasião, informou que a equipe de licitação e contratos já estava mobilizada para realizar uma manutenção emergencial nos veículos. 

Assim como ocorreu em Ivinhema, onde a empresa vai receber quase R$ 5 milhões em seis meses, a contratação para atuar em Anaurilândia foi por meio de adesão a ata de registro de preços feita pelo Consórcio Intermunicipal Multifinalitário dos Municípios do Extremo Sul de Minas (CIMESMI). 

Já no caso de Água Clara, onde o contrato existe desde abril de 2023 e foi renovado até abril de 2026 e vai consumir quase R$ 8,5 milhões por ano, a contratação ocorreu após adesão a ata de registro de preços feita pelo município de Peixoto de Azevedo (MT).

No dia 18 de março deste ano, a prefeitura de Ivinhema assinou contrato com esta mesma empresa e informou que iria gastar R$ 4.995.750,45 por um período de seis meses. Conforme o diário oficial daquela data, o contrato é para quarteirizar a gestão da frota municipal. 

Quarteirização é uma evolução do processo de terceirização, em que o gerenciamento dos terceiros passa para uma quarta empresa. Quer dizer, os contratos milionários são basicamente para gerenciar contratos que as prefeituras firmaram com outras empresas. As prefeituras de Água Clara e Anaurilândia não utilizam o termo quarteirização dos serviços.

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