Cidades

ILEGALIDADE

Contrabandistas de cigarro "perdem" R$ 87,7 milhões em mercadorias em MS

Cidades localizadas na fronteira do Estado com o Paraguai e a Bolívia são as rotas preferidas dos contrabandistas

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Ao longo do último ano, a Polícia Federal (PF) apreendeu R$ 87.771.190 em cigarros contrabandeados em Mato Grosso do Sul. Conforme a base de dados da PF, as apreensões ocorreram nas cidades de Mundo Novo (6), Ponta Porã (5), Campo Grande (4) e Corumbá (1). 

O maior número de apreensões ocorreu no município de Mundo Novo, cidade que faz fronteira com Salto del Guairá, no Paraguai, líder na estatística de valores apreendidos – R$ 37.125.882 em 2024 –, com destaque para a operação realizada em dezembro do ano passado, ocasião em que a Polícia Federal apreendeu R$ 17.272.755 em cigarros contrabandeados. 

Outro município que foi destaque entre as áreas de apreensão é Ponta Porã, cidade situada na fronteira com o município paraguaio de Pedro Juan Caballero, parte do departamento de Amambay, onde, em 2024, foram apreendidos R$ 23.860.556 em cigarros contrabandeados. 

Do mesmo modo, Campo Grande compõe uma das rotas preferenciais dos contrabandistas que compram o produto na região de fronteira, e foram apreendidos no município R$ 25.751.675 em cigarros contrabandeados. Em Corumbá, na fronteira com a Bolívia, a PF apreendeu R$ 1.033.077 em cigarros ilegais. 

Os números são ligeiramente inferiores ao montante apreendido em 2023, quando a PF interceptou o montante de R$ 110.798.300 em cigarros ilegais, por meio de 22 operações ao longo do ano, que ocorreram em Mundo Novo (9), Ponta Porã (8) e Campo Grande (5).

Cabe destacar que, em outubro do ano passado, um comboio com 14 carretas da Receita Federal, com aproximadamente R$ 43,9 milhões em cigarros (R$ 39 milhões em cigarros paraguaios), saiu da alfândega de Mundo Novo e teve por destino Foz do Iguaçu, no Paraná, local em que os 6 milhões de maços do produto foram destruídos. 

Na ocasião, também foram descartados 167 mil unidades de cigarros eletrônicos, avaliadas em R$ 4,9 milhões. 

A ação foi parte da Operação Fronteira, de combate ao mercado ilegal de mercadorias nas fronteiras entre Brasil, Argentina e Paraguai. 

Um levantamento realizado pelo Correio do Estado na sexta-feira mostra o motivo que leva o produto a ser mito consumido por fumantes. A reportagem encontrou o maço de cigarro paraguaio Fox, por exemplo, sendo vendido a R$ 3 em Campo Grande, além do pacote com 10 maços a R$ 26,00.

Em um dado comparativo, o cigarro brasileiro Camel é vendido por R$ 6,50, já o pacote com 10 maços é comercializado a R$ 65, diferença de R$ 3,50 por maço e de R$ 39 pelo pacote com 10 maços. 

TRÁFICO DE DROGAS

Matéria do Correio do Estado de janeiro deste ano mostrou que, entre os 1.759 inquéritos instaurados pela Polícia Federal em Mato Grosso do Sul no último ano, 461 eram relacionados ao tráfico de drogas e outros 376 ao contrabando, os dois tipos de crimes mais comuns praticados no Estado. 

No caso do tráfico de drogas, o número representa 11,7% das investigações abertas para apuração desse crime em todo o Brasil.

Conforme detalhamento feito pela Polícia Federal, a pedido do Correio do Estado, entre as 1.759 investigações iniciadas no ano passado, a maioria foi aberta pelos crimes de tráfico de drogas (397 processos, mais 64 por associação para o tráfico), contrabando (376) e descaminho (295).

Ao todo, esses quatro crimes representam 1.132 inquéritos, o equivalente a 64% do total de investigações abertas em Mato Grosso do Sul no ano passado. 

Em entrevista ao Correio do Estado, o superintendente da Polícia Federal em Mato Grosso do Sul, Carlos Henrique Cotta D’Ângelo, falou sobre a atuação da corporação, além das características do que categorizou como crimes proeminentes da região.

Cabe destacar que o crime de contrabando decorre da importação ou da exportação de mercadoria proibida no Brasil, caso de cigarros e medicamentos, enquanto o descaminho corresponde às fraudes, como o não pagamento de tributos de importação, exportação e consumo.

“As características de Mato Grosso do Sul nos colocam diante da seguinte realidade, a nossa ‘vocação’ é o contrabando, o descaminho e o tráfico de drogas. Temos aqui a fronteira com a Bolívia e o Paraguai, então, é um prato cheio para [a droga] chegar. Nossa atuação pesada é aí”, frisou. 

De acordo com a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), entre janeiro e dezembro de 2024, foram apreendidos 579,432 toneladas de maconha e 17,602 toneladas de cocaína em todo o Estado, que é líder entre as 27 unidades federativas do País, à frente do Paraná, com 436,451 toneladas, e de São Paulo, com 136,241 toneladas, respectivamente, segundo e terceiro colocados na lista. 

Conforme o superintendente da PF, as características de crimes como o tráfico de drogas e o contrabando fazem com que a Polícia Federal se articule cada vez mais para frear o fluxo de drogas em todo o Estado. 

As investigações são realizadas conjuntamente com a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco), força-tarefa composta pela Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal (PRF), a Polícia Judiciária Civil, a Polícia Militar e o Sistema Penitenciário. 

Questionado quanto ao retorno financeiro dessas apreensões relacionadas ao descaminho e ao contrabando aos cofres do Estado, Carlos D’Ângelo afirmou que o processo é moroso, uma vez que os trâmites judiciais tardam a serem finalizados. 

“Mato Grosso do Sul, relativamente ao tráfico de drogas, foi o [estado] que mais aprendeu no ano passado. Em termos de bens e valores, nós superamos os milhões de reais, mas daí a fazer isso virar dinheiro para a segurança pública é uma longa caminhada”, explicou o superintendente da PF. 

PORTO MURTINHO

De acordo com Carlos Henrique Cotta D’Ângelo , há um estudo técnico da Polícia Federal, com o governo federal e o Ministério da Justiça, que viabilize a criação de uma delegacia em Porto Murtinho, projeto que é parte, segundo D’Ângelo, do funcionamento da Rota Bioceânica. 

“Tecnicamente, já tem toda autorização para fazer. O pessoal do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes [Dnit] tem um estudo, uma licitação de uma obra gigante, em que eles vão fazer uma espécie de ‘minicidade’ ali, onde vão contemplar os órgãos todos”, destacou o superintendente ao Correio do Estado.

SAIBA

As instalações da Delegacia da Polícia Federal em Porto Murtinho devem contar, segundo o superintentende da PF em MS, Carlos Henrique Cotta D’Ângelo, com prédios da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Polícia Federal, Receita Federal, Agência Nacional de Vigilância Sanitária e do setor da agricultura, a serem cedidos pelo Dnit, além do alinhamento com a aduana paraguaia.

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boletim epidemiológico

Com duas novas vítimas, número de mortes por dengue chega a 20 em MS

Boletim aponta que foram confirmados 8.430 casos da doença no ano e há nove mortes em investigação no Estado

23/12/2025 18h00

MS soma 20 mortes por dengue no ano

MS soma 20 mortes por dengue no ano Divulgação

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Mato Grosso do Sul chegou ao número de 20 mortes por dengue neste ano, após a confirmação de dois novos óbito pela doença nest semana.

Conforme boletim epidemiológico divulgado nessa segunda-feira (22) pela Secretaria Estadual de Saúde (SES), as duas mortes ocorreram em maio e junho, respectivamente, mas a confirmação de que a causa foi dengue ocorreu no dia 22 de dezembro.

As vítimas eram mulheres, sendo uma de 64 anos, moradora de Iguatemi, e uma de 76 anos, de Antônio João. Ambas tinham comorbidades.

Além destas vítimas, as outras 18 mortes por dengue ocorridas de janeiro a dezembro ocorreram nos municípios de Inocência, Três Lagoas, Nova Andradina, Aquidauana, Dourados, Ponta Porã, Coxim, Paranhos, Itaquiraí, Água Clara, Miranda, Aparecida do Taboado, Ribas do Rio Pardo e Campo Grande.

Entre as vítimas, nove delas possuíam algum tipo de comorbidade. Com relação às idades, apenas uma era adolescente, de 12 anos, enquanto todas as demais eram maiores de 24 anos.

Atualmente, há nove mortes em investigação para saber se foram em decorrência da dengue no Estado.

De janeiro até essa segunda-feira, Mato Grosso do Sul já registrou 14.171 casos prováveis de dengue, com 8.430 confirmados.

Nos últimos 14 dias, Itaquiraí, Ribas do Rio Pardo, Jardim, Chapadão do Sul, Maracaju, Aquidauana e Ponta Porã registraram incidência baixa de casos confirmados para a doença.

Em todo o ano passado, foram confirmados 16.229 casos de dengue, com 32 mortes pela doença em Mato Grosso do Sul.

MS soma 20 mortes por dengue no ano

Vacinação

Ainda conforme o boletim, 201.633 doses da vacina contra a dengue foram aplicadas na população alvo neste ano.

Ao todo, Mato Grosso do Sul já recebeu do Ministério da Saúde 241.030 doses do imunizante. O esquema vacinal é composto por duas doses com intervalo de três meses entre as doses.

A vacinação contra a dengue é recomendada para crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos, 11 meses e 29 dias de idade, faixa etária que concentra o maior número de hospitalização por dengue, dentro do quadro de crianças e adolescentes de 6 a 16 anos de idade.

Cidades

Aneel anuncia que janeiro terá bandeira verde e contas de luz não terão custo extra

Com condições de geração favoráveis, foi possível mudar da bandeira amarela para verde

23/12/2025 17h50

MS é o estado onde mais se pesquisou como se cadastrar na tarifa social de energia elétrica

MS é o estado onde mais se pesquisou como se cadastrar na tarifa social de energia elétrica Divulgação

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A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) confirmou, nesta terça-feira (23), que a bandeira tarifária no mês de janeiro de 2026 será verde, ou seja, começará sem custo extra na conta de energia da população brasileira. 

Isto porque, apesar do período chuvoso estar abaixo da média histórica, os meses de novembro e dezembro tiveram uma manutenção do volume de chuvas e do nível dos reservatórios das usinas. Com isso, em janeiro de 2026 não será necessário despachar as termelétricas na mesma quantidade do mês anterior, o que evita a cobrança de custos adicionais na conta de energia do consumidor.

O último mês deste ano teve o acionamento da bandeira amarela, representando um alívio em relação à vermelha patamar 1, que vigorou em novembro. A medida reduziu em R$ 4,46 a cada 100 quilowatts-hora (KW/h) consumidos e passou a R$ 1,885.

Sistema de bandeiras 

O mecanismo das bandeiras tarifárias foi criado em 2015 para indicar o custo real da energia. Ele reflete o custo variável da produção de energia, considerando fatores como a disponibilidade de recursos hídricos, o avanço das fontes renováveis, e o acionamento de fontes de geração. 

De acordo com a Aneel, sua aplicação gerou economia em juros evitados na ordem de R$ 12,9 bilhões desde sua criação.

Quando a conta de luz é calculada pela bandeira verde, não há nenhum acréscimo. Quando são aplicadas as bandeiras vermelha ou amarela, a conta sofre acréscimo a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumido.

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