Cidades

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Cerca de 1.300 professores estão afastados por questões de saúde

A maioria dos atestados médicos relacionados ao afastamento de professores é por questão de saúde mental, diz Secretaria Municipal de Educação de Campo Grande

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Dados da Secretaria de Estado de Educação (SED) apontam que, atualmente, 343 professores da Rede Estadual de Ensino estão afastados das salas de aula por motivos de saúde. Já a Secretaria Municipal de Educação da Capital (Semed) relata que, apenas em março, 922 profissionais da educação pediram afastamento por questões relacionadas à saúde.

O levantamento da Semed apontou também que problemas de saúde mental estão afetando diretamente os professores. No ano passado, 1.506 profissionais do setor pediram afastamento das salas de aula por transtornos mentais e comportamentais.

A secretaria informou que o número não corresponde ao total de professores sob atestado médico no momento, uma vez que o mesmo profissional pode ter pegado mais de uma licença no período.

Contudo, a Semed disse que as licenças médicas variam de 1 a 30 dias. Do total, a maioria dos casos é ligada à saúde mental.

Já a SED frisou, entretanto, que, se comparado ao mesmo período do ano passado, o total de profissionais da educação afastados pelos mesmos motivos era de 487.

“Esse dado pode sofrer variações nos próximos meses, mas o contexto observado no momento é de queda nos afastamentos dessa natureza”, explicou a assessoria.

Segundo o presidente do Sindicato Campo-Grandense dos Profissionais da Educação Pública (ACP-MS), Gilvano Kunzler Bronzoni, atualmente a educação é o segmento do serviço público que mais afasta servidores por problemas relacionados à saúde.

Bronzoni comentou que um dos fatores que favorece esse número expressivo de pedidos de afastamento é o cotidiano estressante, além da precarização na estrutura e desvalorização da carreira desses profissionais.

Por conta da quantidade crescente de professores que estão pedindo afastamento das salas de aula por problemas psicológicos, a ACP-MS vai lançar, no mês de maio, uma pesquisa sobre a saúde desses servidores, abordando todas as áreas de saúde e identificando as principais causas das solicitações apresentadas.

“Após a pandemia, aumentou [o número de pedidos de afastamentos], e agora, com essa onda de violência, cresceu de novo, até porque o professor é linha de frente no enfrentamento desse problema, uma vez que é ele quem está dentro da sala de aula com o aluno”, explicou Bronzoni.

De acordo com a Semed, em 2021, 647 professores solicitaram afastamento por questões psicológicas. Esses dados só foram coletados a partir de setembro daquele ano, em razão da pandemia de Covid-19.

Foram 59 atestados médicos classificados como transtornos mentais e comportamentais em setembro de 2021, além de outros 104 em outubro, 278 em novembro e 206 em dezembro.

No ano passado, os dados começaram a ser contabilizados em março, com 114 atestados médicos no mês, 42 em abril, 215 em maio, 146 em junho, 161 em julho, 212 em agosto, 237 em setembro, 165 em outubro e 216 em novembro.

A ACP-MS tem debatido com as duas secretarias de Educação – tanto estadual quanto municipal – as estratégias do Executivo para dar qualidade de vida aos professores no ambiente de trabalho.

Bronzoni relatou que o Estado ainda não apresentou iniciativas para melhorias, mas que o município adiantou alguns projetos que envolvem o atendimento psicológico aos profissionais de educação.

A pesquisa que o sindicato realizará visa também levantar dados para direcionar a entidade e o poder público aos projetos mais efetivos.

Psicológico afetado 

A psicóloga Izabelli Coleone comentou que, em razão dos recentes acontecimentos no País de violência nas escolas, os profissionais da área estão sob tensão, o que gera uma insegurança no ambiente de trabalho.

“Estamos falando de vidas. Esses professores, além de terem de ser responsáveis por seu trabalho, precisam ser responsáveis pelos jovens e crianças”, disse.

“Ainda vivemos em uma sociedade que, muitas das vezes, coloca a responsabilidade na escola, o que faz com que muitos se sintam sobrecarregados, cansados emocionalmente, desenvolvendo problemas de saúde emocional, porque a cobrança ou o desejo que é imposto sobre essa profissão vai além de apenas ensinar didaticamente”, argumentou a psicóloga.

Coleone também ressaltou que iniciativas como disponibilizar profissionais de psicologia nas escolas pode não ter o efeito esperado, porque retira a privacidade e o acolhimento que é necessário nas consultas psicológicas.

Entretanto, a profissional acredita que o atendimento psicológico disponibilizado na rede seria importante.

Denúncia 

Na sexta-feira, na Câmara Municipal de Campo Grande, houve uma audiência pública para debater a readaptação dos servidores públicos. Durante o encontro, profissionais da educação denunciaram o atendimento inadequado da junta médica de saúde.

Segundo Laiana Horing, da assessoria de comunicação da ACP-MS, a entidade já ingressou com uma ação judicial para garantir o cumprimento da legislação que rege a questão da readaptação dos professores no ambiente profissional. 

O sindicato alega que a junta médica não estaria respeitando as orientações do manual do servidor a respeito das readaptações provisórias e definitivas.

 

Cidades

Adolescente comete latrocínio e capota carro da vítima em MS

Vítima foi encontrada carbonizada após incêndio causado pelo jovem

20/12/2025 10h30

Divulgação/PCMS

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Um adolescente de 17 anos foi apreendido em flagrante pela Polícia Civil de Mato Grosso do Sul, por intermédio da Delegacia de Rio Verde e com apoio da Polícia Militar, na madrugada da última sexta-feira (19). O jovem foi responsável por cometer  ato infracional análogo ao crime de roubo seguido de morte (latrocínio). 

Por volta das 4h30, os policiais foram acionados para atender a uma ocorrência de incêndio em uma casa no bairro Jardim José Antônio. Dentro do imóvel, foi encontrado um corpo carbonizado. A identificação da vítima será confirmada por exames periciais.

LATROCÍNIO

Conforme apurado durante a investigação, o adolescente teria agredido a vítima com o objetivo de subtrair bens. Ele levou dinheiro, um aparelho celular e um carro.

O automóvel foi localizado capotado na BR-163. O adolescente foi socorrido e encaminhado ao hospital municipal.

Na casa do jovem, foram apreendidos dinheiro e o aparelho celular pertencentes à vítima.

Após deixar a unidade de saúde, o adolescente foi apreendido e encaminhado à delegacia, onde foram adotadas todas as providências legais, com comunicação ao Juízo da Infância e Juventude e ao Ministério Público, conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

As investigações prosseguem para o completo esclarecimento dos fatos e para verificar eventual participação de outras pessoas.

APAGAR DAS LUZES

MPMS suspeita de corrupção milionária na iluminação pública

Após passar por várias cidades de MS, grupo de elite contra a corrupção fecha o ano com operação na prefeitura da Capital

20/12/2025 08h00

Operação Apagar das Luzes foi realizada na Capital e na cidade de Balneário Piçarras, em Santa Catarina, com cumprimento de 14 mandados de busca e apreensão

Operação Apagar das Luzes foi realizada na Capital e na cidade de Balneário Piçarras, em Santa Catarina, com cumprimento de 14 mandados de busca e apreensão Marcelo Victor

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O Grupo Especial de Combate à Corrupção (Gecoc) do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) bateu à porta do 13º município este ano, desta vez em Campo Grande, que foi alvo de investigação por suposto superfaturamento milionário em contratos de iluminação pública que foram firmados pela Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep).

Em nota, o MPMS afirmou que os contratos apontados com indícios de corrupção foram firmados no ano passado e ainda estão em vigência.

“As investigações indicam a ocorrência de reiteradas fraudes nos processos licitatórios, tendo sido identificado superfaturamento superior a R$ 62 milhões”, diz a nota do MPMS.

Porém, ao Correio do Estado, o titular da Sisep, Marcelo Miglioli, diz que o promotor de Justiça responsável pelo caso o informou que estão em investigação os contratos que foram firmados em 2018, na antiga licitação, e encerram-se em 2023, quando houve um novo leilão.

Ainda segundo ele, a operação de sexta-feira gira em torno de duas empresas principais: as construtoras B&C e JLC, ambas com sede em Campo Grande.

“O que foi passado para mim é que a investigação foi em cima da B&C e da JLC. Foi o que foi passado para mim pela promotoria e eram as duas que constavam nas licitações lá de trás, de 2018”, explica o secretário que administra a Pasta desde novembro de 2023, quando substituiu o engenheiro civil Domingos Sahib Neto.

Segundo o site de transparência da prefeitura, a iluminação pública de Campo Grande é dividida em sete contratos independentes para cada uma das regiões da cidade: Anhanduizinho (Lote 1); Bandeira (Lote 2); Centro (Lote 3); Imbirussu (Lote 4); Lagoa (Lote 5); Prosa (Lote 6); e Segredo (Lote 7).

A construtora B&C é responsável pelos lotes 4, 5 e 7, que somados estão avaliados em R$ 14.885.371,67. Já a empresa JLC administra a iluminação dos lotes 1, 2 e 3, que resultam em R$ 17.837.068,21. 

Avaliada em R$ 4.300.411,70, o lote 6 ficou sob responsabilidade da M.R Construtora, outra que Miglioli afirma que pode ser investigada por estar envolvida nos contratos, mas destaca que os dois principais alvos são a B&C e JLC por causa da licitação de 2018, quando apenas as duas geriam as manutenções de iluminação pública na Capital. 

Ainda no site da transparência municipal, é possível observar que durante este um ano de vigência dos atuais contratos, todos eles passaram por reajuste que superam a casa dos 100%, ou seja, mais do que dobraram. À reportagem, Miglioli contesta que esse aumento pode ser considerado “abusivo”.

“Tudo que a gente fez na nossa gestão é perfeitamente explicável. Essa é uma conta importante de se fazer, porque esses contratos são com renovação anual, mas é um contrato originário de uma licitação só. Eu não faço uma licitação anual, então, os valores vão sendo cumulativos”, diz o secretário.

Além das empresas, dois servidores públicos também foram alvo do Gecoc, mas não tiveram seus nomes divulgados. De acordo com o titular da Sisep, um dos envolvidos já está aposentado, mas ainda estava ativo quando os novos contratos foram firmados no ano passado, enquanto o outro ainda segue em atividade na secretaria.

Em coletiva realizada após o cumprimento dos mandados, Miglioli disse que, como ainda não há comprovação de que tenha havido superfaturamento, os contratos serão mantidos normalmente, visto que também não existe base legal para a suspensão dos contratos.

O mesmo vale para o servidor da ativa, segundo o titular da Pasta. Por enquanto, nem mesmo perderá seu cargo de confiança, a não ser que haja uma determinação judicial. “Não posso ser irresponsável e fazer juízo de valor. Estamos falando aqui de vidas, de pessoas humanas”, afirmou o secretário.

Operação Apagar das Luzes foi realizada na Capital e na cidade de Balneário Piçarras, em Santa Catarina, com cumprimento de 14 mandados de busca e apreensãoMinistério Público de MS recolheu malotes com documentos de empresas alvo da operação durante a manhã de sexta-feira na Capital - Foto: Marcelo Victor/Correio do Estado

MANDADOS

A Operação Apagar das Luzes foi realizada na Capital e na cidade de Balneário Piçarras, em Santa Catarina, com cumprimento de 14 mandados de busca e apreensão, a maioria no município sul-mato-grossense.

Somente neste ano, são 11 operações deflagradas pelo MPMS contra 13 municípios do Estado. O órgão já identificou corrupção em contratos de publicidade, engenharia, pavimentação asfáltica, informática, tecnologia, saúde, educação e obras, todas em cidades do interior, com exceção da ação de sexta-feira.

IMPOSTO DA LUZ

Uma matéria do Correio do Estado já demonstrou que Campo Grande é uma das capitais que mais arrecada com a Contribuição de Custeio da Iluminação Pública (Cosip) no País. Em 2022, por exemplo, a capital de Mato Grosso do Sul arrecadou mais com a taxa que vem embutida na conta de luz das casas e das empresas que a prefeitura de Curitiba (PR).

No ano avaliado pela Frente Nacional de Prefeitos, foram auferidos R$ 143.941.441,09 com a contribuição, a 10ª maior arrecadação bruta desta modalidade no Brasil. No mesmo ano, a prefeitura da capital paranaense, que tem o dobro do tamanho, arrecadou R$ 132.224.683,35 com a mesma contribuição para o custeio da iluminação pública.

A comparação não fica apenas entre a capital de Mato Grosso do Sul e a do Paraná. Na Região Centro-Oeste, Campo Grande é a campeã em receita com a Cosip, embora tenha 539.299 habitantes a menos que Goiânia (GO) – que tem 1,4 milhão de habitantes, conforme o mesmo Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A capital de Goiás arrecadou R$ 103.115.825,40 com a contribuição em 2022.

Na previsão de receita da Prefeitura para 2025, divulgada em dezembro de 2024, o Município diz ter a expectativa de arrecadar R$ 104 milhões por meio do Cosip.

O montante recolhido a título de Cosip deve ser repassado ao tesouro municipal pela empresa distribuidora. Essa quantia é vinculada à prestação do serviço de iluminação pública e não pode ser utilizada para outros fins.

*SAIBA

A Construtora JLC venceu há dois meses a disputa para fazer a iluminação natalina da Capital neste ano, com orçamento de R$ 1,7 milhão. A empresa é responsável por fornecer, instalar e desinstalar a decoração natalina, em contrato firmado no dia 17 de novembro e que expira no dia 15 de fevereiro.

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