No melhor estilo europeu, o Mercado de Pulgas de Campo Grande é uma realidade iminente para o primeiro domingo de cada mês nos Altos da Afonso Pena, com a edição de inauguração do espaço para venda, exposição ou troca entre pessoas físicas marcada para o próximo dia 1º de outubro.
Publicado na manhã desta terça-feira (06), o Diário Oficial de Campo Grande trouxe o texto da lei n.º 7.106, que institui o Mercado de Pulgas, proposta essa que já havia sido aprovada pela Câmara Municipal em oito de agosto.
De autoria cidadã, foi o bioquímico, José Roberto da Silva Almeida, aposentado pela Empresa de Saneamento do Estado de Mato Grosso do Sul, que apresentou a ideia para a feira. Proposto na Casa de Leis pelo vereador Otávio Trad, a Câmara deixou estipulado o local e datas a serem realizados o Mercado.
“O Mercado de Pulgas visa principalmente promover a troca de objetos que já não servem mais para uma pessoa, porém que será de utilidade para outra”, comentou Otávio durante aprovação da proposta.
Conforme o texto, o Mercado de Pulgas servirá para que qualquer pessoa física, moradora ou não de Campo Grande, utilize do espaço para expôr, vender ou trocar livremente os mais variados artigos.
A lei prevê que esse será o local perfeito para quem possui antiguidades; artigos colecionáveis e peças raras; artesanatos; mobílias; pratarias e artigos decorativos, e sente a vontade de praticar um desapego ou mesmo expôr esses itens com quem compartilhe dos mesmos interesses e/ou passatempos.
Importante frisar que fica proibida a comercialização de qualquer tipo de animal e produtos que sejam de origem ilegal, como fruto de roubos ou furtos.
Entenda o Mercado de Pulgas
Ainda que algumas regiões do Brasil já adotem os mercados de pulgas, essa é uma ideia e prática culturalmente distante dos brasileiros, com origem data dos subúrbios franceses do século XIX (19).
Entretanto, ainda que o nome aponte para o óbvio motivo da possibilidade de encontrar o pequeno inseto em roupas usadas, a origem tem suas peculiaridades, e contam muito mais história do que as suspeitas indicam.
Em Paris, onde o termo foi cunhado, conforme a cidade ia crescendo, pontos que comercializavam itens de segunda mão começaram a ser "varridos" e expulsos, instalando suas lojas em lugares que ficaram conhecidos como "flee market", que em tradução livre pode significar "mercados de fuga", conforme análise do portal Mega Curioso.
Tendo essa característica itinerante, não demorou para esses pontos de negociação se espalharem ao redor do globo, com a própria língua francesa influenciando um dos nomes que o mercado ganhou no Brasil, já que a expressão "bric-à-brac", que do Francês pode significar "tralha", tornou-se o famoso "bricabraque".
Podendo ser nomeado até como "feira do rolo", pelo nordeste do Brasil, até mesmo o brechó pode ser considerada uma vertente desse movimento, voltada exclusivamente para o comércio de roupas e itens de vestuário.
Ainda, uma edição extra detalhou o veto contido na publicação da lei, já que inicialmente o projeto delimitava um espaço de 1,8 km de extensão para a feira livre que, por lei, precisa ficar distante um raio de 200 metros das unidades de segurança.
Com isso, o Mercado de Pulgas nos altos da Afonso Pena precisará ficar distante 200 metros da rotatória onde fica localizado o Batalhão de Choque da Polícia Militar do Mato Grosso do Sul.
Além disso, a Secretaria Municipal de Inovação, Desenvolvimento Econômico e Agronegócio (SIDAGRO) manifestou que o projeto criava obrigação para a administração municipal "criar a feira", o que não é de competência do Executivo e justificou o veto parcial.


Crédito: Gerson Oliveira / Correio do Estado


