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Com apenas 17% do público vacinado, Capital tem leitos lotados e mais de mil casos de gripe

Número de óbitos subiu para cinco nesta semana; Secretária associa crescimento dos números à baixa vacinação

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A Secretaria Municipal de Saúde de Campo Grande (Sesau) reativou nesta semana o Centro de Operações de Emergência (COE) para o monitoramento e auxílio no enfrentamento das chamadas Síndromes Gripais Agudas Graves (Srag), causadas principalmente pelo do vírus sincicial respiratório (VSR), da influenza A e do rinovírus.

Segundo a titular da pasta, Rosana Leite, a Capital já chegou a 1.033 casos da doença, e a quantidade de mortos subiu de um para cinco apenas na última semana.  

As vítimas conforme divulgado pela Sesau são um homem de 54 anos, que sofria de insuficiência renal, uma idosa de 100 anos, outra de 91 anos ambas sem comorbidades, um paciente de 52 anos que sofria de hipertensão e um homem de 30 anos, fumante.

O aumento no número de atendimentos nas Unidades de Saúde chamou a atenção da Sesau, que já publicou, juntamente com a Prefeitura, um Decreto de Emergência.

"Nós observamos que nas últimas três semanas houve um aumento expressivo da circulação do vírus sincicial respiratório, causando problemas graves, necessitando de maior internação desses pacientes, e maior período de internação também, já que antes demoravam cinco dias no hospital, e agora estão demorando até 15 dias", revelou Rosana.

O aumento no número de casos e no tempo de internação acarretou na superlotação dos hospitais, das Unidade de Pronto Atendimento (UPAs) e dos Centros Regionais de Saúde (CRS). 

"Ontem o número de atendimentos nas UPAs superou 5.500, e a nossa média é de 4.500 atendimentos por dia. As emergências, salas vermelhas e amarelas, estão acima da capacidade, e quando a gente fala acima da capacidade ainda existe um cuidado, então não está em estado de calamidade. Mas os leitos de Centro de Terapia Intensiva Pediátrica e Neonatal estão 100% ocupados", acrescentou.

Com relação a demora no atendimento, em que algumas pessoas chegaram a relatar  até 4h de espera, a secretária reforçou a questão da classificação.

O paciente que recebe a pulseira vermelha será prioridade, o amarelo será atendido com maior celeridade.

A demora, de acordo com Rosana, está ocorrendo para pacientes que recebem a pulseira de classificação de verde ou azul.

"Ontem a média [de espera para atendimento] estava em duas horas e meia da menor e até quatro horas e meia nas nossas unidades. Como Secretária Municipal de Saúde também acompanho a rede privada, é nosso dever, a média [de espera de atendimento] está bem semelhante", explicou a secretária.

Para tentar dar celeridade no atendimento houve o reforço de um médico em todas as unidades de saúde do município.

Como também, mais dois médicos na Unidade da Upa Leblon, que de acordo com a secretária, é onde existe maior procura por atendimento médico.

Alerta para Influenza A

Rosana Leite destacou que, se comparado com o mesmo período do ano passado, quando 1.428 casos da SRAG haviam sido notificados, houve uma queda significativa no índice. No entanto, o crescimento da circulação do vírus da Ifluenza A preocupa as autoridades de saúde, já que quatro das cinco mortes relatadas neste ano foram de pessoas que estavam com o vírus.

"O que chama muito a nossa atenção, que nós observamos principalmente à partir da 13ª semana, foi uma maior circulação do vírus sincicial respiratório da Influenza A. Nós já temos 4 óbitos por Influenza A. Recebemos essa notificação agora, inclusive. Até ontem, nós tínhamos 1. Então, essa situação nos preocupa, porque nós queremos que a população entenda a gravidade, que tome as medidas", disse Rosana.

A secretária destaca ainda que uma das medidas que podem ajudar a diminuir o número de internações e as chances de óbitos pela doença é a vacina.

"Nós temos vacina disponível contra a Influenza, especificamente do tipo A, que tem causado esses óbitos. E, infelizmente, nós vacinamos apenas 17% do público-alvo. Então, eu aproveito para fazer esse chamamento", afirmou.

Saiba: O público-alvo, que pode se imunizar gratuitamente por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), é formado por pessoas de 60 anos ou mais, gestantes, puérperas, trabalhadores da saúde, crianças de 6 meses a menores de 6 anos, professores da rede pública de ensino, indígenas vivendo fora ou em terra indígena, pessoas com deficiência permanente (a partir de 12 anos), adolescentes em medidas socioeducativas (menores de 18 anos, população privada de liberdade (18 anos e mais), funcionário do sistema de privação de liberdade, pessoas em situação de rua, pessoas com comorbidades, profissionais das forças armadas e das forças de segurança e salvamento, caminhoneiros, trabalhadores de transporte coletivo rodoviário passageiros urbano e de longo curso e trabalhadores portuários.

Além da vacina, o uso de máscaras, higienização das mãos e utilização do álcool em gel também são aliados do combate aos vírus gripais.

Influenza

Os vírus da influenza causam infecções no trato respiratório humano. existem quatro tipos da influenza: A, B, C e D. Para os humanos, os dois tipos que mais impactam a saúde são o A e o B. Os de tipo A são os conhecidos por causar emergências de saúde pública, como no caso da pandemia de 2009 (causada pelo vírus H1N1 da influenza A).

Os vírus da influenza A são divididos em subtipos, com base em duas proteínas presentes nas superfícies do agente infeccioso: a hemaglutinina (H) e neuraminidase (N). Daí deriva sua classificação específica, como H1N1 e H3N2, por exemplo.

Os de tipo B não se dividem em subtipos, como os da A, mas sim em duas linhagens: a Yamagata e Victoria. De modo geral, os sintomas começam a se manifestar entre o primeiro e o quarto dia da infecção e os mais comuns são:

De modo geral, os sintomas começam a se manifestar entre o primeiro e o quarto dia da infecção e os mais comuns são:

- Febre;

- Calafrios;

- Tosse;

- Dor de garganta;

- Nariz escorrendo ou entupido;

- Dor muscular e/ou corporais;

- Dor de cabeça;

- Fadiga (cansaço);

- Vômito e diarreia, mais comum no público infantil.

A maioria das pessoas se recupera em menos de duas semanas, mas alguns indivíduos podem apresentar complicações, como pneumonia.

VSR

De modo geral, a infecção por vírus sincicial respiratório começa com coriza, tosse e febre leve. Conforme os dias passam, a criança pode apresentar outros sintomas, como:

  • dificuldade para respirar;
  • dedos e lábios azulados;
  • secreção nasal;
  • espirros;
  • chiado;
  • dificuldades para mamar, se for um bebê;
  • dor de cabeça;
  • dor de garganta;
  • perda de apetite;
  • prostração;
  • cansaço.

O vírus sincicial respiratório é altamente contagioso, sendo capaz de causar condições sérias no paciente, como a bronquiolite.

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DECISÃO

Justiça volta atrás em decisão e libera joias apreendidas de famoso designer

O juiz entende que se o Fisco promoveu a apuração do valor tributável e a constituição do crédito, não há justificativa de reter as mercadorias como providência investigativa

23/12/2025 19h34

Ícone global da joalheria, Ara Vartanian

Ícone global da joalheria, Ara Vartanian Site oficial/reprodução

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O juiz Claudio Müller Pareja, da 2ª Vara de Fazenda Pública e de Registros Públicos de Campo Grande, reconsiderou sua decisão e deferiu liminar para determinar que o fisco estadual libere as joias apreendidas do renomado joalheiro e economista Ara Vartanian, independentemente de recolhimento de tributo, multa ou prestação de garantia.

De acordo com os autos, o juiz entendeu, na decisão anterior, que a retenção das mercadorias teria natureza acautelatória (garantia) e investigativa, pois havia a suspeita de irregularidade documental e a possibilidade de providências administrativas e penais. Naquele momento, os fatos não se apresentaram como meio coercitivo de cobrança tributária.

Porém, o Fisco quantificou a base de cálculo, apurou o suposto tributo devido e aplicou a multa a empresa Avartanian Comércio Ltda., com indicação de valores expressivos, inclusive com menção à precificação das mercadorias. Houve,portanto, a constituição do crédito tributário, em linha com o lançamento de ofício.

Diante deste cenário, a situação se altera, pois se a administração promoveu a apuração do valor tributável e a constituição do crédito, não há justificativa de reter as joias como providência “investigativa” por tempo indeterminado. 

"A partir disso, a manutenção da apreensão passa a produzir efeito prático típico de sanção política, pois condiciona, na realidade, a liberação do bem à satisfação de exigência fiscal", diz o juiz Claudio Müller Pareja no documento.

O magistrado dá continuidade e afirma ser inadmissível a apreensão de mercadorias como meio coercitivo para pagamento de tributos, de acordo com as diretrizes do Supremo Tribunal Federal (STF). "A Administração dispõe de meios próprios para a cobrança do crédito constituído, sem necessidade de constrição material destinada a compelir o contribuinte".

Ainda de acordo com a decisão, a manutenção da apreensão só se justificaria caso houvesse ato da autoridade policial indicando a necessidade da medida para a apuração do suposto crime. Contudo, não há informação nos autos acerca desse ato.

A decisão limita-se a reconhecer, em juízo de probabilidade, que a manutenção da retenção, após a quantificação do tributo e da multa, revela-se incompatível com a vedação sumulada pelo STF, devendo a discussão sobre o crédito seguir pelas vias ordinárias de impugnação e cobrança.

Apreensão de joias

O fisco sul-mato-grossense flagrou, em 1º de outubro deste ano, a empresa de Ara Vartanian enviando joias com valor subfaturado para Cuiabá (MT). Na nota fiscal do carregamento, constavam 126 peças de joias avaliadas em R$ 1,9 milhão, mas, após contagem física realizada por auditores tributários da Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso do Sul, verificou-se que o carregamento, na verdade, continha 248 peças de joias de alto padrão, avaliadas em R$ 22,6 milhões.

Para piorar, a empresa em Cuiabá que seria o destino das joias, a Fernando S. Perez Lerez Ltda., não possuía em seus registros qualquer vínculo com o comércio de joias ou de metais preciosos. A atividade principal da empresa é o comércio de móveis e, a secundária, a representação comercial.

Diante da constatação dos auditores tributários de Mato Grosso do Sul, a nota fiscal foi considerada inidônea. A Avartanian tentou, 12 horas após a apreensão, utilizar uma nova nota fiscal, desta vez com a discriminação correta dos produtos, mas já era tarde demais.

Habeas Corpus negado

Em novembro, o superintendente de Administração Tributária da Sefaz-MS, Bruno Gouveia Bastos, enviou notícia-crime à Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Defraudações, Falsificações Falimentares e Fazendários (DEDFAZ), da Polícia Civil, para a abertura de inquérito criminal pela prática de crime tributário.

No caso do designer de joias Ara Vartanian, seu advogado Augusto de Arruda Botelho pede que a investigação sequer seja aberta pela Polícia Civil de Mato Grosso do Sul. Ele ancora seu pedido na Súmula Vinculante nº 24, que estabelece que crimes contra a ordem tributária somente se consumam com a constituição definitiva do crédito tributário, o que, segundo ele, não seria o caso da notícia-crime.

Por isso, no pedido de habeas corpus, Botelho alega que seu cliente foi submetido a constrangimento ilegal. O juiz Robson Celeste Candeloro, do Núcleo de Garantias da comarca de Campo Grande, indeferiu o pedido, na última quinta-feira (18), pois "revela-se precipitado impetrar habeas corpus contra mero ofício da Secretaria de Fazenda do Estado de Mato Grosso do Sul, o qual apresentou notitia criminis que sequer foi acolhida pela autoridade policial, além de exagerado elevar tal documento, sem nenhum poder coercitivo estatal".

Cidades

Universidades federais sofrem corte de R$ 488 milhões no Orçamento 2026

Em nota, a Andifes manifestou "profunda preocupação" e afirmou que o corte promovido pelo Congresso no Projeto de Lei Orçamentária Anual enviado pelo Executivo agrava o quadro "já crítico" das instituições

23/12/2025 19h00

Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campus Cidade Universitária, em Campo Grande

Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campus Cidade Universitária, em Campo Grande

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A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) divulgou um comunicado nesta terça-feira, 23, informando que o orçamento das universidades e institutos federais para 2026 sofreu um corte de R$ 488 milhões, o que representa uma redução de 7,05% nos recursos discricionários (não obrigatórios) das instituições.

Em nota, a Andifes manifestou "profunda preocupação" e afirmou que o corte promovido pelo Congresso no Projeto de Lei Orçamentária Anual enviado pelo Executivo agrava o quadro "já crítico" das instituições. O orçamento discricionário é utilizado para pagamento de contas de água, luz, limpeza, entre outras, como o pagamento de bolsas de assistência estudantil.

O Estadão questionou o Ministério da Educação (MEC) sobre quais serão as medidas para recompor o corte feito pelo Congresso, mas ainda não obteve resposta.

Conforme a Andifes, os cortes "incidiram de forma desigual entre as universidades e atingiram todas as ações orçamentárias essenciais ao funcionamento da rede federal de ensino superior"

A instituição afirma que uma das áreas mais afetadas será a assistência estudantil, fundamental para garantir que estudantes de baixa renda consigam permanecer na universidade. Apenas nesta ação, diz a Andifes, R$ 100 milhões foram cortados, o que representa uma redução de 7,3% no orçamento da área.

"Os cortes aprovados agravam um quadro já crítico. Caso não haja recomposição, o orçamento das Universidades Federais em 2026 ficará nominalmente inferior ao orçamento executado em 2025, desconsiderando os impactos inflacionários e os reajustes obrigatórios de contratos, especialmente aqueles relacionados à mão de obra", diz o comunicado.

A instituição diz ainda que cortes na Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e no Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CNPq) fragilizam o desenvolvimento científico do País.

"Estamos, portanto, em um cenário de comprometimento do pleno desenvolvimento das atividades de ensino, pesquisa e extensão nas Universidades Federais, de ameaça à sustentabilidade administrativa dessas instituições e à permanência dos estudantes em situação de vulnerabilidade socioeconômica", afirma a Andifes.

A instituição diz ainda que está articulando com o Congresso e o Governo Federal para recompor o orçamento.

A luta das universidades federais por mais orçamento é antiga. Após enfrentarem um relação turbulenta com o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, as instituições retomaram o diálogo com o governo federal após o início do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Apesar disso, também tiveram de enfrentar restrições orçamentárias. Em maio, as universidades anunciaram uma série de medidas de economia, como cortes nos gastos de combustível até a interrupção da compra de equipamentos de informática e passagens aéreas. A medida ocorreu devido a diminuições orçamentárias aprovadas pelo Congresso e sancionadas por Lula. Na época, uma mudança na forma como eram feitos os repasses também estrangulou a verba para universidades. Após reclamações, o governo federal anunciou a recomposição do orçamento.

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