Cidades

FAVELA DO MANDELA

De animais a enxoval de bebê e documentos: famílias relatam que perderam tudo em incêndio

Moradores se arriscaram em meio ao fogo para tentar salvar pertences, mas chamas destruíram tudo rapidamente

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Além de perderem suas moradias, os moradores da Comunidade do Mandela, que foi atingida por incêndio nesta quinta-feira (16), relatam o drama de ver tudo o que tinham ser consumido pelas chamas. No desespero para tentar salvar os pertences, algumas pessoas chegaram a arriscar suas vidas em meio as chamas.

É o caso de Sara e Geovana, mãe e filha, que moravam na comunidade. Geovana está grávida de seis meses e perdeu todo o enxoval do bebê no incêndio. Antes, elas entraram na moradia algumas vezes, já durante o incêndio, e conseguiram retirar poucas coisas.

Quem conta a história é Sandra Maria Pereira dos Reis, mãe da também Sandra e avó de Geovana, que mora próximo ao local. Emocionada, ela disse ao Correio do Estado que no desespero de perder o pouco que tinham, as duas tentaram recolher o que conseguiram, mas ainda assim muita coisa queimou.

"Da minha filha, conseguiu tirar o colchão, a geladeira e roupas. Perdeu documentos, roupa do neném, conseguiu resgatar só um móvel", disse. 

"É triste, porque é um pedacinho da gente, mas graças a Deus está todo mundo com vida, estava muita gente correndo, tentando recolher as coisas, mas graças a Deus que não morreu ninguém, menos mal que vidas não se foram, da para reconstruir", acrescentou Sandra.

Ela disse ainda que a filha e a neta ficarão, temporariamente, na casa de uma conhecida que cedeu o espaço, enquanto a prefeitura define o que será feito para realocar os moradores da comunidade.

Márcia Rodrigues, 42 anos, mora com o esposo e o filho e não teve tempo de salvar nenhum bem material, apenas o cachorro.  "Perdi tudo, eu soltei o cachorro Rex, mas ele já está bem. Faz oito anos que espero pela casa, assinou que ia ter a chave na mão, cadê?", questiona, se referindo a uma moradia que teria sido prometida pelo Executivo Municipal.

Marcos Antônio, de 50 anos, perdeu o animal de estimação. "O meu gato morreu queimado no barraco", disse. Além disso, o morador relata que passou o dia sem comer, tomando apenas água.

União em meio a tragédia

No meio da tragédia, também havia o clima de união. Além de salvar as próprias coisas, os moradores também correram para ajudar vizinhos ou pessoas que precisaram sair de seus barracos,

Roselene da Silva é deficiente visual, com baixa visão, mora sozinha e foi socorrida por vizinhos, que tiraram ela da casa antes que as chamas chegassem. A moradia de Roselene, no entanto, não chegou a ser atingida.

"Foi muito feio, porque o fogo estava próximo a minha casa, quase chegando na minha vizinha, aí mandaram tirar botijão, todo mundo gritando, e o fogo muito alto. Eu como tenho problema de visão, o menino veio tirar o botijão, o vizinho chegou e eu fui para frente, porque começaram a tirar as coisas daqui com medo do fogo invadir", disse ao Correio do Estado.

"Assustei muito, foi muito feio mesmo, uma coisa terrível. Já e a terceira vez que pega fogo, mas agora foi maior ainda, eu temi pela vida. Meu genro falou: 'pega os documentos e o remédio'. Eu tremia muito, fiquei bem ruim da visão e meu genro ficou ajudando a apagar o fogo com o resto da água, mas não conseguiu", relata.

"Todo mundo veio me procurar, pegou fogo até na cerca da vizinha, por pouco não chegou. Tava demais, o rapaz veio e ficou com medo do botijão estourar, achamos que ia pegar tudo, não tinha jeito de fazer nada mais, era só tirar o que desse para tirar e pronto".

Roselene, que mora há 8 anos no Mandela, diz ainda que não quer deixar a moradia para ir a um abrigo ou casa de parentes, mas ressalta que foi prometido pela prefeitura uma casa, que é o que ela aguarda.

Roselene tem baixa visão e vizinhos a retiraram da moradia antes das chamas chegaremRoselene tem baixa visão e vizinhos a retiraram da moradia antes das chamas chegarem (Foto: Laura Brasil)

Incêndio

O incêndio de grandes proporções começou por volta das 11h e se alastrou rapidamente, devido as altas temperaturas, de mais de 37°C no momento do incidente, aliado a baixa umidade relativa do ar e ventos fortes, além do fato do material com o qual as moradias são construídas serem inflamáveis.

Conforme o Corpo de Bombeiros, o número de moradias destruídas ainda não havia sido oficialmente contado, mas estima-se que entre 100 a 150 casas foram consumidas pelas chamas.

Várias equipes e viaturas do Corpo de Bombeiros foram enviadas ao local para combater as chamas, assim como do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), para atender possíveis vítimas. Não houve mortes. Diversos caminhões pipa também foram enviados.

Durante a tarde, a prefeita Adriane Lopes (PP) foi até a comunidade e garantiu aos moradores que as famílias que perderam suas moradias receberão suporte da prefeitura.

A fundadora da comunidade do Mandela, Ivonete Santos, de 47 anos, conhecida como Miru, disse que é a terceira vez em que a comunidade pega fogo. “Infelizmente é esse desespero. Se um barraco tem problemas, todo mundo aqui é afetado. Estamos juntos nessa batalha para salvar as nossas vidas”, relatou.

 

Cidades

Homicida se entrega à Polícia 8 meses após o crime

Homem estava foragido deste a data do crime, em abril

22/12/2025 17h00

Divulgação/PCMS

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Um homem foi preso ontem (21) ao se entregar na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário do Centro Especializado de Polícia Integrada (DEPAC/CEPOL) após ter estado foragido por 8 meses por ter participado de um homicídio registrado na zona rural do distrito de Anhanduí.

O Crime

De acordo com as informações levantadas, o corpo de um homem foi localizado na manhã do dia 12 de abril de 2025, às margens de um córrego próximo à BR-163. 

As investigações iniciais indicaram que, no dia anterior ao desaparecimento, a vítima esteve no local na companhia de dois conhecidos, após consumo de bebida alcoólica. Apenas um deles retornou para casa. O outro passou a apresentar comportamento considerado suspeito e não foi mais localizado.

Após dois dias de buscas realizadas por familiares, Guarda Municipal e Polícia Militar, o corpo foi encontrado no mesmo ponto onde o grupo havia se reunido. Durante os trabalhos periciais, foram recolhidos objetos que podem ter relação com o crime.

Rendição

No dia 21 de dezembro de 2025, cerca de oito meses após o homicídio, o homem foragido compareceu espontaneamente à Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário do Centro Especializado de Polícia Integrada (DEPAC/CEPOL), onde confessou a autoria do crime.

Diante dos elementos colhidos, a Polícia Civil de Mato Grosso do Sul representou pela prisão preventiva do autor. O pedido foi analisado pelo Poder Judiciário, que decretou a prisão preventiva no mesmo dia, resultando no imediato recolhimento do autor ao sistema prisional.

Cidades

Operação Natal:PRF fiscalizará 4 mil km de rodovias em MS

Polícia atuará no combate à alcoolemia ao volante, excesso de velocidade e ultrapassagens proibidas

22/12/2025 16h30

Foto: PRF / Divulgação

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A Polícia Rodoviária Federal (PRF) inicia nesta terça-feira (23) a Operação Natal 2025, pmonitoramento que deve ocorrer em mais de 4 mil quilômetros de rodovias federais que cortam o Estado. 

Integrada à Operação Rodovida, a mobilização segue até o domingo (28) e pretende reforçar a fiscalização e as ações educativas durante o período de maior fluxo de veículos em razão das festas de fim de ano.

No Estado, policiais rodoviários federais atuarão a partir de nove Delegacias e 24 Unidades Operacionais, reforçando o, distribuídos em 11 rodovias .

A fiscalização será intensificada principalmente nos trechos e horários com maior índice de acidentes e ocorrências criminais.

Ao longo da operação, a PRF atuará com foco especial no combate à alcoolemia ao volante, excesso de velocidade e ultrapassagens proibidas. As ações contarão com o uso de câmeras de videomonitoramento e com o apoio da concessionária Motiva Pantanal.

Também estarão entre as prioridades da fiscalização o uso do capacete por motociclistas, o cumprimento do tempo mínimo de descanso dos motoristas profissionais, a proibição do uso de telefone celular ao volante, além do uso do cinto de segurança e do transporte correto de crianças em dispositivos adequados.

Restrição de tráfego

Durante a Operação Natal, haverá restrição de tráfego para veículos de carga com dimensões ou pesos excedentes nas rodovias federais de Mato Grosso do Sul nos seguintes dias e horários.

24 de dezembro de 2025 (quarta-feira): das 16h às 22h

25 de dezembro de 2025 (quinta-feira): das 16h às 22h

Operação Natal 2024

No feriado de Natal de 2024, foram registrados 48 sinistros de trânsito nas rodovias federais do estado, sendo 15 considerados graves. Ao todo, 49 pessoas ficaram feridas e quatro morreram.

O balanço final da Operação Natal 2025 será divulgado na segunda-feira (29) no portal oficial da PRF.

Orientações aos motoristas

A PRF orienta que, antes de viajar, os condutores verifiquem as condições do veículo, com atenção especial aos itens de segurança, como freios, pneus e sistemas de iluminação e sinalização.

A viagem deve ser planejada para evitar longos períodos de condução ininterrupta, respeitando pausas de descanso, especialmente após quatro horas ao volante.

Todos os ocupantes do veículo devem utilizar o cinto de segurança, e crianças devem ser transportadas em dispositivos de retenção adequados, conforme a legislação. Bagagens devem ser acomodadas em compartimentos próprios, evitando riscos em caso de acidentes.

Os motoristas devem respeitar a sinalização, os limites de velocidade e realizar ultrapassagens somente em locais permitidos e com segurança.

A PRF alerta que ultrapassagens mal executadas estão entre as principais causas de mortes nas rodovias federais. Em caso de chuva, é fundamental reduzir a velocidade, manter os faróis acesos e aumentar a distância de segurança entre os veículos.

Em situações de emergência nas rodovias federais, a orientação é acionar a PRF pelo telefone 191.

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