Cidades

"Retrocesso"

Defensoria Pública critica hospital de MS que publicou vídeo estimulando cesáreas

O município de Sidrolândia, que foi um dos primeiros do Estado a ter um centro de parto humanizado, comemorou por meio de redes sociais a retomada de cesáreas no Hospital Beneficente Dona Elmiria Silvério Barbosa

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A situação em Sidrolândia, onde o Hospital Beneficente Dona Elmiria Silvério Barbosa fechou seu Centro de Parto Natural (CPN) e celebrou o retorno das cesáreas, destaca um debate importante sobre a recomendação de partos naturais em detrimento de cesarianas sem indicações médicas claras.

A Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul criticou a iniciativa, chamando-a de "retrocesso" e solicitou a remoção do vídeo promocional das redes sociais, argumentando que contraria as diretrizes do Ministério da Saúde e da OMS, que enfatizam a cesariana apenas quando necessária.

Este caso ressalta a importância do alinhamento entre práticas hospitalares e políticas de saúde pública para garantir o bem-estar de mães e bebês, promovendo o parto natural como a opção preferencial quando possível.

O centro

Divulgação: Coren-MS

O Centro de Parto Humanizado Magdalena Targa do Nascimento, inaugurado em 28 de junho de 2016 no Hospital Beneficente Dona Elmiria Silvério Barbosa em Sidrolândia, MS, oferecia serviços gratuitos pelo SUS até maio de 2023.

Lançado durante o governo de Reinaldo Azambuja no Primeiro Fórum Perinatal do MS, contou com a presença de Ilda Guimarães de Freitas, representando o Secretário de Saúde Nelson Tavares.

Parto Humanizado

Divulgação: Conselho Nacional de Enfermagem de MS

Até o fechamento do Centro de Parto Normal Magdalena Targa do Nascimento, foram realizados 1.829 partos humanizados, sem óbitos maternos ou fetais, segundo a Defensoria Pública.

 

 

 

 

 

 

"Esses procedimentos foram marcados pela ausência de episiotomia e da manobra de Kristeller, com 98% dos casos apresentando contato pele a pele na primeira hora, 99% de início da amamentação nesse mesmo período, 96% de clampeamento do cordão umbilical realizado adequadamente, a possibilidade de um ou mais acompanhantes estarem presentes, visitação livre, taxas muito baixas de aspiração e transferência, além de nenhuma ocorrência de mortalidade fetal ou materna", aponta a nota da Defensoria Pública.

A coordenadora do Núcleo de Direitos Humanos (Nudedh), defensora pública Thaísa Defante, que participou da criação e instalação do Centro de Parto de Sidrolândia argumentou que a retirada da oferta de um centro de parto vai contra as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) como contraria a legislação nacional.

"O direito trabalha com o princípio da vedação do retrocesso. Como se sai de um cenário no qual as práticas realizadas no âmbito de um centro de parto normal são contrárias ao preconizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), toda a legislação nacional, e se coloca isso nas redes sociais com a maior naturalidade? Nem o município de Sidrolândia nem o hospital municipal se empenharam em organizar uma retaguarda para o Centro de Parto, resultando agora em um claro retrocesso e prejuízo para a autonomia do corpo da mulher, para as boas práticas de nascimento e parto, e para a segurança da criança. Eles ostentam cirurgias eletivas em gestações de baixo risco em um projeto que não está claro. Este projeto é uma manutenção do que está errado? Realmente é estarrecedor. Como se passa de práticas adequadas para práticas contrárias ao que predomina em toda a legislação internacional, nacional e inclusive no SUS? Temos uma política pública excelente, mas que não foi adotada pelos gestores do hospital", conclui a coordenadora do Nudedh.

O Conselho Nacional de Enfermagem de Mato Grosso do Sul, alertou que o espaço foi fechado mesmo com a mobilização de mulheres da região que chegaram a apresentar um abaixo assinado pela manutenção da prestação do serviço.

A paralisação ocorreu devido a uma decisão judicial que impôs a necessidade da contratação de uma equipe, com profissionais capacitados que pudessem intervir em eventuais intercorrências.

Para o Coren-MS o hospital, alegou que o custo dos profissionais obstetras seria de aproximadamente R$ 350 mil por mês, sendo que estavam em funcionamento déficit mensal, por isso não houve como acatar a decisão e manter o funcionamento dos trabalhos. 

"Retrocesso"

Em uma live transmitida por meio de rede social do Centro Magdalena Targa do Nascimento, a Doutora em saúde pública, Angela Rios, comentou os modelos de atenção ao parto, oferecidos no país e lamentou o fechamento do espaço.

"Um exemplo marcante é o fechamento do Centro de Parto Normal de Sidrolândia no Mato Grosso do Sul, que atende pelo Sus, e ele está fechado desde o início desse mês de maio. Vinha sendo ameaçado de fechar há anos, e os profissionais foram demitidos", apontada Angela Rios.

Destacou ainda a importância de pelo menos um acompanhante no processo como também a disponibilidade de medicação para o alívio da dor durante o trabalho de parto. O tranbalho de parto humanizado oferece coisas como: privacidade; chuveiro quente; alimentação e água.

Além de dispor de um quarto PPP, único preparado para o pré-parto, parto e o pós-parto. A especialista ainda comenta que deveria estar disponível para a sociedade em geral por se tratar de uma norma sanitária conforme recomendações da Organização Mundial da Saúde e do próprio Ministério da Saúde.  

"A gente tem no Brasil uma disputa de dois modelos de atenção, um dos modelos que nós da Rehuna [Rede Pèla Humanização do Parto e Nascimento], consideramos obsoleto e arricasdo é aquele que o trabalho de parto acontece em enfermarias, muitas vezes sem privacidade e o parto acontece no centro cirúrgico", apontou a especialista.

"Então, a transferência da mulher, da parturiente no momento do parto entre os espaços físicos do hospital. Nós consideramos que o parto precisa de monitoramento e suporte contínuo. Por profissionais que são treinados para identificar quando há algum problema e que garantam também um ambiente adequado para que o parto aconteça conforme a fisiologia". 

 

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transporte coletivo

Prefeita contrapõe Consórcio, apresenta recibos de pagamento e diz que greve é ilegal

Adriane disse que Município tem cumprido todas as obrigações contratuais e que já tomou medidas administrativas e judiciais para encerrar a greve

16/12/2025 16h00

Prefeita apresentou comprovantes de pagamento ao Consórcio Guaicurus

Prefeita apresentou comprovantes de pagamento ao Consórcio Guaicurus Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

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Contrapondo as declarações do Consórcio Guaicurus, a prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP), que já havia negado estar devendo o concessionário de transporte coletivo, apresentou, nesta terça-feira (16), comprovantes de pagamentos realizados. Adriane também afirmou que a greve dos ônibus é abusiva e que, caso não haja solução em audiência nesta tarde, o problema será resolvido na Justiça.

Conforme reportagem do Correio do Estado, o Consórcio Guaicurus afirma ter dívida de R$ 15,2 milhões, conta que vai de débitos com fornecedores a funcionários. Pela falta de pagamento aos funcionários, a greve foi iniciada nessa segunda-feira (15).

A prefeita disse que todos os repasses devidos ao consórcio estão em dia.

"Todas as verbas que são contratuais, que tem relação do Município com o Consórcio Guaicurus foram feitos os repassos, ou seja, a subvenção de R$ 19 milhões, pagamento de vale-transporte de R$ 16 milhões, o Governo do Estado transferiu R$ 7 milhões, ele fez um acordo de R$ 13 milhões neste ano e R$ 4 milhões ficou para o ano que vem, acordado com o consórcio, então todas as verbas que implicam o Poder Público foram transferidas", disse o secretário municipal de Governo, Ulisses Rocha.

"O que existe é o Consórcio discutindo na Justiça um reequilíbrio da tarifa, aí ele aponta que há uma distorção de x milhões de reais, que isso está sendo apurado e discutido. Ele [consórcio] quer que o município aumente o preço da tarifa técnica para ele poder receber mais valores, essa é a discussão. Então não tem cadê o dinheiro, o dinheiro foi pago. Se o dinheiro foi repassado para funcionários e tem funcionários sem receber, o que a prefeitura pode fazer diante disso?", acrescentou.

Conforme os documentos apresentados pela prefeita, neste mês foram pagos R$ 3.005.705,19 líquidos ao Consórcio Guaicurus.

Além disso, com relação às subvenções das gratuidades do vale-transporte, de janeiro a dezembro foram repassados mais de R$ 19,5 milhões ao concessionário pela prefeitura, além de mais R$ 7,3 milhões pelo Governo do Estado.

A subvenção das gratuidades são referentes aos estudantes da Rede Pública municipal e estadual, pessoas com deficiência (PCD) e idosos.

"Além das gratuidades, o Município aporta também o vale-transporte dos nossos servidores, que são adquiridos e utilizados pelos servidores do município e, rigorosamente está em dia esse repasse. As questões judiciais serão discutidas na justiça, dentro da legalidade e da realidade, tanto do Consórcio como do Município", disse a prefeita.

Adriane disse ainda que, além das gratuidades, o Consórcio Guaicurus recebe dinheiro de pessoas que utilizam o transporte coletivo e pagam por ele e questionou ainda onde o Consórcio Guaicurus estaria investindo o dinheiro.

"O dinheiro que é a responsabilidade do Município foi pago e, se o Município está rigorosamente em dia, a empresa também teria que estar rigorosamente em dia com os pagamentos dos seus funcionários", disse.

Por fim, a prefeita disse que há um processo em andamento na Justiça do Trabalho e que uma audiência a ser realizada nesta tarde pode por um fim na greve, que ela classifica como ilegal, pois houve a paralisação total dos ônibus.

Greve

A greve dos motoristas foi deflagrada nessa segunda-feira, ocasionada pelo não pagamento do salário dos funcionários do Consórcio Guaicurus, que deveria ter sido depositado no quinto dia útil do mês. Outro motivador é o anúncio das empresas do consórcio de que também não devem honrar o pagamento do 13º salário, que deve ser depositado até o dia 20 deste mês.

O Consórcio Guaicurus afirma que o não pagamento salarial se deve à dívida do poder público com a concessionária. Conforme o grupo de empresas, não teriam sido pagos valores referente ao subsídio das gratuidades e do vale-transporte dos servidores, que totalizaria R$ 13,2 milhões.

A informação, no entanto, é negada tanto pela Prefeitura de Campo Grande quanto pelo governo do Estado, que também contribui com o subsídio.

O Tribunal Regional do Trabalho (TRT) determinou, em decisão judicial, que 70% dos motoristas trabalhem durante a paralisação, por se tratar de um serviço essencial de transporte coletivo urbano.

O valor da multa diária era de R$ 20 mil, mas, após nova decisão do Desembargador Federal do Trabalho, César Palumbo, subiu para R$ 100 mil.

Ele exige que os motoristas cumpram com urgência a decisão, que tem caráter de mandado judicial.

Cidades

Vestibular UFGD: gabarito preliminar será divulgado nesta quarta-feira (17)

Convocação para as matrículas da primeira chamada está prevista para 14 de janeiro de 2026

16/12/2025 15h45

Foto: Divulgação

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A Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) divulga nesta quarta-feira (17) o resultado preliminar do Vestibular 2026, etapa do processo seletivo aguardada pelos mais de 6,8 mil candidatos que realizaram a prova em 19 de outubro. O resultado final do vestibular e a convocação para as matrículas da primeira chamada estão previstos para 14 de janeiro próximo. 

O cronograma previsto também inclui o período para recursos, que poderá ser acessado nos dias 18 e 19 de dezembro. O Boletim de Desempenho Individual, com a pontuação da redação e o total de acertos, ficará liberado ao candidato durante todo o processo.

No último dia 12 de novembro, o Centro de Seleção divulgou o gabarito definitivo e as respostas aos recursos sobre o gabarito preliminar.

As matrículas serão realizadas pela Pró-reitoria de ensino e graduação (Prograd), com editais e cronogramas próprios, seguindo a ordem de desempenho e o número de vagas disponíveis em ampla concorrência e cotas sociais.

Inicialmente, serão chamados os candidatos que escolheram o curso como 1ª opção, e aqueles que selecionaram como 2ª opção serão convocados apenas se restarem vagas. A lista de documentos pode ser consultada em edital. 

O Vestibular 2026 oferece 984 vagas em 35 cursos presenciais e gratuitos, com provas aplicadas nas cidades de Amambai, Campo Grande, Dourados, Naviraí e Nova Andradina.

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