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Corrupção seguiu em Sidrolândia mesmo depois de três operações

Um dos 3 mandados de prisão da 4ª fase da investigação Tromper foi expedido para o ex-vereador Claudinho Serra, por seu suposto envolvimento no esquema

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Nova fase da Operação Tromper precisou ser deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), em função de o avanço das investigações terem apontado que o grupo criminoso que fraudava licitações em Sidrolândia ainda estava na ativa, mesmo após crimes contra o poder público serem descobertos.

De acordo com o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), três mandados de prisão e 29 mandados de busca e apreensão foram cumpridos ontem em Sidrolândia e Campo Grande. Um dos alvos foi o ex-vereador por Campo Grande Claudinho Serra, que já havia sido preso no ano passado.

A investigação, que apontou a existência de uma organização criminosa voltada a fraudes em licitações e contratos administrativos com a prefeitura de Sidrolândia, apurou que, mesmo após autuação e aplicação de medidas cautelares para os envolvidos no esquema, realizadas em operações anteriores, crimes como os investigados continuaram acontecidos.

Os contratos milionários fraudulentos, que, somados, chegavam ao montante aproximado de R$ 20 milhões, foram feitos com empresas atuantes no ramo de engenharia e pavimentação asfáltica.

No decorrer das investigações, foram reunidos pelo MPMS diversos elementos que comprovam o pagamento de grandes quantias como propina a agentes públicos, além dos crimes de ocultação e dissimulação da origem ilícita de valores provenientes dos crimes antecedentes.

Conforme apurou o Correio do Estado, nesta quarta fase da operação, foram presos o ex-vereador por Campo Grande Cláudio Jordão de Almeida Serra Filho, o Claudinho Serra, Carmo Name Júnior, que é assessor do ex-vereador, e Cleiton Nonato Correia, que atua como empresário).

O ex-vereador havia sido preso durante o cumprimento da terceira fase da operação, no dia 3 de abril do ano passado, acusado de chefiar o esquema de corrupção na prefeitura de Sidrolândia, cidade onde foi titular da Secretaria Municipal de Finanças, Tributação e Gestão Estratégica (Sefate). Serra também é genro da ex-prefeita Vanda Camilo (PP).

Desde o dia 26 de abril de 2024, Claudinho Serra está sendo monitorado pela Justiça, fazendo uso de tornozeleira eletrônica. No mês passado, a Justiça havia pedido a renovação do uso de tornozeleira eletrônica pelo ex-vereador por mais 180 dias.

Em nota, a defesa do acusado se manifestou sobre a prisão do ex-vereador.

“Cláudio Serra Filho está afastado da vida pública, não ocupa mais cargo político, e está sob monitoramento eletrônico há 14 meses. Neste período, não foi comunicada a prática de crime e não houve violação das medidas cautelares. Não existem motivos para uma nova ordem de prisão”, declarou o advogado de defesa, Tiago Bunning.

Ainda segundo apurou a investigação, o esquema de corrupção funcionava, pelo menos, desde 2017 e era realizado por meio da abertura de empresas no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ) para incrementar o objeto social sem que o estabelecimento comercial apresentasse experiência, estrutura ou capacidade técnica para a execução do serviço contratado.

DELAÇÕES

Em junho de 2024, a primeira delação premiada referente à Operação Tromper ouviu o ex-servidor municipal de Sidrolândia Tiago Basso da Silva, que revelou o suposto esquema de corrupção em que mais de uma empresa venceu processos de licitação, mas nunca entregou os materiais ou efetuou os serviços para os quais havia sido contratada em Sidrolândia.

O esquema de corrupção, segundo informou o ex-servidor, que exerceu função de chefe do setor de compras, seria comandado por Claudinho Serra, que foi titular da Sefate entre dezembro de 2021 e maio de 2023.

A função de Tiago Basso, em linhas finas, era trabalhar como facilitador do acesso a licitações, em esquema que chegou a movimentar aproximadamente R$ 100 mil.

Basso relatou aos promotores de Justiça do Grupo Especial de Combate à Corrupção (Gecoc) seu papel no esquema de facilitação do pagamento das notas fiscais.

Meses depois, em outubro, Milton Matheus Paiva Matos, advogado e proprietário da empresa 3M, expôs mais informações.

Em uma delação que durou mais de uma hora, Milton confirmou os casos de corrupção na época que Claudinho Serra era secretário municipal no município de Sidrolândia, além de revelar o envolvimento de outras secretarias nos desvios: de Educação; de Desenvolvimento Rural; e de Saúde.

Na época das fraudes, o secretário de Educação de Sidrolândia era Rafael Soares Rodrigues, que foi demitido após ter sido preso por possível envolvimento nos casos.

OPERAÇÕES ANTERIORES

Em maio de 2023, foi deflagrada a primeira fase da Operação Tromper, quando ocorreu busca e apreensão em casas de servidores municipais de Sidrolândia. Ao todo, 16 mandados foram cumpridos na ação, com apoio do Batalhão de Choque da Polícia Militar.

Em julho de 2023, no segundo desdobramento da operação, o MPMS cumpriu quatro mandados de prisão e cinco de busca e apreensão. Foram detidos dois empresários e dois servidores municipais. Um dos servidores era Tiago Basso da Silva, o outro era o funcionário comissionado César Bertoldo, que atuava na área de licitação da prefeitura.

Os empresários investigados foram Uevertom da Silva Macedo e Roberto da Conceição Valençuela.
Quase um ano depois da primeira fase, em abril de 2024, os agentes do Gecoc e do Gaeco cumpriram oito mandados de prisão, um deles tendo por alvo o então vereador Claudinho Serra.

Saiba

Preso passou por todos os trâmites ontem

Claudinho Serra, preso ontem, durante a quarta fase da operação, foi levado para exame de corpo delito e, posteriormente, a uma cela da Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac-Cepol), onde aguardava transferência para uma unidade do sistema prisional de Mato Grosso do Sul.

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27 vagas

UFGD abre concurso para professor com salários de até R$ 13 mil; confira

Inscrições devem ser realizadas até 19 de fevereiro de 2026, exclusivamente pela internet

23/12/2025 18h30

UFGD

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Com salários de até R$ 13 mil, a Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) publicou edital de concurso público para provimento de cargos da carreira para 27 novos professores.

Conforme o edital, a remuneração inicial varia de R$ 3.399,47 a R$ 13.288,85, de acordo com a titulação exigida e o regime de trabalho.

Os valores são acrescidos de auxílio-alimentação (R$ 587,50) para jornadas de 20h semanais e R$ 1.175,00 para 40h semanais. As inscrições devem ser realizadas até 19 de fevereiro de 2026, exclusivamente pela internet.

As oportunidades contemplam campos como Administração, Agronomia, Biotecnologia, Ciência da Computação, Ciências Biológicas, Ciências Contábeis, Ciências Econômicas, Direito, Gestão Ambiental, História, Letras, Engenharia de Alimentos, Pedagogia e Medicina, entre outros, conforme detalhado no edital.

Provas

O processo seletivo será composto por prova escrita, prova didática, ambas de caráter eliminatório e classificatório, além de prova de títulos, de caráter classificatório. O edital de convocação para o sorteio de pontos e para a prova escrita será publicado em 26 de março. O sorteio está marcado para 28 de março, e a prova escrita ocorrerá em 29 de março (domingo).

A prova didática será realizada nos dias 25 e 26 de abril, conforme edital específico dessa etapa. O procedimento de heteroidentificação está previsto para 12 de maio, enquanto o envio dos títulos ocorrerá de 19 a 21 de maio. O resultado preliminar será divulgado em 1º de junho, e o resultado final, após recursos, em 3 de junho.

A taxa de inscrição é de R$ 200, com possibilidade de pagamento até o último dia de inscrição, em qualquer agência bancária durante o horário de expediente. O edital completo, com a descrição das áreas, requisitos e demais orientações, está disponível aqui!

Isenção de taxa

Os pedidos de isenção da taxa de inscrição poderão ser feitos entre 16 e 26 de dezembro. Têm direito ao benefício candidatos inscritos no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico), com renda familiar mensal per capita de até meio salário-mínimo, além de doadores de medula óssea. O resultado preliminar da isenção será divulgado em 9 de janeiro, com homologação final prevista para 13 de janeiro, após análise de recursos.

Do total de vagas, a UFGD assegura políticas de ações afirmativas, destinando 25% para candidatos autodeclarados negros (pretos ou pardos), 3% para indígenas e 2% para quilombolas, independentemente da área. Também há reserva de vagas para pessoas com deficiência. Ao todo, sete vagas são destinadas a candidatos negros, uma para indígenas, uma para quilombolas e duas para pessoas com deficiência.

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Crise na saúde

"Empurra-empurra" entre gestores pode deixar população sem atendimento médico

O CRM afirmou que, além da Santa Casa, outras casas de saúde sofrem com escassez total de medicamentos e materiais e especialidades médicas têm data para parar devido à crise

23/12/2025 18h15

Santa Casa de Campo Grande

Santa Casa de Campo Grande FOTO: Gerson Oliveira/Correio do Estado

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O Conselho Regional de Medicina (CRM) em Mato Grosso do Sul afirmou que algumas especialidades médicas devem paralisar suas atividades na Santa Casa devido à falta de materiais, medicamentos e a falta de recebimento de salários há meses. 

A situação crítica foi confirmada pelo vice-presidente Dr. Flávio Freitas Barbosa nesta terça-feira (23). 

Segundo o médico, o “empurra-empurra” entre os órgãos gestores sobre a responsabilidade da Santa Casa, assim como de toda a crise na saúde municipal, só deve ser cessada através da Justiça, e tem causado prejuízos aos pacientes, bem como desistência de profissionais.

“A saúde do paciente não está em discussão, está vaga. Além de tudo, o maior dever do médico é promover saúde para o seu paciente, e isso está ausente do cenário discutido, há somente falas com acusações de ambos os lados. A gente precisa fazer isso porque, quem vai ser responsabilizado quando realmente acontecer de as pessoas sofrerem por desassistência médica? É a Secretaria Estadual de Saúde? É a Secretaria Municipal? É a própria instituição?”, indagou o Dr. Flávio. 

De acordo com uma nota emitida pelo CRM-MS, já foram realizadas vistorias em Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e nos Centros Regionais de Saúde (CRSs), sendo constatados baixos estoques e, em diversos casos, a completa ausência de medicamentos básicos indispensáveis ao funcionamento dos plantões de urgência. 

Além disso, também estavam escassos insumos fundamentais como luvas, lençóis, cânulas e outros materiais primordiais para a segurança tanto do paciente como dos profissionais. 

Somado a isso, o Conselho ressaltou o decreto emitido pela Prefeitura Municipal que reduzia pela metade a gratificação dos servidores de saúde no período do final do ano. 

“A medida fragiliza as condições de trabalho, desestimula a permanência de profissionais na rede pública e compromete diretamente a qualidade da assistência prestada à população”. 

Assim, algumas especialidades médicas da Santa Casa têm data para paralisar as atividades. 

  • Urologia tem notificação datada para o dia 29 de dezembro de 2025; 
  • A Ortopedia deve parar em 02 de janeiro de 2026; 
  • Cirurgias Pediátricas, Vascular e Geral estão datadas para o dia 07 de janeiro de 2026, que já operam com grandes limitações com risco de interrupção total antes da data; 
  • A Anestesiologia já está parcialmente parada, agravando a capacidade operacional da Santa Casa de Campo Grande. 

O vice-presidente do CRM ainda afirmou que o Conselho já havia alertado o Ministério Público sobre os impactos da crise que a instituição vinha enfrentando através dos resultados das vistorias e denúncias. 

“As vistorias feitas por esse Conselho são todas transparentes e foram encaminhadas a que, de fato, deveria ter o conhecimento, que é o Ministério Público. Esse momento crucial, esse momento de agora, foi alertado ao longo do período. Nossa preocupação é com o bem estar das pessoas, que tem sido precarizado, neste momento, pelo maior hospital do Estado, tanto em atendimento dos profissionais, que já registraram desistência de certas atividades nas próximas semanas, como em questões internas, como falta de leitos e de material de trabalho. É uma situação preocupante para todos nós”. 

Santa Casa de Campo GrandeDr. Flávio Freitas Barbosa em coletiva nesta terça-feira (23) / Foto: Gerson Oliveira/Correio do Estado

GREVE

Para o CRM, caso a greve seja realmente instaurada na instituição, recai ao Sindicato dos Médicos a aceitação ou não do movimento. No entanto, o pedido de greve pela Instituição foi recebido com estranheza pelos órgãos. 

“A greve é o último cenário a ser avaliado. Mas, diante da situação colocada, deve ser avaliada por quem está na base, sempre ressaltando que é uma manifestação pessoal e não pode ser usada como opção política. A greve tem que ser usada como opção de reivindicação do trabalhador, constituída em lei, quando as condições de mudança não são atendidas. Não pode, por exemplo, um médico estar a seis meses sem receber, sem décimo terceiro”, avaliou o médico. 

A estranheza se deu ao fato de que, na última segunda-feira (22), o Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul (Sinmed/MS) recebeu ofícios da Santa Casa sugerindo a deflagração de uma greve pela categoria médica, o que implicaria na paralisação completa do oferecimento dos serviços à população. 

A medida foi vista pelo Sindicato como uma tentativa de “lockout”, que é a paralisação total das atividades para exercer pressão, o que é proibido pela legislação brasileira. 

"Este sindicato se propôs a reunir a categoria para discutir o parcelamento proposto. Contudo, antes mesmo da decisão dos médicos, a Santa Casa sinalizou favoravelmente a uma greve que sequer havia sido discutida. Questionamos qual a real intenção por trás dessa conduta", pontuou em nota o presidente do Sinmed, Dr. Marcelo Santana.

Assim, o corpo jurídico do Sindicato pediu a imediata intervenção do Ministério Público do Trabalho (MPT) nas negociações, assim como o pedido judicial pelo pagamento do 13º salário em atraso, responsabilização dos gestores da Santa Casa e a realização de uma audiência de conciliação. 

A paralisação parcial das atividades dos enfermeiros e serviços administrativos da Santa Casa segue em andamento pelo segundo dia consecutivo. 

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