Cidades

Família indignada

Delegado não vê racismo e caso deve ser encerrado como agressão à diretoria da escola

A família deve se manifestar após o encerramento do caso, mãe da menina retirou a menina do colégio com receio de que algo possa acontecer.

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A família da menina de 4 anos, agredida pelo pai de um aluno em uma escola municipal de Campo Grande, está completamente revoltada com o andamento do caso. Após ter acesso aos vídeos e depoimentos, a Polícia Civil deve encerrar como agressão à diretoria da escola e não crime de racismo.  

Ao Correio do Estado, a advogada Lione Balta Cardozo, relatou que a família ficou perplexa na Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DEPCA), após ouvir do delegado adjunto, Pablo Gabriele Farias que não houve racismo com a filha e, sim, vias de fato contra a diretora do colégio.  

“Se não tivesse essa comoção social, nem como agressão o caso seria registrado. Após ouvir que o crime seria configurado como vias de fato, a mãe ficou revoltada e tivemos que segurá-la, se não ela iria agredir o delegado. Estamos indignados com o andamento do caso”, relatou. 

Segundo a advogada, após o fechamento do inquérito, a família deve se manifestar publicamente. Além das imagens gravadas da agressão a menina de 4 anos, as imagens de nazismo e de “morte a negrada” pelas redes sociais do pai do garoto, deixou a família ainda mais chocada com o encerramento do caso. 

“A mãe está completamente abalada emocionalmente e eles querem falar. Estou sendo sincera com ela, relatando passo a passo do que está acontecendo. A revolta deles é porque nem é preciso avaliar quando a gente vê o vídeo e deparamos que realmente houve um caso de racismo. A família avalia como inadmissível com o que está acontecendo”, relatou a advogada para a reportagem 

Com medo da retaliação do pedreiro de 32 anos, a mãe da menina de 4 anos, retirou a criança da escola Municipal Profª Iracema de Souza Mendonça. Até o momento não há informações onde a criança deve seguir o seu ano letivo.

“Na delegacia a diretoria relatou que tem como retirar o menino do colégio, porque seria um caso de expulsão, e o garoto não tem culpa no que aconteceu. Por isso a mãe da menina sentiu que não tinha mais clima da garota estudar lá e deve coloca-lá em outro colégio”, disse.  

 

Agressão a suposto caso de racismo.  

O caso aconteceu na escola Municipal Profª Iracema de Souza Mendonça, localizada no bairro Universitário, enquanto as crianças perfilavam para o início do ano letivo.  

Em determinado momento, a menina negra de 4 anos, se aproxima do garoto por trás arrastando sua mochila de rodinhas cor-de-rosa e, com o braço esquerdo, abraça a criança por menos de três segundos.

A monitora chega, ao lado de um terceiro aluno, e enquanto conversava com a menina, o agressor a surpreende empurrando a garota pelas costas e puxando o filho pelo braço para fora da instituição.  

 

Caso de polícia
Segundo informações da Polícia Civil, após sair com o filho, o autor voltou em seguida à unidade e foi até a sala da diretora, que já registrava o ocorrido em ata escolar. 
"Ainda nervoso, na sala da diretora ele teria dito ao filho que se caso a menina ou qualquer outra criança se aproximasse dele, ele poderia bater", expõe a Polícia Civil em nota. 

Diante da agressão, a Guarda Civil Metropolitana foi acionada e levou os envolvidos para a delegacia, onde foi lavrado termo circunstancial de ocorrência, registrada como "contravenção de vias de fato". 
Conforme relato policial, o homem ficou do lado de fora após deixar o filho na escola. Questionado, o homem, que trabalha como pedreiro de 32 anos que agrediu uma criança negra de apenas quatro disse que seu filho tem "fobia", apesar de não mencionar qualquer laudo. 

Ainda segundo as autoridades, ele chegou a pedir que a monitora separasse seu filho da menina; solicitou que a diretora afastasse os dois e, sem ser atendido, começou a ficar nervoso e ameaçar entrar no espaço. 

Impedindo que o homem entrasse no espaço destinado aos pequenos, a diretora de 69 anos foi empurrada pelo agressor, que foi em direção aos pequenos, resultando na violência para com a criança negra. 

Após o empurrão, o homem visivelmente alterado ainda olha para a criança e gesticula apontando o dedo para a pequena, que recua e se encolhe junto à parede. 

Aos policiais, o homem disse que se arrependeu assim que chegou na esquina, e por isso retornou para conversar com a diretora, momento que, ainda nervoso, teria confessado as instruções para que seu filho agredisse aos colegas que se aproximasse.  

Postagem de racismo e nazismo  

Divulgação/ Redes Sociais

Durante as investigações, o nome do suposto autor das agressões e sua página nas redes sociais, caiu nos grupos de conversa e teve a sua identidade exposta.  

Em uma dessas publicações pelo Facebook em 2018, os internautas encontraram diversas publicações sinalizadas como "fake news" por perfis de verificação como inverídicas e descontextualizadas. 

Além de postar vídeo sobre armamento e apoios declarados ao ex-presidente, o perfil expõe uma publicação feita quatro dias após o primeiro turno das eleições de 2018 que mostram uma suástica; revólver e a expressão "morte a negrada" em apoio ao então candidato Jair Bolsonaro. 

 

*Colaborou Léo Ribeiro 

 

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TEMPO

Saiba em que regiões do Brasil deve chover acima da média no verão

Inmet divulgou previsão para a estação, que começa hoje (21)

21/12/2025 20h00

Saiba em que regiões do Brasil deve chover acima da média no verão

Saiba em que regiões do Brasil deve chover acima da média no verão Paulo Pinto/Agência Brasil

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O verão do Hemisfério Sul começa neste domingo (21), e o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) prevê condições que podem causar chuvas acima da média em grande parte da regiões Norte e Sul do Brasil, além de poucas áreas do Nordeste e do Centro-Oeste.

No Norte, a maior parte dos estados deve ter mais precipitações e temperaturas mais elevadas. As exceções são o sudeste do Pará e o estado do Tocantins, que podem ter volumes de chuva abaixo da média histórica.

“A temperatura média do ar prevista indica valores acima da média climatológica no Amazonas, no centro-sul do Pará, no Acre e em Rondônia, com valores podendo chegar a 0,5 grau Celsius (°C) ou mais acima da média histórica do período (Tocantins). Nos estados mais ao norte da região, Amapá, Roraima e norte do Pará, são previstas temperaturas próximas à média histórica”, estima o Inmet.

Sul

Na Região Sul, a previsão indica condições favoráveis a chuvas acima da média histórica em todos os estados, com os maiores volumes previstos para as mesorregiões do sudeste e sudoeste do Rio Grande do Sul, com acumulados até 50 mm acima da média histórica do trimestre.

“Para a temperatura, as previsões indicam valores predominantemente acima da média durante os meses do verão, principalmente no oeste do Rio Grande do Sul, chegando até 1°C acima da climatologia”. 

Nordeste

Para a Região Nordeste, há indicação de chuva abaixo da média climatológica em praticamente toda a região, principalmente na Bahia, centro-sul do Piauí, e maior parte dos estados de Sergipe, Alagoas e Pernambuco. Os volumes previstos são de até 100 mm abaixo da média histórica do trimestre.

Por outro lado, são previstos volumes de chuva próximos ou acima da média no centro-norte do Maranhão, norte do Piauí e noroeste do Ceará.

Centro-Oeste

Na Região Centro-Oeste, os volumes de chuva devem ficar acima da média histórica somente no setor oeste do Mato Grosso. Já no estado de Goiás, predominam volumes abaixo da média climatológica do período.

Para o restante da região, são previstos volumes próximos à média histórica. “As temperaturas previstas devem ter predomínio de valores acima da média climatológica nos próximos meses, com desvios de até 1°C acima da climatologia na faixa central da região”, diz o InMet.

Sudeste

Com predomínio de chuvas abaixo da média climatológica, a Região Sudeste deve registar volumes até 100 mm abaixo da média histórica do trimestre.

Deve chover menos nas mesorregiões de Minas Gerais (centro do estado, Zona da Mata, Vale do Rio Doce e Região Metropolitana de Belo Horizonte). A temperatura deve ter valores acima da média em até 1°C, segundo os especialistas do InMet.

Verão

A estação prossegue até o dia 20 de março de 2026. Além do aumento da temperatura, o período favorece mudanças rápidas nas condições do tempo, com a ocorrência de chuvas intensas, queda de granizo, vento com intensidade variando de moderada à forte e descargas elétricas.

Caracterizado pela elevação da temperatura em todo país com a maior exposição do Hemisfério Sul ao Sol, o verão tem dias mais longos que as noites.

Segundo o InMet, nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, as chuvas neste período são ocasionadas principalmente pela atuação da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), enquanto no norte das regiões Nordeste e Norte, a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) é o principal sistema responsável pela ocorrência de chuvas.

Em média, os maiores volumes de precipitação devem ser observados sobre as regiões Norte e Centro-Oeste, com totais na faixa entre 700 e 1100 milimetros. As duas são as regiões mais extensas do país e abrigam os biomas Amazônia e Pantanal, que vivenciam épocas de chuva no período.

TEMPO

Solstício faz deste domingo o dia mais longo do ano

O solstício de verão acontece quando um dos hemisférios está inclinado de forma a receber a maior incidência possível de luz solar direta

21/12/2025 19h00

Solstício faz deste domingo o dia mais longo do ano

Solstício faz deste domingo o dia mais longo do ano Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

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O verão começou oficialmente às 12h03 (horário de Brasília) deste domingo, 21. A data marca o solstício de verão no Hemisfério Sul, fenômeno astronômico que faz deste o dia com o maior número de horas de luz ao longo de todo o ano.

As diferentes estações ocorrem devido à inclinação do eixo de rotação da Terra em relação ao seu plano de órbita e ao movimento de translação do planeta em torno do Sol. O solstício de verão acontece quando um dos hemisférios está inclinado de forma a receber a maior incidência possível de luz solar direta

No mesmo momento, ocorre o solstício de inverno no Hemisfério Norte, quando se registra a noite mais longa do ano. Em junho, a situação se inverte: o Hemisfério Sul entra no inverno, enquanto o norte passa a viver o verão.

Além dos solstícios, há os equinócios, que acontecem na primavera e no outono. Eles marcam o instante em que os dois hemisférios recebem a mesma quantidade de luz solar, fazendo com que dia e noite tenham duração semelhante.

O que acontece no verão?

Segundo Josina Nascimento, astrônoma do Observatório Nacional (ON), instituição vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), o verão é a estação mais quente do ano justamente por causa da inclinação de cerca de 23 graus do eixo da Terra em relação ao seu plano de órbita. Esse ângulo faz com que os raios solares atinjam mais diretamente um hemisfério de cada vez.

Quando é verão no Hemisfério Sul, os raios solares incidem de forma mais intensa sobre essa região do planeta, o que resulta em dias mais longos e temperaturas mais elevadas.

Os efeitos das estações do ano são maiores nos locais distantes do equador terrestre. "Nas regiões próximas ao equador, a duração dos dias varia pouco ao longo do ano. Essa diferença aumenta progressivamente em direção aos polos, onde os contrastes são máximos", explica Nascimento.

Previsão do tempo para os próximos dias

Com a chegada do verão neste domingo, São Paulo deve ter dias quentes nas próximas semanas e pode bater o recorde de temperatura do ano na véspera do Natal. De acordo com o Climatempo, os próximos dias também devem ser com menos chuvas e tempo seco na capital paulista.

O que esperar do verão de 2025/2026 no Brasil

Dados do Instituto Nacional de Meteorologia indicam que a maior temperatura registrada em São Paulo em 2025 foi de 35,1°C, em 6 de outubro. A expectativa para o dia 24 de dezembro é de que a temperatura se aproxime de 35°C, o que pode igualar ou até superar o recorde do ano.

O calor deve ser uma constante em grande parte do Brasil. Nesta semana, o Rio de Janeiro pode registrar até 38°C e Belo Horizonte e Vitória devem alcançar máximas entre 32°C e 34°C, com pouca chuva. O tempo quente também deve chegar à região Sul e ao interior do Nordeste, com máximas próximas dos 35°C. No Norte, as máximas se aproximam de 32°C.

O verão se estende até às 11h45 do dia 21 de março de 2026 e será marcado pela Alta Subtropical do Atlântico Sul (ASAS), sistema de alta pressão atmosférica que atua sobre o oceano Atlântico Sul e inibe a formação de nuvens. O fenômeno climático deve atuar como um bloqueio atmosférico, afastando algumas frentes frias que passam pelo Brasil.

A Climatempo prevê que a chuva do verão 2025 e 2026 fique um pouco abaixo da média para estação em quase todo o País. A maior deficiência deve ser na costa norte do Brasil, entre o litoral do Pará e do Ceará, e em áreas do interior do Maranhão e do Piauí.

Já o fenômeno La Niña não deve ser o principal fator climático neste verão, devido à sua fraca intensidade e curta duração. A atuação do fenômeno está prevista para se estender até meados de janeiro de 2026 e sua influência sobre as condições climáticas desta estação tende a ser limitada.

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