Cidades

transporte coletivo

Com 24% da frota a menos, usuários pagam mais para chegar ao destino

Passageiros reclamam que com menos ônibus em circulação, integração não ocorre e valor da tarifa é paga duas vezes

Continue lendo...

A frota do transporte público teve uma redução de 24% durante a pandemia do coronavírus. Com 120 veículos a menos em circulação, usuários reclamam que, com os ônibus lotados e menos veículos, nem sempre é possível realizar a integração por causa do tempo de espera, que resulta em gastos a mais para quem depende do transporte para ir e vir em Campo Grande.  

Mesmo com as medidas anunciadas pela Prefeitura de Campo Grande para conter o avanço da Covid-19 na cidade, que preveem o aumento no número viagens realizadas pelos ônibus em horários de pico, passageiros ressaltam que o problema é antigo e nunca foi solucionado.

“A gente paga caro no passe de ônibus, ainda mais agora que as pessoas precisam passar pela porta da frente mesmo nos terminais e fazer a integração. Com isso, tem gente que paga dois ou três passes em uma única viagem. Eu já paguei duas vezes”, reclama a zeladora, Liz Rosimari Ávalo, 47 anos.

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

O uso da porta dianteira em todas as viagens, independentemente do ponto, começou a vigorar desde o início da pandemia, como forma de conter a propagação do vírus e controlar a entrada de usuários do transporte coletivo, evitando a superlotação.

A integração é feita por meio do passe eletrônico, que com a pandemia também ampliou o tempo de carência para 2 horas. Ou seja, o passageiro precisa trocar de coletivo entre no máximo duas horas, o que alguns usuários ressaltam não ser viável por conta da diminuição da frota.

De acordo com o presidente do Consórcio Guaicurus, João Rezende, o problema é pontual. “Com certeza, esse deve ser um fato isolado. Estamos com esses sistemas funcionando há quase um ano. Cerca de 700 mil pessoas fazem o uso dessa integração. Se tivéssemos um problema mais acentuado, não suportaríamos a quantidade de reclamações”, afirma.

O presidente coloca ainda que a medida de obrigar os passageiros a entrarem apenas pela porta dianteira tem como objetivo controlar o número de passageiros dentro do transporte.

Medida que, segundo os passageiros, nem sempre funciona. Insatisfeito, o operador de caixa Gean da Souza Vaccari, 26 anos, explica que durante os horários de pico os ônibus estão sempre lotados. “O transporte público continua a mesma coisa, lotado sempre, deveriam aumentar a frota. O passe também está caro, se pelo menos tivesse qualidade no transporte público, eu não teria problema em pagar esse valor. Eu pego ônibus às 17h, esse é horário de pico, e os ônibus estão sempre muito lotados mesmo”.

A atendente Fabiane Tonico, 38 anos, concorda com Gean. “O transporte público é difícil. Muita gente e poucos ônibus, é muito complicado. Eu uso o coletivo de segunda a sábado, geralmente pego entre 7h e 8h. Nesses horários, até que não são tão lotados, mas estão sempre bem cheios. Isso porque dizem que a lotação máxima é 70%, ironiza a passageira Fabiane Tonico.

A atendente usa o transporte público há anos e confessa que tem medo de se contaminar pelo coronavírus durante o trajeto de casa para o trabalho. “Eu preciso me cuidar porque tenho duas pessoas que estão inseridas no grupo de risco, em casa, mas também não posso deixar de trabalhar. Os hospitais estão todos lotados e essa pandemia vai de mal a pior. Para me proteger, eu uso o que orientam, né? Sempre de máscara e álcool gel na bolsa. O preço que a gente paga no passe de ônibus não vale o risco que eu passo, mas o que a gente pode fazer? Eu preciso trabalhar”, argumenta. “Acredito que se tivesse mais frota, esse problema de superlotação pararia, daria uma desafogada”, sugere Fabine. Atualmente, o transporte coletivo em Campo Grande conta com 370 ônibus, antes da pandemia eram 490.

MUDANÇAS

Segundo o diretor-presidente da Agetran, Janine de Lima Bruno, a partir de hoje, os ônibus farão mais viagens durante o horário de pico, para tentar diminuir o número de passageiros. “Os ônibus farão entre 90 a 95 viagens a mais durante os horários de pico, especificamente, que variam de 05h30min às 08h30min e das 16h às 19h30min. Esses acréscimos de viagens serão para linhas que sabemos ter maior fluxo de passageiros”, explica Bruno.  

O diretor ressalta que ainda podem ocorrer ajustes, caso a medida não melhore a lotação dos coletivos. “Já vínhamos respeitando o limite de 70%, mas sentimos a necessidade de diminuir ainda mais a quantidade de pessoas dentro do transporte público da Capital”, frisa.

De acordo com o presidente do Consórcio, há uma estratégia pensada para períodos como o horário de pico, e que ela está sendo colocada em prática. “Eu peço para todos os colaboradores do Consórcio ficarem atentos a esses decretos. É com certa frequência que colocamos ônibus extras em circulação por causa da lotação. Temos pensado em medidas para contornar a situação, alterando a programação, tirando de uma linha [do transporte] para colocar para outra”, argumenta.

Ainda de acordo com Rezende, a pandemia ainda não passou. “As pessoas imputam ao transporte público uma culpa que não é real. Nada voltou ao normal, as pessoas ainda precisam estar em distanciamento, usando máscaras e se protegendo. Isso não é normal. É realmente um desafio para nós, operar em um momento de pandemia”, enfatiza.

CONTAS PÚBLICAS

O Consórcio Guaicurus teve significativo prejuízo em 2020, em razão da pandemia, o que deve se repetir este ano, e a prefeitura de Campo Grande busca formas de subsidiar o transporte coletivo na Capital.  

Em entrevista ao Correio do Estado, em fevereiro deste ano, o diretor-presidente da Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos (Agereg), Vinícius Leite Campos, afirmou que se não houver uma forma de subsídio para as empresas que cuidam do serviço, há o risco de que elas entreguem a concessão. “Não há como manter a continuidade do transporte público da forma que está, a conta não fecha. Se não houver subsídio, como tem no setor aéreo, o sistema vai parar. É inviável da forma que está hoje”, argumenta.

Dados apresentados pela Agereg na época apontam que no ano passado o Consórcio Guaicurus teve mais despesas que faturamento, provocando então um deficit nas contas da empresa.

Enquanto que em 2019, a empresa teve uma receita de R$ 116 milhões e uma despesa de R$ 158 milhões, com uma margem de lucro correspondente a R$ 8 milhões; em 2020, a receita foi de R$ 92 milhões, quando as despesas continuaram altas, chegando a R$ 112 milhões, gerando um saldo negativo de R$ 20 milhões para o consórcio.

“O custo de 2020 equivale a 71% de 2019, mas a receita de 2020 equivale a 55% de 2019”, avaliou a Pasta. A diferença é ocasionada pela pandemia da Covid-19, quando o transporte público ficou restrito por algum tempo, por conta da possibilidade alta de contágio pela doença.

“Os governos federal, estadual e municipal precisam ajudar, são muitas gratuidades que são subsídios cruzados, ou seja, quem usa paga por quem não usa. O governo do Estado pode, por exemplo, nos ajudar subsidiando os estudantes estaduais”, explicou Campos.

SUBSÍDIO  

Em fevereiro, o prefeito de Campo Grande, Marcos Trad (PSD), atribuiu ao governo federal a responsabilidade de auxiliar os municípios no incentivo ao transporte coletivo. “O governo federal tem, sim, de ajudar as cidades no transporte coletivo, até porque ele é beneficiado. Por exemplo, ele [o governo] obriga o Consórcio a dar gratuidade aos idosos, só que ele não dá nenhum tipo de ajuda”, afirma Trad.

Na época, o Presidente João Rezende disse que o auxílio (pedido pelo prefeito) não era para a concessionária, e sim para a prefeitura. No fim do último ano, o presidente do Consórcio Guaicurus, João Rezende, já havia feito o pedido para que a prefeitura subsidiasse o transporte, com o auxílio na passagem de ônibus.

Assine o Correio do Estado.

Solidariedade

Bazar do HCAA terá itens da Receita Federal a partir R$ 2

Com celulares, perfumes, roupas e diversos produtos, o Bazar do Bem será realizado na terça-feira (23), no Hospital de Câncer Alfredo Abrão

19/12/2025 15h33

Imagem Divulgação / HCAA

Continue Lendo...

O Hospital de Câncer Alfredo Abrão (HCAA) promove a 2ª edição do Bazar do Bem, com doações de 20 mil itens da Receita Federal, a partir de R$ 2, em prol do tratamento de pacientes com câncer.

Com o tema “Solidariedade que Salva Vidas”, os recursos arrecadados com a venda serão destinados à construção do bunker do novo Acelerador Linear de última geração, equipamento utilizado na realização de radioterapia em pacientes oncológicos.

Trata-se de uma tecnologia de ponta, que trará mais segurança, qualidade e agilidade aos tratamentos, ampliando as chances de cura e a qualidade de vida.

Para quem deixou as compras de última hora, o bazar é uma boa opção, com preços abaixo do mercado em diversos produtos, como:

  • celulares;
  • roupas;
  • perfumes;
  • acessórios e eletrônicos.

Os produtos foram doados pela Receita Federal de Ponta Porã, e a venda será realizada nas dependências do hospital.

As opções de pagamento incluem Pix, dinheiro, débito e crédito.

Imagem Divulgação / HCAA

Como acompanhou o Correio do Estado, o primeiro Bazar do Bem foi fundamental para a aquisição de um Acelerador Linear, com recursos arrecadados a partir da venda de itens também doados pela Receita Federal.

Nesta nova fase, o momento é considerado decisivo, uma vez que a estrutura permitirá o pleno funcionamento do Acelerador.

“A construção do bunker é prioridade. Ele abrigará este equipamento, que simboliza um marco histórico para a oncologia no Estado e um grande avanço para nossos pacientes. Cada contribuição, cada compra realizada no bazar, se transforma em esperança, em mais chances de tratamento e em vidas salvas”, destacou a presidente do HCAA, Sueli Lopes Telles.

Serviço

  • Bazar do Bem
  •  Data: 23 de dezembro, das 8h às 18h
  • Local: Hospital de Câncer Alfredo Abrão (HCAA)
  • Endereço: Rua Marechal Rondon, 1053

Neste Natal, o convite está feito: participar do Bazar do Bem é mais do que comprar. É fazer o bem, compartilhar amor e ajudar a escrever histórias de superação.
 

Assine o Correio do Estad

 

Sindetran

Servidores do Detran deixam de emitir guia de IPVA e receber pagamentos presenciais no cartão

O sindicato alega desvio de função, sobrecarga e descaso da gestão sobre os servidores

19/12/2025 14h30

Detran não vai mais receber pagamentos de guias do IPVA a partir de janeiro

Detran não vai mais receber pagamentos de guias do IPVA a partir de janeiro FOTO: Gerson Oliveira/Correio do Estado

Continue Lendo...

A partir do dia 1º de janeiro de 2026, os servidores do Departamento de Trânsito de Mato Grosso do Sul (Detran-MS) não irão mais realizar a emissão de guias para pagamento do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), nem receber pagamentos por meio de cartões de débito ou financiamentos no cartão de crédito de forma presencial nas unidades do órgão. 

A decisão foi comunicada pelo Sindicato dos Servidores do Departamento Estadual de Trânsito (Sindetran-MS) que alegou que essas atividades não fazem parte das atribuições legais dos agentes de trânsito, o que configura desvio de função. 

Segundo o Sindicato, a emissão das guias de IPVA, que é de responsabilidade da Secretaria de Fazenda (Sefaz) e o recebimento de taxas nas máquinas de cartão e parcelamento de valores com juros elevados, podem expor os servidores a riscos administrativos e jurídicos por não constarem nos deveres legais dos servidores. 

Para o presidente do Sindetran-MS, Bruno Alves da Silva Nascimento, a decisão aconteceu porque a gestão não defende seus servidores, causando perda de trabalhadores e acúmulo de atribuições, mesmo tendo sido apresentadas soluções práticas à diretoria há mais de um ano. 

“O servidor do Detran não pode continuar assumindo responsabilidades que não fazem parte de seu ofício, enquanto é impedido ou afastado de exercer aquilo que é sua obrigação legal. Essa decisão é um alerta e uma defesa do serviço público de trânsito. A solução foi apresentada à diretoria há um ano e levada à SAD em abril. Até agora, não houve o devido encaminhamento, sobretudo quando o Detran completa 40 anos de autarquia”, afirmou.

O sindicato ainda reforça que a medida tomada visa “preservar a legalidade administrativa, alertar quanto às atribuições finalísticas do órgão e do servidor, garantir o respeito à carreira e assegurar a segurança jurídica dos trabalhadores no exercício de suas funções”. 

Também destaca que as determinadas atividades extras refletem em uma sobrecarga aos servidores que não conseguem realizar ações simples por falta de acesso, como alegações de venda ou vistoria do primeiro emplacamento, considerado essencial para a formação do banco de dados de um veículo em rotatividade. 

Além disso, o parcelamento aplicado no Detran contraria uma normativa federal, onde o oferecimento desse serviço não deve gerar nenhum benefício ao órgão. Ou seja, a partir do momento em que o Detran fornece mão de obra, efetiva ou comissionada, para essa finalidade, configura uma irregularidade em flagrante, já que os juros computados beneficiam apenas terceiros.

Detran não vai mais receber pagamentos de guias do IPVA a partir de janeiroServidores em protesto / Fonte: Fetran

IPVA 2026

O vencimento do IPVA 2026 vence no dia 05 de janeiro, mais cedo que nos anos anteriores, onde o vencimento do imposto era mais para o final do primeiro mês do ano. Assim, os condutores que forem realizar o pagamento precisam buscar uma agência ou canais oficiais da Secretaria da Fazenda para a emissão das guias. 

O Sindetran ressalta que não serão feitos recebimentos de guias ou parcelamentos nas unidades do Detran.

Os motoristas que optarem por realizar o pagamento à vista, têm desconto garantido de 15% sobre o valor total. 

O desconto é o segundo maior do País, já que a média praticada pelos estados brasileiros varia de 3% a 10%. 

Para quem optar pelo parcelamento, as datas de vencimento estabelecidas foram para o dia 30 de janeiro, 27 de fevereiro, 31 de março, 30 de abril e 29 de maio de 2026.

O valor mínimo para cada parcela será de R$30 para motocicletas e R$55 para os demais veículos. Em MS, segundo o Governo, são cerca de 870 mil veículos em circulação. 

Além do desconto exclusivo para o pagamento à vista, o governo estadual manteve uma série de isenções e reduções de bases de cálculo, consolidando a política tributária do Estado como uma das mais abrangentes do País. 

Entre os benefícios estão: 

  • Isenção para veículos oficiais, entidades sociais, autarquias, fundações e templos de qualquer culto;
  • Isenções para tratores e máquinas agrícolas, aeronaves de uso agrícola, embarcações de pescadores profissionais, táxis, mototáxis, ambulâncias, veículos de bombeiros e diplomáticos, além de veículos com mais de 15 anos;
  • Desconto de 60% para Pessoas com Deficiência (PCD) e redução de alíquota para frotistas com 30 ou mais veículos;
  • Isenção total para veículos movidos a gás natural, como estímulo para as práticas sustentáveis;
  • Não cobrança do imposto em casos de furto, roubo, perda total ou apropriação indébita.

Os boletos físicos já começaram a ser entregues via Correio desde ontem (2), mas também pode ser emitido via digital. 

IPVA 2026 passo a passo

Abaixo, você confere um passo o passo de acesso e o caminho que o contribuinte deve seguir para emitir o boleto do IPVA 2026: 

  1.  - Acesse eservicos.sefaz.ms.gov.br (CLICANDO AQUI),
     
  2.  - Clique em 'Entrar com Gov.br' e depois atique-se com certificação digital;
     
  3.  - Faça/atualize o cadastro E-Fazenda;
     
  4.  - Selecione o ícone 'IPVA CIDADÃO';
     
  5.  - Confira os débitos exibidos pelo sistema automaticamente
     
  6.  - Seleciona valores a pagar ou clique em 'Gerar próxima parcela';
     
  7.  - Para pagamento à vista, selecione 'Cota Única' e 'Emitir DAEMS';
     
  8.  - Finalize a operação para emitir o documento.

 

Assine o Correio do Estado

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).