Cidades

DE QUEM É A CONTA?

Construtora e órgãos de fiscalização podem ser responsabilizados por danos de barragem

Entre as punições possíveis estão a aplicação de multas e indenizações e o pagamento dos reparos necessários na BR-163

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Os estragos causados pelo rompimento da barragem no loteamento Nasa Park, localizado em Jaraguari, próximo a Campo Grande, ainda estão sendo contabilizados, porém, jurista ouvido pela reportagem do Correio do Estado avalia que esta “conta” deverá recair sobre a construtora responsável pela represa, além de órgãos de fiscalização.

O professor Sandro Oliveira, doutor em Direito Constitucional, explicou que, em tese, a empresa A&A Empreendimentos Imobiliários, identificada pelo Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) como administradora da represa e do loteamento Nasa Park, e os moradores que utilizavam o lago para fins recreativos podem ser responsabilizados por ação ou omissão referente à manutenção da barragem.

“Em tese, todos seriam responsáveis por ação ou omissão, a construtora da represa, o condomínio ou quem teria a posse e usufruto direto do lago, mas desde que, no caso dos moradores, fossem estes coproprietários da área comum identificada como o lago onde houve o rompimento”, disse Sandro Oliveira.

A definição de responsabilidade pelo ocorrido, de acordo com o advogado, é complexa, seja por ação, seja por omissão, por conta da possibilidade de órgãos ambientais também serem responsabilizados pela falta de fiscalização das condições da barragem.

“É possível dizer que os órgãos de fiscalização ambiental que não atuaram conforme a lei também poderiam ser responsabilizados”, explicou.

Questionado sobre possíveis punições para os responsabilizados pela ruptura da barragem, os quais devem ser autuados pela Justiça e por órgãos ambientais, Oliveira entende que eles podem ser penalizados por: responsabilidade civil, por meio de indenizações; administrativa, com multas e/ou interdições e reparações; e criminal, pela Lei de Crimes Ambientais.

Como já informado em reportagem do Correio do Estado, o Imasul avalia os estragos. De acordo com diretor-presidente do instituto, André Borges, os técnicos da autarquia fazem o levantamento total dos danos para chegar a um valor para aplicar a multa ambiental.

“A área do reservatório de peixes somada com a área de preservação permanente gira em torno de 90 hectares. Então, em cima dessa área, nós já iniciamos os primeiros cálculos do auto de infração”, declarou Borges na quarta-feira.

Ainda segundo o diretor-presidente do Imasul, a expectativa é de que até este fim de semana este levantamento já tenha sido concluído.

O titular da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, informou que o responsável pela barragem da represa no loteamento Nasa Park terá de apresentar um plano de recuperação ambiental referente aos estragos causados após o rompimento da estrutura.

“O Imasul terminou o levantamento de toda a área afetada para ver quem vai ser obrigado a apresentar um plano de recuperação ambiental dessa área, e o caso mais crítico que nós estamos vendo é na BR-163. O grande dano causado é referente aos mais de 800 milhões de litros que desceram a partir do rompimento dessa barragem”, afirmou.

MENSALIDADE DO LAGO

Moradores do Nasa Park alegaram à reportagem que pagavam uma taxa mensal de mais de R$ 436 para utilizar o lago do loteamento, que teve sua barragem rompida na terça-feira.

De acordo com o relato de uma moradora do loteamento de luxo, todos os novos moradores que adquiriam imóvel ou terreno no loteamento e tinham interesse em utilizar o lago precisavam pagar pela concessão, uma espécie de “taxa inicial”.

Além disso, mensalmente, os moradores que já tinham a concessão deveriam pagar, por meio de boletos, R$ 436, que seriam destinados à manutenção do lago e arredores.

SEM AMPARO

Três dias após a destruição de propriedades rurais que ficavam ao lado da BR-163, os moradores atingidos pela lama seguem sem amparo e aguardam ajuda das autoridades e da assistência social.

As vítimas perderam tudo e saíram apenas com a roupa do corpo da tragédia. Na quarta-feira, o prefeito de Jaraguari, Edson Nogueira, e sua equipe entregaram cestas básicas, alimentos, roupas e cobertores para famílias atingidas pelo rompimento da barragem.

Porém, em casos como o da agricultora Gabriela Lopes do Prado nenhum tipo de auxílio foi prestado pela prefeitura de Jaraguari, segundo alega a moradora.

Saiba

O lago do loteamento de luxo tinha em torno de 20 hectares e ficou praticamente seco depois do rompimento da barragem.

Mais de 800 milhões de litros de água deixaram um caminho de destruição por vários quilômetros. Os estragos incluem cerca de 90 hectares de uma área de preservação permanente, além de propriedades rurais devastadas.

*Colaborou Naiara Camargo

PARALISAÇÃO

Prefeitura e Governo Estadual afirmam que repasses à Santa Casa estão em dia

Além da verba repassada pelo convênio entre Município, Estado e Governo Federal, o Executivo alega que aporta R$ 1 milhão extra, por mês, pagos desde o início do ano

22/12/2025 17h30

Os profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa reivindicam pelo pagamento do 13º salário

Os profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa reivindicam pelo pagamento do 13º salário Marcelo Victor / Correio do Estado

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A Prefeitura Municipal de Campo Grande emitiu nota, durante a tarde desta segunda-feira (22), para afirmar que os repasses financeiros estão em dia com o Hospital Santa Casa. Além disso, também relata que aporta, mensalmente, R$ 1 milhão extra à instituição.

Atualmente, a Santa Casa recebe R$ 392,4 milhões por ano (R$ 32,7 milhões por mês) do convênio entre Governo Federal, Prefeitura de Campo Grande e Governo do Estado para atendimento via Sistema Único de Saúde (SUS).

Confira a nota do Município:

"A Prefeitura de Campo Grande está rigorosamente em dia com todos os repasses financeiros de sua responsabilidade destinados à Santa Casa. Desde o início deste ano vem, inclusive, realizando aportes extras de R$ 1 milhão mensais.

Diante do cenário de greve, o Executivo tem adotado todas as medidas possíveis para colaborar com a instituição neste momento, mantendo diálogo permanente, buscando alternativas que contribuam para a regularidade dos atendimentos e a mitigação de impactos à população".

Além da Prefeitura, o Governo do Estado também se manisfestou sobre os recursos repassados ao hospital. Através da Secretaria Estadual de Saúde (SES) negou estar em débito com a Santa Casa e, por isso, não pode ser responsabilizado pelo pagamento do 13º salário aos servidores. 

Em nota, a Secretaria também afirmou que vem realizando um pagamento extra aos hospitais filantrópicos do Estado nos últimos anos, a fim de auxiliá-los nos custos e no cumprimento de suas obrigações. 

Além disso, a pasta afirmou que todos os pagamentos destinados à Santa Casa são feitos ao Município de Campo Grande, sempre no quinto dia útil. 

O balanço divulgado pela SES mostrou que, de janeiro a outubro de 2025, foram repassados R$ 90,7 milhões, distribuídos em R$ 9,07 milhões mensais. Na parcela referente aos mês de novembro, houve um acréscimo de R$ 516.515, o que elevou o repasse mensal ao hospital para R$ 9,59 milhões. 

“O Estado está integralmente em dia com suas obrigações. Cabe destacar que, além dos repasses obrigatórios, em 2025 o governo estadual já destinou mais R$ 25 milhões em recursos oriundos da bancada federal para atender a Santa Casa de Campo Grande”, ressaltou a nota da SES.

Greve

A paralisação das atividades dos profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa nesta segunda-feira (22) foi motivada pela falta de pagamento do 13º salário. 

O movimento afeta, até o momento, 30% dos serviços oferecidos no hospital, resultando em 1.200 funcionários “de braços cruzados”, entre profissionais do atendimento (consultas eletivas, cirurgias eletivas, enfermaria, pronto socorro, UTI, etc), limpeza (higienização de centros cirúrgicos, consultórios, banheiros, corredores, etc), lavanderia (acúmulo de roupas utilizadas em cirurgias ou exames) e cozinha (copa).

Na última sexta-feira (20), a Santa Casa alegou que não tinha dinheiro para o pagamento do benefício aos servidores, e propôs o parcelamento do 13º salário em três vezes, em janeiro, fevereiro e março. 

No entanto, a proposta não foi aceita pelos profissionais, que foram às ruas pedindo pelo pagamento integral do salário, em parcela única. 

De acordo com a Lei nº 4.090/1962, o 13º pode ser pago em duas parcelas: uma até o dia 30 de novembro e outra até o dia 20 de dezembro, sem atrasos.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Enfermagem, Lázaro Santana, explicou que a movimentação não se trata de uma greve, mas sim, de uma paralisação, e que os serviços estarão funcionando em períodos. 

“Nós não estamos de greve, estamos fazendo paralisações por período. A gente só vai voltar a hora que o dinheiro estiver na conta. Qualquer 30% que você tira da assistência, isso pode gerar uma morosidade, não uma desassistência, mas uma morosidade no atendimento”, explicou ao Correio do Estado. 

Segundo Santana, Estado e Município dizem que os pagamentos estão em dia.

“Ninguém sabe quem está certo, porque o governo fala que está fazendo tudo em dia, o município também, e a Santa Casa fala que não. Só que toda essa falta de comunicação, esse consenso que eles não chegam nunca gera esse tipo de problema, porque hoje nós estamos reivindicando ao pagamento do décimo, mas durante todo o ano paralisamos também cobrando o pagamento do salário do mês. Isso gera um transtorno muito grande. O que a Santa Casa alega é que ela depende de reajuste de melhorias no contrato para poder honrar o compromisso”.

 

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Cidades

Homicida se entrega à Polícia 8 meses após o crime

Homem estava foragido deste a data do crime, em abril

22/12/2025 17h00

Divulgação/PCMS

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Um homem foi preso ontem (21) ao se entregar na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário do Centro Especializado de Polícia Integrada (DEPAC/CEPOL) após ter estado foragido por 8 meses por ter participado de um homicídio registrado na zona rural do distrito de Anhanduí.

O Crime

De acordo com as informações levantadas, o corpo de um homem foi localizado na manhã do dia 12 de abril de 2025, às margens de um córrego próximo à BR-163. 

As investigações iniciais indicaram que, no dia anterior ao desaparecimento, a vítima esteve no local na companhia de dois conhecidos, após consumo de bebida alcoólica. Apenas um deles retornou para casa. O outro passou a apresentar comportamento considerado suspeito e não foi mais localizado.

Após dois dias de buscas realizadas por familiares, Guarda Municipal e Polícia Militar, o corpo foi encontrado no mesmo ponto onde o grupo havia se reunido. Durante os trabalhos periciais, foram recolhidos objetos que podem ter relação com o crime.

Rendição

No dia 21 de dezembro de 2025, cerca de oito meses após o homicídio, o homem foragido compareceu espontaneamente à Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário do Centro Especializado de Polícia Integrada (DEPAC/CEPOL), onde confessou a autoria do crime.

Diante dos elementos colhidos, a Polícia Civil de Mato Grosso do Sul representou pela prisão preventiva do autor. O pedido foi analisado pelo Poder Judiciário, que decretou a prisão preventiva no mesmo dia, resultando no imediato recolhimento do autor ao sistema prisional.

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