Cidades

MEIO AMBIENTE

Com dinheiro sobrando, Noruega pode financiar preservação do Pantanal de MS

Governo norueguês é o maior doador do Fundo Amazônia e desde 2013 já destinou mais de R$ 3 bilhões para o bioma

Continue lendo...

O governo de Mato Grosso do Sul negocia com o governo da Noruega para que ela seja um dos doadores do Fundo Clima Pantanal, destinado a projetos de preservação do bioma no Estado e que está prestes a lançar seu primeiro programa de pagamento ambiental.

Segundo Artur Henrique Leite Falcette, secretário-executivo de Meio Ambiente da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), no fim do mês passado, foram feitas reuniões com o governo norueguês, que mostrou interesse na iniciativa, já que o país europeu conta com muitos recursos para essa finalidade.

“Eles não conheciam o Pantanal e não sabiam o que tem o Estado. Mas disseram que tem carência de bons projetos e que não conseguem dispor de todo o recurso que eles têm para o meio ambiente, porque faltam projetos”, contou Falcettte.

A sinalização é animadora, pois o governo norueguês é o maior financiador do Fundo Amazônia. Conforme o Banco de Desenvolvimento de Econômico e Social (BNDES), que é o gestor do fundo, o primeiro acordo de doação assinado com a Noruega foi em 2009. Desde então, o país permanece sendo o maior doador, com recursos que superam R$ 3 bilhões.

Em junho deste ano, o BNDES e o governo da Noruega formalizaram uma nova doação para o Fundo Amazônia no valor de US$ 50 milhões (cerca de R$ 273 milhões).

Para Mato Grosso do Sul, porém, ainda não há uma sinalização de valores. Segundo Falcette, para progredir a conversa com os noruegueses, o que falta é a publicação do Programa Estadual de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) do Pantanal com as linhas de financiamento aos produtores. O texto já está pronto e apenas aguarda aval do governo do Estado para ser lançado.

“Nenhuma sinalização objetiva foi feita porque todo mundo que tem interesse está aguardando o lançamento do programa. Eles querem ter o controle de como vai ser utilizado o recurso que investirem e estão aguardando essa definição. O texto já está pronto, aguardando para ser lançado”, contou o secretário-executivo.

Desde sua criação, por meio da nova lei do bioma (Lei Estadual nº 6.160/2023), que entrou em vigor em fevereiro deste ano, o Fundo Clima Pantanal tem em caixa o valor do investimento inicial, de R$ 50 milhões, feito pelo governo do Estado. Esse é o quantitativo trabalhado para o primeiro PSA do fundo.

A iniciativa visa incentivar produtores rurais a manterem o Pantanal conservado por meio de financiamento. Quem preservar além do que a nova lei do bioma determina pode receber por isso.

Como o Correio do Estado já antecipou em junho deste ano, esse primeiro edital deverá ter duração de um ano, com os pagamentos divididos em duas parcelas: a primeira será paga assim que o produtor for considerado apto e a segunda, no fim do período.

Quem for aprovado nesse edital não terá limitação para participação dos próximos, já que a ideia é aumentar a preservação do bioma. A previsão é de que os pagamentos do PSA iniciem no ano que vem.

COP29

Para tentar avançar nesse investimento na ferramenta, Falcette já tem uma nova reunião marcada com o governo da Noruega, que deve ocorrer nesta semana.

“Temos uma agenda na COP29 [Conferência da Organização das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas] e uma série de outras agendas sobre o Fundo do Pantanal para falar dos programas e esperamos conseguir alguma novidade”, declarou Falcette.

INICIATIVA PRIVADA

Além do governo da Noruega, o secretário-executivo de Meio Ambiente da Semadesc também se reuniu com empresas do setor privado no país europeu, que também se mostraram interessadas nas iniciativas ligadas ao Pantanal de Mato Grosso do Sul.

“Tivemos conversas com a iniciativa privada ligada ao setor de petróleo. Eles investem muito em projetos de descarbonização no Hemisfério Sul porque precisam bater a meta deles. Eles se mostraram interessados em financiar o setor produtivo e atrelar isso a créditos de carbono”, contou Falcette ao Correio do Estado.

Segundo o secretário-executivo, esse financiamento seria para ajudá-los a iniciar as práticas de preservação, para que esses produtores não precisem investir dinheiro próprio, o que muitas vezes é necessário. Em troca, o crédito de carbono resultante dessa preservação seria destinado às empresas privadas da Noruega. Isso, porém, também depende da publicação do PSA.

OUTROS INVESTIDORES

O Correio do Estado já havia antecipado que o governo do Estado também negocia com empresas do setor privado um investimento no Fundo Clima Pantanal.

Duas multinacionais ligadas à cadeia da produção pecuária estão interessadas em investir no fundo. Além delas, uma organização não governamental (ONG) ligada ao meio ambiente também se mostrou disposta a colaborar.

Assine o Correio do Estado

Segurança

Corumbá solicita medidas urgentes para segurança no trânsito fronteiriço

Em reunião com a Secretaria Nacional de Trânsito, em Brasília, o município apresentou propostas para melhorar a segurança no trânsito da cidade.

06/12/2024 15h30

Imagens/ Diário Corumbaense

Continue Lendo...

A Agência Municipal de Trânsito e Transporte (Agetrat) de Corumbá, localizada a 427 quilômetros de Campo Grande, apresentou um ofício ao secretário Nacional de Trânsito, Adrualdo Catão, solicitando mais segurança no trânsito. A medida foi tomada após o aumento considerável no fluxo de veículos na região que atravessa a fronteira entre Brasil e Bolívia nos últimos dias.

O encontro, realizado em Brasília (DF), teve como objetivo identificar soluções para aprimorar a infraestrutura e a legislação de trânsito em regiões de intensa movimentação internacional, como é o caso da fronteira entre Brasil e Bolívia.

De acordo com o relatório do órgão, cerca de 8 mil veículos atravessam a fronteira diariamente. O fluxo intenso de veículos e carga na linha internacional tem contribuído para a redução da segurança na região.

Em entrevista ao jornal Diário Corumbaense, o especialista em trânsito e servidor da Agetrat (Agência Municipal de Trânsito e Transporte), Jeferson Braga, confirmou que entregou um documento ao secretário Nacional de Trânsito, Adrualdo Catão, propondo medidas para melhorar a segurança na cidade.

"Corumbá tem características únicas, com um fluxo elevado de veículos e um grande movimento devido a sua proximidade com a Bolívia. A segurança no trânsito precisa de uma abordagem mais específica, que leve em consideração essas peculiaridades locais", afirmou Braga.

Ainda segundo Braga, o objetivo do relatório é iniciar uma discussão e propor modificações para melhorar a infraestrutura do trânsito em Corumbá.

Entre as sugestões entregues ao secretário estão a revisão da legislação de trânsito, a adequação das normas para o transporte de cargas pesadas e a implementação de campanhas educativas voltadas para os motoristas da região.

Para o secretário Nacional de Trânsito, as ações apresentadas são necessárias, devem ser analisadas e, em breve, colocadas em prática.

 "Entendemos que as cidades de fronteira enfrentam realidades únicas, e por isso é fundamental que as políticas de trânsito sejam adaptadas a essas especificidades", afirmou Adrualdo Catão.

De acordo com Adrualdo, os pedidos serão analisados pela União para estudos de viabilidade de implementação.

 

Assine o Correio do Estado.

Mato Grosso do Sul

Campo Grande: Acesso ao saneamento melhora a saúde de recém-nascidos, diz estudo da FGV

O levantamento foi realizado com base nos dados fornecidos pela Águas Guariroba, referentes ao programa Sanear Morena, que ampliou a rede de esgoto na cidade entre 2005 e 2019

06/12/2024 14h55

Estudo indicou melhora no saneamento básico da Capital

Estudo indicou melhora no saneamento básico da Capital Divulgação

Continue Lendo...

A Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgou resultados parciais de um estudo que avalia os efeitos do saneamento básico na saúde neonatal em Campo Grande. O levantamento foi realizado com base nos dados fornecidos pela Águas Guariroba, referentes ao programa Sanear Morena, que ampliou a rede de esgoto na cidade entre 2005 e 2019.

O estudo, intitulado Saneamento e Saúde Neonatal: Evidências do Brasil, foi conduzido pelos pesquisadores Pedro Oliveira, Daniel da Mata e Fernanda Batolla, da Escola de Economia de São Paulo da FGV. 

A pesquisa mostrou que o acesso ao saneamento básico está diretamente relacionado ao aumento do peso dos recém-nascidos e à redução de nascimentos com peso abaixo de dois quilos, diminuindo o tempo de internação em UTIs neonatais.

Entre os destaques, a pesquisa identificou que, a cada mês de acesso ao saneamento durante a gestação, o peso do bebê aumenta em média 20 gramas. Esse impacto é mais significativo quando o saneamento é acessado nos dois primeiros trimestres de gravidez. 

“O que acontece ainda na barriga da mãe terá efeitos permanentes na vida da criança”, explicou Fernanda Batolla, uma das autoras do estudo, durante uma live de divulgação.

Cobertura

Durante o período analisado, a cobertura de esgoto em Campo Grande avançou de 22%, em 2005, para 83%, em 2019. Atualmente, o índice chega a 93%, superando as metas estipuladas pelo Marco Legal do Saneamento Básico, que exige 90% de cobertura até 2033. A Águas Guariroba, responsável pela rede, destacou que 95% das famílias têm aderido ao serviço quando ele é disponibilizado.

Francis Faustino, diretora-executiva da concessionária, enfatizou a importância dos resultados.  

“O estudo reforça nosso compromisso com a população e mostra os frutos do trabalho realizado ao longo dos anos. Continuamos investindo na ampliação da Tarifa Social, que hoje beneficia mais de 65 mil pessoas, garantindo que cada vez mais famílias tenham acesso ao saneamento”, afirmou a diretora.

A pesquisa também destacou disparidades no acesso ao saneamento, com maiores benefícios observados entre mães com melhor escolaridade e renda.

Para mitigar essa desigualdade, a Águas Guariroba vem intensificando ações de conscientização e investindo em infraestrutura, como os 500 quilômetros de rede implantados nos últimos dois anos, dentro do programa Campo Grande Saneada.

O estudo da FGV será publicado integralmente em breve e integrará a tese de doutorado de Pedro Oliveira, um dos autores, com financiamento da Fapesp.

Assine o Correio do Estado

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).