Cidades

PANDEMIA

Com flexibilização, máscaras já começam a sumir de linhas de produção nacionais

Grandes marcas como Lupo, Malwee e a Fiber Knit interromperam suas produções do equipamento de proteção

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A centenária Lupo, a maior fabricante nacional de máscaras de proteção contra a Covid-19, decidiu suspender a produção do acessório no seu parque fabril de 130 mil metros quadrados, com unidades em Araraquara (SP) e Itabuna (BA), apurou a reportagem.

A Lupo avaliou que o fim da obrigatoriedade da proteção nos grandes centros urbanos, este mês, já permitiria à empresa interromper a fabricação do produto, que tem como principais canais de vendas o site e as cerca de 430 franquias da marca espalhadas pelo país.

A mesma medida foi tomada por outras fabricantes, como a Malwee e a Fiber Knit. Já a 3M reduziu a produção em 25%.

Entre abril de 2020 e setembro de 2021, a Lupo produziu aproximadamente 70 milhões de unidades vendidas, incluindo a marca Trifil, que pertence à companhia.

Procurada, a companhia não atendeu a reportagem porque está em período de silêncio. A empresa tem capital aberto e está às vésperas da divulgação dos seus resultados financeiros referentes ao quarto trimestre de 2021.

De acordo com os últimos dados divulgados, a Lupo faturou cerca de R$ 257 milhões com o produto no acumulado de janeiro a setembro do ano passado. Em todo o ano de 2020, havia faturado R$ 59,1 milhões com a categoria.

Vice-campeã de vendas entre janeiro e setembro de 2021, período em que a empresa como um todo faturou R$ 1,12 bilhão, a categoria de máscaras só perdeu para a de cuecas, mas ficou à frente do segmento de meias (produto que deu origem à companhia) e da categoria de produtos esportivos (como camisetas, shorts e bermudas).

Outras fabricantes, como a catarinense Malwee, que chegou a produzir 2 milhões de máscaras por dia no auge da pandemia, tomaram a mesma iniciativa. A empresa chegou a lançar uma linha de máscaras com proteção antiviral, a Protege, para crianças e adultos.

Já a gaúcha Fiber Knit lançou uma linha máscaras esportivas, que foram o acessório oficial da equipe olímpica do Brasil no Japão no ano passado. O auge da produção foram 12 mil unidades por dia, mas desde fevereiro a fabricação está suspensa. Até agora, a empresa vendeu 4,5 milhões de unidades.

Antes especializada na fabricação de cabedal para calçados, a Fiber Knit viu nascer nas máscaras um novo mercado, que quintuplicou o seu faturamento, não revelado. 

Mas a demanda diminuiu a partir de novembro, reacendeu em janeiro com a ômicron e, em fevereiro, voltou a cair, levando a empresa a suspender a produção, feita em impressora 3D e com garrafas PET como matéria-prima.

"A queda nas vendas de máscaras já era esperada", diz Thiago Dal Pizzol, diretor da Fiber. "Desde o final do ano passado, começamos a redirecionar nossa produção para outros itens de maior valor agregado, como tênis e mochilas", afirma.

A companhia também está abrindo uma nova frente de vendas para o seu estoque de máscaras: as farmácias. 

"O produto era vendido até agora no nosso site e em lojas de artigos esportivos. Mas acreditamos que muita gente vai querer manter a proteção, procurando o produto em um ambiente associado a cuidados com a saúde", diz Pizzol.

Até o momento, a Fiber já fechou acordos com as redes de farmácias São João, do Rio Grande do Sul, e Tapajós, do Norte e Nordeste. 

"A proteção vai continuar para o controle de várias doenças, não só da Covid, que também não terminou", afirma Pizzol, que não descarta a retomada em menor escala, para abastecer as drogarias.

A Raia Drogasil, a maior rede nacional de farmácias, com cerca de 2,5 mil lojas espalhadas pelo país, informou à reportagem que o pico de vendas de máscaras se deu entre janeiro e abril de 2021. E que a partir de então as vendas se "estabilizaram". 

Ainda assim, informou a empresa, as vendas de fevereiro deste ano foram 13% superiores às de fevereiro do ano passado.

A filial da multinacional americana 3M, por sua vez, com fábrica em Itapetininga (SP), disse à reportagem que reajustou a produção da sua máscara PFF2 perante o recuo de 25% na demanda. 

"A empresa mantém seu fornecimento normalizado para os clientes dos segmentos profissionais, pouco impactados pela não obrigatoriedade de uso de máscaras para a população em geral, definida recentemente por governos", informou, em nota.

A companhia, que não divulga os números locais de produção, disse apenas que, globalmente, aumentou sua capacidade para atingir 2 bilhões de máscaras produzidas ao ano -quatro vezes o montante fabricado antes da pandemia. 

"No Brasil, a empresa aumentou em três vezes o volume de sua produção de máscaras para atender a demanda", informou

R$ 600 POR UMA MÁSCARA DE GRIFE


Desde que o ex-ministro da Saúde Luiz Felipe Mandetta veio a público, em 1º de abril de 2020, pedir que as pessoas começassem a improvisar máscaras caseiras para proteger a região do nariz e da boca, muita coisa mudou nos hábitos do brasileiro e nas vendas do varejo. 

A lei que tornou obrigatório o uso de máscaras no país só foi sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro em 3 de julho de 2020.

A saída remediada de proteção contra o novo coronavírus apresentada pelo ex-ministro, de amarrar um pano no rosto, evoluiu para um acessório com segurança certificada e até apelo fashion.

Com dupla camada de tecido, as máscaras da Lupo são fabricadas com o fio de poliamida Amni Virus-Bac OFF da Rhodia, que foi submetido a ensaios de avaliação antibacteriana e antiviral pelo Laboratório de Biotecnologia Industrial do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). 

Antes oferecido apenas nas cores preto ou branco, o acessório passou a englobar uma cartela variada de cores, tanto para o público adulto quanto para o infantil. O pacote com duas unidades é oferecido no site da marca a R$ 26.

Já a Fiber Knit, própria para esportistas, com um suporte 3D anti-sucção e 30 filtros tripla camada, é encontrada no site da marca a partir de R$ 59,90, em diferentes cores.

Uma pesquisa global da consultoria internacional Euromonitor, em 46 mercados, divulgada em abril do ano passado, apontou que o Brasil era o quinto país do mundo com o preço unitário mais baixo de máscaras de tecido reutilizáveis -por volta de US$ 1. 

O Vietnã tinha o menor preço médio para máscaras faciais (por volta de US$ 0,60) e, a Suécia, o maior valor (US$ 13).

A pesquisa apontou a existência de modelos de luxo: a grife britânica Burberry, por exemplo, oferecia no ano passado sete modelos com preços em torno de US$ 120 (R$ 584), enquanto a italiana Dolce & Gabanna havia lançado uma linha com preços de US$ 89 (R$ 433) a US$ 122 (R$ 594).

O levantamento da Euromonitor levou em conta máscaras de pano lavável e reutilizável feita de tecidos comuns, como algodão. Não entraram no levantamento máscaras cirúrgicas, máscaras de papel descartáveis ou modelos com respiradores, como as máscaras N95.

A 3M não tem um preço sugerido no varejo para suas máscaras PFF2 -que conta com respirador e é um dos modelos mais recomendados pelas autoridades de saúde, por apresentar filtração mínima de 94% contra a penetração de aerossóis. Mas é possível encontrar o modelo à venda na internet em pacotes de 10 unidades a R$ 64.

MÁSCARA OCUPOU O LUGAR DA MEIA-CALÇA NA LUPO


Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo em junho do ano passado, Liliana Aufiero, presidente da Lupo, disse que as máscaras chegaram a representar perto de um terço (31%) do faturamento da companhia em maio. À época, a empresa estava produzindo 300 mil unidades por dia e tinha uma lista de espera de três meses.

Para fabricar as máscaras a partir de abril de 2020, um mês depois de decretada a pandemia em nível global, a Lupo interrompeu a fabricação de meia-calça e adaptou as máquinas para a produção.

A ideia surgiu depois de uma ação beneficente: a Lupo começou a fabricar máscaras de TNT para a equipe da Santa Casa de Araraquara, no interior paulista, onde fica a sede da empresa. Na sequência, decidiu atender o consumidor comum.

"Quando lancei a máscara, achei que só venderia por 90 dias", afirmou Liliana à Folha de S.Paulo, em junho. A empresária disse na ocasião que estava torcendo para a pandemia acabar logo: pela saúde pública e para a Lupo voltar a fabricar produtos de maior valor agregado.

Também em entrevista em setembro, a Lupo informou que já havia reduzido a produção de máscaras pela metade, a partir do arrefecimento dos números da doença com o avanço da vacinação.

 

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TEMPO

Saiba em que regiões do Brasil deve chover acima da média no verão

Inmet divulgou previsão para a estação, que começa hoje (21)

21/12/2025 20h00

Saiba em que regiões do Brasil deve chover acima da média no verão

Saiba em que regiões do Brasil deve chover acima da média no verão Paulo Pinto/Agência Brasil

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O verão do Hemisfério Sul começa neste domingo (21), e o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) prevê condições que podem causar chuvas acima da média em grande parte da regiões Norte e Sul do Brasil, além de poucas áreas do Nordeste e do Centro-Oeste.

No Norte, a maior parte dos estados deve ter mais precipitações e temperaturas mais elevadas. As exceções são o sudeste do Pará e o estado do Tocantins, que podem ter volumes de chuva abaixo da média histórica.

“A temperatura média do ar prevista indica valores acima da média climatológica no Amazonas, no centro-sul do Pará, no Acre e em Rondônia, com valores podendo chegar a 0,5 grau Celsius (°C) ou mais acima da média histórica do período (Tocantins). Nos estados mais ao norte da região, Amapá, Roraima e norte do Pará, são previstas temperaturas próximas à média histórica”, estima o Inmet.

Sul

Na Região Sul, a previsão indica condições favoráveis a chuvas acima da média histórica em todos os estados, com os maiores volumes previstos para as mesorregiões do sudeste e sudoeste do Rio Grande do Sul, com acumulados até 50 mm acima da média histórica do trimestre.

“Para a temperatura, as previsões indicam valores predominantemente acima da média durante os meses do verão, principalmente no oeste do Rio Grande do Sul, chegando até 1°C acima da climatologia”. 

Nordeste

Para a Região Nordeste, há indicação de chuva abaixo da média climatológica em praticamente toda a região, principalmente na Bahia, centro-sul do Piauí, e maior parte dos estados de Sergipe, Alagoas e Pernambuco. Os volumes previstos são de até 100 mm abaixo da média histórica do trimestre.

Por outro lado, são previstos volumes de chuva próximos ou acima da média no centro-norte do Maranhão, norte do Piauí e noroeste do Ceará.

Centro-Oeste

Na Região Centro-Oeste, os volumes de chuva devem ficar acima da média histórica somente no setor oeste do Mato Grosso. Já no estado de Goiás, predominam volumes abaixo da média climatológica do período.

Para o restante da região, são previstos volumes próximos à média histórica. “As temperaturas previstas devem ter predomínio de valores acima da média climatológica nos próximos meses, com desvios de até 1°C acima da climatologia na faixa central da região”, diz o InMet.

Sudeste

Com predomínio de chuvas abaixo da média climatológica, a Região Sudeste deve registar volumes até 100 mm abaixo da média histórica do trimestre.

Deve chover menos nas mesorregiões de Minas Gerais (centro do estado, Zona da Mata, Vale do Rio Doce e Região Metropolitana de Belo Horizonte). A temperatura deve ter valores acima da média em até 1°C, segundo os especialistas do InMet.

Verão

A estação prossegue até o dia 20 de março de 2026. Além do aumento da temperatura, o período favorece mudanças rápidas nas condições do tempo, com a ocorrência de chuvas intensas, queda de granizo, vento com intensidade variando de moderada à forte e descargas elétricas.

Caracterizado pela elevação da temperatura em todo país com a maior exposição do Hemisfério Sul ao Sol, o verão tem dias mais longos que as noites.

Segundo o InMet, nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, as chuvas neste período são ocasionadas principalmente pela atuação da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), enquanto no norte das regiões Nordeste e Norte, a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) é o principal sistema responsável pela ocorrência de chuvas.

Em média, os maiores volumes de precipitação devem ser observados sobre as regiões Norte e Centro-Oeste, com totais na faixa entre 700 e 1100 milimetros. As duas são as regiões mais extensas do país e abrigam os biomas Amazônia e Pantanal, que vivenciam épocas de chuva no período.

TEMPO

Solstício faz deste domingo o dia mais longo do ano

O solstício de verão acontece quando um dos hemisférios está inclinado de forma a receber a maior incidência possível de luz solar direta

21/12/2025 19h00

Solstício faz deste domingo o dia mais longo do ano

Solstício faz deste domingo o dia mais longo do ano Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

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O verão começou oficialmente às 12h03 (horário de Brasília) deste domingo, 21. A data marca o solstício de verão no Hemisfério Sul, fenômeno astronômico que faz deste o dia com o maior número de horas de luz ao longo de todo o ano.

As diferentes estações ocorrem devido à inclinação do eixo de rotação da Terra em relação ao seu plano de órbita e ao movimento de translação do planeta em torno do Sol. O solstício de verão acontece quando um dos hemisférios está inclinado de forma a receber a maior incidência possível de luz solar direta

No mesmo momento, ocorre o solstício de inverno no Hemisfério Norte, quando se registra a noite mais longa do ano. Em junho, a situação se inverte: o Hemisfério Sul entra no inverno, enquanto o norte passa a viver o verão.

Além dos solstícios, há os equinócios, que acontecem na primavera e no outono. Eles marcam o instante em que os dois hemisférios recebem a mesma quantidade de luz solar, fazendo com que dia e noite tenham duração semelhante.

O que acontece no verão?

Segundo Josina Nascimento, astrônoma do Observatório Nacional (ON), instituição vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), o verão é a estação mais quente do ano justamente por causa da inclinação de cerca de 23 graus do eixo da Terra em relação ao seu plano de órbita. Esse ângulo faz com que os raios solares atinjam mais diretamente um hemisfério de cada vez.

Quando é verão no Hemisfério Sul, os raios solares incidem de forma mais intensa sobre essa região do planeta, o que resulta em dias mais longos e temperaturas mais elevadas.

Os efeitos das estações do ano são maiores nos locais distantes do equador terrestre. "Nas regiões próximas ao equador, a duração dos dias varia pouco ao longo do ano. Essa diferença aumenta progressivamente em direção aos polos, onde os contrastes são máximos", explica Nascimento.

Previsão do tempo para os próximos dias

Com a chegada do verão neste domingo, São Paulo deve ter dias quentes nas próximas semanas e pode bater o recorde de temperatura do ano na véspera do Natal. De acordo com o Climatempo, os próximos dias também devem ser com menos chuvas e tempo seco na capital paulista.

O que esperar do verão de 2025/2026 no Brasil

Dados do Instituto Nacional de Meteorologia indicam que a maior temperatura registrada em São Paulo em 2025 foi de 35,1°C, em 6 de outubro. A expectativa para o dia 24 de dezembro é de que a temperatura se aproxime de 35°C, o que pode igualar ou até superar o recorde do ano.

O calor deve ser uma constante em grande parte do Brasil. Nesta semana, o Rio de Janeiro pode registrar até 38°C e Belo Horizonte e Vitória devem alcançar máximas entre 32°C e 34°C, com pouca chuva. O tempo quente também deve chegar à região Sul e ao interior do Nordeste, com máximas próximas dos 35°C. No Norte, as máximas se aproximam de 32°C.

O verão se estende até às 11h45 do dia 21 de março de 2026 e será marcado pela Alta Subtropical do Atlântico Sul (ASAS), sistema de alta pressão atmosférica que atua sobre o oceano Atlântico Sul e inibe a formação de nuvens. O fenômeno climático deve atuar como um bloqueio atmosférico, afastando algumas frentes frias que passam pelo Brasil.

A Climatempo prevê que a chuva do verão 2025 e 2026 fique um pouco abaixo da média para estação em quase todo o País. A maior deficiência deve ser na costa norte do Brasil, entre o litoral do Pará e do Ceará, e em áreas do interior do Maranhão e do Piauí.

Já o fenômeno La Niña não deve ser o principal fator climático neste verão, devido à sua fraca intensidade e curta duração. A atuação do fenômeno está prevista para se estender até meados de janeiro de 2026 e sua influência sobre as condições climáticas desta estação tende a ser limitada.

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