Cidades

COINCIDÊNCIA?

Com integrante a serviço do tráfico, apreensões de cocaína do DOF despencam

No primeiro semestre de 2022 foram 1.771 kg. Neste ano, cerca de 98 kg. Sargento do DOF foi preso acusado de integrar quadrilha de "Don Corlenone"

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As apreensões de cocaína e de pasta base de cocaína feitas pelo Departamento de Operações de Fronteira (DOF), grupo de elite da polícia de Mato Grosso do Sul que comemora 36 anos nesta terça-feira (04), despencaram no primeiro semestre deste ano na comparação com igual período do ano passado. 

Coincidência ou não, nesta sexta-feira (30) foi preso um de seus integrantes, o sargento Ygor Nunes Nascimento, sob acusação de estar a serviço da maior quadrilha de traficantes de cocaína que atua na região de fronteira com o Paraguai e a Bolívia. Conforme a Polícia Federal, o bando é chefiado pelo sul-mato-grossense Antônio Joaquim da Mota, conhecido como Motinha, ou Don.

Nos primeiros seis meses do ano passado, conforme dados divulgados pelo próprio DOF, foram apreendidos 1.777 quilos de cocaína (1,04 tonelada) e de pasta base de cocaína (737 kg). No mesmo período de 2023, nenhuma grande apreensão foi divulgada pela corporação e o volume chega a cerca de 98 quilos. 

A maior apreensão do ano anunciada até agora ocorreu justamente horas depois da prisão do sargento Ygor. Na sexta-feira, o DOF anunciou ter interceptado 40,2 quilos de cocaína na BR-262, que liga Campo Grande à fronteira com a Bolívia. Antes disso, o recorde do ano havia sido de 20,4 quilos, no dia 9 de junho, em Laguna Carapã. 

E não é que a cocaína tenha parado de passar por Mato Grosso do Sul. Prova disso é que as apreensões da Polícia Rodoviária Federal dispararam nos primeiros seis meses deste ano. No primeiro semestre de 2022 a PRF reteve 5.123 quilos. Em 2023, o volume aumentou pouco mais de 90% e saltou para 9.571 quilos, o que é recorde para a história da instituição no Estado. No ano passado inteiro foram 10,7 toneladas. 

Dados da Secretaria de Justiça e Segurança Pública mostram que a PRF, com cerca de 500 integrantes, o que representa cerca de 5% do efetivo policial em Mato Grosso do Sul, é responsável por cerca de 90% de toda a cocaína apreendida no Estado neste ano. 

O sargento Ygor, transferido para o DOF oficialmente em março deste ano, foi preso na sede da corporação, em Dourados. Com ele foram encontrados uma pistola 9 milímetros, carregadores para a arma e cerca de 60 munições para fuzil. 

No mesmo dia ele foi excluído do grupo de elite que atua ao longo de toda a fronteira com a Bolívia e o Paraguai, inclusive em rodovias federais, nas quais a PRF interceptou 36 carregamentos de cocaína no primeiro semestre deste ano

"DON CORLEONE"

O chefe do bando especializado em traficar cocaína para a qual o policial estaria trabalhando, Antônio Joaquim da Mota, conseguiu escapar da Polícia Federal na operação da última sexta-feira. No dia 11 de maio, em outra operação da PF na região de Ponta Porã, ele também escapou. Nas duas fugas ele teria utilizado helicóptero. Conforme a PF, a quadrilha já perdeu 12 helicópteros para a polícia nos últimos anos.

Também de acordo com a PF, a seu serviço ele tem um grupo paramilitar composto por brasileiros, um italiano, um romeno e um grego. Os estrangeiros conseguiram fugir no helicóptero o chefe. E,  além de fazer a segurança de Motinha, que se autodenomina Don Corleone, eles também seriam responsáveis pela segurança dos carregamentos de cocaína. 

Evitar que as drogas passassem nos locais onde ocorrem fiscalizações seria uma das atribuições do sargento do DOF preso na última sexta-feira.

FAMÍLIA TRADICIONAL

Antônio Joaquim Mota é de tradicional família do agronegócio da região de Ponta Porã. Além da produção de grãos e atuação na pecuária, a família Mota é proprietária de um frigorífico de abate de bovinos e de uma das mais tradicionais casas de carne da região de fronteira. 

A PF suspeita, inclusive, que Motinha utilizasse os negócios da família para o tráfico, já que caminhões que transportam carne saem lacrados dos abatedouros e a polícia somente rompe os lacres se tiver certeza de que existe alguma irregularidade.

Em 28 de julho do ano passado, por exemplo, o DOF apreendeu 568 quilos de cocaína em um caminhão frigorífico no anel viário de Dourados. Foi uma das maiores apreensões do ano da corporação, que fechou 2022 com a retensão de cerca de 2.350 quilos de cocaína e base. Não existe informação, porém, de que o carregamento pertencesse à quadrilha de Motinha.

O Estadão apurou que as autoridades brasileiras suspeitam de vazamento de informações do lado paraguaio da operação.  Antônio Joaquim Mota é o atual líder do chamado "clã Mota", organização criminosa que já atuou no contrabando de cigarros, aparelhos eletrônicos e agora se especializou no tráfico internacional de drogas. 

Motinha teria negócios com grandes traficantes que atuavam na região e que estão presos, como Sérgio de Arruda Quintiliano Neto, o Minotauro.

Durante as investigações, a Polícia Federal constatou que a organização criminosa possui grande poder bélico, com coletes balísticos, drones, óculos de visão noturna, granadas, além de armamento de grosso calibre, a exemplo de fuzis 556, 762 e ponto 50, este capaz de perfurar blindagens e abater aeronaves.

Na operação, foram realizadas duas prisões em Minas Gerais, uma em São Paulo, uma no Rio Grande do Sul, e duas em Mato Grosso do Sul, nas cidades de Ponta Porã e Dourados. Além disso, foram apreendidas pelo menos 14 armas, além de 40 caixas de munição, seis granadas e colete balístico.

DOF não vê relação

Em resposta ao Correio do Estado, o comando do DOF rechaçou a possibilidade de esta queda ter algum vínculo com a chegada do sargento Ygor Nunes Nascimento à corporação. 

Em nota, “a direção do DOF (Departamento de Operações de Fronteira) informa que o período em que o Sargento PM Igor esteve na Unidade, de 7 de abril de 2023 (sua primeira escala como estagiário) a 30 junho de 2023 (data de sua prisão em serviço) as apreensões de cocaína e pasta base de cocaína somaram aproximadamente cem quilos. No mesmo período do ano anterior, as apreensões foram de 5,7 quilos de cocaína e pasta base de cocaína.” 

A nota diz ainda que “a direção do DOF enfatiza que o policial em questão estava em período de Estágio e não integrava, efetivamente, o departamento (não usava o fardamento do DOF); e não fazia parte dos grupos operacionais, de inteligência ou administrativo, além de não ter nenhum canal de acesso às informações internas”, explicou a nota.

A nota do Departamento não traz nenhuma possível explicação para a queda drástica nas apreensões.

* Matéria atualizada às 14h39 do dia 05 de julho para acréscimo de informações

Influenza

Mais uma morte confirmada por gripe em MS

O boletim epidemiológico divulgado nesta quinta-feira (19) registrou o óbito de um homem, natural de Corumbá

19/09/2024 18h48

Gerson Oliveira / Correio do Estado

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Conforme o Boletim Epidemiológico desta quinta-feira (19), um idoso de 71 anos é a nova vítima de influenza em Mato Grosso do Sul. Em 2024, o Estado acumula 78 óbitos por gripe.

Entre as causas de morte, estão:

  • 18 - Influenza A H1N1
  • 50 - Influenza A H3N2
  • 9 - Influenza A não subtipado
  • 1 - Influenza B


Neste boletim, destaca-se que apenas o idoso de 71 anos, natural de Corumbá, faleceu em 11 de setembro por Influenza A não subtipado. A vítima possuía comorbidades de doença cardiovascular crônica e diabetes mellitus.

Imunização

A Secretaria de Estado de Saúde (SES) alerta que a única forma de prevenção é manter o esquema vacinal atualizado.

“A vacinação contra a influenza é uma das medidas de prevenção mais eficazes para proteger contra essa doença e, principalmente, contra a evolução para complicações e óbitos. A vacinação também contribui para a redução da circulação viral na população, protegendo especialmente os indivíduos que apresentam fatores ou condições de risco.”

O perfil dos casos de influenza hospitalizados é composto por crianças de 1 a 9 anos, que correspondem a 20,9%; seguido por idosos com idade entre 80 e 98 anos, com 15,0%; e, em seguida, por aqueles com 60 a 69 anos, com 13,4%.

A faixa etária de 70 a 79 anos corresponde ao menor índice de internação entre os idosos, com 11,6%.

Divulgação SES

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Poluição

Fumaça tóxica de queimadas pode tomar céu de Campo Grande

Conforme a medição feita pela QualiAr, a condição do ar em Campo Grande caiu para moderada, e deve piorar com a chegada da fumaça das queimadas de outros estados

19/09/2024 18h00

Gerson Oliveira / Correio do Estado

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Depois de dias de refresco devido à frente fria que trouxe chuva a diversas regiões do Estado, o céu será, mais uma vez, encoberto por fumaça com poluentes nocivos à saúde incluindo a Capital.

No dia 1º de setembro a fumaça tomou o céu de Campo Grande, foram treze dias em que a poluição intensificou a ponto de a qualidade do ar ser apontada como a pior do ano.

Com o avanço da frente fria e a chuva no final da noite de domingo (15), o meteorologista do Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima (Cemtec), Vinícius Sterling, explicou que os ventos vindos do sul empurraram a fumaça para a região mais ao norte, especificamente para os estados de Mato Grosso (MT) e Goiás (GO).

Divulgação Cemtec

É preciso ressaltar que, como não houve chuva na Amazônia (brasileira e boliviana) e em Mato Grosso - o estado que mais queima no país -, com a mudança de direção do vento, a fumaça tóxica das queimadas retorna para Mato Grosso do Sul.

No entanto, conforme o meteorologista ressaltou, é difícil cravar um cenário; as condições podem variar. Em uma estimativa favorável parte do Estado volta a receber chuva a partir de amanhã.

Poluição

Em conversa com o Correio do Estado, o professor e coordenador do Laboratório de Ciências Atmosféricas, Widinei Alves Fernandes, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, alertou que a qualidade do ar nesta quinta-feira (19) está moderada, e a tendência para os próximos dias é de piora.

“A qualidade do ar hoje está moderada, mas possivelmente ela vai piorar”, pontuou o professor.

Durante a semana, a condição do ar chegou a ficar boa. A mudança ocorre devido a várias regiões do país estarem em chamas e, é claro, ao Pantanal e à Amazônia.

Segundo o professor, ventos vindos do leste do estado de São Paulo, que registrou focos de incêndio em diversos municípios, também contribuem para a situação. “Vamos ter uma fumaça proveniente da Bolívia e da região noroeste do estado, está vindo da Amazônia. Então, haverá uma piora da qualidade do ar entre hoje e amanhã cedo.”

Índice

A qualidade do ar moderada está na medida 43, enquanto, para ser considerada como “boa”, precisa estar em 40. “Nesses próximos dias, possivelmente, vai ficar nessa condição moderada que estamos tendo, que estamos vendo hoje.”

O alerta para o perigo da poluição das queimadas está na presença do material particulado, que em altos índices pode causar diversas doenças, como câncer de pulmão.

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