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Centenária

Conheça a história, o desenvolvimento e as curiosidades de Três Lagoas

Cidade completa 100 anos nesta segunda-feira (15)

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O município de Três Lagoas completa 100 anos de fundação nesta segunda-feira (15). Com população estimada de 111.652 habitantes, é considerada a terceira maior cidade em população de Mato Grosso do Sul, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2014.

O nome já diz tudo. São três lagoas que eram vistas por todos que viajavam de trem. Havia uma estrada férrea que possibilitava os viajantes a passarem pelas três lagoas e antes mesmo de sua emancipação, em 8 de agosto de 1915, as lagoas já serviam de referência para aqueles que passavam pela cidade. “Estamos indo para as Três Lagoas”, diziam.

Há vários anos a cidade ganha evidência no cenário mundial. Atualmente, ela é a capital mundial da celulose, mas também é conhecida como a capital das águas, capital do bolsão e já foi conhecida como capital das bicicletas.

CRIAÇÃO

De acordo com o professor doutor em história da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e coordenador do Núcleo de Documentação Histórica e Grupo de Educação Tutorial (PET-História) de Três Lagoas, a história do município começou com a vinda dos sertanejos do Triângulo Mineiro.

Por volta de 1828, Joaquim Francisco Lopes iniciou a exploração da região com uma expedição composta de 11 pessoas, organizada em Monte Alto, onde estavam os irmãos José Garcia Leal e Januário Garcia Leal.

Junto desses sertanejos, vieram outros mineiros, paulistas e goianos. Dessa forma, na metade do século XIX grande parte das terras já estava delimitada pelo domínio dos Garcia, dos Lopes, Barbosa, Souza e Pereira. As famílias desses sertanistas eram numerosas e contribuíram para a apropriação de terras.

Na década de 80, Protázio Garcia Leal, Antônio Trajano dos Santos e Luís Correia Neves Filho se fixaram na região com a criação de gado e atraíram comerciantes e peões. Eles se fixaram em três regiões do município trêslagoense, sendo o norte do rio Sucuriú, na região do Ribeirão Beltrão; o centro e atual perímetro urbano, na área das três lagoas e o sul, na área do Rio Verde.

Em 1909, um grupo de engenheiros instalou um acampamento às margens da Lagoa Maior. Em 1911, o acampamento motivou a edificação de inúmeras moradias, criando um novo povoado. O povoado foi elevado a distrito pela Lei nº656, de 12 de junho de 1914,pertencente a Santana do Paranaíba. A Lei Estadual nº 706, de 15 de junho de 1915 cria a Vila de Três Lagoas, ainda parte de Paranaíba, mas emancipada politicamente.

PECUÁRIA, FERROVIA E HIDRELÉTRICA

Desde o início, Três Lagoas teve a pecuária como principal atividade desenvolvida pelos sertanejos fundadores do local. Em 1910, a criação bovina iniciou seu auge,quando as portas se abriram para a exportação para diversos países. A partir de outubro de 2005, a pecuária do município passou a sofrer barreiras sanitárias internacionais devido a descoberta de focos de aftosa no extremo oeste do estado. 

Além disso, o grupo Margen fechou todos os frigoríficos em Mato Grosso do Sul devido a uma dívida de R$ 78,7 milhões apenas no frigorifico de Três Lagoas.

Com a expansão da economia paulista durante o período de 1889 e 1930, a malha ferroviária de São Paulo precisava se expandir para possibilitar o escoamento do café e, utilizando de empréstimos, passou a investir em sua infra-estrutura, beneficiando estados vizinhos.

A Estrada de Ferro Noroeste do Brasil surgiu como possibilidade lucrativa de ligar o Porto de Santos, no Oceano Atlântico, ao Oceano Pacífico, passando pelo centro do estado de são Paulo, sul de Mato Grosso,Bolívia e Chile.

A Usina Hidrelétrica Engenheiro Sousa Dias (Jupiá), foi finalizada no ano de 1974, sendo na época, a maior usina hidrelétrica do Brasil. Hoje, é considerada a terceira maior usina hidrelétrica do Brasil. Devido a sua posição estratégica e proximidade a fonte de energia elétrica foram motivos para que Três Lagoas fosse considerada área de segurança nacional durante a ditadura militar.

INDUSTRIALIZAÇÃO 

Três Lagoas corresponde, atualmente, a 50% da exportação industrial de Mato Grosso do Sul, sendo os principais itens a celulose e o farelo de soja. O município também apresenta crescimento em importação, tendo como principais produtos de consumo industrial os materiais têxteis, cereais e siderurgia. Com cerca de 3 mil empresas instaladas e 54 indústrias de grande e médio porte.

Apesar de ser considerada a capital mundial da celulose, Três Lagoas têm, em seu Distrito Industrial a maior fábrica brasileira de refrigeradores e deve ter, em breve, a maior indústria da América Latina de Fertilizantes Nitrogenados (UFN-3) da Petrobras.

TRADIÇÕES CULTURAIS

Todas as fases do desenvolvimento são marcadas por tradições culturais, como o Negrinho Aleijado da capela Santo Antônio, Cemitério do soldado, Folia de Reis e personagens da história do cotidiano como bandido Camisa de Couro.

Negrinho Aleijado
Conta-se que um homem negro, que não tinha uma das mãos, era responsável por tocar o sino da Capela Santo Antônio, até que um dia ele foi morto por criminosos. A causa da morte é desconhecida. Revoltados, populares foram atrás de quem o matou para lhe tirar a vida também, porém, o Negrinho Aleijado teria aparecido, em forma de espírito, e pedido para que não o matasse, pois não seria a melhor forma de vingar sua morte, alias, a morte dele não deveria ser vingada, conforme disse o espírito.

Na verdade, a história foi contada por meio de uma música sertaneja muito ouvida no município anos atrás, composta por Teddy Vieira e Luizinho e gravada por vários cantores, entre eles Tião Carreiro e Pardinho. A história é uma lenda e nunca teria existido, porém, tem três-lagoense que jura que já viu o Negrinho Aleijado tocar o sino da igreja.

O Bandido da Camisa de Couro
Antônio Aragão, conhecido como o bandido da camisa de couro, por usar a roupa com frequência, foi um pistoleiro sergipano que morava em Santa Fé do Sul com a família e mantinha vínculo com Três Lagoas por conta da sua “profissão”.

Ele teria se envolvido em inúmeros crimes, sendo a maioria motivada por ciúmes ou por briga por terras. Populares garantem que ele matou importantes políticos de Três Lagoas, porém, a história não é confirmada por historiadores da cidade.

Camisa de Couro morreu em 1.961, em frente ao prédio da antiga Prefeitura. Ele foi alvejado e acredita-se que foi vítima de queima de arquivo, porém, a causa da morte nunca foi descoberta.

Enterrado no Cemitério Municipal de Três Lagoas, o túmulo do Camisa de Couro é visitado com frequência por moradores antigos da cidade. Eles deixam velas e flores e acreditam que precisam honrar o pistoleiro que fazia justiça com as próprias mãos para defender aqueles, que por algum motivo, eram prejudicados por alguém.

Cemitério do Soldado
Agosto de 1924, rebelião, guerra. Época foi marcada pela Revolta Paulista, também conhecida como “Revolução Esquecida”. Deflagrada em São Paulo, rebeldes de quartéis – tenentes e soldados - lutavam contra o governo na intenção de modificar o restrito cenário político daquela época.

Porém, os soldados não tinham mais condições – armas, munições – de lutar contra o governo, foi quando cerca de 3 mil deles resolveram fugir para Bauru, por meio da estrada de ferro. Na cidade do interior paulista, eles souberam que o exército legalista se concentrava em Três Lagoas e partiram para o município então do Mato Grosso.

Ao chegar à cidade eles foram surpreendidos por tropas do governo na região do Horto da Moeda, onde hoje funciona a fábrica de celulose Fibria, muitos morreram e José Carvalho de Lima, um dos soldados, ficou ferido. Ele caminhou longos metros e foi encontrado morto. Alguém o enterrou e possivelmente ficou com seus documentos, que jamais foram encontrados. No local onde foi sepultado deixaram seu nome e por motivos desconhecidos a população daquela época passou a oferecer oferendas ao soldadinho, como era conhecido, acreditando que ele era santo e realizava milagres.

Não muito longe, no final da década de 90 e inicio de 2000, centenas de pessoas deixavam muletas, cadeiras de rodas no local acreditando que ele havia os curados. A prática se aplica até os dias de hoje, porém, mais sucintamente, o mais comum é ver flores no túmulo do soldado. O local foi reformado em homenagem aqueles que acreditam que ele é santo.

LAZER E TURISMO

O lazer e o turismo são grandes atrativos de Três Lagoas. O Balneário Municipal, localizado à margem do Rio Sucuriú, é um dos lugares de lazer mais procurado pelos três-lagoenses. Possui uma estrutura que inclui quadra poliesportiva, quadra de tênis, vôlei de areia, futebol de areia, quiosques com churrasqueiras, lanchonete, play ground, sanitários, praça de eventos, chuveiros, torre de Guarda Vidas, praia com iluminação, poço artesiano, estação de tratamento de esgoto e bicicletário.

A Lagoa Maior ou Terceira Lagoa, cartão postal da cidade, é o nome dado à principal das três lagoas urbanas que nomeiam o município e fazem parte do Projeto Circuito das Lagoas. A região também possui especial vocação para esportes aquáticos, sediando pela segunda vez, no ano de 2006, o Brasil Open de Jet Ski.

dddddApresentada ao Brasil através de eventos internacionais de turismo e devido aos investimentos realizados, Três Lagoas recebeu o Prêmio Top Turismo da Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil – ADVB, com o projeto de criação dos Roteiros Turísticos da Costa Leste.

O município recebeu neste ano também a segunda edição da Três Lagoas Florestal, feira que atraiu mais de 20 mil visitantes, 120 expositores e fechou R$60 mi em negócios. A feira, considerada como uma atração de lazer e negócios, foi responsável por injetar R$ 6 milhões na economia local nos seus três dias de duração. Ela foi realizada entre 2 e 4 de junho.

CURIOSIDADES

Fonte da praça Santo Antônio
No final dos anos 40 existia um poço no local e já no início dos anos 50 a cidade ganhou saneamento público e foi nesta fonte que foram instaladas torneiras para que os moradores buscassem água potável. Nos dias de hoje a fonte simboliza o cotidiano e a vivência das pessoas daquela época.

Relógio
O relógio antigo, localizado na avenida Antônio Trajano, é um dos principais marcos da cidade. Ele tem bastante representatividade, tanto que é possível identificar o município através dele.

Construído nos anos 30, o relógio marcou a fase de transição da primeira ditadura militar. O ponto em que ele foi instalado já era bastante movimento, por conta da Estação Ferroviária, e ele representava o ir e vir dos povos e a semiótica do trabalho. Naquela época a construção desses tipos de relógios era também uma tendência no país.

Monumento japonês da praça Santo Antônio
Foi construído na gestão de João Dantas Filgueiras, em 1966, quando foi prefeito da cidade. O monumento foi uma forma de homenagear a colônia japonesa, que trabalhou de forma eficaz no município. A família Yamaguti, foi uma das primeiras famílias de origem japonesa a chegar em Três Lagoas.

Estação Ferroviária
A primeira Estação Ferroviária foi construída no município em 1910. Em 1922 um projeto de modernização a modificou, ela tinha arquitetura francesa. Mais uma vez, o prédio passa por mudanças, em 1961, é demolido, construído novamente e permanece o mesmo até os dias de hoje, na avenida Rosário Congro.

baixa adesão

Fundo Pantanal indeniza desde banqueiro a gigante do Agro

Mas, o Programa que disponibilizou R$ 40 milhões está repassando aos proprietários pantaneiros menos de 10% do previsto para 2025

13/12/2025 12h30

O tuiuiú é considerada a ave-símbolo do Pantanal, mas também pode ser encontrada bem longe deste bioma

O tuiuiú é considerada a ave-símbolo do Pantanal, mas também pode ser encontrada bem longe deste bioma Bruno Rezende/Secom

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Na lista dos 45 proprietários de terras do Pantanal que receberão recursos do Fundo Clima Pantanal, um programa que indeniza fazendeiros que preservam áreas mais amplas do que aquilo que determina a legislação, aparecem desde fazendeiros tradicionais a banqueiros e gigantes do agronegócio.

Mas, conforme publicação do diário oficial do Governo do Estado desta sexta-feira (12) a adesão ficou abaixo do esperado e menos de 10% das verbas disponíveis serão distribuídas no primeiro ano do programa, criado principalmente para combater o desmatamento.

Entre os contemplados, com R$ 100 mil, está Tereza Bracher, esposa do ex-presidente do Itaú Unibanco, Cândido Bracher. A família vair receber a indenização por estar preservando em uma de suas fazendas pantaneiras quase seis mil hectares acima do estipulado pela legislação. 

Com patrimônio estimado na casa dos R$ 15 bilhões, Cândido Bracher foi CEO do Itaú Unibanco entre abril de 2017 e janeiro de 2021. Atualmente,  hoje é integrante do Conselho de Administração da instituição financeira, que fechou 2024 com lucro de R$ 40 bilhões. 

E a banqueira ainda buscou indenização em uma segunda fazenda no Pantanal,  mas foi desclassificada por ter sido enquadrada no item 8.6 das normas que regulamentam a distribuição dos R$ 40 milhões do Fundo.

Este item diz que não pode ser contemplado que  estiver com irregularidades no Cadastro Ambiental Rural (CAR) ou por estar com passivos ambientais não declarados ou que não estejam cumprindo termos de compromisso de recuperação de áreas degradadas.

Em maio deste ano o Ministério Público abriu investigação para apurar suposta omissão do banqueiro em um megaincêndio que destruiu mais de 52 mil hectares em julho de 2024 no Pantanal da Nhecolândia. O fogo teria começado na Fazenda Tupanceretã, de 25 mil hectares, pertecence à família. 

Tereza Bracher também aparece como contemplada indireta em uma outra propriedade. Ela é uma das integrantes da Associação Onçafari, entidade que vai receber pouco mais de R$ 45 mil de indenização pela preservação de 824 hectares de vegetação nativa.

Esta associação, que adquiriu milhares de hectares no Pantanal para criar uma espécie de corredor ecológico que possibilite procriação de onças-pintadas, conseguiu cerca de R$ 180 milhões com filantropos para a criação de reservas privadas no Pantanal. Teresa Bracher é uma destas doadoras. 

Mas, os banqueiros não são os únicos bilionários que aparecem na lista. Outra contemplada é a SLC Agronegócios, uma fazenda dedicada à criação de bovinos no município de Corumbá.  Os bilionários donos desta fazenda receberão R$ 100 mil do Fundo Pantanal por preservarem pouco mais de 3,7 mil hectares. 

A fazenda pertence ao grupo que se apresenta como um dos maiores produtores de commodities agrícolas do país. Possui cerca de 733 mil hectares de área plantada em sete estados. Além de Corumbá, o grupo também produz em fazendas em Cassilância, Chapadão do Sul e Sonora. 

A SLC produz algodão, milho e soja e se dedica à criação de gado, além de ser uma das grandes produtoras de sementes destas cultura.Ela foi uma das primeiras empresas do agronegócio a ter ações negociadas em Bolsa de Valores de São Paulo, a BR.

A famosa Fazenda Bodoquena, de cerca de 77 mil hectares e conhecida por concentrar até 40 mil bonivos, também aparece na relação daqueles que receberão indenização. Neste caso, serão apenas R$ 39 mil, uma vez que atestou estar fazendo preservação extra de 705 hectares de vegetação. 

A fazenda pertence ao Grupo Votorantim, que há mais de sete décadas também atua na produção de cimento em Corumbá, no coração do Pantanal. O grupo é controlado pelos familiareas de Antônio Ermírio de Moraes, um dos rostos mais conhecidos do bilionário clã. Ele morreu em 2014. A família é considerada a terceira mais rica do país, com patrimônio estimado em 15,4 bilhões de dólares, ficando atrás somente das famílias Marinho e Safra.

Mas, nesta lista dos contemplados também aparecem fazendeiros "comuns",  para os quais a indenização de até R$ 100 mil fará alguma diferença. Esté é o caso de Timotheo Reis Proença, que já presidiu o sindicato rural de Aquidauana. Ele cadastrou 1,28 mil hectares como preservação extra e por conta disso receberá R$ 71 mil. 

BAIXA ADESÃO

Ao todo, segundo o Governo do Estado, estão sendo  indenizados 126 mil hectares, o que está garantindo repasse da ordem de R$ 3,25 milhões aos proprietários. 

O valor é praticamente o mesmo ao que está sendo repassado a três ONGs que dizem atuar no combate a incêndios e no tratamento de animais silvestres atingidos pelas queimadas no Pantanal. 

Dos R$ 40 milhões, R$ 1,438 milhão foi destinado ao Instituto Homem Pantaneiro (IHP), R$ 996 mil para o instituto SOS Pantanal e R$ 497,5 mil para o IPCTB - Instituto de Pesquisa e Conservação de Tamanduás no Brasil. 

Somados, os repasses às ONGs chegam R$ 2,931 milhões, o que equivale a 7,3% dos R$ 40 milhões anunciados pelo Governo do Estado ao Fundo Pantanal para o primeiro ano de vigência do programa. 

O valor repassado aos proprietários rurais ficou longe daquilo que estava previsto por conta da baixa adesão. Na primeira chamada foram recebidas apenas 71 inscrições de imóveis rurais localizados no Bioma Pantanal. E, após análise dos documentos,  45 propriedades conseguiram cumprir as exigências. 

Mesmo assim, o secretário Jaime Verruck, da Semadesc, comemora os resultados. “O PSA Pantanal demonstra que é possível alinhar desenvolvimento econômico e preservação ambiental. Estamos criando um modelo em que o produtor rural passa a ser reconhecido como parceiro estratégico na proteção do bioma, recebendo por um serviço ambiental que beneficia toda a sociedade”, afirmou. Segundo ele, o programa também fortalece a imagem de Mato Grosso do Sul como referência nacional em sustentabilidade e políticas climáticas inovadoras.

Agora, os proprietários classificados serão convocados pela Fundação Educacional para o Desenvolvimento Rural (Funar), agente executor do PSA Conservação, para assinatura do Termo de Adesão. A partir desse instrumento, os provedores de serviços ambientais passam a integrar formalmente o programa e a receber os valores correspondentes às áreas preservadas. 

De acordo com o secretário-adjunto da Semadesc, Artur Falcette, a robustez técnica do edital foi um dos diferenciais do programa. “Todo o processo foi construído com base em critérios objetivos, análises técnicas aprofundadas e uso de ferramentas geoespaciais. Isso garante credibilidade ao PSA e cria um ambiente favorável para sua continuidade e ampliação”, destacou. Ele ressalta que a experiência da primeira chamada servirá como base para o aperfeiçoamento das próximas etapas.

Segunda chamada 

Com a conclusão da primeira etapa, a Semadesc confirmou o cronograma da segunda chamada do PSA Conservação, prevista para 2026. A publicação do edital e a abertura das inscrições ocorrerão em 23 de fevereiro, com encerramento em 6 de abril.

As inscrições deferidas serão divulgadas em 16 de abril, com prazo para recursos até 20 de abril. A avaliação das propriedades ocorrerá até 1º de junho, com publicação do resultado final até 15 de junho. A assinatura dos Termos de Adesão está prevista a partir de 16 de junho de 2026.

Nesta segunda chamada, poderão participar proprietários que não conseguiram se inscrever na primeira etapa. As regras permanecem as mesmas, incluindo a possibilidade de cancelamento de autorizações de supressão de vegetação nativa vigentes na data de abertura do edital, quando houver, sendo que o pagamento será referente ao exercício de 2026. 

“O PSA é uma política de Estado, construída para ter continuidade e escala. A segunda chamada amplia o alcance do programa e reforça nosso compromisso com a conservação do Pantanal”, concluiu Jaime Verruck.

 

Cidades

Consórcio paga parte dos atrasados, mas motoristas confirmam greve a partir de segunda

Sem acordo com o Consórcio Guaicurus, a greve está prevista para segunda-feira (15), segundo informou o Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo Urbano de Campo Grande

13/12/2025 11h23

Crédito: Gerson Oliveira / Correio do Estado

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Com o Consórcio Guaicurus tendo atendido “em partes” à reivindicação definida em assembleia, a greve dos motoristas de ônibus deve iniciar nesta segunda-feira (15), em Campo Grande.

Em conversa com o Correio do Estado, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo Urbano da Capital (STTCU-CG), Demétrios Feiras, informou que os trabalhadores receberam, na sexta-feira (15), somente 50% do salário referente ao mês de novembro.

“O Consórcio Guaicurus, no final da tarde, depositou 50% do valor dos salários, referente ao mês de novembro, que era para ser pago no quinto dia útil do mês de dezembro. Foi a única coisa que o Consórcio pagou”, informou Demétrios.

Durante assembleia, a categoria reivindicou o pagamento do salário integral, do adiantamento, da segunda parcela do décimo terceiro e do vale (adiantamento salarial). No entanto, houve apenas o depósito de 50%, e a paralisação segue confirmada.

Segundo o presidente do STTCU-CG, não está prevista, para este fim de semana, qualquer tentativa de negociação com a empresa responsável pelo transporte coletivo na Cidade Morena.

Com isso, Demétrios reforçou que os ônibus só retornarão às ruas quando o Consórcio efetuar o pagamento do que ficou definido pela classe.

“E a gente só volta a trabalhar com o pagamento desses três vencimentos. Caso contrário, continua parado na terça, na quarta, até que o Consórcio efetue esses pagamentos”, pontuou Demétrios.

A justificativa para não realizar o pagamento, conforme explicou Demétrios, é a falta de dinheiro em caixa. Como adiantou o Correio do Estado, o Consórcio Guaicurus alega um “rombo” em dívidas de R$ 15,2 milhões, sendo que desse valor R$ 8,2 milhões são referentes aos salários dos funcionários.

Por conta disso, a concessionária pediu que o valor do subsídio pago pelo poder público seja ainda maior.

Entenda

No dia 5, o Consórcio Guaicurus, responsável pela administração do transporte coletivo de Campo Grande, anunciou que a situação financeira estaria insustentável para a continuidade da operação, motivada por supostos atrasos nos repasses por parte do poder público.

Além das dificuldades relacionadas a questões operacionais, como combustíveis, manutenção da frota e encargos, o consórcio também enfrenta negociações com a classe de funcionários, principalmente os motoristas.

Motoristas do Consórcio Guaicurus realizaram assembleia geral, na madrugada desta quinta-feira (11) e optaram pela paralisação. Eles reivindicam por:

  • Pagamento do 5º dia útil, que deveria ter sido depositado em 5 de dezembro – efetuaram o depósito de 50%
  • Pagamento da segunda parcela do 13º salário – vai vencer em 20 de dezembro
  • Pagamento do vale (adiantamento) – vai vencer em 20 de dezembro

** Colaborou Felipe Machado e Naiara Camargo

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