Cidades

TRANSPORTE COLETIVO

Decisão do STJ pode levar Capital a ter aumento extra na passagem de ônibus

Corte Especial anulou determinação do presidente do Tribunal de Justiça de MS, o que pode abrir caminho para novo reajuste

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O Superior Tribunal de Justiça (STJ) considerou nula a decisão do presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), Sérgio Fernandes Martins, no pedido de suspensão de liminar ingressado pela Prefeitura de Campo Grande contra decisão que favorecia o Consórcio Guaicurus. A medida barrava um possível reajuste extra do transporte coletivo, o que agora pode acontecer.

Em fevereiro, Martins anulou decisão do desembargador Eduardo Machado Rocha, da 2ª Câmara Cível do TJMS, que considerou válido o pedido do Consórcio Guaicurus, responsável pelo transporte coletivo de Campo Grande, que requeria o estabelecimento da data base para reajuste da tarifa de ônibus em outubro e o reequilíbrio do contrato.

Com a medida, a tarifa técnica do transporte coletivo na Capital poderia saltar dos atuais R$ 5,95 para R$ 7,79, o que deve impactar no valor pago hoje pelo usuário do serviço.

NOVELA

Esse imbróglio começou no ano passado, em outubro, quando a juíza Cíntia Xavier Letteriello, da 4ª Vara de Fazenda Pública e de Registros Públicos de Campo Grande, acatou pedido do Consórcio Guaicurus em ação que solicitava o reajuste extra e a manutenção da data base para outubro, como havia ficado estabelecido no contrato de concessão de 2012.

Porém, em dezembro do ano passado, o desembargador Eduardo Machado Rocha cassou a decisão, acatando argumento de que os empresários, ao contrário do que alegavam, estavam obtendo lucros acima do previsto em contrato. Mas o mesmo magistrado, em janeiro deste ano, voltou atrás e manteve a decisão da juíza de primeiro grau.

A prefeitura, então, entrou com um pedido de suspensão de liminar ao presidente do TJMS e, no início de fevereiro, Martins concordou com o fato de que a medida poderia impactar em um aumento exorbitante na tarifa de ônibus e derrubou a decisão do seu colega desembargador.

Logo após a publicação de Martins, o caso subiu para o STJ, onde a ministra Maria Thereza de Assis Moura, em decisão liminar, cassou a decisão do presidente do TJMS por entender que ele não tinha competência legal para suspender uma decisão que um colega seu já havia dado. Com isso ela restabeleceu a decisão de Rocha.

Entretanto, o processo ficou parado no STJ até ser julgado pela Corte Especial, o que ocorreu no mês passado, conforme informou o ministro Luis Felipe Salomão, que presidiu a sessão de julgamento. Com a medida, o presidente do TJMS, assim que retornou de seu afastamento, reconheceu a sentença e deu fim a reclamação feita pela Prefeitura de Campo Grande.

“Tendo em vista a cassação da decisão anteriormente proferida por esta Presidência, declaro revogada a liminar e julgo extinto o processo, sem resolução de mérito”, determinou Martins, na semana passada.

REFLEXO

Com essa publicação, o Consórcio Guaicurus agora tenta fazer valer essa decisão que o beneficia para conseguir o reajuste da tarifa do transporte coletivo.

No processo que corre na 4ª Vara de Fazenda Pública e de Registros Públicos de Campo Grande, para onde o caso voltou, as empresas alegam que a decisão de outubro do ano passado deve ser executada.

“Por meio da decisão de fls. 566/569, este juízo concedeu tutela de urgência para determinar o reajuste da tarifa, tendo como data base o mês de outubro de cada ano (cláusula 3.7 do 1º aditivo – fl. 454), bem como a revisão do contrato”, diz trecho do documento.

O caso havia sido paralisado também na 4ª Vara, por determinação da juíza, até que fosse concluída a perícia técnica nas contas do Consórcio Guaicurus, já que as empresas alegam prejuízos e, por isso, seria necessário o reequilíbrio do contrato, com a revisão do documento.

Como a perícia ainda não foi feita, não há decisão sobre a revisão do contrato. Entretanto, a concessionária também pede que, ao menos, seja determinado o reajuste ordinário da tarifa, já que, segundo eles, esse ponto não havia sido suspenso.

“A prefeitura deveria ter efetuado o novo reajuste da tarifa no decorrer do mês de outubro do presente ano, sendo provocada, de forma expressa, pela requerente, por meio do ofício anexo, enviado no dia 9/9/2024, todavia, apesar das inúmeras reuniões e tratativas, até o momento, permanece inerte, causando enormes prejuízos à requerente”, alega. 

Sobre essa solicitação, ainda não há decisão judicial, o que só deve ocorrer em janeiro, já que o recesso forense começa nesta sexta-feira.

Saiba

A revisão do contrato de concessão está prevista no documento de 2012, que estabelece que isso seja feito a cada sete anos, o que não ocorreu em 2019.

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"Operação Pretense"

Gaeco caça "fantasma" que teria fraudado obra de hospital em MS

Segundo a investigação, empresa contratada para construir hospital em Coronel Sapucaia não tem sede, patrimônio ou funcionários

18/12/2024 11h09

Hospital de Coronel Sapucaia terá 2,2 mil metros quadrados e foi orçado em R$ 9,18 milhões em contrato assinado em junho de 2022

Hospital de Coronel Sapucaia terá 2,2 mil metros quadrados e foi orçado em R$ 9,18 milhões em contrato assinado em junho de 2022

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Depois de suspeitar da existência de fraudes nos processos licitatórios para construção do hospital municipal de Coronel Sapucaia, orçado em R$ 9.181.402,38 e que está em fase final de construção, integrantes do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (GAECO) e da polícia cumpriram, nesta terça-feira (18), uma série de mandados de busca e apreensão na cidade que faz fronteira com o Paraguai em busca de mais evidência que possam comprovar as supostas ilegalidades. 

Batizada de “Operação Pretense”,  que em inglês significa falsa aparência, a investigação suspeita de obras “realizadas pelas empresas com serviço de qualidade ruim e emprego de materiais reaproveitados, em verdadeira situação mascarada para desvio de recursos públicos”, informa nota distribuída pela assessoria do Ministério Público. 

E, segundo o MPE, a investigação aponta a “existência de indícios da prática de crimes de fraude a processos licitatórios e contratos deles decorrentes, envolvendo núcleo de empresas pertencentes a grupo familiar de Coronel Sapucaia, uma delas inclusive sem possuir sede, patrimônio ou funcionários, contratada para consecução de obra milionária do hospital municipal”. 

A empresa contratada pela prefeitura em meados de 2022 para construção do hospital é a A. D. M. Construtora. O nome da empresa é uma referência ao proprietário, Alan Douglas Maciel, que assina o contrato com o prefeito Rudi Paetzold.  

Hospital de Coronel Sapucaia terá 2,2 mil metros quadrados e foi orçado em R$ 9,18 milhões em contrato assinado em junho de 2022Construção do hospital está sendo bancada pelo Governo Estadual

Quando da assinatura do contrato, em junho de 2022, foi estipulado um prazo de dois anos para conclusão dos trabalhos e, conforme o anúncio, o novo hospital teria área construída de 2.299 metros quadrados, centro cirúrgico, parto humanizado, e internação com dezessete leitos adulto, oito leitos de pediatria e oito leitos de pós-parto, totalizando 33 leitos. 

O hospital está sendo construído na Rua Mário Gonçalves, no Jardim da Mata, e vai substituir o atual Hospital Municipal Aparício Vidal Garcia, construído em 1992.  Neste hospital de Coronel Sapucaia, município com cerca de 15 mil habitantes, são feitos em torno de 2,3 mil atendimentos mensais, conforme dados da prefeitura. 

OUTROS CONTRATOS

Além da construção do hospital, a empresa de Alan Douglas Maciel tem uma série de outros contratos com a prefeitura de Coronel Sapucaia. Dois deles foram assinados em junho deste ano, prevendo a reforma de dois postos de saúde. Cada um dos contratos vai garantir faturamento de R$ 683 mil à família do empresário que foi o principal alvo da investigação desta terça-feira. 

Antes disso, ainda em 2020, mas já sob a administração do atual prefeito, que está encerrando seu segundo mandato, ele assinou contrato para reforma de uma escola, pela qual faturou R$ 280 mil. 

Cidades

Homem fura sinal e mata motociclista de aplicativo em Campo Grande

Acidente entre duas motos aconteceu no cruzamento da Av. Ernesto Geisel com a rua Dom Aquino

18/12/2024 10h25

Naiara Camargo/Correio do Estado

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Por volta das 7h40 da manhã desta quarta-feira (18), um acidente envolvendo duas motos deixou um motociclista morto em Campo Grande. A colisão aconteceu no cruzamento entre a Avenida Ernesto Geisel e a rua Dom Aquino, na região central.

Informações preliminares apontam que o acidente tenha sido causado pelo condutor de uma Yamaha XJ6 azul, um homem de 27 anos, que trafegava pela avenida e furou o sinal vermelho, atingindo a vítima, que estava em uma Honda 125. A moto da vítima era alugada e utilizada como meio de trabalho.

Alguns pertences da vítima caíram dentro do córrego, e o corpo ficou na calçada, bem próximo à defesa que protege os pedestres de caírem na água.

O homem, que ainda não teve a identidade revelada, foi socorrido ainda com vida por equipes da Unidade de Resgate e Suporte Avançado (URSA), mas precisou ser intubado, não resistiu aos ferimentos e morreu a caminho do hospital.

O trânsito está interditado na Ernesto Geisel, entre as ruas Dom Aquino e Marechal Rondon.

Vítimas chegam a 50 no ano

Dados da Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran) mostram que, de janeiro a novembro, 47 motociclistas foram vítimas do trânsito em Campo Grande.

Em dezembro, já são três mortes registradas, sendo duas delas no último fim de semana.

Na noite do sábado, dia 14 de dezembro, Luiz Carlos (41) morreu após colidir contra o meio-fio, cair no asfalto e ser atropelado por outra moto. O acidente aconteceu na avenida Gunter Hans.

Conforme apurado pela reportagem, o motociclista trafegava no sentido centro-bairro quando perdeu o controle do veículo e colidiu contra o meio-fio do canteiro central. Ele caiu no meio da avenida, e o capacete se desprendeu da cabeça no momento em que foi arremessado em direção ao solo.

De acordo com testemunhas, logo após a queda outro motociclista, que vinha no mesmo sentido, atropelou a vítima, passando por cima de sua cabeça. Ele fugiu no local sem prestar socorro. Luiz morreu na hora.

Na tarde do domingo, dia 15 de dezembro, um motociclista de aplicativo de 26 anos morreu enquanto fazia o trajeto para efetuar uma entrega. Ele perdeu o controle do veículo, bateu em um poste de iluminação e caiu no canteiro da via. Ele chegou a ser socorrido, com dificuldades para respirar, mas não resistiu e morreu. A principal suspeita é de que ele tenha sofrido um mal súbito.

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