Cidades

CPI DO ÔNIBUS

Ex-diretor afirma que Consórcio só irá renovar frota quando a prefeitura pagar o que deve

João Resende disse que a prefeitura não cumpriu muitos requisitos do contrato firmado em 2012 e, por isso, o Consórcio sofre financeiramente

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Na primeira oitiva da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Transporte Público de Campo Grande desta segunda-feira (16), o ex-diretor do Consórcio Guaicurus, João Resende, afirmou que a prefeitura de Campo Grande não cumpre requisitos do contrato firmado em 2012. 

Ele afirmou que o Consórcio tem um prejuízo líquido acumulado desde o período pós pandemia, de 2020 a 2024 e que tem pedido socorro às instituições públicas há tempos. Afirmou, também, que o Consórcio nunca deixou de entregar os documentos solicitados e que prezam pela transparência. 

“Temos uma TAG do Tribunal de Contas de uma perícia que padece de observação, a auditoria no contrato de concessão. A TAG ainda está em andamento e um dos temas mais cruciais é o reequilíbrio econômico do contrato entre o Consórcio e a prefeitura. Isso fará o levantamento da quantia que a prefeitura não cumpriu até agora”. 

Ele afirmou, ainda, que o contrato firmado com a prefeitura teve origem em um Programa de Aceleração de Crescimento (PAC) voltado à mobilidade urbana, onde o órgão concedente se comprometeria a realizar melhorias na cidade para o trânsito dos veículos.

O Consórcio era responsável no fornecimento da frota, que foi cumprido, com a idade média dos ônibus de 3.8 anos. 

Em seu depoimento, João ainda afirmou que a prefeitura firmou contrato com a Caixa Econômica para a liberação de valores para a implementação de 58 quilômetros de corredores de ônibus e reforma dos terminais, o que não foi cumprido.

Também não foi feita a revisão da fórmula paramétrica, usada para definir os ajustes tarifários, que precisa ser feito a cada sete anos de contrato. 

“A prefeitura está protelando e colocando o consórcio em uma situação dramática e caótica. O transporte urbano de Campo Grande não está caótico, está à beira do caos”, afirmou.  

Frota vencida

Questionado sobre os 97 ônibus que estão com idade acima do permitido e continuam circulando pela cidade, Resende afirmou que o Consórcio não irá comprar novos ônibus até que a prefeitura pague o que deve. 

“Existem 97 ônibus vencidos porque a prefeitura não cumpriu o contrato conosco. Ela não deu nenhuma tarifa desde 2013 na data contratada e várias foram deferidas em valores inferiores. O consórcio não vai comprar ônibus enquanto a prefeitura não cumprir com os valores atrasados.Estamos atrasando fornecedor de óleo diesel e nunca atrasamos fornecedor. Temos crédito, mas não vamos comprar ônibus porque não vamos dar golpe na cidade. A prefeitura nos contratou, não cumpre o contrato e nos deixa em uma situação vexatória”. 

Foi perguntado a razão pela qual o Consórcio não rescindiu o contrato, já que a situação não estava boa. Resende afirmou que, no próprio contrato existe uma cláusula sobre desistência e que não iriam cancelar o contrato até as provas concretas da TAG feita pelo Tribunal de Contas. 

O ex-diretor afirmou, ainda, que o Consórcio tem buscado implementar medidas em busca de mais eficiência, como a telemetria, um sistema que permite o compartilhamento em tempo real dos dados; a chipagem de pneus; a otimização no consumo de diesel e manutenção acentuada. “O que nós podemos fazer, estamos implementando, o que não passa da nossa obrigação”.

A vereador Luiza Ribeiro perguntou se o envelhecimento da frota teria sido intencional. Resende afirmou que não foi intencional, mas reafirmou que não serão comprados novos ônibus enquanto não houver o reequilíbrio e a condição financeira.

“O nosso patrimônio está sendo dilacerado e depreciado pela inoperância da prefeitura com relação ao reequilíbrio econômico do contrato. Se continuar assim, vai entrar no caos, sim. O consórcio vem informando, pedindo socorro”. 

Documentação

João Resende afirmou que todas as documentações exigidas ao consórcio ao longo dos anos foram entregues, e “quem diz que não entregou, é mentiroso”. 

Sobre as denúncias feitas pelos ex-funcionários do Consórcio sobre as condições trabalhistas, especificamente sobre a alegação de Weslei Conrado Moreli na última CPI, onde afirmou que os motoristas têm descontos no salário para cobrir acidentes e medicações caso um passageiro se machuque, Resende afirmou estar apenas “cumprindo o que está no contrato trabalhista, na CLT”. 

Ao final de seu relato, João Resende se emocionou e agradeceu a oportunidade de poder mostrar o lado do Consórcio para a CPI. 

“Estamos diante de um problema gigantesco, que vem se avolumando, precisamos que a sociedade tenha essa informação e que não fique dúvidas que é direito do cidadão ter um transporte digno. Já deveria ter os corredores, a frota faria viagens mais rápidas, mas as obras estão paradas. Essa CPI vai fazer história e vamos salvar o transporte coletivo de Campo Grande”, finalizou.

Cidades

Idoso e criança morrem em acidente entre dois veículos em Campo Grande

Carros bateram de frente próximo ao Autódromo Internacional; Vítimas eram da mesma família

21/12/2025 13h33

Acidente aconteceu na BR-262, em Campo Grande

Acidente aconteceu na BR-262, em Campo Grande Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

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Um idoso de 80 anos e uma criança, de 11, morreram em acidente envolvendo dois carros, na tarde deste domingo (21), na BR-262, próximo ao Autódromo Internacional de Campo Grande. 

De acordo com informações do Corpo de Bombeiros, as vítimas eram da mesma família e seguiam em um Honda Fit, conduzido por uma mulher, que era filha do homem e avó da menina que faleceram.

Informações preliminares do Corpo de Bombeiros era de que a vítima havia dormido ao volante, mas testemunhas disseram que ela tentou realizar uma ultrapassagem indevida e acabou batendo de frente um HB20, que seguia no sentido contrário.

Com o impacto da colisão, o Fit saiu da pista e parou às margens da rodovia, em uma área de vegetação.

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e o Corpo de Bombeiros foram acionados para prestar os atendimentos às vítimas.

O pai da condutora e a criança, que estavam de passageiros, morreram no local, enquanto ela foi socorrida com fratura na perna e encaminhada a Santa Casa de Campo Grande, consciente e orientada.

No outro veículo estava apenas o motorista, que também estava consciente e recusou atendimento.

Durante o trabalho de socorro e perícia, o trânsito no local ficou parcialmente interditado.

O caso deverá ser investigado pela Polícia Civil.

 Acidente aconteceu na BR-262, em Campo GrandeHB20 foi atingido por outro veículo que tentava ultrapassagem (Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado)

Operação Rodovida

Na última terça-feira (16), a Polícia Rodoviária Federal (PRF) iniciou a Operação Rodovida, com intensificação da fiscalização e prevenção de acidentes nas rodovias federais de Mato Grosso do Sul no período das férias escolares, Natal, Ano Novo e o Carnaval.

A Operação Rodovida é a maior operação de segurança viária do Brasil. No período da operação, instituições responsáveis pela fiscalização em vias urbanas e rurais se unem para reduzir a letalidade e o índice no trânsito.

As metas estão previstas no Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito (Pnatrans), que segue o índice previsto pela Organização das Nações Unidas (ONU). O objetivo é reduzir em pelo menos metade, até 2030, o número de mortes no trânsito brasileiro.

Apuração

MP investiga danos ambientais e turvamento de água em Bonito

Investigação foi aberta pela 2ª Promotoria de Justiça após fiscalização do Imasul

21/12/2025 11h45

Município é conhecido por áreas verdes e pelo ecoturismo

Município é conhecido por áreas verdes e pelo ecoturismo Foto: Arquivo / Correio do Estado

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O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) instaurou um inquérito civil para apurar possíveis irregularidades ambientais em uma área rural no município de Bonito, interior do Estado. A investigação foi aberta pela 2ª Promotoria de Justiça após fiscalização do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) constatar uma série de problemas ambientais no local, sobretudo o turvamento dos rios da região, conhecida pelo ecoturismo.

De acordo com o laudo técnico do Imasul, as Áreas de Preservação Permanente (APPs) ao longo de cursos d'água não possuem cercamento, o que permite o acesso de gado. Também foram identificados trechos sem vegetação arbórea, passagens de animais e veículos diretamente dentro dos córregos, situação que provoca o turvamento da água,  além do armazenamento inadequado de tanques de combustíveis próximo à sede da propriedade, sem a devida licença ambiental. Apesar das irregularidades, não foi constatada contaminação do solo.

A fiscalização resultou em auto de infração e em determinações claras para a regularização da área. Entre as medidas exigidas estão o cercamento integral das APPs para impedir a entrada de animais, a recuperação das áreas degradadas com recomposição da vegetação nativa por meio de um Projeto de Recuperação de Área Degradada ou Alterada (Prada), a adequação das travessias para que gado e veículos não cruzem mais os cursos d'água, e a impermeabilização, com sistema de contenção, da área destinada ao armazenamento e abastecimento de combustíveis. Também foi solicitada a comprovação da existência de plano de manejo e conservação do solo e da água.

Além disso, o proprietário deverá apresentar relatório técnico conclusivo sobre o corte de árvores nativas isoladas, vinculado à autorização ambiental correspondente, bem como enviar registros fotográficos das adequações realizadas. Os prazos estabelecidos variam entre 30 e 60 dias, conforme cada exigência.

Para ampliar o controle e a transparência do procedimento, o Centro de Apoio Operacional do Meio Ambiente (Caoma) encaminhou o caso ao Núcleo de Geoprocessamento e Sensoriamento Remoto (Nugeo), fatores que originaram o inquérito. 

A Promotoria de Justiça publicou edital, notificou o responsável pela área para apresentar defesa no prazo de dez dias e solicitou ao cartório de registro de imóveis a matrícula atualizada da propriedade. 

Do ponto de vista jurídico, o Ministério Público destacou que, além das responsabilidades administrativa e civil, as condutas apuradas podem, em tese, caracterizar crime ambiental, a depender da análise detalhada dos documentos e das circunstâncias verificadas ao longo do inquérito. Paralelamente, o MPMS abriu a possibilidade de solução consensual por meio de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), priorizando a recuperação ambiental e a regularização da área. Caso não haja acordo ou cumprimento das exigências, o órgão poderá ajuizar ação civil pública ou promover o arquivamento, conforme o resultado das diligências.

Saiba*

Medidas como cercamento das APPs, travessias adequadas e recomposição da vegetação nativa são consideradas simples e eficazes para evitar erosão, assoreamento e turvamento das águas. Da mesma forma, o armazenamento correto de combustíveis, com piso impermeabilizado e sistema de contenção, é essencial para prevenir vazamentos e possíveis danos ambientais.

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