Cidades

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Cezário deixa UTI e volta para casa com tornozeleira eletrônica

"Chefão" do futebol de MS foi internado com princípio de infarto após ser comunicado da morte de uma irmã

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O presidente afastado da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul (FFMS), Francisco Cezário, recebeu alta do Hospital nesta sexta-feira (7) e já está em casa, utilizando tornozeleira eletrônica.

Conforme noticiado anteriormente pelo Correio do Estado, Cezário precisou ser internado às pressas na noite da última quarta-feira (5), com um princípio de infarto. Segundo informações iniciais, ele precisaria passar por cateterismo, um procedimento que trata doenças cardíacas por meio da introdução de um tubo flexível, o cáteter.

O problema aconteceu logo após Cezário tomar conhecimento do falecimento de sua irmã, Maria Rosa Cezário, de 81 anos, que morreu naquele mesmo dia, vítima de um Acidente Vascular Cerebral (AVC).

O "chefão" do futebol em Mato Grosso do Sul estava no Presídio Militar desde o dia 21 de maio, quando foi preso pelas equipes do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (GAECO), do Ministério Público de Mato Grosso do Sul, durante a Operação Cartão Vermelho, que investiga uma suposta organização criminosa que teria desviado mais de R$ 6 milhões da FFMS entre 2018 e 2023.

Ontem (6), a desembargadora Elizabete Anache, da 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, que já havia negado liberdade a Cezário uma vez, voltou atrás na decisão e concedeu a liberdade, justamente por conta da morte da irmã e em decorrência de problema de saúde.

No despacho ela deixa claro que Cezário terá de usar tornozeleira eletrônica por 90 dias e está proibido de ter contato com os demais acusados e testemunhas.

Ele também está proibido de se ausentar da comarca por mais de oito dias sem o prévio conhecimento e anuência do juízo natural, não pode mudar de endereço sem autorização e está proibido de comparecer à sede da FFMS. Além disso, continua suspenso de suas atividades na Federação. 

A magistrada determina ainda que o teor de sua decisão seja encaminhado à Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e à Assembleia Legislativa que, segundo ela, teria instaurado uma CPI para apurar as denúncias de corrupção na entidade. 

Autor do pedido de libertação, o advogado André Borges afirmou que “Francisco Cezário agora cuidará da saúde e da defesa que apresentará à boa justiça estadual”. 

Operação Cartão Vermelho

Segundo o balanço, divulgado pelo Gaeco, as investigações tiveram início há 20 meses, e constataram que foi instalada na FFMS uma organização criminosa que desviava valores recebidos do Governo do Estado (via convênio, subvenção ou termo de fomento) e da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). A quantia desviada era utilizada para benefício dos envolvidos no grupo, e não chegava a ser investido no futebol estadual.

"Uma das formas de desvio era a realização de frequentes saques em espécie de contas bancárias da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul – FFMS, em valores não superiores a R$ 5.000,00, para não alertarem os órgãos de controle, que depois eram divididos entre os integrantes do esquema", dizia nota do Gaeco.

Usando desse mecanismo, os integrantes da organização realizaram mais de 1.200 saques, que somados ultrapassaram o valor de R$ 3 milhões.

A investigação também aponta que os suspeitos também possuíam um esquema de desvio de diárias dos hotéis pagos pelo Estado de MS em jogos do Campeonato Estadual de Futebol.

"Esse esquema de peculato estendia-se a outros estabelecimentos, todos recebedores de altas quantias da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul. A prática consistia em devolver para os integrantes do esquema parte dos valores cobrados naquelas contratações (seja de serviços ou de produtos) efetuadas pela Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul", explicou o Gaeco.

De setembro de 2018 a fevereiro de 2023, foram desviados da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul mais de R$ 6 milhões.

A justiça emitiu sete mandados de prisão e 14 de busca e apreensão. Além de Cezário, foram presos cinco familiares, sendo quatro sobrinhos e o filho de um destes.

Saiba: O nome da operação, Cartão Vermelho, é autoexplicativo e faz alusão ao instrumento utilizado pelos árbitros para expulsar os jogadores que cometem faltas graves durante as partidas de futebol.

HISTÓRICO

Oficialmente, Cezário comandou a entidade futebolística pela primeira vez em 1987, 37 anos atrás. 

Neste período, ele ficou, em tese, fora do do comando da associação por quatro anos, entre 2001 a 2004, quando assumiu a prefeitura de Rio Negro, cidade distante 150 quilômetros de Campo Grande. Mesmo assim, controlava a Federação.

Cezário tentou reeleger-se prefeito, mas não conseguiu. Ele voltou para a FFMS e não saiu mais. Normalmente, ele concorre sozinho, sem adversários.

Votam nas eleições da FFMS dirigentes de associações (clubes profissionais), associações (clubes praticantes do futebol amador da capital e do interior) e ligas municipais amadoras. Em torno de 35 pessoas participam do pleito.

SEGUNDA VEZ

A operação Cartão Vermelho não chega a ser uma novidade no histórico de Francisco Cesário. Ele já havia sido condenado, em 2009 em primeira instáncia e em 2010 a 2ª Turma Criminal do TJ/MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) ratificou a decisão para que cumprisse pena de quatro anos e cinco meses, em regime semiaberto, por desviar algo em torno de R$ 56 mil Federação de Futebol.

De acordo com a assessoria de imprensa do TJ, Cezario foi denunciado pelo Ministério Público por ter supostamente transferido recursos da FFMS para a conta particular.

Dizia ainda a denúncia que parte do dinheiro o presidente investiu em campanha política, quando era candidato a prefeito da cidade de Rio Negro, no fim da década de 90.

Na época, a denúncia foi baseada em provas levantadas pela PF em meio a uma CPI que investigou as relações entre a CBF e a Nike.

Com informações de Felipe Machado, Neri Kaspary e Naiara Camargo.

Economia

Dólar cai e Bolsa sobe com expectativas de corte maior nos juros dos EUA

A Bolsa brasileira, diante do novo fôlego, fechou em alta de 0,63%, aos 134.881 pontos

13/09/2024 19h00

O dólar fechou em queda de 0,44% nesta sexta-feira (2), aos R$ 5,709.

O dólar fechou em queda de 0,44% nesta sexta-feira (2), aos R$ 5,709. Marcelo Casal Jr/ Agência Brasil

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O dólar fechou em queda firme de 0,90% nesta sexta-feira (13), a R$ 5,566, com o mercado voltando a debater sobre o tamanho do corte que o Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) deverá fazer na taxa de juros.

As autoridades da política monetária se reunirão na semana que vem, e os investidores especulam se a redução será de 0,25 ou 0,50 ponto percentual.

As apostas de um corte maior derrubaram o dólar globalmente e fomentaram a busca por ativos de maior risco. A Bolsa brasileira, diante do novo fôlego, fechou em alta de 0,63%, aos 134.881 pontos.

Os ajustes nas previsões sobre a política monetária dos Estados Unidos acontecem poucos dias antes da reunião do Fed que deverá dar início ao aguardado ciclo de afrouxamento nos juros, marcada para 17 e 18 de setembro. A taxa está na faixa de 5,25% a 5,5% desde julho do ano passado -o patamar mais restritivo em duas décadas.

Ao longo da semana, dados de inflação ao consumidor acima do esperado para agosto e números benignos no mercado de trabalho haviam consolidado previsões em torno de uma redução de 0,25 ponto percentual.

Apostas de um corte de 0,50 ponto, porém, voltaram a ganhar espaço entre os operadores. O ex-presidente do Fed de Nova York, Bill Dudley, afirmou que há um forte argumento a favor da redução maior, enquanto veículos de imprensa chamaram a decisão de "apertada".

Na quinta-feira, o corte de 0,25 ponto reunia 87% dos agentes financeiros, segundo a ferramenta FedWatch, com os 13% restantes centrados na redução de 0,50. Agora, as proporções são de 51% e 49%, respectivamente, indicando um mercado dividido.

O Fed trabalha com um mandato duplo, isto é, observa de perto os dados de inflação e trabalho para decidir sobre os juros. O objetivo é atingir o chamado "pouso suave", quando índices inflacionários convergem para a meta sem maiores danos à empregabilidade do país.

Um corte de 0,50 ponto permitiria ao Fed retornar os custos de empréstimos a níveis normais mais rapidamente, removendo restrições à economia e protegendo o mercado de trabalho de mais fraqueza.

Por outro lado, poderia gerar interpretações de que o banco central está preocupado com a perspectiva econômica, levando os mercados financeiros a precificar uma redução mais dramática nas taxas a partir da semana.

"Pode-se argumentar por 0,50 ponto, mas as comunicações em torno disso são complicadas e não há uma razão convincente para assumir esse desafio", disse Loretta Mester, que se aposentou como presidente do Fed de Cleveland em junho.
A retomada da incerteza em relação ao tamanho do corte derrubou os rendimentos dos Treasuries, os títulos ligados ao Tesouro dos EUA, o que tornou o dólar menos atrativo para investimentos globalmente.

Para o real, outro fator de relevância ainda entrou na conta: a discussão em torno da taxa básica de juros do Brasil, a Selic, atualmente em 10,50% ao ano.

Desde a última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), em julho, dirigentes do BC (Banco Central) têm reiterado que um novo ciclo de aperto está à mesa para levar a inflação de volta ao centro da meta, caso os dados macroeconômicos indiquem necessidade.

O comitê trabalha com a meta de inflação em 3%, definida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional, órgão ligado ao Ministério da Fazenda) e com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima e para baixo. A taxa básica de juros é o principal instrumento do BC para controlar a alta de preços.

Na terça-feira, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostrou que o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), indicador oficial do país, teve queda de 0,02% em agosto. No acumulado do ano, passou a registrar uma inflação menor, de 4,24% -uma desaceleração dos 4,5% de julho, o teto da meta do BC.

A deflação não reverteu apostas de que a Selic irá subir 0,25 ponto já na próxima reunião do BC, também marcada para os dias 17 e 18 de agosto. A percepção do mercado foi reforçada com dados do setor de serviços, divulgados pelo IBGE na quarta, e vendas no varejo, na quinta.

Já nesta sexta, os dados do IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do BC), considerado uma espécie de "prévia" do PIB, mostrou que a economia brasileira recuou 0,4% em julho em comparação ao mês anterior. O resultado marcou perdas em relação a junho, quando houve avanço de 1,4%, mas ainda foi melhor do que a expectativa em pesquisa da Reuters, de queda de 0,9%.

O dado indica "um nível de atividade ainda forte, o que reforça o cenário de alta em 0,25 ponto na Selic", diz Patrícia Krause, economista-chefe para a América Latina da Coface.

Quanto maiores os juros no Brasil e menores nos Estados Unidos, melhor para o real, que se torna mais atraente para investimentos de "carry trade" -isto é, quando investidores tomam empréstimos a taxas baixas e aplicam recursos em moedas de países de taxas altas, para rentabilizar sobre o diferencial de juros.

Na cena corporativa, a Vale subiu 0,67%, mesmo com a desvalorização do minério de ferro na China. Já a Petrobras reverteu os ganhos de mais cedo, com os papéis preferenciais e os ordinários em queda de 0,46% e 0,29%, respectivamente, apesar do avanço do petróleo no exterior.

As ações da petroleira foram afetadas por falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que chamou de "bando de imbecis" aqueles que defendem a privatização da estatal e afirmou que a operação Lava Jato não visava prender corruptos, mas sim desmoralizar a companhia para vendê-la.

Outro destaque do pregão foi a disparada de 22,52% dos papéis da Azul, em meio a notícias de que a companhia aérea estaria perto de chegar a um acordo de reestruturação de dívidas com arrendadores de aviões. A empresa, segundo a agência Reuters, estaria oferecendo ações para pagar cerca de US$ 600 milhões em dívidas.

 

*Informações Folhapress 
 

CONFLITO

PM diz que disparou contra indígenas após ataque com flecha envenenada

Confronto terminou com três indígenas feridos a balas de borracha em Antônio João, onde indígenas ocuparam fazenda e atearam fogo em pontes

13/09/2024 18h32

Conflito resultou em três indígenas feridos; PM diz que agiu em legítima defesa

Conflito resultou em três indígenas feridos; PM diz que agiu em legítima defesa Reprodução: Aty Guasu/Instagram

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A Polícia Militar (PM) afirma que atirou contra indígenas após serem atacados com flechas envenenadas, em Antônio João. O conflito na região ocorreu nessa quinta-feira (12), após proprietários rurais denunciarem que fazendas foram invadidas e pontes incendiadas por indígenas.

Conforme noticiou o Correio do Estado, quando os policiais chegaram, houve confronto e três pessoas, uma mulher e dois homens, ficaram feridas, e uma delas permanece internada no hospital. Os tiros disparados foram com bala de borracha.

Em nota, a Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) informou que o fogo foi provocado por alguns indígenas, após deflagrado um conflito na região.

"A Polícia Militar foi chamada pela população, e quando os agentes chegaram ao local, foram recebidos com violência e atacados com flechas envenenadas", diz a nota.

Ainda conforme a Sejusp, os disparos feitos pelos policiais foram em "legítima defesa" e, após o confronto, houve reforço no policiamento, com envio de equipes do Batalhão de Choque, que permanecem no local a fim de evitar novos conflitos, por determinação judicial.

Sobre o incêndio, a secretaria afirma que as chamas destruíram uma área de vegetação nativa e uma ponte da região, que seria o único acesso a diversas propriedades rurais. O fogo foi controlado pelo Corpo de Bombeiros.

Por fim, a Sejusp esclarece que não existe qualquer ordem de reintegração de posse sendo cumprida, nem preparativos.

Conflito

A Assembleia Geral do povo Kaiowá e Guarani, Aty Guasu, denunciou conflitos na aldeia Marangatu, localizada no município de Antônio João.

Em nota, o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) informou que a comunidade foi atacada pela Polícia Militar e que, após os eventos, a Força Nacional foi para a região. "Os indígenas resistem cercados na sede da fazenda", diz texto do Cimi.

Segundo o Cimi, a propriedade é a que ainda faltava ser retomada pela comunidade, sendo que a última tentativa ocorreu em 2016. Na ocasião, houve confronto com fazendeiros da localidade.

O conflito resultou na morte, a tiros, de Simião Vilhalva. Na TI Nhanderu Marangatu também foram assassinados Dorvalino Rocha, em 24 de dezembro de 2005, e Marçal Tupã, em novembro de 1983.

Após a tentativa de retomada, a Justiça Federal de Ponta Porã, através de decisão publicada ainda na quinta-feira (12), autorizou a atuação da polícia estadual para proteger a propriedade privada.

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