Um novo marco legal da mobilidade urbana deverá estar entre as recomendações e encaminhamentos que a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre o transporte coletivo de Campo Grande fará ao fim das oitivas.
Conforme informou o vereador Maicon Nogueira (PP) ao Correio do Estado, os problemas elencados durante a CPI da Câmara Municipal que investiga irregularidades no transporte coletivo servirão como base para novos projetos voltados a unificar mudanças necessárias na mobilidade urbana de Campo Grande.
“A CPI pode e terá muitos desdobramentos, que incluem um novo marco legal da mobilidade em Campo Grande, além da revisão das políticas de fiscalização e regulação dos contratos de transporte público”, declarou o vereador.
Na opinião de Nogueira, apesar de tramitarem na Câmara Municipal de Campo Grande projetos que estabelecem mudanças na mobilidade urbana, não existe atualmente um plano mais robusto que inclua todas as necessidades que envolvam serviços e infraestruturas que melhorem o trânsito da Capital, apesar de existir um Plano Diretor de Mobilidade Urbana.
“Campo Grande precisa de um novo marco legal em relação à mobilidade urbana. Existem, sim, propostas tramitando, algumas de autoria dos vereadores e outra, do Executivo, mas elas não conversam em um único projeto. Precisamos de investimentos estruturantes para que possamos preparar a cidade para o futuro, com um trânsito mais seguro, eficaz e até mesmo ambientalmente responsável”, declarou Nogueira.
Na oitiva da CPI realizada ontem, o atual diretor-presidente do Consórcio Guaicurus, Themis de Oliveira, declarou que Campo Grande necessita de um projeto de mobilidade para melhorar as condições de tráfego do transporte coletivo.
“Uma série de ações devem ser feitas para que haja um novo projeto de mobilidade para a cidade. Isso cairia como uma luva e seria uma das contribuições que podem surgir desta CPI, como um caminho para solucionar este grande problema do transporte coletivo de Campo Grande”, declarou Themis.
O atual gestor da concessionária citou como exemplo uma situação de trânsito que envolve o transporte coletivo no centro da cidade.
“Temos um problema seriíssimo com a primeira faixa na Avenida Afonso Pena, os ônibus acabam ocupando duas faixas, impedindo a ultrapassagem de carros. Se fosse possível, daria para redefinir a largura da avenida, entre o canteiro e a calçada”, disse.
No caso da Avenida Afonso Pena, não é possível realizar uma alteração no canteiro central em função do tombamento da área, realizado pela Prefeitura de Campo Grande em 2019.
Entre as mudanças de mobilidade que podem ser feitas pelo marco legal, o vereador Maicon Nogueira elencou a possibilidade de investir em ciclovias, ciclorrotas, regulamentação do uso de patinetes elétricos em determinas áreas e obrigatoriedade de ônibus a gás no transporte público em futuras trocas da frota.
ÔNIBUS VELHOS
Durante o andamento da CPI do transporte público, ao ser questionado sobre a troca de 97 ônibus ordenada pela Prefeitura de Campo Grande, Themis disse que o Consórcio Guaicurus não pretende comprar novos ônibus.
Ele também declarou que a compra de novos ônibus “não resolve o problema do transporte público”. “Ônibus novo é bom, mas, sem o término das obras dos corredores, não adianta”, concluiu o diretor-presidente da concessionária.
SAIBA
Na quarta-feira, será realizada uma audiência pública, a partir das 13h, para os usuários do transporte público contribuírem com a CPI.


