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crianças e adolescentes

Casos emblemáticos contribuíram para alta de 13,4% nas denúncias de estupro

Dados apontam que nos seis primeiros meses de 2022 foram registrados 799 casos, enquanto neste ano já foram 906 denúncias

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De janeiro a junho deste ano, Mato Grosso do Sul teve um aumento de 13,4% nos registros de estupro de vulnerável, em comparação com o mesmo período do ano passado. Ao todo, a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) informou que foram notificados 906 casos neste ano, enquanto em 2022, no período, foram 799. 

O delegado da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DEPCA), Pablo Gabriel Farias da Silva, relatou que o aumento de denúncias se deu principalmente após a repercussão de casos emblemáticos que ocorreram no início do ano e que alertaram a população sobre o cuidado com a integridade física e psicológica das crianças, como o caso da morte da menina Sophia, de apenas 2 anos. 

“As pessoas têm procurado mais a delegacia, a escola, o Conselho Tutelar, e por isso os números de registros têm aumentado. É uma rede de proteção à criança, em alguns casos, são encaminhados pela Defensoria, pelo Ministério Público”, disse Pablo Gabriel. 

Crianças e adolescentes do sexo feminino são as principais vítimas de estupro, tanto em Campo Grande quanto no interior. De janeiro a junho de 2022, foram registradas 218 ocorrências de estupro contra meninas na Capital e 480 casos no interior do Estado, totalizando 698 vítimas do sexo feminino. 

Nos seis primeiros meses do ano passado, foram registrados 37 casos de estupro contra meninos em Campo Grande e 64 no interior, totalizando 101 denúncias. 

Neste ano, foram realizados 45 registros de estupro de crianças e adolescentes do sexo masculino em Campo Grande e 72 no interior, totalizando 117 denúncias nos seis primeiros meses.

As notificações de crimes de estupro contra crianças e adolescentes do sexo feminino foram 204 na Capital e 585 no interior, somando 789 casos em todo o Estado. 

No entanto, de acordo com a DEPCA, os registros na Capital ultrapassam os dados divulgados pela Sejusp, sendo 46 ocorrências de violência sexual contra meninos e 263 contra meninas nos seis primeiros meses deste ano. 

A DEPCA informou também que, no mesmo período de 2022, foram registradas 214 ocorrências, sendo 191 vítimas do sexo feminino e 23 do sexo masculino, o que representa um aumento de 100% nos casos de estupro que envolvem meninos e 37,6% nos casos que envolvem meninas. 

Ao todo, em 2022, foram registrados 520 boletins de ocorrência por violência sexual contra crianças e adolescentes em Campo Grande, sendo 77 meninos e 443 meninas. 

A DEPCA informa que as denúncias devem ser feitas preferencialmente na delegacia especializada, mas também podem ser realizadas em outros locais, caso necessário. 

O delegado informa que todas as denúncias registradas são verificadas e que esses dados são brutos. 

Nem todos os casos há a conjunção carnal, portanto, qualquer ato invasivo, como passar a mão ou beijar uma criança à força, pode e deve ser denunciado para ser investigado da maneira adequada. 

“Geralmente, os autores, tanto de maus-tratos quanto de estupro, são pessoas do âmbito familiar.

Pode ser tio, pode ser amigo, pode ser durante uma festa, um convidado, mas é feito naquele âmbito. O importante é cuidar dos filhos, estar atento às mudanças, observar alguma lesão ou mudança de comportamento”, completou o delegado. 

CASOS 

Na segunda-feira, a Polícia Civil prendeu preventivamente um homem de 29 anos, por suspeita de estuprar a enteada em 2020, quando a menina tinha 7 anos. 

De acordo com a Polícia Civil, a criança teria dito à mãe, na presença do Conselho Tutelar, que o padrasto estaria “mexendo” com ela e a forçava a praticar atos sexuais desde então. O crime teria ocorrido na casa da vítima, na Aldeia Indígena TeyKue, em Caarapó. 

Em Ribas do Rio Pardo, também no interior do Estado, uma mãe é suspeita de vender a virgindade da filha de 14 anos por R$ 30 mil.

O crime teria sido praticado entre o fim de 2022 e o início deste ano, mas a polícia só teve conhecimento na segunda-feira (10), por meio do Conselho Tutelar de Panorama, interior de São Paulo. 

A adolescente está morando com uma tia no estado vizinho e não sabe informar se a mãe recebeu o dinheiro pelo crime. A jovem relata ainda que a mãe a embriagava para que um gerente de uma fazenda a violasse sexualmente. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil de Ribas do Rio Pardo. 

OUTROS CRIMES 

Crianças e adolescentes também estão expostos a outros crimes, como maus-tratos. Segundo a DEPCA, em 2022, foram registrados 446 boletins de ocorrência de maus-tratos contra vulneráveis, sendo 226 contra meninos e 267 contra meninas. 

No primeiro semestre deste ano, foram registradas 360 ocorrências de maus-tratos a crianças e adolescentes, sendo 176 contra meninos e 184 contra meninas. 

O delegado informa que todos os casos devem ser analisados em todo o contexto, para saber se houve perigo à vida ou à saúde da criança e do adolescente, principalmente se for algo recorrente. 

O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania também alerta que atos de violência contra crianças e adolescentes, desde castigos físicos para “disciplinar” até casos mais graves, são proibidos no Brasil e devem ser denunciados. 

Desde 2014, a Lei n° 13.010, conhecida como Lei Menino Bernardo, está em vigor e visa assegurar o direito de crianças e adolescentes de serem educados e criados sem uso de castigos físicos ou tratamento cruel e degradante. 

CASO SOPHIA

Sophia de Jesus Ocampo, de 2 anos, morreu no dia 26 de janeiro deste ano. Ela já chegou morta e com sinais de violência à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Coronel Antonino, em Campo Grande. Os principais acusados pelo crime são o padrasto, Christian Campoçano Leitheim, e a mãe, Stephanie de Jesus da Silva.

O laudo necroscópico indicou que a pequena Sophia morreu em decorrência de um traumatismo na coluna, causado por agressão física. A criança apresentava ainda sinais de estupro, crime comprovado após análise feita pelo Instituto de Medicina e Odontologia Legal (Imol).

As audiências de instrução do caso tiveram início no dia 17 de abril, quando foram ouvidos o pai da vítima, Jean Carlos Ocampo, a avó e o avô materno, bem como a ex-namorada de Christian, com quem ele tem um filho de 4 anos e que morava na mesma casa em que Sophia.

Na última audiência, realizada no dia 26 de junho, o Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul (MPMS) apresentou um requerimento para que os celulares dos réus fossem periciados, já que quando foram apreendidos foi autorizada apenas a quebra de sigilo telefônico do casal. 

O caso na 1ª Vara do Tribunal do Júri está paralisado, aguardando o término da perícia.

TEMPO

Saiba em que regiões do Brasil deve chover acima da média no verão

Inmet divulgou previsão para a estação, que começa hoje (21)

21/12/2025 20h00

Saiba em que regiões do Brasil deve chover acima da média no verão

Saiba em que regiões do Brasil deve chover acima da média no verão Paulo Pinto/Agência Brasil

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O verão do Hemisfério Sul começa neste domingo (21), e o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) prevê condições que podem causar chuvas acima da média em grande parte da regiões Norte e Sul do Brasil, além de poucas áreas do Nordeste e do Centro-Oeste.

No Norte, a maior parte dos estados deve ter mais precipitações e temperaturas mais elevadas. As exceções são o sudeste do Pará e o estado do Tocantins, que podem ter volumes de chuva abaixo da média histórica.

“A temperatura média do ar prevista indica valores acima da média climatológica no Amazonas, no centro-sul do Pará, no Acre e em Rondônia, com valores podendo chegar a 0,5 grau Celsius (°C) ou mais acima da média histórica do período (Tocantins). Nos estados mais ao norte da região, Amapá, Roraima e norte do Pará, são previstas temperaturas próximas à média histórica”, estima o Inmet.

Sul

Na Região Sul, a previsão indica condições favoráveis a chuvas acima da média histórica em todos os estados, com os maiores volumes previstos para as mesorregiões do sudeste e sudoeste do Rio Grande do Sul, com acumulados até 50 mm acima da média histórica do trimestre.

“Para a temperatura, as previsões indicam valores predominantemente acima da média durante os meses do verão, principalmente no oeste do Rio Grande do Sul, chegando até 1°C acima da climatologia”. 

Nordeste

Para a Região Nordeste, há indicação de chuva abaixo da média climatológica em praticamente toda a região, principalmente na Bahia, centro-sul do Piauí, e maior parte dos estados de Sergipe, Alagoas e Pernambuco. Os volumes previstos são de até 100 mm abaixo da média histórica do trimestre.

Por outro lado, são previstos volumes de chuva próximos ou acima da média no centro-norte do Maranhão, norte do Piauí e noroeste do Ceará.

Centro-Oeste

Na Região Centro-Oeste, os volumes de chuva devem ficar acima da média histórica somente no setor oeste do Mato Grosso. Já no estado de Goiás, predominam volumes abaixo da média climatológica do período.

Para o restante da região, são previstos volumes próximos à média histórica. “As temperaturas previstas devem ter predomínio de valores acima da média climatológica nos próximos meses, com desvios de até 1°C acima da climatologia na faixa central da região”, diz o InMet.

Sudeste

Com predomínio de chuvas abaixo da média climatológica, a Região Sudeste deve registar volumes até 100 mm abaixo da média histórica do trimestre.

Deve chover menos nas mesorregiões de Minas Gerais (centro do estado, Zona da Mata, Vale do Rio Doce e Região Metropolitana de Belo Horizonte). A temperatura deve ter valores acima da média em até 1°C, segundo os especialistas do InMet.

Verão

A estação prossegue até o dia 20 de março de 2026. Além do aumento da temperatura, o período favorece mudanças rápidas nas condições do tempo, com a ocorrência de chuvas intensas, queda de granizo, vento com intensidade variando de moderada à forte e descargas elétricas.

Caracterizado pela elevação da temperatura em todo país com a maior exposição do Hemisfério Sul ao Sol, o verão tem dias mais longos que as noites.

Segundo o InMet, nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, as chuvas neste período são ocasionadas principalmente pela atuação da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), enquanto no norte das regiões Nordeste e Norte, a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) é o principal sistema responsável pela ocorrência de chuvas.

Em média, os maiores volumes de precipitação devem ser observados sobre as regiões Norte e Centro-Oeste, com totais na faixa entre 700 e 1100 milimetros. As duas são as regiões mais extensas do país e abrigam os biomas Amazônia e Pantanal, que vivenciam épocas de chuva no período.

TEMPO

Solstício faz deste domingo o dia mais longo do ano

O solstício de verão acontece quando um dos hemisférios está inclinado de forma a receber a maior incidência possível de luz solar direta

21/12/2025 19h00

Solstício faz deste domingo o dia mais longo do ano

Solstício faz deste domingo o dia mais longo do ano Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

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O verão começou oficialmente às 12h03 (horário de Brasília) deste domingo, 21. A data marca o solstício de verão no Hemisfério Sul, fenômeno astronômico que faz deste o dia com o maior número de horas de luz ao longo de todo o ano.

As diferentes estações ocorrem devido à inclinação do eixo de rotação da Terra em relação ao seu plano de órbita e ao movimento de translação do planeta em torno do Sol. O solstício de verão acontece quando um dos hemisférios está inclinado de forma a receber a maior incidência possível de luz solar direta

No mesmo momento, ocorre o solstício de inverno no Hemisfério Norte, quando se registra a noite mais longa do ano. Em junho, a situação se inverte: o Hemisfério Sul entra no inverno, enquanto o norte passa a viver o verão.

Além dos solstícios, há os equinócios, que acontecem na primavera e no outono. Eles marcam o instante em que os dois hemisférios recebem a mesma quantidade de luz solar, fazendo com que dia e noite tenham duração semelhante.

O que acontece no verão?

Segundo Josina Nascimento, astrônoma do Observatório Nacional (ON), instituição vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), o verão é a estação mais quente do ano justamente por causa da inclinação de cerca de 23 graus do eixo da Terra em relação ao seu plano de órbita. Esse ângulo faz com que os raios solares atinjam mais diretamente um hemisfério de cada vez.

Quando é verão no Hemisfério Sul, os raios solares incidem de forma mais intensa sobre essa região do planeta, o que resulta em dias mais longos e temperaturas mais elevadas.

Os efeitos das estações do ano são maiores nos locais distantes do equador terrestre. "Nas regiões próximas ao equador, a duração dos dias varia pouco ao longo do ano. Essa diferença aumenta progressivamente em direção aos polos, onde os contrastes são máximos", explica Nascimento.

Previsão do tempo para os próximos dias

Com a chegada do verão neste domingo, São Paulo deve ter dias quentes nas próximas semanas e pode bater o recorde de temperatura do ano na véspera do Natal. De acordo com o Climatempo, os próximos dias também devem ser com menos chuvas e tempo seco na capital paulista.

O que esperar do verão de 2025/2026 no Brasil

Dados do Instituto Nacional de Meteorologia indicam que a maior temperatura registrada em São Paulo em 2025 foi de 35,1°C, em 6 de outubro. A expectativa para o dia 24 de dezembro é de que a temperatura se aproxime de 35°C, o que pode igualar ou até superar o recorde do ano.

O calor deve ser uma constante em grande parte do Brasil. Nesta semana, o Rio de Janeiro pode registrar até 38°C e Belo Horizonte e Vitória devem alcançar máximas entre 32°C e 34°C, com pouca chuva. O tempo quente também deve chegar à região Sul e ao interior do Nordeste, com máximas próximas dos 35°C. No Norte, as máximas se aproximam de 32°C.

O verão se estende até às 11h45 do dia 21 de março de 2026 e será marcado pela Alta Subtropical do Atlântico Sul (ASAS), sistema de alta pressão atmosférica que atua sobre o oceano Atlântico Sul e inibe a formação de nuvens. O fenômeno climático deve atuar como um bloqueio atmosférico, afastando algumas frentes frias que passam pelo Brasil.

A Climatempo prevê que a chuva do verão 2025 e 2026 fique um pouco abaixo da média para estação em quase todo o País. A maior deficiência deve ser na costa norte do Brasil, entre o litoral do Pará e do Ceará, e em áreas do interior do Maranhão e do Piauí.

Já o fenômeno La Niña não deve ser o principal fator climático neste verão, devido à sua fraca intensidade e curta duração. A atuação do fenômeno está prevista para se estender até meados de janeiro de 2026 e sua influência sobre as condições climáticas desta estação tende a ser limitada.

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