Cidades

DESENVOLVIMENTO

Com foco no crescimento urbano,
novo Plano Diretor entra em vigor

Revisão do instrumento mudou Coeficiente de Aproveitamento e Taxa de Permeabilidade

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Após mais de um ano de discussão, entrou em vigor no dia 2 de agosto o novo Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental (PDDUA) de Campo Grande. O instrumento, básico em um processo de planejamento municipal para a implantação da política de desenvolvimento urbano, traz mudanças importantes para o setor imobiliário da Capital e também relativa a expansão da cidade. 

Para esclarecê-las, o Correio do Estado fez um raio x das principais alterações, incluindo instrumentos que ainda devem ser regulamentados. Entre as principais modificações estão a implantação do IPTU Progressivo, revisão do Coeficiente de Aproveitamento (CA) e da Taxa de Ocupação do Solo, a criação da Taxa de Relevância e a reestruturação do Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano.

IPTU PROGRESSIVO

Uma das políticas públicas que devem começar a ser implantas em Campo Grande a partir do novo Plano Diretor é o IPTU (imposto predial e territorial urbano) progressivo. Destinado aos municípios e cobrado anualmente, o IPTU é um dos principais impostos sobre a propriedade no Brasil e uma das maiores fontes de receita das prefeituras.

Com o mecanismo do IPTU progressivo, o valor cobrado aumenta nos casos em que os proprietários dos imóveis os deixam subutilizados. Essa é uma forma de tentar impeli-los a dar um destino adequado aos imóveis, cedendo-os, alugando-os ou vendendo-os, por exemplo.

“O IPTU progressivo nós temos 24 meses para regulamentar. Como que vai funcionar? Quais são os critérios? Tudo depende de uma lei que tem que ser aprovada na Câmara. Mas é tudo com base no Estatuto das Cidades, que é a legislação federal. Depois que regulamentar a prefeitura, tem que notificar as pessoas. O IPTU progressivo só é aplicado no imóvel que é territorial ou subutilizado. Não será em toda a cidade”, explicou a diretora-adjunta da Agência Municipal de Meio Ambiente e Planejamento Urbano (Planurb), Vera Bacchi.

COEFICIENTE DE APROVEITAMENTO

O Coeficiente de Aproveitamento (CA), ou Índice de Aproveitamento (IA), é um número que, multiplicado pela área de um terreno, indica a quantidade total de metros quadrados passíveis de serem construídos e foi uma das alterações feitas no Plano Diretor.

O índice máximo de coeficiente de aproveitamento em Campo Grande atualmente é de 5; no plano antigo era 6. “Ele continua sendo diferenciado por zonas, mas hoje tem possibilidade de você comprar o coeficiente; por exemplo, uma zona onde o coeficiente é 4, você pode comprar mais um para ele chegar até o 5”, explicou Vera Bacchi. 

A diferença, a partir do novo plano, é que a compra do coeficiente de aproveitamento pode ser feita de duas formas: por meio de pagamento de outorga onerosa de construir ou compra do potencial construtivo de um imóvel que a prefeitura tenha interesse em preservar – instrumentos que ainda devem ser regulamentados.

“O Centro é onde nós temos mais infraestrutura e muita vezes ela fica ociosa. É nessa região que nós colocamos um coeficiente de aproveitamento maior, para que possibilite um maior adensamento e um melhor aproveitamento do solo e da infraestrutura existente: asfalto, abastecimento de água, rede coletora de esgoto, transporte coletivo, equipamento público, coleta de lixo. Com a possibilidade de comprar o coeficiente de aproveitamento, um edifício multirresidencial pode ser construído num ambiente maior, com um maior número de unidades residenciais”, explicou a diretora-presidente da Planurb, Berenice Maria Jacob Domingues.

TAXA DE PERMEABILIDADE

A taxa de permeabilidade é a relação entre a área penetrável pela água da chuva e a área total do terreno. Ela é extremamente importante, principalmente nos grandes centros urbanos, porque garante que haverá escoamento de água no momento de uma grande tempestade. 

Em Campo Grande, a Taxa de Permeabilidade aumentou de 12,5% para 20%, 25% ou 30%, dependendo da zona onde está localizado o imóvel. Na zona urbana 4 e 5, por exemplo, onde estão os bairros Coronel Antonino, Jardim Novos Estados e Mata do Jacinto, a taxa de permeabilidade é de 30%.

Para incentivar o crescimento nas regiões periféricas da cidade, o novo Plano Diretor traz uma denominação chamada de centralidades.“São áreas que tem uma característica diferenciada do restante da região pelo potencial de crescimento. E nós demos incentivos com relação a atividades e aos índices urbanísticos. Por exemplo, a taxa de ocupação na zona pode 50%, mas na centralidade, para os edifícios multirresidenciais, pode 70%. O coeficiente de aproveitamento também pode ser maior que o da zona, incentivando a melhor ocupação da região”, explicou Berenice. 

Ao todo, foram identificadas sete centralidades, denominadas como: Tamandaré, Cidade Jardim, Coronel Antonino, Julio de Castilho, Morenão, Guaicurus e Aero Rancho.

“São regiões que tem uma infraestrutura de serviços que vai aproximar o cidadão do comércio e até do emprego dele. Isso vai proporcionar uma melhor qualidade de vida das pessoas. O que nós queremos é facilitar, é melhorar o acesso das pessoas aos bem e serviços que ela precisa no dia a dia. É por isso que nessas centralidades vamos incentivar, inclusive, habitação de interesse social. Vai acontecer? Não sabemos. Mas a gente já está dizendo ao empreendedor que ele terá benefícios e facilidades para investir ali”, afirma a diretora.

Entre os benefícios está um instrumento que leva o nome de Fachada Ativa, que corresponde à ocupação da fachada localizada no alinhamento de passeios públicos por uso não residencial com acesso aberto à população e abertura para o logradouro. “Um edifício, multirresidencial, onde no pavimento térreo coloca-se algumas lojas, um pequeno comércio. Se o empreendedor construir pelo menos 20% do seu térreo como fachada ativa, ao invés de pagar outorga onerosa, ele pode ter esse 20% acrescido no coeficiente de aproveitamento dele”, aponta a arquiteta Vera Bacchi.

IMÓVEIS HISTÓRICOS

O novo Plano Diretor também traz alterações em relação a obras e reformas em prédios tombados. Antes, a Capital tinha apenas uma Zona Especial de Interesse Cultural (Zeic), onde estavam enquadrados todos os prédios históricos. Com a revisão do plano, essa Zona Especial de Interesse Cultural (Zeic) foi dividida em quatro: a Zeic 1 – imóveis tombados; a Zeic 2 – imóveis de proteção, que o município tem interesse em preservar; a Zeic 3 – conjuntos arquitetônicos, como a universidade federal, prédios militares e hospital São Julião; e a Zeic 4 – que é uma inovação porque vem para resgatar a memória do campo-grandense, então não é um imóvel, é um espaço.

“O Bar do Zé, aquela região na Afonso Pena onde é distribuído o jornal, a Cabeça de Boi, os antigos Portão de Ferro, Vai ou Racha. Alguns ambientes que nem existem mais, mas que fizeram parte da história de Campo Grande, do crescimento e desenvolvimento da cidade, então a gente quer colocar alguma coisa, um monumento, um totem, onde as pessoas possam conhecer a história daquilo ali, porque uma população que não tem memória não tem história e nem cultura”, considera Berenice.

Para que fossem divididas as quatro zonas, a Planurb realizou um trabalho de pesquisa junto à Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, no qual foi realizado um inventário de todos os imóveis em que o município tem interessa na preservação. “Nesses imóveis, pode ser feita a transferência do potencial construtivo. Com isso, o proprietário pode recuperar, restaurar e manter aquele imóvel, que o Poder Público tem a intenção de preservar. A empresa, ao invés de comprar coeficiente de aproveitamento através da outorga onerosa, ela vai comprar potencial construtivo de um particular; ela tem essas duas opções e verifica o que vale mais a pena para ela poder construir mais no empreendimento dela”, esclarece a direção da Planurb

Mesmo com a transferência de potencial construtivo, parte do recurso (5%) deve ser destinado ao Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano. O Fundo existe há mais de 20 anos; no entanto, nunca foi colocado em prática. Os valores arrecadados devem ser utilizados no planejamento e controle do desenvolvimento urbano, promoção da mobilidade urbana e acessibilidade sustentável, reabilitação e revitalização urbana, apoio e capacitação técnica ao desenvolvimento institucional, ordenamento e direcionamento da expansão urbana, entre outros.

MEIO AMBIENTE

Instrumento novo do Plano Diretor é a Taxa de Relevância Ambiental (TRA), que tem aplicação para empreendimentos públicos e privados que vierem a ser implantados. 

Conforme o plano, caso o empreendedor aumente a área permeável do pavimento térreo, acima da taxa de permeabilidade estabelecida para a zona ambiental, o cálculo dos índices urbanísticos levará em conta a área permeável na taxa de ocupação, podendo o empreendedor aumentar a área construída.

Poluição

Fumaça tóxica de queimadas pode tomar céu de Campo Grande

Conforme a medição feita pela QualiAr, a condição do ar em Campo Grande caiu para moderada, e deve piorar com a chegada da fumaça das queimadas de outros estados

19/09/2024 18h00

Gerson Oliveira / Correio do Estado

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Depois de dias de refresco devido à frente fria que trouxe chuva a diversas regiões do Estado, o céu será, mais uma vez, encoberto por fumaça com poluentes nocivos à saúde incluindo a Capital.

No dia 1º de setembro a fumaça tomou o céu de Campo Grande, foram treze dias em que a poluição intensificou a ponto de a qualidade do ar ser apontada como a pior do ano.

Com o avanço da frente fria e a chuva no final da noite de domingo (15), o meteorologista do Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima (Cemtec), Vinícius Sterling, explicou que os ventos vindos do sul empurraram a fumaça para a região mais ao norte, especificamente para os estados de Mato Grosso (MT) e Goiás (GO).

Divulgação Cemtec

É preciso ressaltar que, como não houve chuva na Amazônia (brasileira e boliviana) e em Mato Grosso - o estado que mais queima no país -, com a mudança de direção do vento, a fumaça tóxica das queimadas retorna para Mato Grosso do Sul.

No entanto, conforme o meteorologista ressaltou, é difícil cravar um cenário; as condições podem variar. Em uma estimativa favorável parte do Estado volta a receber chuva a partir de amanhã.

Poluição

Em conversa com o Correio do Estado, o professor e coordenador do Laboratório de Ciências Atmosféricas, Widinei Alves Fernandes, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, alertou que a qualidade do ar nesta quinta-feira (19) está moderada, e a tendência para os próximos dias é de piora.

“A qualidade do ar hoje está moderada, mas possivelmente ela vai piorar”, pontuou o professor.

Durante a semana, a condição do ar chegou a ficar boa. A mudança ocorre devido a várias regiões do país estarem em chamas e, é claro, ao Pantanal e à Amazônia.

Segundo o professor, ventos vindos do leste do estado de São Paulo, que registrou focos de incêndio em diversos municípios, também contribuem para a situação. “Vamos ter uma fumaça proveniente da Bolívia e da região noroeste do estado, está vindo da Amazônia. Então, haverá uma piora da qualidade do ar entre hoje e amanhã cedo.”

Índice

A qualidade do ar moderada está na medida 43, enquanto, para ser considerada como “boa”, precisa estar em 40. “Nesses próximos dias, possivelmente, vai ficar nessa condição moderada que estamos tendo, que estamos vendo hoje.”

O alerta para o perigo da poluição das queimadas está na presença do material particulado, que em altos índices pode causar diversas doenças, como câncer de pulmão.

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Mato Grosso do Sul

Indígena que morreu tinha histórico de latrocínio, diz Choque

Em nota, o Batalhão de Choque relatou que o indígena morto em Antônio João estava armado e disparou primeiro contra os PMs

19/09/2024 18h00

Policiais do Batalhão de Choque seguem no município de Antônio João.

Policiais do Batalhão de Choque seguem no município de Antônio João. Imagens/ Batalhão de Choque

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Morto durante um confronto na Terra Indígena Ñanderu Marangatu na madrugada da última quarta-feira (18), no município de Antônio João, o indígena Guarani Kaiowá Neri Ramos da Silva, de 23 anos, tinha diversas passagens pela polícia por roubo e latrocínio, segundo informações do Batalhão de Choque.

Uma dessas ocorrências teria sido em 2015, no próprio município de Antônio João, quando a vítima de latrocinio foi morta com um tiro na cabeça, segundo a PM.

Sobre o conflito que terminou com a morte do indígena na quarta-feira, o Choque informou que equipes foram acionadas na Terra Indígena Ñanderu Marangatu, localizada na Fazenda Barra, na região de fronteira com o Paraguai, com denúncia de que havia um confronto na região.

Em nota divulgada nas redes sociais, o Choque afirma que, na tentativa de dispersar o tumulto, um dos indígenas que estava escondido na vegetação atirou em direção às forças de segurança e atingiu o escudo protetor da tropa de um dos policiais.

Os agentes de segurança reagiram e atiraram em direção a mata, atingindo o indígena na cabeça.

Ainda segundo o Batalhão de Choque, durante a confecção do boletim de ocorrência, foi constatado que o indígena Neri tinha as passagens pela polícia.

O corpo do indígena Guarani Kaiowá foi encaminhado ao IML (Instituto Médico Legal), onde será periciado por peritos federais que vieram de Brasília para investigar o caso.

Vale lembrar que a mais recente escalada de violência contra os povos originários de Mato Grosso do Sul começou no último dia 12, quando os indígenas realizaram uma ação para retomar a propriedade onde hoje está localizada a Fazenda Barra. Na ocasião, três pessoas ficaram feridas, como o Correio do Estado acompanhou.

Ministério pede afastamento do PM que matou indígena 

Em ligação por telefone com o governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, a ministra dos Povos Indígenas (MPI), Sônia Guajajara, pediu que o policial que atirou no indígena Nery Ramos seja imediatamente afastado e responsabilizado pela conduta inadmissível e violenta que resultou na morte do indígena.

De acordo com a nota, a pasta enviou um ofício à Polícia Federal solicitando uma investigação imediata e a realização de perícias sobre a atuação da PM do estado, que já está envolvida no caso. Além disso, acionou o Ministério Público Federal e a Defensoria Pública da União para que todas as providências legais sejam adotadas."

"Na última sexta-feira (13), quando tomou conhecimento de ações truculentas perpetradas pela PM contra os indígenas - que deixou 3 pessoas feridas, uma delas por munição letal -, o MPI acionou imediatamente a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (SEJUSP) de MS para garantir a apuração dos fatos e devida responsabilização dos agentes, alertando ainda sobre o fato de inexistir ordem de reintegração de posse para a área", diz nota.

Logo depois, a SEJUSP publicou uma nota em seu site ressaltando que não havia qualquer determinação para a desocupação da área com uso de força.

“A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul (Sejusp) esclarece que não existe qualquer ordem de reintegração de posse sendo cumprida, tampouco preparativos”, afirma a Sejusp.

O MPI afirma que, mesmo assim, os policiais militares continuaram com a mesma linha de atuação, agredindo os indígenas com tiros e pontapés, conforme relatos, e ateando fogo em barracos, apesar da presença de servidores da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) no território.

"A despeito da inexistência de determinação de reintegração de posse, a Tropa de Choque e o Departamento de Operações de Fronteira foram mobilizados, intimidando os indígenas e culminando na investida violenta realizada hoje, com a morte do jovem indígena, com sinais de execução", aponta o MPI.

Ainda na sexta-feira, um representante do Ministério se deslocou para o município de Antônio João para averiguar a denúncia de ataque na Terra Indígena Ñanderu Marangatu.

TI homologada

A Terra Indígena Ñanderu Marangatu foi declarada para posse e usufruto exclusivo e permanente do povo Guarani Kaiowá por meio da Portaria nº 1.456, de 30 de outubro de 2002, e homologada pelo Decreto Presidencial de 28 de março de 2005. O processo demarcatório está judicializado, o que acirra o conflito na região.

A área havia sido retomada pelos Guarani Kaiowá na quinta-feira passada (12). 

Conflito 

Nery foi morto durante ação acompanhada por forças policiais sul-mato-grossenses, sendo que desde o primeiro momento já era apontado para uma possível execução, já que o tiro fatal teria atingido a região da nuca do Guarani Kaiowá. 

Diante da violência, o Ministério dos Povos Indígenas (MPI) inclusive emitiu nota, com pedido de afastamento imediato do Policial Militar responsável pelo disparo, acionando inclusive Polícia e Ministério Público Federal, bem como Defensoria Pública da União. 

Importante ressaltar, também, que os agentes da Força Nacional não estavam na Terra Indígena, uma vez que foram destacados apenas para acompanhar membros da Coordenação Regional da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), de Ponta Porã. 

Ou seja, baseados no município de Douradina, no Mato Grosso do Sul, estavam distantes cerca de 182 km de onde aconteceu o conflito que vitimou Nery Ramos da Silva Guarani Kaiowá.  

Assassinado aos 23 anos, Neri Ramos da Silva Kaiowá deixa um bebê de 11 meses, somando-se a outros três nomes mortos desde a década de 80 nessa mesma Terra Indígena de Antônio João, sendo: 

  • 1983 | Marçal de Souza: morto em casa com 5 tiros, na Aldeia Campestre 
  • 2005 | Dorvalino Rocha: morto com 2 tiros por segurança privado de fazendas da região. 
  • 2015 | Simião Vilhalva: morto com tiro na cabeça durante conflito por terras

Briga pela terra

À espera de uma resposta há praticamente 20 anos, a derrubada da homologação em 2005 da Terra Indígena contou com apoio da atual dona da fazenda em que Nery foi morto, segundo informações da Mobilização Nacional dos Povos Indígenas. 

Roseli Ruiz é dona da fazenda que, atualmente, conta com proteção da Polícia Militar por meio de rondas, além de um pelotão designado para proteção dos proprietários e funcionários da propriedade. 

A decisão sob a qual a polícia age foi inclusive estendida, para que as forças policiais garantam o "ir e vir" dos funcionários e "proprietários" da fazenda, desde a rodovia até a sede, num percurso de mais de 10 quilômetros. 

A família Ruiz, como ressalta a Mobilização Nacional Indígena, esteve envolvida na ação de fazendeiros que, em 2015, vitimou o indígena Simeão Vilhalva, que foi baleado na cabeça em dezembro de 2015. 

Com diploma em antrologia, Roseli foi indicada pelos partidos Liberal (PL) e Republicanos, como uma "especialista" para - participar da audiência de conciliação no Supremo Tribunal Federal, marcada para o próximo dia 23, sobre a constitucionalidade do marco temporal. 

Inclusive, a advogada ruralista Luana Ruiz - filha de Roseli Ruiz e Pio Queiroz Silva, proprietários da Fazenda Barra -, como destaca o Conselho Indigenista, atua na assessoria especial da Casa Civil de Mato Grosso do Sul. 

Segundo apuração do Cimi, a advogada atuou na ação deferida pela Justiça Federal de Ponta Porã, em busca da proteção da Fazenda Barra, através da decisão do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3) 

Agora, os indígenas pedem revogação dessa decisão que, segundo os indígenas, "ampara, ilegitimamente, a presença violenta da Polícia Militar no território homologado".

**(Colaboraram Alanis Netto, Leo Ribeiro e Daiany Albuquerque) 

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