Cidades

DINHEIRO PÚBLICO

Denúncia aponta pagamento irregular de R$ 40 milhões da Sanesul à MS Pantanal

Documentos entregues pelo Sindágua à Assembleia apontam que a estatal estaria remunerando a empresa por esgoto que não é coletado

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Denúncia encaminhada pelo Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Purificação e Distribuição de Água e em Serviços de Esgotos do Estado de Mato Grosso do Sul (Sindágua) à Assembleia Legislativa aponta que a empresa Ambiental MS Pantanal recebeu da Sanesul R$ 40.447.765,02  acima daquilo que deveria no período de maio de 2021 até janeiro de 2023. 

De acordo com Lázaro de Godoy Neto, presidente do sindicato, a Sanesul estaria remunerando a MS Pantanal, empresa do grupo Aegea com a qual fez Parceria Público Privada em 2021, com base no volume de água fornecido aos cerca de 642 mil clientes da estatal nas 68 cidades e 61 distritos onde atua. 

Porém, segundo ele, a coleta e tratamento de esgoto só é feita em cerca de 60% destes imóveis. Então, diz ele, o cálculo para pagamento da Sanesul à empresa deveria ser somente com base no volume de água fornecido a esta parcela dos clientes. 

A denúncia sobre este suposto “superfaturamento” nos repasses à MS Pantanal e uma série de pedidos de esclarecimentos foram encaminhados à Assembleia Legislativa e a deputada Gleice Jane (PT) entendeu que havia pertinência no caso e fez um requerimento pedindo explicações da Sanesul e do Governo do Estado.

De acordo com ela, assim que estas explicações oficiais chegarem, o que ela acredita que deve demorar, vai analisar os dados e decidir que tipo de procedimento será adotado. 

Antes mesmo de Gleice Jane chegar à Assembleia, em março deste ano, após a morte do deputado Amarildo Cruz, ela já questionava a Parceria Público Privada firmada entre a Sanesul e a MS Pantanal. Junto com a direção do Sindágua assinou uma Ação Popular pedindo a nulidade da PPP. Até agora, o caso não foi julgado. 

Na documentação enviada à Assembleia, o Sindágua faz uma levantamento detalhando mês a mês os supostos pagamentos indevidos. Já no primeiro mês da parceria, em maio de 2021, teriam sido pagos R$ 1.343.825,52 indevidamente. 

Um ano depois, em abril de 2022, esse montante mensal indevido já estava em R$ 2.861.613,22. A denúncia encaminhada à Assembleia está acompanhada com uma série de notas fiscais comprovando os repasses e os demonstrativos financeiros anuais tanto da Sanesul quanto da MS Pantanal 

QUEDA NO LUCRO

A suspeita de que está havendo repasse indevido da estatal para a empresa privada ganhou corpo depois da última reunião do Conselho Administrativo da Sanesul. Nesta reunião, segundo Lázaro de Godoy, foi informado que a estatal fecharia 2023 com lucro líquido de apenas R$ 25 milhões, o que seria queda superior a 70% na comparação com 2022.

Se isto se confirmar, seria o segundo ano seguido de retração no lucro da estatal. No ano passado, o lucro da Sanesul ficou em R$ 87,8 milhões, o que representou queda de 8,89% na comparação com os 96,4 milhões de superávit do ano anterior.

De acordo com Lázaro, a expectativa do setor era de que em 2023 a estatal obtivesse lucro de pelo menos R$ 120 milhões, já que somente no ano passado foram acrescidos 14 mil novos clientes à rede de água e outros 24,6 mil à rede de esgoto. 

A preocupação dos sindicalistas com a queda no lucro da estatal é, além da perda de capacidade para novos investimentos, com a possibilidade de a empresa ficar sem condições para conceder reajustes salariais aos 1.335 funcionários da Sanesul nos próximos anos. 

Faltará dinheiro, também, conforme Lázaro, para repor o quadro de servidores da Sanesul, que está com déficit de 300 funcionários somente na área operacional.

E ao mesmo tempo em que existe o receio de que falte dinheiro para repor pelo menos a inflação aos trabalhadores, o sindicato reclama do pagamento de supostos supersalários à cúpula da MS Pantanal. 

De acordo com Lázaro, a empresa teria destinado R$ 3,64 milhões para remunerar apenas três diretores no ano passado, o que equivale a R$ 101,1 mil por mês para cada um. “É uma empresa privada e ela paga o que bem quiser aos seus diretores. Mas a gente precisa lembrar que este dinheiro está saindo do bolso dos consumidores de água do Estado”, ressalta Lázaro. 

Outra queixa do Sindágua é relativa à suposta falta de investimentos da MS Pantanal na ampliação das redes de coleta e tratamento de esgoto nas áreas onde passou a atuar. 

O sindicalista, que diz estar acompanhando os balanços anuais tanto da Sanesul quanto da MS Pantanal, todo o dinheiro que está sendo investido na ampliação de redes de esgoto no interior é proveniente de empréstimos feitos pela Sanesul.

A empresa privada, garante, não investiu nada até agora, embora o contrato de parceria tivesse estipulado que já deveriam ter sido investidos pelo menos R$ 129 milhões. No primeiro ano completo da PPP foram instalados 45 quilômetros de rede de coleta de esgoto nos 68 municípios, mas tudo teria sido bancado pela Sanesul, de acordo com Lázaro. 

O QUE DIZEM A SANESUL E A MS PANTANAL

A reportagem procurou a Sanesul para tentar falar sobre as denúncias e, em nota, a apresa informou que “até o momento, não recebemos nenhuma informação específica sobre o questionamento apresentado. É importante ressaltar que a Sanesul cumpre todos os termos estabelecidos no contrato firmado com a 'Ambiental MS Pantanal' no âmbito da Parceria Público-Privada (PPP). A nossa dedicação em seguir as exigências contidas no acordo reflete o compromisso em assegurar a execução eficiente das obras do sistema de esgotamento sanitário nos 68 municípios sob nossa responsabilidade”. 

O Correio do Estado também procurou o comando da Ambiental MS Pantanal, que enviou a seguinte nota: "A Ambiental MS Pantanal atua de maneira íntegra, transparente e em linha com o contrato assinado após leilão na B3, que conta com auditoria independente. A companhia reforça que segue trabalhando com o compromisso de universalizar a coleta e tratamento de esgoto nos 68 municípios atendidos pela companhia estadual, em até 10 anos."

(matéria editada às 09:10 de terça-feira (3) para acréscimo da Nota Retorno da MS Pantanal)

INTERIOR

Mulher passa por cirurgia após ser atingida por bala perdida no MS

Além da moça de 46 anos, um homem também foi encaminhado ao Hospital, após um dos disparos o atingir na perna; carro ficou marcado pelos tiros, que devem ter passado dos 15

21/12/2024 12h30

Carro envolvido no tiroteio ficou com marcas de balas

Carro envolvido no tiroteio ficou com marcas de balas Foto: Montagem

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Um tiroteio no Centro de Cassilândia, mais especificamente na Vila Izanópolis, deixou dois feridos, na tarde desta sexta-feira (20). Uma das vítimas é uma mulher de 46 anos, que estava transitando pela região na hora do acontecido e não havia sentido a perfuração.

Segundo informações, um dos feridos, um homem de 21 anos, disse aos policiais que passava de carro pelo local, quando viu um rapaz, conhecido como “Azul”, agredindo a namorada na frente de uma residência. Então, o homem, junto com outros dois que estavam no veículo com ele, teria tentado intervir.

Porém, o Azul estava com posse de uma arma e, ao tentar ser “parado” pelo trio, efetuou disparos contra eles. Além dele, um outro homem encapuzado estava envolvido no local. Com isso, vários tiros atingiram o carro, onde se encontrava o trio, batendo na traseira de uma carreta. Após a colisão, os homens saíram do carro e o deixaram no local.

Foi neste momento dos disparos que uma mulher, de 46 anos e ainda não identificada, estaria passando de moto pelo local e acabou sendo atingida na barriga. Ela só percebeu a perfuração quando olhou para a região do tórax e avistou o sangramento. 

A Polícia encontrou o carro e 15 cápsulas de tiro, todas elas de calibres 9mm e de .357. No carro também tinha dois aparelhos celulares, do qual foram apreendidos. Ambos os feridos foram encaminhados ao Hospital, mas a mulher precisou passar por intervenção cirúrgica e segue internada na Santa Casa.

Até o momento, os cidadãos que efetuaram os disparos não foram localizados e estão sob suspeita de terem fugido em direção a Serra. Também há a suspeita de os homens que estavam no carro também terem efetuado disparos, já que havia perfurações de balas de dentro para fora.

Tiroteio recente no MS

No último domingo (15), dois homens morreram e um ficou ferido após um tiroteio, no Bairro Aero Rancho, em Campo Grande.

Informações preliminares apontam que estava acontecendo uma festa em uma residência localizada na Avenida Arquiteto Vila Nova Artigas quando, por volta das 22h, uma briga teve início em frente à casa.

Um homem, identificado como Alex Junior Zinatto, de 34 anos, teria ido até o carro, que estava estacionado na rua, quando vizinhos iniciaram uma discussão, cujo teor ainda não foi apurado. Alex teria sacado um revólver e tentado disparar contra o morador da residência, um homem de 41 anos identificado como Ronil Anderson Porto Negrão.

A arma teria falhado três vezes até efetuar um disparo, momento em que Ronil foi até o interior de sua casa, buscou um revólver, voltou para a rua e efetuou diversos disparos contra Alex, que já estava entrando na garagem para retornar à festa. Ele morreu no local.

*Colaborou Alanis Netto

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Cidades

Golpistas usam celular do professor assassinado para pedir dinheiro

Por meio de grupos do WhatsApp, familiares do professor Roberto Figueiredo alertaram que bandidos estão pedindo doações para um memorial simbólico

21/12/2024 12h09

Reprodução Redes Sociais

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Cerca de sete dias após o assassinato do professor e ex-superintendente da Cultura de Campo Grande, Roberto Figueiredo, de 63 anos, golpistas estão pedindo dinheiro com a justificativa de um “memorial simbólico”.

Por meio do WhatsApp, familiares avisaram que o celular do professor, morto a facadas na sexta-feira (13), ainda não foi recuperado e alertaram para que não façam doações, pois se trata de oportunistas tentando aplicar um golpe.

Entenda

Professor de História da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) e ex-superintendente de Cultura de Campo Grande, Roberto Figueiredo, de 68 anos, foi assassinado a facadas na última sexta-feira (13), dentro de sua própria casa, localizada na rua Bárbara de Paula Ribeiro, bairro Altos do São Francisco, em Campo Grande.

O suspeito, um adolescente de 17 anos, confessou o crime ao ser apreendido pelo Choque no mesmo dia do assassinato. O veículo do professor, um Jeep Renegade, foi recuperado, mas o celular não foi encontrado.

Cultura de MS em luto

Roberto, carinhosamente conhecido como "Beto" ou "Betinho", foi responsável pela formação de milhares de acadêmicos em Campo Grande, como bem destacou a Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), instituição onde Figueiredo atuava há 39 anos, em sua nota de pesar.

Beto coordenava o grupo de teatro "Senta que o Leão é Manso", de dança "Ararazul", e de música da UCDB, com o "Corda", "Aves Pantaneiras" e "Coral UCDB".

Ministrou aulas em diversos cursos, como História, Design, Arquitetura e Gastronomia. Também foi coordenador dos grupos de teatro, dança e música da universidade, além de membro do Conselho Universitário da UCDB (Consu).

Fora do meio universitário, atuou como presidente da Fundação de Cultura de Campo Grande, e teve passagem como superintendente de Cultura da Capital. Pelo Estado, foi gerente de Patrimônio Histórico da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS).

** Colaborou Alanis Netto

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